Entre beijos e paixões

Tretas por culpa do vilão anônimo... O mistério está para acabar


No pátio...

Duda ensaiava o texto do trabalho em dupla com Marian, este contava os minutos para que aquele ensaio acabasse logo, para que voltasse a encontrar Pata.

– Duda! – Exclamava Marian pela terceira vez.

– O que foi? – Perguntou o garoto.

– Você tá ensaiando sem vontade! – Afirmou a garota. – Olha a parte onde o repórter assume ser fã da celebridade tem que ser feita com mais realismo... – Explicou Marian.

– Tá, tanto faz... – Respondeu Duda sem dar importância.

– Qual é Duda, tem algo te incomodando? – Perguntou Marian.

– Bom... Pra ser sincero, eu queria tá com a Pata e não aqui ensaiando essa droga texto com você. – Respondeu Duda seriamente, fazendo Marian arregalar os olhos com tanta sinceridade.

– Poxa Duda, valeu por isso... – Disse a garota magoada.

– Você perguntou e eu respondi. Agora licença, vou procurar a Pata. – Concluiu o garoto. Porém quando este deu meia volta para procurar Pata, Marian o puxou pelo braço e o surpreendeu com um beijo, antes que o garoto pudesse evitar. Nessa hora foi possível ouvir um "click" como se alguém tivesse fotografado o momento. – Qual é garota? Você tá louca? – Perguntou o garoto.

– Tô louca por você Duda! – Exclamou Marian, indo pra cima do garoto pela segunda vez, porém desta vez Duda conseguiu desviar-se e a afastou, saindo do pátio em seguida. – Droga! – Exclamou Marian, furiosa.

Na cozinha...

Mosca e Bia faziam o trabalho.

– Então tá decidido, vamos interpretar uma psicóloga e um paciente problemático! – Resolveu Bia.

– Fechou! – Concordou Mosca.

– Ok, então vamos fazer disso, você que é bom em redação, vai fazer o perfil de um personagem problemático, eu que sou boa com diálogos crio todas as falas, a partir do perfil do seu personagem. – Concluiu Bia.

– Tá, pode ser. – Respondeu Mosca distraído.

– Mosca você nem tá prestando atenção. – Notou Bia.

– Desculpa Bia, mas não se preocupa, eu ouvi tudo que você disse. – Disse Mosca.

– Cê ainda tá mexido por causa da foto da Mili, né? – Perguntou Bia.

– Pra falar a verdade sim... – Respondeu Mosca.

– E você vai falar com ela sobre isso? – Perguntou Bia.

– Não, eu acho que eu nem tenho razão pra questionar a Mili, depois de tudo que eu fiz, né? – Disse Mosca.

– Verdade, não tem mesmo. – Concordou Bia, fazendo Mosca a encarar com cara de tacho. – Que foi? Não era pra concordar? – Perguntou.

– Deixa pra lá! – Concluiu Mosca. De repente Pata entrou na cozinha.

– Pata que bom que... – De repente Bia foi interrompida pelo olhar cortante de Mosca.

– Você queria me dizer alguma coisa Bia? – Perguntou Pata.

– S-sim, que bom que você apareceu na cozinha, porque... P-porque...

– Porque o quê Bia? – Perguntou Pata.

– Tá, pode falar vai... – Permitiu Mosca.

– Você lembra do lance da foto que enviaram pro Binho, né? – Perguntou Bia.

– Claro que lembro! – Respondeu Pata.

– Pois é, eu acho que tem alguém espiando agente... – Disse Bia.

– Porque, mandaram mas alguma foto pro Binho? – Perguntou Pata.

– Não exatamente... – Disse Bia.

– Conta logo Bia, tá me deixando curiosa! – Pediu Pata. Logo Mosca pegou o celular e mostrou a foto para Pata.

– Me mandaram essa foto hoje mais cedo. – Disse Mostrando a foto. Pata ficou surpresa.

– N-nossa, é a Mili! – Exclamou. – Bem que ela falou que o garoto era bonito, da pra perceber até de costas... – Murmurou.

– Quem é bonito Pata? – Perguntou Duda chegando de surpresa.

– Ah! Nada. Era só a foto de um ator aí... – Disfarçou Pata.

– Sei... – Disse Duda rindo. – Me mostra logo essa foto Pata! – Pediu Duda.

– Deixa disso Duda, ela ta falando a verdade, é só a foto de um ator. – Mentiu Bia. Ninguém podia arriscar que mais alguém visse a foto.

– Tá e eu vou acreditar? – Perguntou Duda. – Dá aqui Patinha. – Pediu mais uma vez.

– Para Duda, não é nada demais. – Disse a garota rindo. De repente seu celular vibrou, Pata havia recebido uma mensagem.

– Xi, isso não um bom sinal... – Preveniu Mosca.

– Eu recebi uma imagem... – Disse Pata. Mosca e Bia se entreolharam tensos. – Logo Pata abriu a mensagem, e ficou horrorizada com a foto.

– O que foi Pata? – Perguntou Duda curioso. Nessa hora Pata o encarou com nojo, lhe dando um tapa com toda força no meio da face. Em seguida a garota saiu correndo deixando o celular para trás, encima da mesa. Logo viram que se tratava de uma foto onde Duda e Marian se beijavam.

– Você brincou com a minha irmã, seu otário! – Gritou Mosca levantando-se.

– C-calma Mosca! – Pediu Bia.

– M-Mosca, eu p-posso explicar. – Disse Duda com voz tremula. Porém Mosca não lhe deu ouvidos e foi tomado pela ira, socando Duda no rosto, este caiu no chão.

– Você vai pagar caro por ter machucado minha irmã! Seu infeliz! – Gritou Mosca.

– Mosca sai de perto dele por favor! – Pediu Bia, tentando puxar Mosca, porém Mosca continuava agredindo Duda, que tentava se defender. Duda conseguiu golpear Mosca, porém foi atingido três vezes mais forte. De repente todos estavam na cozinha.

– Mosca! Para! – Pediu Mili.

– Ele mexeu com a minha irmã, ele precisa morrer! – Gritou Mosca.

– Mosca, não por favor... – Pediu Pata que chorava no canto da porta. Logo Chico chegou com Rafa, e os dois apartaram a briga.

– Seu louco! – Gritou Duda que estava sendo segurado por Rafa.

– Você me paga, seu mauricinho de merda! – Gritava Mosca.

– Parem com isso já! Violência não leva a nada! – Gritou Chico alterado, este segurava Mosca, que ainda tentava ir para cima de Duda. – Mosca! Você vai se aclamar ou não? – Perguntou Chico.

– Vou, eu não vou mais bater nesse idiota! Me solta por favor chico! – Disse Mosca aos berros. Logo Carol apareceu na cozinha acompanhada de Júnior.

– O que tá acontecendo aqui?! – Perguntou pasma ao ver a situação. Duda tinha sangue escorrendo do nariz e Mosca dos lábios.

– Crianças por favor se retirem. – Pediu Júnior direcionando-se aos demais que observavam tudo. Além dos dois briguentos, e dos adultos, ficaram, Rafa, Mili, Bia e Pata na cozinha.

– Eu tinha saído pra comprar umas frutas e quando eu cheguei eles já estavam brigando Carol. – Avisou Chico.

– E qual o foi o motivo dessa briga gente? – Perguntou Carol desesperada. Logo Bia se prontificou a pegar os dois celulares.

– A resposta está aqui Carol. – Respondeu Bia Mostrando a duas fotos. Carol as observou e logo entendeu. – Tá explicado. – Disse Carol.

– O que, o que tem aí? – Perguntou Mili, pegando um dos celulares, esta ao dar de cara com sua foto beijando Juca, encarou Mosca sem jeito.

– Tem alguém enviando fotos comprometedoras da gente pra causar confusão Carol, alguém que agente não faz ideia de quem seja. E o motivo da briga dos dois foi uma dessas fotos. O Duda tá namorando a Pata, e hoje mesmo enviaram essa foto dele beijando a Marian. – Explicou Bia. – O que significa que a pessoa é daqui do orfanato! – Deduziu.

– Bom, primeiramente não era nem pra vocês estarem se preocupando com isso, porque vocês não estão na idade de namoro. Então, tudo que eu tenho a dizer, é que vocês se resolvam sem violência e cheguem a uma conclusão. Porque violência não leva a nada. – Disse Carol, sem argumentos novos. – E quanto a essas fotos, eu não posso fazer nada a respeito... – Concluiu. Logo esta saiu acompanhada de Júnior, que convenceu Duda à acompanha-los. Estes foram para a mansão Almeida Campos.

Alguns minutos depois...

Mosca estava sentado na entrada do orfanato, pensativo. Este mais uma vez havia se deixado levar pela ira, e agido errado novamente. Era nessa horas que todos os seus erros voltavam à sua cabeça e nesse momento se podia ouvir lá no fundo de seus pensamentos um sussurro que o acusava mais uma vez. "Monstro, você é um monstro...". Então, este involuntariamente direcionou o olhar ao portão do orfanato, então notou alguém familiar passando rapidamente pela calçada, aquela tal cigana novamente. Assim, Mosca resolveu ir até ao portão, e gritou a chamando, porém ao chegar lá, a mulher já havia sumido.

– Mosca... – Chamou alguém por detrás do mesmo, o assustando.

– Oi... – Atendeu Mosca, ao notar que era Mili.

– Você tá melhor? – Perguntou Mili.

– Não. – Respondeu Mosca.

– A Pata tá chorando lá encima até agora... Você não quer ir lá conversar com ela? – Perguntou Mili.

– Ela não vai querer falar comigo. – Afirmou Mosca.

– Ela só tá confusa, com todos aqueles problemas. – Disse Mili. – Acho que ela não tá mais com raiva de você. – Completou.

– Mesmo assim, não estou bem para falar com ela agora... – Disse Mosca.

– Entendo... – Concluiu Mili. – Bom, eu vou lá ficar com a Pata... – Disse Mili direcionando-se a porta.

– Espera Mili! – Exclamou Mosca fazendo a garota se virar rapidamente. – Tem alguma coisa que você queira me dizer? – Perguntou.

– Não... – Mentiu Mili. – E você? – Perguntou.

– Também não. – Mentiu Mosca. Logo Mili direcionou-se a porta, entrando no orfanato.

No corredor do quarto dos meninos...

Bia e Binho conversavam sentados no chão.

– O pior é que ninguém faz ideia de quem está por trás disso tudo! Se pelo menos tivesse uma pista de quem seja! – Dizia Bia, ainda preocupada com quem enviava as fotos.

– Ai Bia, quando você vai parar pelo menos um segundo de ficar lembrando desses problemas? Que coisa! – Reclamou Binho.

– Ai gatinho foi mau, é que você sabe que eu tenho espírito investigativo! – Disse Bia sorrindo.

– Sim eu percebi desde que coloquei os pés nesse orfanato... – Disse Binho de cara emburrada.

– Ah, deixa disso, vem cá seu bobo! – Exclamou Bia puxando Binho para um beijo.

– Agora sim, bem melhor. – Disse Binho sorrindo, voltando a beijar a garota.

– Caham! – Pigarreou alguém, sendo ignorado pelo casal que se beijava. – É... Gente? – Chamou.

– Ah é você Mosca! – Exclamaram.

– Eu não queria atrapalhar, é que vocês tão sentados bem na frente da porta. – Avisou, logo os dois afastaram-se da porta.

– Foi mal aí Mosca. – Disse Bia.

– Tudo bem. – Disse Mosca rindo. – Ah! Bia...

– O quê? – Perguntou Bia.

– Depois eu queria falar com você... Um assunto importante. – Disse.

– Ta bem... – Concordou Bia.

– Assim que você desocupar aí. – Completou Mosca, entrando no quarto.

– Ok. – Concluiu Bia, esta percebeu que Binho a encarava com cara de tacho. – O que foi gatinho? – Perguntou.

– Desde quando você e o Mosca tem essa intimidade? – Perguntou o garoto ciumento.

– Mas como é ciumento! – Exclamou Bia sorrindo, apertando as bochechas do garoto e o beijando de novo.

No quarto das meninas...

Todas as garotas com exerção de Marian e Bia, estavam no quarto consolando Pata.

– Vocês não sabem o quanto me doeu ver aquela foto meninas... – Dizia Pata chorando.

– Agente faz até uma ideia... – Disse Cris.

– Gente a Marian não tem noção! Com certeza deu encima do Duda, e ele como é galinha não perdeu a oportunidade...

– Menos Vivi. – Interrompeu Mili.

– Ela tem razão Mili... – Disse Pata.

– Vai ver nem foi culpa da Marian, vai ver foi o Duda que nunca esqueceu ela! – Disse Teca.

– Não viaja Teca! – Repreendeu Cris. – Você fala isso porque é a única que é amiga dela aqui no orfanato. De repente Marian entrou no quarto, e todas ficaram e silêncio.

– Pata! Por favor me desculpa, eu tava ensaiando com Duda e ele me beijou! Eu não queria eu Juro! – Disse se fazendo de vítima. Pata então levantou-se da cama e foi em direção a garota.

– Tudo bem Marian, eu acredito em você. – Disse Pata, fazendo Marian ficar surpresa.

– É sério?! – Perguntou a garota sorrindo.

– Não! – Gritou Pata dando um soco certeiro no rosto da garota, a pancada foi tão forte que a mesma caiu no chão.

– Pata! – Exclamaram todas as garotas. E Marian passou a chorar, dessa vez era choro de verdade.

– Ai meu olho, sua louca! – Gritava aos prantos. Teca, Cris e Dani a socorreram, levando a garota na cozinha para passar gelo no olho.

– Meu Deus Pata! – Exclamou Mili. – Coitada...

– Eu achei bem feito. – Disse Vivi rindo.

– Eu cansei da falsidade dessa otária! – Disse Pata de saco cheio.

Duas hora depois...

Mosca estava na sala, quando Bia chegou.

– Nossa você tava aqui? – Perguntou Bia.

– Era. Cê tava até agora com o Binho? – Perguntou Mosca.

– Sim, sacomé né? – Disse Bia sem jeito. – Eu nem vi você passando pra cá de volta.

– Normal. – Respondeu Mosca sorrindo.

– Mas e então, o que você tinha de tão importante pra falar comigo? – Perguntou Bia.

– Senta aí. – Pediu Mosca. Bia sentou.

– Bom, Bia cê lembra daquela mulher que tava parada ontem em frente ao orfanato? – Perguntou Mosca, se referindo à madame Esmeralda.

– A madame Esmeralda? Claro que lembro. – Respondeu Bia. – Porquê?

– Bom, você pode achar estranho, mas há alguns dias quando eu briguei com a Pata, eu saí pelas ruas pra esfriar a mente, e me sentei numa calçada qualquer. Aí de repente ouvi alguém dizer umas coisas estranhas e quando eu olhei, era aquela mulher, ela tava parada de frente pra mim. O mas engraçado é que mesmo sendo estranho, tudo que ela disse fez sentido com o que eu tava passando... Eu fiquei bastante tenso, e acho que preciso de respostas, mas não fazia ideia de quem fosse ela, até que você disse que conhecia.

– Não. – Disse Bia.

– Não o quê? – Perguntou Mosca.

– Não acho estranho que isso tenha acontecido. – Completou Bia. – Ela também disse coisas estranhas pra mim uma vez. – Disse Bia.

– É sério?! – Perguntou Mosca surpreso.

– Eu não te contei antes porque, além de nunca ter dito isso a ninguém, duvido que alguém acreditasse em mim. – Explicou Bia.

– Eu entendo. – Disse Mosca. – Mas o que você fez quando ela te disse essas tais coisas?

– Eu procurei por ela. – Disse Bia.

– E aí? – Perguntou Mosca.

– Na verdade ela quem me achou quando eu tava procurando, e me levou até um casebre escondido no fim da rua atrás da praça.

– Nossa, então quer dizer que você sabe onde ela mora? – Perguntou Mosca ainda surpreso. – E o que ela fez, o que disse? Quem é ela? – Perguntou.

– Sim, eu sei. Bom eu descobri que ela não é só uma cigana, ela é clarividente, e me revelou umas coisas. No inicio foi difícil de entender, mas agora eu sei que faz sentido... – Disse Bia lembrando do que lhe foi revelado por madame Esmeralda. – Se você quiser eu te levo lá.

– Sério? Quando? – Perguntou Mosca.

– Hoje mesmo. – Disse Bia.

– Fechado! – Concordou Mosca.