We are so young

Our lives have just begun

But already we're considering

Escape from this world

And we've waited for so long

For this moment to come

Was so anxious to be together

Together in death

Join me in Death, Him

— Se magoar você, não escreva…

— Cara, mas essa narrativa é uma excelente ideia. Eu quero escrever!

— Mas precisa escrever com pressa? Por que não deixa o rascunho pronto e termina outros projetos antes? Quando você se sentir melhor em relação a isso, você escreve!

Jayce estava certo. Por que não finalizar a obra depois? Se deixar a ideia bem guardada, ninguém simplesmente vai lá roubar.

E era uma obra inspirada em acontecimentos passados, juntamente com suas pesquisas sobre a mitologia egípcia. Havia se inspirado tanto assistindo séries e documentários, mas havia ainda uma pendência em seu coração. Não sabia sequer explicar, mas havia.

No seu tempo livre, Viktor sempre trabalhava em seus livros. Na realidade, raramente o rapaz tinha um momento livre de fato. Mesmo quando estava comendo, estava escrevendo ou lendo alguma coisa. E sempre ouvia do outro que precisava relaxar em algum momento.

Já havia um tempo que Viktor e Jayce moravam em Nova Iorque. Como dois importantes cientistas da química e da física, pelo entendimento de Viktor no mundo financeiro e pelo estranho carisma de Jayce que conquistava a muitos, Heimerdinger os mandou de Londres para trabalharem junto das grandes empresas: as possíveis inovações em grandes nomes, como Johnson & Johnson, Coca-Cola e Novartis AG.

Não havia uma inovação ou melhoria sequer que eles não pudessem pensar.

E estavam ganhando nome.

E eles queriam morar em um bom apartamento da cidade, mas para evitar pagar um aluguel muito caro, Heimerdinger sugeriu que ambos morassem juntos. Dessa forma, tanto as contas poderiam ficar mais fáceis quanto poderiam ir juntos ao trabalho.

“Para que dois táxis ou dois uber? Vão pagar pra trabalhar?”

De certa forma, foram convencidos por Heimerdinger. Realmente não tinha um “para que”. O problema é que eles sempre se odiaram. Jayce sempre dizia que Viktor era um ranzinza, mas precisava se acostumar com isso. Depois de um ano morando juntos, acabaram se acostumando a conviver um com o outro, mas até chegar a esse ponto foram discussões diversas.

Para a agonia de Viktor, não poderia mais conversar sozinho enquanto escrevia ou até mesmo enquanto andava pela casa e enquanto trabalhava, ou então Jayce escutaria o que estava pensando – o que também gerou várias brigas. Viktor sentia dificuldade de esconder sua agonia com o narcisismo de Jayce.

— Não é porque você tem muitas habilidades que você seja o gostosão e perfeito.

— Ah, vai falar que não sou a última Coca-Cola do deserto? – Jayce debocha, mas acaba não gostando da resposta.

— Normalmente, a Coca-Cola que fica por último é aquela que já está estragada. Costuma servir para pacotes de bolachas também: a última é a que está toda quebrada.

Mesmo com esses doze meses de convivência, ainda havia algumas discussões.

— Por que diabos você chamou o uber ao mesmo tempo que eu? Você é tapado?

— O que é isso? Fazendo experimentos até no meio da sala? Tem seu quarto e o escritório não, né?

Mas naquela segunda-feira, a discussão poderia alterar o relacionamento dos dois.

— Nós não vamos nos atrasar, Jayce! Eu estou em pé, não estou? Com uma bengala nova, para variar – Viktor resmungava, chateado com as várias perguntas de Jayce.

— Não é só com o trabalho ou com qualquer bengala que estou preocupado. Estou preocupado contigo. Você tem certeza que está bem?

Viktor estranhou, porque raramente Jayce falava daquela forma carinhosa com alguém. Ele se sentia melhor naquele dia, embora sua saúde fosse bizarra muitas vezes. Mesmo respondendo que sim, que estava bem, Jayce se aproximou e segurou sua mão livre. Como se isso não bastasse, Viktor sentiu um beijo sutil em seus lábios e ouviu o sussurro do outro cientista próximo ao seu ouvido, de uma maneira que achou extremamente sensual:

— Ao menos uma vez na vida, deixe de ser orgulhoso e me deixe cuidar de ti?

Foi algo inédito, que Viktor considerou difícil de responder ou saber ao certo o que pensar. Fechou os olhos por um breve momento, como se tivesse que acordar de um sonho estranho mas delicioso, e quando os abriu novamente, Jayce estava com um sorriso gentil em seus lábios. A única coisa que conseguiu fazer foi balançar a cabeça em afirmativo e segurar a mão de Jayce com mais firmeza.

Foi o bastante para Jayce ficar feliz.

No último sábado, realmente havia ficado preocupado com um desmaio de Viktor. Ele estava em pé, e a queda fez até mesmo sua bengala se partir ao meio.

Como muitos dos sábados à tarde, foi um dia mais calmo em que ficaram em casa, sem toda aquela loucura com as empresas, entretanto mesmo nesses dias a saúde do cientista pode falhar. Viktor já estava em seu intenso tratamento, que o próprio Heimerdinger gostava de conferir de perto, às vezes, mas era um tratamento com medicamentos fortes demais.

Quando Jayce carregou o outro rapaz em seu colo, o deitou no sofá e chamou uma ambulância que reparou: ele amava poder olhar para o cientista todos os dias e poder atentá-lo várias vezes. Amava ouvir suas reclamações também. Quando isso começou?

E quando isso começou foi uma pergunta de Viktor, naquela mesma segunda-feira, após o trabalho. Estavam na sala de seu apartamento, e as perguntas na mente dele não cessavam. Quando aquela preocupação começou, se ele mesmo começava várias das discussões com Jayce?

— Eu não sei, Viktor. Eu só sei que meu coração apertou, vendo você precisar ir ao hospital… sendo carregado pela ambulância…

— Não precisava disso tudo, Jayce… até ambulância?

— Não precisava? – Ao perguntar, ele já estava se aproximando novamente de Viktor e colocando as duas mãos em seu rosto. Aquele toque de preocupação, mas ao mesmo tempo carinhoso. – Em todo esse tempo morando aqui contigo, vi sua saúde fraquejar várias vezes, mas não ao ponto de desmaiar e ter convulsões.

— Me desculpe… Eu já tive isso antes, achei que você já soubesse… Pelo Heimerdinger, talvez…

— Não precisa se desculpar… Você está melhor, realmente?

— Estou!

Ao responder, Viktor deixou sua bengala de lado, levou as suas mãos à cintura de Jayce e o puxou para próximo de si. Sentiu os lábios do outro tocando os seus novamente, e dessa vez retribuiu, não deixando ficar apenas naquele selar rápido, mas aprofundando em um beijo intenso, com as línguas dos dois se entrelaçando.

A única coisa que Viktor nunca conseguia negar para si próprio era que sempre amava aquele cheiro delicioso de Jayce, principalmente quando estava usando seus perfumes amadeirados e que o faziam ficar incrivelmente sexy. Agora, não poderia negar que amava aquele beijo e que queria muitos outros ainda, para sentir aquele sabor delicioso.

Ah! Viktor fez toda a questão que o beijo fosse demorado.

Quando o outro afastou o beijo, deu um sorriso tão lindo e malicioso que fez Viktor arrepiar. Continuou segurando a cintura de Jayce, desejando que o mesmo não se afastasse, enquanto sentia as mãos do mesmo passeando pelo seu corpo, em várias carícias deliciosas. Não demorou para que Jayce o beijasse novamente, e em suas carícias começou a subir a camisa de Viktor.

Jayce logo interrompeu o beijo, não para ver quem ligava em seu celular, mas para tirar aquela peça de roupa e observar o corpo do rapaz de maneira maliciosa.

— Nossa… Você é todo apetitoso, Viktor… – o mesmo tom de voz sedutor, justamente o tom de voz que Viktor gostaria de ouvir muito mais vezes.

E antes de pensar em qualquer resposta, Viktor ouviu novamente o celular de Jayce.

— Não vai olhar quem é?

E Jayce até deu um suspiro, triste. Pegou o celular, mas não era a ligação de nenhum número conhecido. Nem mesmo as chamadas perdidas – perdidas propositalmente. Então, ele simplesmente jogou o celular no sofá da sala, passou o braço pela cintura do outro rapaz e o puxou novamente para si. Não conseguia disfarçar sua excitação, após aqueles beijos e sentindo o corpo de Viktor junto ao seu. Deu uma leve mordida no pescoço de Viktor e sussurrou:

— Me diz… qual cama é a maior?

— Acredito que seja a minha. A mais resistente também… Me diz agora, por que não me fode a noite inteira, Jayce? Esse pau delicioso seu já está duro e eu quero sentir dentro de mim.

Não demorou para Jayce obedecer. Era como um estranho clichê de inimigos para amantes, com uma estranha paixão que demorou a surgir. E naquela noite, nenhum dos dois segurou o seu desejo. E nenhum dos dois assumiria, mas foi uma das melhores segundas-feiras que eles já tiveram em suas vidas: fazendo sexo e bebendo um pouco de vinho.

E daí se chegaram detonados no trabalho, na terça-feira?

Jayce apenas evitou marcar o corpo de Viktor com suas mordidas, para não ficar ainda mais estranho posteriormente. Mesmo cuidado que tomou em várias noites. Pelos próximos seis meses, era extremamente comum Jayce preferir a cama de Viktor.

— Sabe, Viktor… sua cama parece mais macia que a minha…

Viktor ria muita das vezes em que ouvia essa frase, e sempre ficava excitado com a voz sedutora do outro. E Jayce amava essa excitação: era delicioso se sentir desejado daquela forma, algo que nunca aconteceu tão intensamente antes, e era ótimo para facilitar um boquete. Amava chupá-lo, da mesma forma que amava espalhar mordidas em seu corpo e foder sua bunda.

— Sabe, Viktor… a melhor coisa é poder foder a bundinha gostosa do homem mais gostoso e mais inteligente que conheço. Eu só gostaria que você me assumisse que sou a última Coca-Cola do deserto.

— O problema é que, mesmo eu dizendo que a última Coca-Cola já estaria ruim, sem gás e quente, ou que a última bolacha do pacote é a mais quebrada… Você ama se afirmar dessa forma, quando você seria a Coca-Cola mais gostosa de algum freezer por aí. Eu gosto de ti, Jayce, e sempre vou querer você aqui comigo. Eu sempre vou querer ser sua putinha na cama…

— Só na cama?

— Como assim?

— Eu quero sempre você como minha putinha na cama, mas também sempre como meu amigo de trabalho. Eu desejo você. Você é muito lindo para eu não passar o dia te olhando. Será que é possível?

— Espero que seja, mesmo após o nosso contrato em Nova Iorque acabar…

E depois de 1 ano e 8 meses, os dois voltaram para Londres. 8 meses juntos, e muitas vezes Viktor ainda se sentia inseguro em relação a Jayce. Ele era sempre formidável e todos gostavam deles, seja nos Estados Unidos seja na Europa. Para ele preferir outra pessoa, custaria? Para ele voltar para os braços de Mel, custaria?

Se Viktor falasse para as pessoas que ambos estão comprometidos, Jayce aceitaria?

Foi a pergunta que mais martelou na cabeça de Viktor, enquanto voltavam para a Europa. Quando chegou em seu antigo lar em Londres, sentiu-se estranho por Jayce não estar mais ali, morando com ele. Seria precipitado pedir para que voltassem a morar juntos? Já moraram quase 2 anos juntos, mesmo. Isso afetaria em nada o ciclo social de Viktor, já que ele tinha poucos amigos, mas e esse ciclo social de Jayce?

Rapidamente, Heimerdinger chamou os dois cientistas para trabalharem novamente com ele. Afinal, Heimerdinger é um respeitado acadêmico e, naquele período, era o reitor de uma das mais importantes universidades do país. Ele desejava pessoas talentosas trabalhando com ele, principalmente nos laboratórios de pesquisa.

Viktor sentiu-se satisfeito por algum tempo, até que naquela segunda-feira de volta ao trabalho com Heimerdinger, ele viu Mel ainda por ali. E achou estranho, pois antigamente ela não o evitava daquela forma. Quando o olhava, era com ódio. E quando não era o ódio de Mel, era uma estranha tensão de Jayce. Embora o rapaz tenha falado que estava feliz de que iriam continuar a trabalhar juntos, Viktor ainda estava inseguro.

No final do dia, Heimerdinger chamou Viktor em particular.

— Mel disse que irá embora de Londres. Ela disse que não aguentaria ficar na mesma região que você, por ter roubado o amor da vida dela. Eu pensei que você odiasse Jayce…

— Odiava, mas me apaixonei por ele depois de um bom tempo morando junto com ele. Nunca comentei com ninguém até por insegurança…

— Insegurança de que? Vocês ainda estavam em Londres quando Jayce me contou que vocês estavam juntos. Ele realmente ama você. E toda a confusão aqui foi porque Mel não aceitou levar o fora.

Ok! Viktor assumiu que não sabia ao certo o que dizer. Ouviu do mais velho que deveria parar de ser inseguro e que estava liberado para ir para casa. Quando chegou em casa, havia outro vazio em seu peito. Sabia que era amado, mas seu grande amor não estava ali. Deixou a bengala perto da porta da sala, sentou-se no sofá e tentou ligar no celular de seu amado, mas não foi atendido. Insistiu apenas mais uma vez e desistiu.

Ligou a TV, deixando em algum filme de ação qualquer, tirou seus sapatos e qualquer acessório desconfortável, deixando ali no chão enquanto olhava o filme. Era a primeira vez em anos que faria algo tão medíocre quanto ficar parado na frente da TV, onde ficou até o final daquele filme e até ouvir a campainha.

Quando olhou pelo olho mágico, era Jayce. Rapidamente abriu a porta.

— Eu tentei te ligar…

— Me perdoe. O som do celular estragou. E… bom, eu quis te visitar, se isso não te incomoda…

— E por que o homem que eu gosto me incomodaria?

Viktor o puxou para um abraço forte. Queria gritar ao mundo que Jayce agora era dele, apenas dele. Hesitou, mas ao menos conseguiu dizer que já era estranho morar sozinho, sem Jayce por perto.

— Então saia desse bairrozinho que você mora e venha morar comigo. Eu falava sério, amado. Uma vida de aventuras é legal, onde eu possa sair por aí com a Vi e a Jinx para aprontar várias, mas não faz muito sentido mais. Não se eu não tiver seus braços para voltar, durante as noites. Eu preciso dos seus beijos. Eu preciso dizer para elas que não posso ficar mais tanto tempo aprontando algo, porque tenho um marido me esperando em casa. É muito bom o olhar das pessoas, enquanto observam tudo o que faço e tudo o que falo, mas melhor ainda é ouvir você dizendo que gosta de mim… Eu quero uma vida clichê contigo. Seria possível?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.