Era uma tarde de domingo de sol na fazenda Las Dianas.

Cinco longos anos passaram com a família Santos desfrutando dias felizes e cheio de conquistas. E uma delas, havia sido a reabertura da Sanclat 1 anos depois que ela tinha sido fechada e quando tinha feito 2 anos, uma filial nos Estados Unidos também foi inaugurada. Alejandro dirigia essa nova empresa em terra americana junto com Diana, que tiveram 2 filhos juntos, Micaela e Samuel, a menina tinha 4 anos e meio enquanto Samuel era uma bebê de 6 meses. Cassandra e Eduardo também tiveram um filho, Eduarda de 3 anos era a mais nova Mendonça Santos, enquanto Constância já casada com Emiliano esperavam um filho que estava há 2 meses de seu nascimento. Victoriano e Inês não podiam serem mais felizes, vivendo apenas eles 2 e Vavá, que era seu pequeno Salvador de 5 anos, na fazenda. Eles dois viam cada ano que passava a família crescer e sobre uma nuvem de felicidade depois de muito padecerem em dias difíceis antes de chegarem nos anos que estavam. Que 1 ano depois da prisão de Débora, Loreto havia sido achado no Uruguai, tão perto deles e vivendo em um bordel que havia aberto para ganhar dinheiro em cima de pobres mulheres, mas que quando havia recebido a ordem de prisão, ele se matou diante de um exercito de policias, dando um tiro em sua própria cabeça. Enquanto Débora padecia doente dentro da prisão, sem visitas e nem direito a soltura.

No jardim da fazenda, em uma mesa longa a família Santos faziam uma refeição juntos. Que momentos como aqueles tão sagrados a Victoriano, eram regra em todos os domingos a família se renuir. As crianças brincavam correndo ao redor da mesa, os adultos conversavam entre eles, falavam de seus planos e dias passados da semana, já que não viviam mais sobre o mesmo teto, principalmente Diana e Alejandro que viviam em outro país com seus dois filhos, enquanto a filha que Alejandro teve com sua ex mulher, já sendo uma mocinha, os visitava e também os avós como naquele domingo, já que ela era uma Santos, Victoriano e Inês fazia questão de tê-la também presente na família.

Inês, estava linda naquela tarde, ela usava agora os cabelos longos, por ter deixado de cortá-los, agora ela o subia amarrando-os em um longo rabo acima das costas, deixando Victoriano louco quando fazia amor com ela, quando eles estavam soltos e lhe caindo como um manto sobre o corpo dele. Sorrindo ela tocou na mão dele com amor, Victoriano que estava sentado ao lado dela, lhe beijou a mão. Com os anos passados os cabelos dele tinha se tornado mais grisalho, mas seguia tão mais atraente como antes. Como um bom e velho vinho, era assim que Inês o via ao decorrer dos anos com ela ao lado dele, mesmo antes de estarem como marido e mulher, Victoriano para ela sempre tinha sido um homem desejável e atraente e ainda mais na cama. Pensar o que pensava, a fez ruborizar de leve. Victoriano identificou aquele rubor e percebeu que ela pensava algo improprio. Percebeu, porque mais nada deixava ser passado entre eles. A cumplicidade deles só crescia junto com o amor.

E então ele moveu o corpo para lhe cochichar no ouvido, dizendo.

—Victoriano: Está me desejando, Morenita.

Inês sorriu e ele lhe beijou na pontinha da orelha causando arrepios a ela.

Emiliano olhou aquele chamego e disse, em um tom brincalhão.

—Emiliano: Ainda estamos aqui, par de tortolitos.

Todos riram e Victoriano disse, alto e rindo.

—Victoriano: Entre sua mãe e eu só há amor e desejo. Tanto, que é difícil reprimir.

Ele buscou a boca de Inês para dar um beijo rápido e depois riu mais.

Constância riu passando a mão na barriga de gravida que ela trazia e disse, encantada.

—Constância: Emi, nosso casamento tem que ser igual dos nossos pais.

Emiliano sorriu e a beijou também dizendo.

—Emiliano: E será minha Cony. Ou melhor, já está sendo.

Aquele momento passou e a noite caiu, Alejandro junto os filhos e Diana passariam a noite na fazenda.

Uma noite que diferente do dia quente e ensolarado, se tornou chuvoso.

Inês desceu até a sala junto com Diana para ver os homens que nele ficaram, depois delas colocarem Samuel, o bebê da casa no berço, enquanto Micaela e Salvador brincavam juntos em um canto, perto de Alejandro e Victoriano.

—Inês: Salvador, querido, já é hora de dormir.

Quando ouviu a mãe, o menino fez cara de choro segurando um carrinho.

Victoriano deu a mão para Inês ir até os braços dele enquanto ele colocava o copo que tinha de bebida na mesinha em frente dele, e disse.

—Victoriano: Que tal, colocá-lo na cama, quando subirmos morenita. Hum?

Ele depois que teve ela sentada de lado nas pernas dele, lhe beijou o pescoço, enquanto Diana que sentou ao lado de Alejandro, uniu as mãos com a dele e olhou. E então ela disse baixo.

—Diana: Temos que herdar essa forma de amar. Todos nós, Alejandro.

Ela buscou os lábios de seu amor e beijou.

Depois por ouvirem eles cochichando, Inês disse.

—Inês: O que diziam?

Alejandro sorriu e Victoriano encarou os jovens com expressão leve no rosto. E Alejandro respondeu Inês.

—Alejandro: Como sempre estávamos admirando o amor de vocês dois, mãe.

Inês suspirou e tocou no rosto de Victoriano alisando com amor, e depois voltando a mirar o filho junto a Diana ela disse.

—Inês: Esse amor que me deu o mais bonito que tenho na vida.

Ela trocou o olhar para olhar Vavá no chão com Micaela, se referindo aos filhos que tinha com Victoriano.

Victoriano alisou a perna dela com carinho, dizendo.

—Victoriano: É igual comigo, morenita.

Diana sorriu com mais aquela troca de caricia entre eles. E depois Inês se levantou a chamando para irem até a cozinha e buscar bolo de fubá para comerem com chá naquele fim de noite. Um bolo saboroso que Inês havia preparado e nunca deixado assim de estar governando sua cozinha que tanto amava.

Victoriano e Alejandro outra vez sozinhos, começaram falar de negócios, que então Alejandro disse.

—Alejandro: Precisa viajar até nossa filial, papai. Temos uma grande proposta vindo de Tóquio. E sabe que essa decisão quero tomar com o senhor presente.

Victoriano riu sempre orgulhoso de seu filho que dirigia sua segunda empresa fora do país com maestria e mãos de ferro, enquanto ele procurava se aposentar deixando a empresa nas mãos de sócios que já levavam anos trabalhando com ele e regressado com toda fidelidade depois da reabertura da Sanclat 1. Que então assim ele disse.

—Victoriano: Marcarei uma data e irei filho. Agora, me ouça, sigam fazendo filhos todos vocês, porque quando eu não mais existir e você, meu filho, estiver da minha idade, serão meus netos que vão seguir com nossos negócios. Além do mais, amo ver minha família crescer.

Alejandro riu dizendo.

—Alejandro: Diana diz que não quer mais filho, papai.

Victoriano fez 5 com a mão e disse para recordá-lo de um momento descontraído que haviam tido.

—Victoriano: Você e Diana me prometeram 5 netos. E agora eu quero os 3 que me restam, filho.

Mais tarde Inês colocava Salvador na cama. Ele já dormia e por isso suspirou e ela sorriu lhe dando um beijo no meio da testa. O menino de pele como a dela, sobrancelhas cheias, nariz afinado e cabelos bem pretos e lisos, era uma graça de criança, inteligente e tão intenso como o pai ainda mais quando não tinha seus caprichos atendidos.

Da porta do quarto, Victoriano viu Inês debruçada sobre o caçulinha deles e disse baixo, enquanto entrava no quarto.

—Victoriano: Ele já dormiu?

A pilha daquele menino parecia que nunca acabava por isso, ele andou pisando no chão como um cordeiro temendo que ele acordasse e o beijou também depois que Inês se afastou.

Os dois então ficaram olhando ele. Pensavam que Salvador era um pequeno milagre de amor deles por ter sobrevivido a um parto arriscado e prematuro.

—Inês: Sempre o verei como nosso milagre de amor, Victoriano.

Inês disse isso deitando a cabeça no ombro de Victoriano depois dele ter passado a mão em volta da cintura dela. E ele depois de beijar o rosto dela, disse.

—Victoriano: E ele é nosso milagre, Inês. Ele é.

A chuva seguia caindo lá fora. Já madrugada enquanto o vento rajava nas janelas e fazia seu barulho o som de uma música durante a noite fora das paredes da fazenda, Victoriano e Inês faziam seus próprios sons, mas dentro do quarto deles. O som dos corpos unidos, dos suspiros de desejo e gemidos de prazer, enquanto faziam amor.

Desfrutavam de cada toque como se fossem o primeiro, de cada espasmo de prazer, como que se não pudessem ter mais outro, assim faziam amor entregues e apaixonados sem mais nenhum engano entre eles muito menos nenhuma maldade ameaçando separá-los. Apenas a morte agora podia fazer aquilo. Como prometido, como queriam, deveriam morrer iguais.

25 anos depois...

Inês andou tão lentamente para deitar em sua cama que pareceu que tinha levado uma eternidade para fazer aquilo. Emiliano que estava com ela, cobriu o corpo frágil dela com uma coberta e sorriu cheio de amor por aquela mulher que lhe deu a vida.

—Inês: Peça para aquele velho turrão de Victoriano, filho, vir deitar. Já é tarde para velhos como nós estarem fora da cama.

Emiliano olhou uma cadeira de roda em um canto no quarto vazia e que ela usava para se locomover na fazenda. Inês caducava ao falar. Já que Victoriano havia falecido dormindo ao lado dela há 3 anos atrás.

Havia 3 anos que a morte tinha separados os 2. A velha inimiga dos amantes, havia buscado Victoriano primeiro, já que mais velho que ela, os mares da velhice o levou antes.

Emiliano olhou com amor, Inês já idosa. Os cabelos brancos e a pele de seu rosto mostrando seus anos vividos, sua história que poderia encerrar como a de Victoriano tinha sido encerrada, numa paz e plenitude que só choraram de saudade e aqueceram com amor Inês que havia ficado agora sobre os cuidados dos filhos e netos.

15 netos, Inês e Victoriano haviam tido e 5 bisnetos, em 30 anos de casados que conseguiram passar juntos.

Constância entrou no quarto para procurar Emiliano. Ela o olhou. Emiliano estava maduro e já de cabelos tornando grisalhos, ela lhe deu a mão e ficou do lado de seu marido, olhando Inês que dormiu tão rápido como um passarinho.

E disse.

—Constância: Não estou preparada para perde-la também, amor, mas ela está cada vez mais preparada para encontrar, meu pai.

Emiliano a beijou no topo da cabeça dela a abraçando por trás. Inês tinha perda de memória, apetite, conversava sozinha e dormia demais, o que todos previam que em algum momento pegariam ela dormindo em um sono que não teria volta.

E assim aconteceu, um mês depois e em um bonito sábado de primavera, Salvador com sua esposa encontrou Inês morta sobre a cama que havia dormido na noite anterior. Com o rosto em paz como realmente tivesse dormindo, assim como Victoriano no auge de sua velhice e dias felizes, ela também tinha ido embora, que se houvesse o outro lado como a família acreditava, ela tinha encontrado nele seu amor de uma vida toda, até na morte.

Fim

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.