Entre gloxínias e amores-perfeitos
Adorável
— Encantadora, eu? — perguntou Júlia, torcendo água do próprio cabelo. A chuva ainda caía pesadamente. — De nós duas, a mais encantadora é você.
— A mais desastrada, isso sim. Viu como eu quase caí num bueiro lá atrás?
— Eu te segurei. E não quer dizer nada, você continua encantadora. Fofa. Adorável. Chame como quiser.
— Pamonha... — retrucou Prímula. Júlia riu.
— Viu? É isso.
— Eu me chamar de "pamonha" é encantador?
— É adorável.
— Tem mais alguma esquisitice minha que você acha adorável?
— Adoro suas palavras difíceis, tipo "estroinice".
— Eu nunca disse essa.
— Ainda bem. Quando você fala difícil, eu tenho vontade de te beijar.
— Quê?
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