O tempo passou rápido e, logo, nos separamos de novo. Ele viajou para a Coréia e estava competindo o torneio FFI. Ele iria jogar contra Inazuma Japan para competir pela vaga no mundial. Fiquei sabendo que ele perdeu. Achei que depois disso ele voltaria pra Inazuma. Que nada, só ilusão... Ele continuou lá na Coréia. Depois de oito anos fiquei sabendo que ele voltaria pro Japão, mas não sabia se ele voltaria pra Inazuma. Preferi não guardar esperanças...

Ah, nesses oito anos, as coisas mudaram muito! Eu tenho 22 anos, o futebol começou a ser controlado por um lugar chamado quinto setor e trabalho de espiã para a resistência contra o quinto setor. Meu trabalho atualmente é muito perigoso. Ás vezes tenho medo de ir pra lá, mas... Tudo pelo bem do futebol! Endou, Kido e os outros estão contando comigo! Mas... Estou com um mau pressentimento... Alguma coisa vai acontecer enquanto eu estiver aqui... Não estou mais segura se eu quero continuar com isso ou não... Mexendo nos arquivos secretos do quinto setor, descobri que Aphrodi agora é técnico da escola Kidokawa Seishuu... Bom saber disso! É sinal que ele voltou pra Inazuma! Fiquei tão feliz quando li aquilo, que nem percebi uma figura masculina atrás de mim.


– O que está fazendo nos meus arquivos? Um homem alto, de cabelos rosados olhava pra mim profundamente.

– E-eu... Vim buscar uma papelada para o Ishido-san! Falei a primeira coisa que me veio à mente.

– Aqui só eu entro, mais ninguém... Você já deveria saber disso Harumi-chan... O homem começou a aproximar-se de mim.

– O-o que vai fazer? Desculpe-me, não entro mais aqui! Falei desesperada e com as batidas do meu coração descompassadas.

– Não vou bater em você, até porque eu não bato em mulher... Ele agora estava com seu corpo próximo ao meu.

– Me solte! Eu vou começar a gritar! Falei meio alto.

– Pode gritar, todos nesse lugar me obedecem e outra, eu tranquei a porta... Ele agora estava a milímetros de distância de mim.

– Por que faz isso? Por que controla o futebol? Eu tentava ao máximo me afastar, mas tudo o que consegui foi escorar na mesa.

– Você já sabe minha história, já contei ela pra você... Ele falava em meu ouvido, sussurrando. Notei que ele encarava a ficha que estava em minha mão.

– Você já contou mas... Ainda não entendi o motivo... Pra quê controlar o futebol só por causa da infância que teve? Ele olhava fixamente para a ficha em minhas mãos.

– Afuro Terumi? Veio aqui só para pegar essa ficha? Ele começou a me interrogar.

– N-não! É que... É que... Droga, não tenho mais argumentos, e agora, o que eu faço?

– Você acha que eu não sei que você é espiã da resistência? Ele me encarava fundo nos olhos.

– C-c-como você sabe? Ninguém aqui desconfiou de nada! Agora ele segurava meus pulsos erguendo-os e continuava me encarando.

– Bom, desconfiei porque em primeiro lugar, vivia sumindo papéis importantes da minha mesa e em segundo lugar, sempre vejo você com o celular na mão gravando tudo o que acontece aqui dentro... Isso já não é o suficiente para tirar conclusões Mizu-chan? Eu o encarei assustada agora. Na vida inteira, quem sempre me chamou de Mizu-chan foi o Aphrodi.

– M-Mizu-chan? C-como sabe... Mal acabei de falar e ele colocou o indicador em meus lábios.

– Eu sei por que investiguei sua vida toda já, infelizmente não achei nada que possa te chantagear... Ele agora se aproximava mais de mim.

– Já falei pra me soltar! Droga! Eu estava desesperada. Meus olhos estavam arregalados de medo e eu não tinha como fugir.


Ele começou a beijar meu pescoço. Que homem atrevido! E agora, o que eu faço? Preciso de ajuda! Por sorte minha, solicitaram a presença do líder em uma reunião urgente. Por azar meu é que ele trancou a sala dele comigo dentro. E agora, o que eu faço? Já sei! Vou ligar para alguém! Olhei de relance para a ficha de Aphrodi e, por sorte minha, lá estava escrito o número de celular dele. Peguei rapidamente meu celular e liguei para ele.


– Alô, quem fala? Ouvi sua voz do outro lado da linha.

– Alô, aqui quem fala é a Harumi! Sei que já faz muito tempo mas... Fui interrompida.

– Mizu-chan? Aphrodi parecia não acreditar.

– Isso! Olha, é urgente, eu preciso de sua ajuda! Estou presa na sala do líder do quinto setor! Falei rapidamente.

– Na sala do Ishido? Aphrodi perguntou.

– Não, na sala de Seiguji! Ele me prendeu aqui! Falei, vendo a maçaneta da porta se mexer.

– Seiguji? Ah, o cara que fica junto com o Ishido...

– Isso, vem logo aqui me ajudar! Droga, ele chegou...


Ele me viu com o celular na mão, e agora? O que eu faço? De novo eu to encrencada... Por que as coisas só acontecem comigo? Por que? Não deu tempo de desligar o celular. O homem aproximou-se de mim, tomou o celular da minha mão e o jogou num canto da sala. Logo, ele estava do mesmo jeito que estava quando foi interrompido. Droga, por que ele quer ficar tão perto assim de mim? Sai fora pô!


– Pra quem você estava ligando? Ele falava entre um beijo e outro no meu pescoço.

– N-não te interessa! Falei brava.

– Não é? Ele tinha um sorriso estranho no rosto e logo começou a mordiscar meu pescoço.

– Ai! Para com isso! Dói sabia? Falei. Estava realmente doendo. Ele mordia cada vez mais forte.

– Dói é? Não estou sentindo... E outra... Acho que vou deixar você trancada aqui... Quero sentir esse cheiro doce de pêssego todos os dias... Ele continuava a beijar e a mordiscar meu pescoço.

– SOCORRO! Gritei, eu sei que foi em vão, mas não custava nada tentar.

– Ninguém vai te ouvir! Ele falava.

– Será? Por que eu ouvi muito bem... Fiquei aliviada em ouvir essa voz.

– Quem está aí? Eu jurava que tinha fechado a porta... O homem virou em direção a porta, ainda me segurando pelos pulsos.

– Mizu-chan, você está bem? Um homem loiro de cabelos compridos e as pontas dos mesmos de cor azul presos em um rabo de cavalo caminhava até nós.

– A-A-Aphrodi... É você mesmo? Olhei pra ele impressionada, ele estava mais lindo, mais alto, mais tudo!

– Sim Mizu-chan, sou eu... Ele me puxou dos braços de Seiguji e me envolveu pela cintura.

– ... Fiquei quieta. Não tinha reação. A única coisa que consegui fazer foi corar até não poder mais. Ele me abraçou com um braço e o outro ele usou para abrir a porta.

– Acha que vai sair assim Afuro Terumi? O homem de cabelos rosados falou jogando um livro na cabeça de Aphrodi.

– Você ta louco? Soltei-me dos braços de Aphrodi e fui discutir com o verdadeiro seitei. Aphrodi estava com o canto da cabeça sangrando.

– Deixa Mizu-chan, isso eu resolvo... Aphrodi pegou o livro e jogou no seitei com mais força.

– Aphrodi! Pagar com a mesma moeda? Você ta louco também? Eu estava indignada, pareciam dois moleques brigando!

– Só devolvi o livro pra ele, agora vamos, antes que os capangas dele venham atrás de nós... Ele foi em minha direção e me pegou pela mão.


Logo estávamos correndo feito loucos para fugir daquele lugar. O único lugar seguro seria o esconderijo. E parece que Aphrodi sabia disso, pois foi correndo para lá. Ele tirou as folhas da entrada rapidamente e me puxou lá pra dentro. Colocou as folhas no lugar de novo e sentou-se ao meu lado. Estávamos cansados. Nunca corri tanto na minha vida. Quando recuperou o ar, ele começou a encarar meu pescoço.


– Maldito... Ele resmungou.

– O que foi? O que tem no meu pescoço que você não para de olhar? Eu comecei a ficar preocupada.

– Ele te mordeu... E parece que foram várias vezes... Ele aproximou sua mão no meu pescoço e começou a acaricia-lo.

– É, ele me mordeu sim mas... Ficou muito marcado? Agora eu estava desesperada... Meu pescoço estava todo marcado, com certeza.

– Ficou muito... Ele deve ter te mordido com força... Ele continuava com a mão em meu pescoço.

– Droga... Isso vai demorar pra sair agora... Baixei minha cabeça. Não queria ter sido marcada por ele.

– Vamos para Kidokawa, lá eu faço um curativo no seu pescoço... Ele se levantou e ficou de pé no meu lado.

– Agora? Vamos ficar mais um pouco... Falei, olhando para a árvore que Aphrodi tinha marcado quando éramos pequenos.

– Faz tempo né? Está até meio estragado já... Ele falava com a voz melancólica.

– Pois é... Eu não parava de olhar a árvore.

– Bom, vou reforçar então! Ele pegou uma pedra na mão e começou a riscar na mesma árvore, só que um pouco mais pra cima da antiga marcação.


Eu o encarava enquanto ele marcava a árvore. Não dava para ver direito porque ele estava na frente. Mas, quando ele terminou e afastou-se da árvore, minhas bochechas coraram. Na árvore estava marcado: um coração e as iniciais A. T and M. H no centro.


– P-por que um coração? Falei corada.

– É que... Faz tempo que eu queria fazer isso... Desde os quinze anos... Só não fiz porque fui lento demais para perceber o que sentia por você... Ele foi se aproximando de mim.

– C-como assim? Não estava entendendo.

– Simples... Só me dei conta de que te amava depois que fui pra Coréia... Ele continuava andando em minha direção. Eu fui andando para trás. Estava chocada com a revelação de meu amigo. Meu melhor amigo.

– V-você me amava? Agora minhas bochechas estavam mais quentes que antes.


O espaço que eu tinha para ir pra trás acabou. Logo eu estava encostada na parede coberta de folhas verdes. Ele chegou mais perto de mim e, quando fui tentar escapar, ele colocou uma mão sobre a parede, me impedindo de sair de perto dele. Nossos corpos estavam muito próximos. Eu sentia a respiração dele misturar-se à minha.


– Na verdade... Sempre te amei Mizu-chan... Só não tinha coragem de acabar com nossa amizade... Não sabia se você sentia o mesmo por mim... Ele sussurrava em meu ouvido. Aquilo me deu um arrepio.

– ... Não conseguia falar nada, não conseguia fazer nada.

– Tive coragem de voltar da Coréia só agora porque tenho certeza que te amo de verdade... Fiquei esses anos todos lá para amadurecer... Para não te decepcionar... Ele me encarava no fundo dos olhos.

– Poxa... Não precisava sumir assim não é Aphrodi? Senti tanta sua falta... Você podia ter voltado pro Japão e amadurecido aqui, não acha? Agora eu tinha lágrimas nos olhos. Ele nem imagina o quanto eu sofri com a ausência dele.

– Eu precisava ficar longe de você! Senão, iria acabar fazendo alguma besteira! E eu não queria isso... Na verdade, eu quero me casar com você... Ele disse.

– O-o-o que? Casar comigo? Eu to achando que fiquei surda... É isso mesmo que eu ouvi dele?

– Isso mesmo... Mas, quero fazer tudo certo. Primeiro vamos namorar, se você quiser... Se você sentir a mesma coisa por mim... Depois vamos nos casar... Ele continuava me encarando e me prendendo contra a parede.

– Aphrodi... Eu não sabia o que falar. Eu também o amava, mas isso foi repentino demais. Eu estava assustada ainda.

– Não precisa me responder agora... Mas... Só não quero que fique perto daquele pervertido mais, ok? Agora ele me abraçava pela cintura.

– T-ta bom... Eu retribui o abraço.

– Vamos para Kidokawa? Temos que ver esse estrago que ele fez no seu pescoço... Ele pegou minha mão e me guiou para fora do esconderijo.


No caminho não tivemos problemas. Parece que o homem desistiu de nos procurar. Chegamos a Kidokawa rapidinho. Logo estávamos na sala onde o time ficava. Aphrodi tinha ido pegar uma caixa de primeiros socorros. Os meninos não paravam de me olhar. Droga, não gosto que fiquem me encarando...


– O que aconteceu com seu pescoço? Um menininho baixinho me perguntou.

– Ãããn... Não sabia o que responder... E agora?

– Isso tem cara de mordida! Foi o técnico que fez isso? Um menino, mais alto que o primeiro, de cabelos castanhos perguntou.

– N-n-não! Aphrodi só me ajudou a escapar! Naquele momento, senti minhas bochechas esquentarem de novo.

– Não fiquem perturbando ela! E daí que o técnico deu umas mordidas nela? O que temos haver com isso? Um menino de cabelo azul falava bravo com o outro.

– N-n-não é nada disso! Não foi ele que fez isso! Eu estava começando a ficar desesperada.

– Parem com isso vocês três! Fiquei aliviada em ver Aphrodi entrando na sala.

– E então técnico? Conta pra gente como foi fazer isso no pescoço dela! O menino alto de cabelos castanhos falou.

– Sosuke, não fui eu que fiz isso... Ela foi marcada por outro cara... Aphrodi tinha uma expressão de raiva em seu rosto.

– Ixi, outro homem pegou sua mulher? O menino continuava falando.

– Ela... Não é minha... Eu o interrompi.

– Sou Mizumi Harumi, namorada de Aphrodi! E antes que pensem que sou sem vergonha, eu entrei na sala do cara que me agarrou para investigar algumas coisas para o líder da resistência! Falei de braços cruzados. Aphrodi me encarava sem reação.

– Minha... Namorada? Ele parecia confuso.

– Sim, sim... Estive pensando o caminho inteiro na sua proposta e... Resolvi aceita-la... Agora eu o encarava corada.

– Bom time, não temos nada para ver aqui! Vamos treinar um pouco! O menino de cabelos azuis falou.

– Claro que temos! Eu quero ver o técnico pegando a... O menino de cabelos castanhos foi interrompido pelo de cabelos azuis, que o encarava mortalmente.

– Vamos, temos que ir treinar...

– Ta bom, ta bom... O outro respondeu, vencido.


Quando o time saiu, ficamos só eu e Aphrodi. Este se sentou ao meu lado. Acho que ele não estava acreditando no que eu falei... Pois ainda tinha uma cara assustada com o que ouviu.


– Aphrodi, o que eu falei é sério... Eu também te amo... Só não te dei a resposta antes porque estava assustada ainda... Eu falei, pousando minha mão na mão dele.

– Entendo... Então... Aceita mesmo namorar comigo?

– Aceito sim...


Mal acabei de falar e ele já tinha me abraçado pela cintura e me puxado pra mais perto. Com isso, nos aproximamos cada vez mais e selamos nossos lábios. Foi um beijo longo e apaixonado. Tive a sensação de que ele estava querendo isso há tempos. Separamo-nos por falta de ar. Ele ainda me abraçava e começou a beijar meu pescoço. Acho que ele esqueceu que meu pescoço estava machucado e doendo. Tentei ao máximo não soltar nenhum ruído, mas acabei gemendo. Então, ele parou e me encarou.


– O que foi Mizu-chan?

– Meu pescoço ainda ta machucado Aphrodi, esqueceu?

– Desculpe-me! Vamos tratar disso... Ele pegou um frasquinho e despejou o líquido em um paninho, depois disso, passou em meu pescoço. Depois pegou uma atadura e enrolou no meu pescoço.

– Obrigada... Acho que vou ficar com isso um bom tempo... Falei desanimada.

– Não vai não! Eu quero sentir o cheiro de pêssego do seu pescoço! Aphrodi parecia uma criança agora.

– M-mas... Dá pra sentir... Falei meio corada.

– Quero sentir o cheiro e sentir sua pele também... Ele falou aproximando-se da parte livre do meu pescoço.

– A-A-Aphrodi... Vamos ver o time treinar? Tentei me afastar dele, mas foi em vão. Ele segurou meu pulso e estava inclinando meu corpo para trás. Logo eu estava deitada no banco e ele em cima de mim.