Nico

Estava deitado em minha cama no chalé 13 quando o passado invadiu minha cabeça. Foi algo inevitável e a culpa era do acampamento.

Lembrei-me de minha irmã Bianca, da época em que ficamos no cassino. Depois fomos a uma escola da qual Percy Jackson nos tirou. Na mesma noite em que Annabeth foi seqüestrada e eu descobri que era um semideus. Bianca se juntou as caçadoras mesmo sabendo que teria que ir sem se despedir de mim, ela foi embora antes de dar tempo de eu agradecer por ela ter cuidado de mim, antes de eu disser que a amava.

No ano seguinte fiquei tentando convocar a alma dela e não conseguia. Quando consegui, ela me disse que devia seguir em frente, mas eu nunca fui capaz. Passei a morar com meu pai no mundo inferior e lá descobri que tinha outra irmã. Ela era filha da parte romana de meu pai, mas mesmo assim me apeguei a ela. Quando a tirei do reino dos mortos, ela foi para o Acampamento Júpiter. Pouco tempo depois fui visitá-la e descobri que Percy estava com ela e sem memória. A coisa mais torturante que já fiz foi ter que me apresentar para ele e fingir que não o conhecia.

O inferno começou quando Percy e Annie caíram no Tártaro e eu e os outros tivemos que ir atrás das portas da morte. Quando chegamos às portas descobrimos que as pessoas que as fechassem morreriam. Annabeth se matou na nossa frente dizendo Eu amo vocês. Percy feche a porta, nos encontramos no julgamento. Eu tive que senti a alma da garota que eu como minha irmã indo embora. Depois Percy se despediu e fechou o lado de dentro. Sua alma seguiu ao encontro da de Annie. Do lado de fora quem fechou foi Frank. Ele não se despediu de ninguém. Hazel se matou ao ver que Frank tinha morrido. Assim só sobrou eu, Piper, Jason e Leo. Meu pai nos transportou de volta ao acampamento. Quando contamos a todos sobre as mortes e sobre levamos a estátua os romanos desistiram de nos atacar e juntaram-se a nós.

Gaia matou Jason, Piper, Reyna e quase todos os outros. Eu, Leo e Will um filho de Apolo conseguimos matá-la. Mas não sabíamos que a conseqüência disso seria a imortalidade.

Agora séculos já se passaram e eu vi todos aqueles que eu amei morrer.

Batidas na porta me tiraram das lembranças do passado e me trouxe para o presente. Levantei-me e fui até a porta. Era a Katie.

–Oi Nico. O Sr. D. disse que era tarde demais para eu ir para o chalé de Hermes. – Ela se interrompeu e me encarou. Lagrimas rolavam livremente pelo meu rosto. – O que houve?

–Apenas velhas lembranças. – disse chorando mais ainda. –Lembranças que não consigo tirar da cabeça.

Eu pensei que ela ia me fazer um monte de perguntas, então fiquei muito surpreso quando ela me abraçou e também começou a chorar. Ficamos abraçados por um longo tempo.

–O que veio fazer aqui?-Perguntei tentando ser delicado.

–Posso dormir com você? Amanhã eu prometo que vou para o chalé de Hermes.

–Pode. Preciso mesmo de companhia. Obrigado Katie.

Ela me abraçou e disse:

–Me empresta uma roupa? Não trouxe nada.

Disse onde ficavam minhas blusas, ela pegou a maior e foi se trocar no banheiro.

Quando saiu de lá ela, para minha surpresa, não foi até a cama vazia que tinha no quarto. Ela veio até a minha cama e se deitou comigo sem pedir licença. Me abraçou chorando e disse:

–O Sr. D. me contou tudo o que você passou. Eu gostaria que eu e você tivéssemos um passado diferente.

–Vamos sobreviver. Em meio a lembranças, mas vamos. -Afirmei triste tentando ignorar o desconforto pela aproximação.

Abraçados e chorando, nós adormecemos.