Enquanto Te Descubro

Cpítulo 1 - Poderia ter te matado!


Era uma tarde de primavera, me lembro como se fosse ontem, pena que o tempo não lhe dá tempo.

Estava a sua espera à horas, planejando o sermão que lhe daria quando chegasse. Primeiramente pensei em simplesmente "ONDE VOCÊ ESTAVA PORRA??", mas isso era muito suave pra expressar a raiva que tava sentindo, então pensei em jogar o vaso de flores na cabeça e falar que foi um acidente, que eu só estava fazendo uma faxina, mas eu poderia matá-la e então não poderia xingar até passar tudo o que estava sentindo. Estava em um dilema sobre o que faria, mas lógico, não fiz nada.

Posso falar que hoje, que sei o motivo do seu atraso, chega a me dar uma ponta de remorso quando lembro das idéias loucas que passaram na minha cabeça, como por exemplo, pensar que ela estava se esfregando com a vadia da Stella e jurar pra mim mesma que se ela demorasse mas uma hora, à mataria, esquartejaria e daria os pedaços pra Little-Boo. Mas o remorso passa quando penso que eram pensamentos temporários e que nada disso era ou ao menos seria real. Em partes.

Uma hora e meia depois (eu poderia ter a matado), ela chega, e quando abro a porta, pronta pra lhe falar tudo o que queria e até o que não queria, coisas que sabia que me arrependeria logo após ter dito, ela desaba nos meus braços aos prantos. Nesse momento, tudo o que estava sentindo, evapora de mim, como a água é evaporada pelo calor e sou tocada pela merda da pena.

Eu praticamente á arrasto para dentro, sento no chão ao seu lado e contra minha vontade, solto num tom que demonstrava de mais a dó que estava sentindo:

-Piper!

Acho que não foi muito legal porque ela começou a chorar mais forte e mais alto. Eu á envolvo em meus braços, e ficamos lá, uma se apoiando na outra por uns dez minutos. Ela levanta a cabeça, olha dentro dos meus olhos e com muita força, para de soluçar e me diz:

-Desculpa por ter me atrasado. Eu sei que esse velório era importante pra você. Espero não ter te magoado.

-Não foi nada. Ele era um puto mesmo. Eu nem me importei.-mentiraa- Você quer me contar o que aconteceu?

-Kubra me achou. Ele disse que se não dermos o dinheiro dele em até um mês, ele vai vim atrás de nós.

-Merda!

-Me desculpa. A culpa é toda minha. Eu sabia que não devia estar andando no Queens. Lá é território deles e... Desculpa,

-Porra Piper! O que merda você foi fazer lá? Você tem noção das coisas que faz? Você poderia ter morrido. - eu estava comovida pelo seu estado, mas falo em um tom rígido, de uma maneira que ela não consiga perceber isso.

-Me desculpa Alex - ela chora de uma maneira ainda mais desesperada.

-Você não respondeu minha pergunta Piper. Que porra estava fazendo no Queens? - ela não diz nada - Porra! A gente pode morre daqui á um mês! Você quer mesmo morrer escondendo algo de mim?

-Fui ver Stella.

-Stella, Piper? Stella? Porra. E aquele papo de estou feliz com você?

-Mas eu estou.

-Estou vendo. UAU. Estou impressionada.

-Alex, não é o que você está pensando! Me deixa te explicar. Por favor.

-Eu não quero ouvir merda nenhuma que você tem pra me falar. Eu só sei que a gente tem que sair daqui. Rápido.

-Okay. E pra onde vamos?

-Não sei. Dallas, provavelmente.

-E o que levaremos?

-Uma bolsa cada uma, com absorventes, uma troca de roupa, dinheiro, e a Little-Boo.

-Sério que você vai levar a cachorra?

-Sério que depois de tudo você ainda quer mandar em mim?

Ela encosta a cabeça na parede, e ficamos lá, novamente por uns dez minutos, mas agora ao invés de choro, só dá pra se ouvir o silêncio, sombrio e ameaçador.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.