Escola De Vampiros

Capítulo 47 - Hora de verdade


– Você vai pagar por isso... Não importa onde, e nem quando. Não sei se vou ser eu que vou ter o prazer de fazer isso... Mas alguém vai - disse fuzilando a mãe da Cah.

Ela começou a rir. Ou melhor, à gargalhar.

– Você é ridícula... - sussurrou Katy encarando a mãe da Cah.

Olhei para a Mel. Uma dor apareceu. Como eu a deixei morrer? Como não pude fazer nada? Por que a Mel?

– Minha vez? - disse olhando para a mulher.

– Mas já? - disse ela fazendo uma cara triste.

Revirei os olhos.

– Seria tão chato... Acabar com você agora! - disse ela sorrindo.

– Diga logo o que você tem pra dizer, e acabe com isso! - ordenei quase berrando.

Ela me olhou assustada.

– Olha que seus desejos podem se realizar...! - disse ela se aproximando.

– Eu conto com isso! - disse encarando seus olhos.

Ela sorriu. Um sorriso maquiavélico.

– Você quer a verdade? Então... Você terá! - disse ela se afastando.

Fiquei a fitando por alguns segundos, até que escutei alguém se aproximar.

– Pronto? - disse a Cah aparecendo.

A mãe dela apenas assentiu.

A Cah olhou para a Mel, e um sorriso tomou conta de seu rosto. Ela está feliz? Feliz? Isso mesmo, ou melhor, sua felicidade está radiante.

– Pode abrir o jogo? - perguntou a Cah olhando para a mulher.

– Deve - respondi antes de qualquer um.

A Cah ignorou minha resposta e esperou uma da "mamãe" dela, a qual apenas assentiu com a cabeça.
Hora da verdade...

– Lucy, Lucy, Lucy... - começou a Cah.

– Eu já decorei o meu nome... - disse a encarando.

Ela riu.

– Como você está vendo, eu tenho uma mãe, um pai... - disse ela andando de uma lado para o outro.

Jura?

– Minha mãe, uma pessoa que eu admiro muito - disse ela sorrindo - Tem muita fome. MUITA fome.

Fiz uma careta.

– Você não achou que essas celas estão aqui de enfeite né? - perguntou ela rindo.

– Celas... Fome... - disse pensativa.

– Sim. Minha mãe prende as pessoas aqui. Ela faz "coleção". Cada um, tem um gostinho diferente! - disse ela sorrindo.

Ela prende as pessoas aqui e se alimenta delas? Então... Então... Então a Sophia era uma de suas prisioneiras?

– Não acredito... - disse a Katy.

A mulher riu.

– Não faço isso porque gosto - disse a mãe da Cah - Faço isso porque preciso. Eu pre-ci-so de sangue humano. É uma droga. Uma vez que você prova... Nunca mais esquece... E eu não me sustento com uma só. Eu quero sempre mais. Sempre. - disse ela olhando para a Mel.

*Digerindo palavras*.

– Isso explica tudo? - perguntou a Katy.

– Não, é só um começo... - disse a Cah sorrindo estranhamente.

– Então... A Sophia, o Stevan... - disse as encarando.
– Isso - disse ela sorrindo.

– Percebi que você se apegou muito com a Sophia... Tive que fazer algumas ameaças para ela não te contar antes da hora... - disse a mãe da Cah.

– Como... Como você sabe que eu falei com a Sophia? - perguntei fitando o chão.

Ela riu.

– Eu moro aqui. Eu sinto seu cheiro. Eu escuto sua voz... Eu te observo o tempo todo... - disse a mãe da Cah me encarando.

– Então é aqui que vocês ficam? - perguntou a Katy.

– Sim - respondeu a mulher - Eu, o Crhis, os "professores"...

– Mas... Por que eu? Por que a Mel? - perguntei as encarando.

– Era uma vez... - disse a Cah rindo.

– Lucy... - disse a mulher se aproximando - Tão... Tão lerdinha... - disse ela agora passando a mão no meu rosto.

– Você não achou que ser a PRIMEIRA a expor os caninos seria normal... Não? Não achou que a primeira que conseguiu achar um veado seria normal... Não achou que a primeira a PROVAR sangue, seria normal?

– Você nunca foi normal... - disse a Cah me encarando - Por isso que sempre conseguiu fazer as coisas antes que os outros!

Eu... eu...

– Você é a escolhida Lucy! - disse a mulher fazendo uma careta - Você é a escolhida!

– Escolhida? - disse a Katy confusa.

– Escolhida para que? - perguntei incrédula.

– Para me matar - disse a mulher sorrindo - Você dará uma nova "raça" de vampiros. Uma raça mais poderosa!

*Fazendo a cara mais esquisita do mundo*.

– Vejo que não entendeu... - disse a Cah rindo.

Neguei com a cabeça.

– Lucy, meu amor! - disse a mulher sorrindo - Você seria mais poderosa que eu! Eu existo à séculos! Eu comando tudo! Você é uma revolução... Que MUDARIA tudo... Só que eu não vou deixar... - disse ela sorrindo - Não quero deixar meu "trono" tão cedo.

Revolução? Nova raça?

– Desde antigamente, existia uma pessoa, um vampiro superior aos outros que governava tudo. Eu já fui uma revolução. Você seria a próxima... Mas eu não quero que as coisas melhorem... Me entende? - perguntou ela me olhando.

– Por que você acha que eu tenho a escola? - perguntou ela revirando os olhos - Para simplesmente abrigar um bando de vampirinhos emprestáveis, mal formados, aqui? Para simplesmente os alimentar com o que há de melhor na vida? - perguntou ela revirando os olhos.

A Cah riu.

– Não. Para achar você. Eu esperei por você. Até que te achei... Por isso que mandei o Crhis te buscar, não outro alguém. Confio nele... - disse ela sorrindo.

Eu simplesmente vou ouvir...

– Só que a revolução vai parar por aqui! - disse ela animadamente - Se você for morta, não existirá mais vampiros "modernos", vampiros revolucionários! Então, eu continuo no poder! Continuo mandando nesses bandos de professores emprestáveis! Transformo os alunos, em uma máquina mortífera!

– Como sempre... - disse a mulher rindo - Todo vilão, tem seu plano maquiavélico... E o meu, é acabar com a raça dos humanos. Não será divertido um mundo só nosso? Onde podemos viver livremente, matar quando quisermos...?

Não.

– Sua jornada acaba aqui, meu amor. A escolhida, vai ser morta! - disse ela sorrindo.

–Eu tentei tomar tudo de você - disse a Cah me rodeando - Seu namorado... Seus amigos... Sua família... Mas não consegui!

Cahchorra.

– Eu não DROGUEI o Alex! - disse ela rindo como se fosse óbvio - Eu HIPNOTIZEI ele. Fiz ele me beijar... Tentei te deixar na pior... Te deixar infeliz, sem ninguém.

Raiva. O único sentimento de agora. RAIVA. Ela tentou roubar tudo de mim? O que sou eu? Uma vampira revolucionária?

– A verdade dói, não? - perguntou a Cah me encarando.

Se eu pelo menos pudesse dar um bom tapa na cara dela...!

– Eu te observei Lucy - disse a mulher sorrindo - Sei quem é sua mãe, seu pai, seu irmão... O Crhis SEMPRE soube da Mel vir dormir aqui. Você achou mesmo que nós não sentiríamos o cheiro dela? - perguntou ela rindo.

– Ingênua - completou ela.

– Você, apenas será um nome, gravado em um livro de história... "A garota que QUASE salvou o mundo" - disse a mulher rindo.

Revirei os olhos.

– Minha filha, minha princesinha. Ela vai ocupar meu lugar quando eu resolver me matar... - disse ela rindo.

A Cah sorriu.

– Você sabe como mata um vampiro Lucy? - perguntou a mulher se ajoelhando na minha frente.

– Você coloca e estaca aqui - disse ela fazendo um "X" com sua unha no lugar onde fica o coração.

– Dói. É a dor mais profunda que alguém já sentiu. Principalmente, quando você viveu por anos... Você sente algo rasgar sua pele, e depois, ferir o que nós podemos chamar de coração.

Ela olhou dentro dos meus olhos, e eu pude ver eles mudando de cor. De verde, se passou para um vermelho vivo, intenso.

– Alguma pergunta? Ou já está preparada? - perguntou ela ainda na minha frente sorrindo.