Escrito nas estrelas

Capítulo 10 - Feliz natal por Sophia / Capítulo 10.2 - Feliz natal por Micael


Capítulo 10 - Feliz natal por Sophia

Era o natal, o primeiro natal da Sophia sem o Micael, e do Micael sem a Sophia. Muitas surpresas iriam acontecer. Muita coisa iria mudar, e outras se encaixar.

POV Sophia

– Como estou?

– Linda, como sempre amiga. - falou a Mel - E eu?

– Tá gata - dei um tapinha na bunda dela e sorrimos - Vamos descer.

Eu tava com um vestido vermelho meio justo e uma sapatilha dourada. A Mel estava com um vestido preto e uma rasteirinha prata. Peguei a câmera e o celular, e desci com a Mel. A casa tava cheia, família reunida. A Mel ia ficar lá até o ano novo porque seus pais viajaram e pediram pra minha mãe cuidar dela. A campainha tocou e eu fui correndo abrir.

– Oi Bê *-* - falei dando um beijo nele.

– Oi vida, tenho uma surpresa pra você hoje.

– Hm, adoro surpresas!! Trouxe seu amigo?

– Trouxe sim, chega mais lek. Esse é o Miguel.

– Mel, vem cá, quero que conheça alguém.

– Mel, esse é o Miguel, Miguel essa é minha melhor amiga, Mel.

Eles se cumprimentaram e começaram a conversar, a gente sentou numa parte da sala, e ficamos lá. Depois do jantar, o Bernardo falou com a minha mãe, e a sala ficou em silêncio. Ele foi lá pra frente e começou a falar.

– Bom princesa, eu te falei que tinha uma surpresa hoje né? E cá estou eu.

Eu estava mais que vermelha, tava o arco íris completo.

– A gente tem um rolo antigo, - ele sorriu - e hoje, aqui, na frente dos seus pais e outros familiares eu quero oficializar isso. Sophia, quer namorar comigo?

A Mel me olhou, sorrindo, me abraçou, e eu parada, sem ação comecei a sorrir também. Me levantei.

– Claro que eu aceito meu amor, - dei um abraço nele e um beijo.

Todo mundo começou a bater palma, o que me deixou mais tímida ainda, peguei na mão dele e sentamos novamente, minha mãe serviu a sobremesa e depois meus tios foram indo embora.

– Quer me matar de vergonha?

– Não bebê, não gostou?

– Adorei, mas sei lá, eu sou muito tímida.

– E fica linda de qualquer jeito, - ele me deu um selinho, - Cadê a Mel e o Miguel?

Procuramos pela sala, e pela cozinha, eu subi correndo e procurei nos quartos. Quando entrei no quarto de hospedes eles estavam lá. Se beijando, o Miguel por cima da Mel. Eu dei um grito e comecei a rir.

– Que sa-sa-safadeza é essa?

A Mel se levantou rápido e o Miguel tava morto de vergonha. o Ber chegou logo atrás morrendo de rir também.

– Calma gente, não precisam ficar com vergonha. Normal.

– Amiga, desculpa..tô morta :$

– Amiga, relaxa. Até porque vocês não estavam fazendo nada de mais.

Eles se levantaram, e nós quatros descemos, eu abracei a Mel.

– Fica calma amiga, que coisa.

– Não consigo, - ela sorriu.

Me despedi do Bernardo e do Miguel, e eles foram embora. Tava morta de cansada. Subi, e peguei meu celular, tinha uma mensagem do Mica, e ai eu percebi que passou a festa inteira e eu não lembrei dele, nem da D. Antônia.

"Feliz natal Sô, espero que esteja bem. Saudades, te amo!"

Eu respondi, “Obrigada, pra você também. Beijo.” Fui fria pra não sofrer mais. Tomei banho, deitei, nem vi quando a Mel entrou, peguei no sono rápido.

Capítulo 10.2 - Feliz natal por Micael

O natal geralmente é uma festa feliz, de comemorações e realizações. Pena que essa regra, como qualquer outra, tem suas exceções.

POV Micael

– Chama a ambulância, logo caralho!! - eu gritava enquanto segurava minha tia nos braços - Calma tia, vai ficar tudo bem.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas, mas eu tinha que ser fortes. Meus primos estavam desesperados, e eu era o “homem” da casa. A ambulância chegou, colocaram ela na maca e levaram pra o hospital, falei com uma vizinha e fui com o samu pro hospital.

– Aguenta firme coroa, cê é forte - eu segurava forte a mão dela, - Cê é das minhas - dei um beijo na testa dela.

Chegando no hospital levaram ela correndo, ela entrou na UTI e eu fiquei esperando na sala lá. Os médicos voltaram, me chamaram num canto.

– Ela teve um infarto seguido de parada cardíaca, e sinto lhe dizer, ela não resistiu.

Coloquei a mão na cabeça e não conti as lágrimas. Como eu queria minha branquinha ali, me abraçando e dizendo que tudo ficaria bem. Meu mundo desabou, eu já estava longe da minha mãe, e agora perdi minha única tia. Meus primos chegaram com a vizinha, chamei ela num canto e contei o que havia acontecido. Peguei minha prima no colo, e os outros dois, e contei a eles de uma forma “leve”, eles choraram muito e foram com a vizinha lá fora.

– Vou providenciar tudo, pode ficar desprocupado. - veio uma voz atrás de mim, olhei e era meu tio.

– O que você tá fazendo aqui? - fiquei irritado, ele tinha largado minha tia por outra mulher.

– Precisamos conversar, e eu acerto tudo do velório e tudo mais.

Acompanhei ele, sentamos numa mesa e ele começou a falar.

– Micael, tenho que te esclarecer umas coisas. Sua mãe me ligou atordoada, porque você ainda estava com essa ideia de vingaça. Mas acho que você já está grandinho suficiente pra entender o que aconteceu. Não foi o Renato que matou o seu pai. Eles eram muito amigos, assim como eu também. Ele costumava jogar, era viciado. E o Renato também, mas o Renato sabia se controlar, o seu pai não. Até que um dia ele apostou tudo que tinha e perdeu. Mas ao invés de contar pra Antônia ele decidiu não voltar pra casa, não avisou a ninguém, apenas se suicidou. Eu que o encontrei, dias depois, numa garagem que a gente usava pra se reunir, ele estava lá, enforcado. Volte pra casa Micael, eu cuido dos meus filhos. Sua mãe precisa de você, e a mocinha filha do Renato também.

– Porque está me contando tudo isso agora? Podia ter dito antes que meu pai era uma mané inconsequente. Eu joguei tudo pro alto por conta dessa porra. Eu larguei a garota que eu amo por conta dessa merda. Af, toma no cú. - me levantei irritado e dei as costas.

Fui pra casa, me deitei, peguei meu celular e passei uma mensagem pra Sô, ela respondeu muito fria, resolvi deixar quieto. Decidi ficar até o fim de ano lá e depois iria voltar pra casa.