Enquanto Eu Passar Na sua Rua

Romance na Cidade Grande


‘’Não se desespere se eu desaparecer, a gente tem que dar um tempo deixar tudo em seu tempo não existe certo ou errado existe o bom a se fazer, e é o que você quiser...’’
—Vivendo do Ócio

Depois de ter saído parado para ler e assim meio que sem querer, talvez sem razão, um acaso no subúrbio mal iluminado, ela entrou em um mundo onde ao que parece ela não existe, de certo ainda sobrevive um resquício. Reencontrar Ben naquela noite, à pegou desprevenida.... Ela se lembrou da infância e foi como se tudo que passou, ainda estivesse acontecendo, apenas sua infância e o desejo de brincar como se não houvesse amanhã, porquê o amanhã será, e o será ele só será... Felícia ainda no carro estava com uma sensação profunda era como se uma chama de alegria havia surgido naquela mente nebulosa. Sua vida estava de ponta cabeça, e até as rosas não pareciam mais tão rosas como eram antigamente desde que sua mãe havia sido assassinada. Seu pai tinha desistido dela, logo que ela foi presa.... Mais uma vez, ela virou à esquerda e entrou na ponte, ela mexeu em algo no painel, e pensou com um leve sarcasmo ‘’ponte que cruza os meus sonhos de infância aqui vou eu! ’’ Antes de ir para casa encontrou-se com Clarisse, beberam umas doses de vodca e convidou-a para acompanha-la no mesmo evento em que encontraria Ben, ela se sentiria um pouco mal encontrando-o sem uma companhia a mais, não que fizesse diferença. Sem mais condições de dirigir, ficou com Clarisse mesmo, dormiu na sala assistindo uma comedia romântica, uma que ela já tinha decorado todas as falas, uma que ela sonha em viver.... Quem sabe um dia.

X-X-X-X

Ben terminou o ensaio com a banda, estavam ensaiando para o Desconcerto que fariam em tributo a personagens de um livro. Era uma banda podemos e me atrevo a dizer pitoresca pelo nome; pela forma que batizaram o primeiro show era de se esperar comentários do tipo. Acho que essa é o resultado da mistura de Indie Rock, Punk e Folk. Ele despediu-se de Octávia, Ross e John. Foi um bom ensaio afinal a música que ele compunha para Felícia, finalmente estava nas etapas finais e ele que se punha a ir para casa pegou o celular no bolso dianteiro da calça e viu as horas 16:30, ‘’caramba’’ pensou Ben adiantando os passos. Enviou uma mensagem pra Felícia:

(16:31) < Acabei de sair do ensaio te encontro onde? >

Felícia não respondeu. Só mais uns quarteirões e já perderia de vista a garagem de Ross e chegaria no seu adorável apartamento...

Ben correu contra o tempo, tomou uma boa ducha quente, já que estava meio frio, vestiu um jeans preto detonado qualquer vestiu um moletom preto com letras brancas realmente grandes compondo a oração: ‘’Keep calm o CARALHO! ’’ Pegou a carteira de Marlboro no criado mudo e o isqueiro enfiou nos bolsos juntamente com o celular e saiu.

Chegando no evento demorou cerca de meio segundo para encontrar Felícia, algo como, ‘’huum vou procura-la’’ e então ela aparece de súbito esbarrando em Ben distraída.

—Você por aqui que bom que a gente se encontrou. Ben quis exclamar, porém saiu em tom de afirmação.

—Bom mesmo, olha lá o Renato já está para começar.

A primeira música foi ‘’Ha tempos’’ e no meio da emoção, foi quando Ben foi apresentado a Clarisse que acompanhava Felícia, a conversa foi curta, mas bem aproveitada, uma pena Ben foi sociável, mas a sede de Clarisse por beijar alguém e queimar hormônios era maior que a vontade de ficar ali e conversar com Ben, que por ele tudo bem ele não queria que viesse mais ninguém, queria que fosse só ele Felícia.

A noite estava para poemas e poesias e o mundo que girava ao meu redor na verdade parecia um filme independente, enquanto Ben formulava a melhor forma de proferir essa frase, ele olhou para o lado e viu Clarisse beijando uma garota, tão intensamente, tão profundo, o senso crítico de Ben apitou, e questionou a sinceridade do momento, porém, no entanto, ainda com a sobrancelha erguida preferiu se conectar com seu próprio momento vivido com Felícia, Olhou-a na parte mais profunda do universo escondido onde ficava seus sentimentos e notou que atrás das máscaras havia dor e raiva. Bem aproximou-se aos poucos e a abraçou com os braços esguios, Felícia encostou a cabeça no peito dele e suspirou, um suspiro profundo de quem segura uma carga de lagrimas por chorar, ela era durona não iria chorar na frente dele assim... ou iria?

Eles se afastam para um lugar menos aglomerado e as meias brancas e pretas de Felícia chamaram a atenção de Ben, pela milésima vez em sua vida, sentaram-se numa varanda térrea a uma distância em ainda podia-se ouvir quase sem querer tocando suavemente, acenderam os cigarros no mesmo instante quase sincronizado, sorriram um para o outro quase perdidamente, observaram a lua falaram coisas do coração e imaginaram que mistérios teriam além do que podiam ver um no outro... E assim com as pupilas dilatadas foram se aproximando e desejando quase como se só existissem apenas eles o universo virou uma canção e a paixão do momento fazia com que seus coração quase explodissem, vamos, vamos, vamos, corra o tempo é curto e eu não preciso de um abraço apertado de mais...

Quando os lábios se tocaram e um desejava o outro tão intensamente.... Mas esse momento foi interrompido por uma Clarisse chapada e sua parceira tão bêbada quanto, Ben tragou longamente o cigarro gesto que mostra uma certa irritação que foi seguido por Felícia, Clarisse ofereceu vodca que foi compartilhada pelo grupo, enquanto em quando os casais se beijavam, fumavam.... Sabe reproduzindo a forma como os punks agiam a uns 20 anos atrás, houve uma certa nostalgia correndo no momento. Eram cerca de 22:47 quando novamente Ben e Felícia se separaram do grupo e mais uns 20 passos que deveriam ser poéticos, mas Felícia parou e vomitou no tênis de Ben que não se importou muito, ajudou-a a se recompor e foram a um banheiro próximos rindo moderadamente do ocorrido e enquanto tragavam novos cigarros...

Felícia solta a mão de Ben e da mais uns tropegos passos a diante, meio sme rumo, e tudo oque ele pode fazer é se perguntar uma serie de coisas ao acaso que bombardeavam a sua translucida mente. Onde ela pensa que está indo, sozinha no meio da noite o mundo pode ser perigoso eu sei, o mundo pode ser perigoso eu não sei... suas mãos vão ficar sujas, minhas mãos vão ficar sujas, o que você está fazendo com o meu coração?

Ele deu passos até ela e diminuiu a distancia entre eles, porém Ela é uma rebelde. Ela é uma santa. Você fica com uma arma em sua mão. Olhando para a parede com um olhar tão triste. E pensando em quem realmente se importa? Eles vão sequer notar se eu simplesmente desaparecer agora? Um estrondo, o sangue sobe à cabeça. Ela preferiria voar através do céu do que caminhar com os mortos. Então ela permanece alta enquanto o mundo passa. Só mais um dia aqui esperando para morrer. Felícia virou-se e disse com um sorriso discreto:
—Eu te ligo amanhã.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.