Encontros e Desencontros

Ciúmes, defensa... Não soa como um ex para mim.


Depois de algumas horas, chegamos à cena de crime. Era um estabelecimento, um salão de beleza. Pegamos os nossos kit’s e entramos no salão. Já de primeira, vimos uma mulher morta, era a única dali. Olhei em outros lugares, enquanto Gil fotografava a cena.

LV: Ela é a única morta, era dona do salão de beleza. Ninguem estava aqui na hora, ela tinha acabado de abrir o estabelecimento. - Disse entrando com o seu bloquinho na mão.

GG: Quem a encontrou?

LV: A sua manicure. Ela tinha acabado de chegar para trabalhar e viu o corpo dela pelo vidro e nos chamou.

CW: Ela tem a chave daqui?

LV: Sim, inclusive abriu a porta.

GG: Tocou no corpo?

LV: Ela disse que não.

CW: Quem rouba um salão de beleza? E ainda por cima, quando mal abre?- Disse olhando a caixa registradora. - Não tem nada aqui dentro, nem um centavo. Não levaram produtos de beleza e nem nada, isso não foi um latrocinio, apenas homicidio. - Pus a lanterna em uma gavetinha abaixo da caixa registradora. - Um homicidio que me deixou digitais. - Disse as recolhendo.

GG: A manicure, onde ela está?

LV: Está ali, conversando com um policial em prantos.

CW: Gil, olhe debaixo das unhas da vitima e tire as digitais da manicure.

GG: Ok.- Falou saindo. Vartan continuou ali dentro, a me olhar.

LV: Por que voces mulheres, precisam de tudo isso?- Disse olhando em volta, incredulo com todos os produtos.

CW: Para ficar bonitas, para vocês.- Sorri.- E, não encosta em nada.

LV: Voce não precisa disso.- Falou se aproximando de mim, debruçando no balcão.

CW: Preciso sim, todas nós precisamos. - Ri, o olhando.

LV: Não, voce é diferente de todas, é especial... Voce não precisa de milhoes de produtos, pois voce já é linda, voce é como uma perfeição da natureza. - Sussurrou, eu apenas sorri. - É verdade. Voce é linda, por completo.

CW: Eu vou acabar acreditando. - O olhei rapidamente.

LV: Eu posso provar que voce é tudo isso e muito mais.

CW: É? Como?- Perguntei curiosa, largando o meu kit e dando total atenção a ele.

LV: Basta voce aceitar o meu pedido para jantar hoje à noite, logo depois do turno.

CW: Lamento, não dá.

LV: Por quê?

CW: Por causa do Gil.

LV: Ah, então o que estão dizendo é verdade... Voces namoram. - Disse desanimado, mas ainda se mantendo proximo de mim.

CW: Ele é meu ex, terminamos há 6 anos.

LV: Então, voce só está o usando como desculpa para não me encontrar?

CW: Não, eu não faço isso, eu falo na cara quando eu não quero nada.- Sorri.- Mas, é que hoje, eu tenho um compromisso com ele. Tenho que ajuda-ló a arrumar a sua nova casa.

LV: Então, podemos sair amanha?

CW: Amanha... Amanha é um novo dia, pode acontecer varias coisas não é?- Ri. - Amanha tambem não dá... Lamento.

LV: Não, tudo bem... Temos 10 meses ainda para arranjar um dia só para nós dois.- Sorriu.

GG: Cath, já tirei as digi...- Parou de falar ao ver eu e o Vartan, completamente proximos. Nos distaciamos, Gil continuou em silencio.

CW: Eu já terminei por aqui.- Quebrei o silencio, mas não as trocas de olhares que Gil trocava com o Vartan.- Lou, pede para o David levar o corpo Eu e o Gil voltaremos para o departamento.- Disse pegando o meu kit, Gil pegou o seu, iamos em direção ao carro. Fizemos metade do percurso em silencio, até eu decidi quebra-ló novamente.- Está chateado comigo?

GG: Eu? Eu não, por que estaria?- Ironizou, recusando me olhar.

CW: Então porque desde que viu eu e o Vartan conversando, não diz uma só palavra? Qual o seu problema com ele?

GG: Eu só não vou com a cara dele, só isso.

CW: Gilbert...

GG: Voce quer saber a verdade?

CW: Quero.

GG: Eu não gosto em te ver assim, jogando charme para os homens do departamento, ainda mais o Vartan e, quase deixando-o te beijar em plena cena do crime. Pois, se eu fizesse isso, voce não iria gostar. Quando eu chamei a Sara de bonitinha, voce ficou estranha. Quando a Mandy pediu meu telefone, voce me puxou para fora do laboratorio. Quando aquela garçonete ficou dando em cima de mim, voce queria ir embora.- Falou indignado.- Eu não tenho nada a ver com a sua vida, mas eu tinha que falar.

CW: Voce tem sim, muito a ver.- Ri.- Eu não faço nada com eles, eu mal falei com o Vartan, acredite. Voce quer saber o que ele veio falar comigo?- Ele deu de ombros, que nem uma criança.- Eu vou dizer, ele me chamou para sair, mas eu recusei.

GG: E por quê?- Perguntou curioso.

CW: Por você! Ou esqueceu que temos um compromisso? Eu, voce e a sua nova casa?- Ri.

GG: Ah é, pensei que voce não estava levando a arrumação dela a sério.

CW: Claro que estou.- Falei estacionando o carro.- Eu sempre cumpro com as minhas promessas, eu prometi em te ajudar e vou.- Saimos do carro, em direção ao laboratorio.- Depois do turno, vamos para sua casa e eu vou deixa-lá novinha em folha.

GG: Obrigado.- Disse parando-me no corredor, ficando diante a mim.

CW: Por?

GG: Por trocar os seus compromissos pessoais para me ajudar.

CW: Não foi nada.- Sorri.- Agora vamos fazer um seguinte: Voce vai para a sala de interrogatorio e vai esperar o Vartan falar com a manicure, enquanto eu levo as evidencias para o laboratorio. Ok?

GG: Ok.- Sorriu, indo em direção a sala. Eu o olhei por incertos segundos, com um sorriso bobo e logo entrei no laboratorio.

CW: Bom dia crianças.- Sorri.

WS: Bom dia Cath.- Retribuiu o sorriso.- O que tem para gente?

CW: Eu tenho uma comparação de digitais para Mandy, sangue da vitima para voce Wendy e, a melhor parte, restos de unhas da vitima para o senhor Hodges.- Disse dando as evidencias para as respectivas pessoas.- Eu quero todos os resultados com o maximo de antescedencia, como sempre, o meu caso vem primeiro.

DH: Não hoje.

CW: Como?- Falei surpresa.

DH: Conrad Ecklie, ele mandou varias evidencias para o laboratorio. Estamos atolados, teremos que fazer o do turno do dia todo e depois vem o da sua equipe.

CW: Cade o Conrad?

DH: Sala de evidências.

Não o esperei dizer mais nada, logo sai do laboratorio, seguindo para a sala de evidencias com um andar firme. Abri a porta e a fechei com força, fazendo Ecklie me olhar espantado, já que estava distraido com um livro.

CE: Catherine Willows, a que devo a honra - Riu sarcastico, deixando o seu livro de lado.

CW: Quem voce pensa que é para passar os casos da sua maldita equipe na frente do meu? - O olhei com raiva.

CE: Eu sou o quase supervisor do diurno, só isso.- Sorriu.

CW: Ainda bem que voce sabe, “quase”, pois voce não tem capacidade para se tornar um. Porque voce não passa de um bajulador, seu cretino.

CE: Suas palavras não me ofendem, senhorita Willows.- Pegou o seu livro novamente, eu o arranquei da sua mão, o jogando pela janela. Apoiei as minhas mãos com força na mesa, o olhando diretamente.

CW: Tire seus malditos casos da minha frente. Pois, eu não tenho culpa que a equipe diurna não é capacitada o suficiente para analisar suas proprias evidências e, voce tem que mandar esses encostos para o meu turno.

CE: Seu argumento é bom, eu até tiraria as minha evidencias da frente da sua, mas só porque voce destroçou meu livro, eu não tiro!

CW: Eu te odeio, seu careca filho da mãe.

CE: Não, voce não me odeia por eu ter passado a sua frente. Voce me odeia por eu ser o único homem de todo o departamento que não ajoelha aos seus pés, que corre atras de voce que nem um babaca, que fica tomando coragem em casa para te chamar para sair. Por isso voce me odeia, sua...

CW: Sua o que?- O interrompi. - Meça suas palavras.- Apontei o dedo para o seu rosto.

CE: Vadia.- Sussurrou.- Você é uma vadia.- Falou um pouco mais alto. O olhei com lagrimas nos olhos, mas não de tristeza e sim de raiva e ameacei bater no seu rosto, mas ele segurou a minha mão.

GG: Larga ela!- Gritou, abrindo a porta. Ecklie soltou a minha mão, mas continuamos trocando olhares.- Voce é doido cara?

CE: Agora o circo está completo.- Riu.- A vadia e o seu ex!- Tentei avançar novamente no Ecklie, mas eu fui segurada pelo Gil.

GG: Voce chamou a Catherine de que?- Falou o encarando.

CE: Vadia, está surdo?- Disse tentando encarar Gil tambem.

GG: Diz mais uma vez.

CE: V-a-d-i-a.- Riu. Gil o segurou pelo nó da gravata, a apertando e o encostando-se à parede.

GG: Diz dinovo se for corajoso, vai.- Falou baixo, Gil apertava o nó da gravata mais e mais forte, até deixa-ló vermelho.- Eu vou dar só um aviso, a xingue dinovo que voce terá muito mais do que um simples sufocamento. Passe as suas evidencias novamente na frente das delas, que voce vai ver, seu incompetende bajulador. - Disse falando em sussurro, Conrad o olhava desesperado enquanto eu ria. Gil o soltou, me puxando pela mão para fora da sala.

CE: Voces me pagam, voces dois!- Falou tossindo. Eu e Gil saimos rindo.

CW: Pensei que voce ia matá-lo, seu doido.- Ri, caminhavamos em direção a minha sala.

GG: Deu vontade.- Ri.- Mas aqui tem muitas testemunhas, eu não iria querer ser preso logo no segundo dia de trabalho.- Brincou.- Pelo ou menos assim, ele aprende que não pode mexer contigo enquanto eu estiver aqui para te proteger, ele entendeu o aviso. Onde já se viu, ficar te xingando?- Riu.

CW: Ele é do diurno, como eu odeio o diurno.- Disse abrindo a porta da minha sala, dei espaço para Gil entrar primeiro.

GG: Por que?- Perguntou curioso.

CW: Não sou só eu, todos da nossa equipe não se batem com o diurno.

GG: Mas, por que?

CW: Nós temos um tipo de rincha com eles.- Disse me sentando na ponta da mesa.- Eles sempre querem nos superar, não aceitam que são a segunda melhor equipe, que nós os vencemos. Eles são incompetendes, bajuladores, super competitivos e tudo mais. O pior castigo depois de ser demitido, é se mudar para o diurno. Lá tem um monte de filhotes do Conrad.

GG: Conrad?- Perguntou sem entender.

CW: O cara que voce quase matou- Ri.- Ele é o pior de todos lá. Ele é o CSI chefe, na ausencia do supervisor do diurno, ele se torna um, assim como eu e Brass. Se ele se demite, troca de turno ou se ausenta, eu me torno supervisora, é como se fosse hereditario, é uma sequencia. Ecklie alem de ser isso tudo que eu falei, é ambicioso... Faria de tudo para ter extremo poder sobre todos aqui.

GG: Que horror.

CW: Pois é. Ele é terrivel, tome muito cuidado. Não se misture com o diurno tambem, eles quase não estam aqui quando a gente chega, só o Conrad que fica mesmo.

GG: Pode deixar, não vou me envolver com pessoas erradas.- Sorriu.- Será que o Hodges passou a sua evidencia na frente dele?

CW: Com certeza. - Ri

Ficamos mais um tempo na minha sala, saimos de lá só quando o resultado saiu. Comprovei as minhas suspeitas, a manicure tinha matado a chefe. Ela alegou que a matou, pois não recebia salario a mais de seis meses. Então, a matou com um golpe na cabeça, não deixando espalhar muito sangue no estabelecimento. Foi para casa, tomou banho e logo depois voltou para o salão, forçou a entrada, bagunçou um pouco o lugar e roubou o poucou dinheiro que havia na caixa registradora, deixando digitais, plano quase perfeito, mas ela se esqueceu de verificar as unhas de vitima e tambem, que sangue não some.