Longe dali em uma das arenas da escola Vances dois alunos estavam lutando um contra o outro, alguns poucos jovens assistiam, totalizando menos de vinte espectadores, a arena estava fechada e toda coberta por folhas secas que o vento trouxe. O mais alto combatente possui os cabelos negros e escorridos pelo corpo, olhos castanhos e um rosto belo, esbelto e alto o jovem exaltava de músculos, muito treino para chegar a essa forma física aos dezoito anos de idade. Vestia o uniforme da escola sem nenhuma proteção, armado com a espada de aço curta, sem corte e sem ponta, não queriam matar um ao outro, apenas quebrar um nariz ou algumas costelas. Já o outro não era tão atraente, olhos verdes, nariz grande como uma batata, o rosto todo cheio de espinhas e cabelos louros bagunçados, sem corte especifico, porém era forte, não tão forte quanto seu adversário, mas bem treinado. Empunhando a espada e no braço direito um escudo de madeira redondo com o brasão de Vances.

-Vamos lá Kross, não vai pegar um escudo? – perguntou o garoto nada atraente rodeando Kross com a língua de fora e rindo o encarando com seus olhos esbugalhados.

-Não preciso de escudo, me deixa lento.

-Me subestima? Você faz isso com todos, comigo não funciona. Vou dar um jeito no seu rostinho bonito. – as garotas que assistiam soltavam gemidos de preocupação, faziam parte do fã-clube de Kross, todas lindas e com peitos enormes saltando a cada chocalhar de seus corpos.

-É o meu estilo, vamos lutar Clayter. – profanou Kross girando sua espada e olhando de relance para o enorme portão de entrada daquela arena, se os pegassem ali lutando fora dos regulamentos receberiam uma advertência, isso não seria nada agradável.

Clayter saltou sem capacete e desferiu um golpe direto com a espada, rapidamente Kross aparou levantando sua lamina e chutou seu adversário no estomago o afastando. Depois as espadas se encontraram sete vezes seguidas fazendo o som do aço brandido penetrar agudamente nos ouvidos dos espectadores deixando as garotas gemerem a cada lançar de cabelos de Kross que maestramente bloqueava e contra-atacava cada golpe recebido. O escudo de Clay não aguentou uma forte pancada da espada de Kross e arrebentou-se quase ao meio, como resposta ele veio com tudo tentar atingir o rosto do belo guerreiro, porém receberá outro chute no estomago.

-Acaba com ele Kross! – gritou Daran, seu amigo e companheiro de equipe. As garotas ajudavam no coro.

Kross girou seu corpo em um salto e com a velocidade do giro atingiu o escudo de Clay em cheio o arrebentando por completo e ferindo o antebraço do garoto, ele gritou de dor e caiu sobre os joelhos recebendo outro golpe nas costas tão forte que no exato momento deixou uma marca roxa ali e deu outro grito.

-Você morreu. – finalizou Kross com a lamina estendida apontando para o rosto de Clay. Naquele instante o garoto segurou o choro, estava vermelho como um pimentão, as garotas subiram na arena e abraçavam e beijavam Kross.

-Não teve graça, Clay mal conseguiu te acertar. – comentou Daran olhando de relance para Clayter ajoelhado e com o braço ferido entre as pernas de costas segurando as lágrimas.

-Vamos embora, ele quer chorar. – Kross falou aquilo zombando de Clay e deixou a arena com as garotas e seus admiradores.

O jovem ficou ali por segundos, depois minutos, então começou a chorar e sentir uma ardência tremenda nas costas onde fora atingido. Estava ali a dois meses e não conseguiu vencer nenhuma batalha.

-Sou feio, fraco, não consigo vencer ninguém... Não quero me tornar escudeiro, muito menos de Kross, ele sim é um guerreiro de verdade, matador de demônios e galanteador, como eu o invejo... – ele dizia em voz baixa limpando as lágrimas e soluçando.