Mas então, vamos a crise do momento. O que vamos fazer? – Eduardo falou abraçando Regina por trás.

—Está claro que não foi um sequestro. A Elle pode afirmar isso. – Regina

—Sem dúvida alguma, e eu chamei um reforço. – Elle

—Reforço? – Elsa

—Sim, a única pessoa no mundo que consegue mudar a opinião da minha mãe. Minha tia. – Elle

—Não sei quem é, mas já é minha pessoa favorita. - Eduardo.

—Ela é o máximo, vai gostar dela. – Elle

— E como ela se chama? – Regina

—Re…

A porta se abre novamente.

—Qual parte de "não demore" você não entendeu Alcântara? – disse Rebecca entrando na cozinha.

—Pelo amor, você não me deixa em paz. – Eduardo

—Tia? – Elle

—Como? – Eduardo

—Elle? O que faz aqui? – Rebecca

—Quem é essa Eduardo? – Regina

—O que eu perdi? – Henry

—Wow! – Elsa falou observando a mulher.

A morena permanecia em pé. Confusa com toda a desinformação que tinha obtido naquele tempo.

—Tia? Mas eu achei que íamos nos ver lá em casa. - Elle

—Eu que não estou entendendo. O que faz aqui? Conhece ele? - Rebecca

—Sim, ele é o Eduardo. Pai do meu namorado. - ela falou apontando para Henry.

—Meu Deus, não me diga que seu nome é Henry. - Rebecca

—Meu nome é Henry. - Henry

—Eu disse pra não dizer! - olhando em volta.

—Elle… me diz que isso é uma brincadeira. Ela não pode entrar para a família. Eu me recuso! - Edu

— Bem, eu sou totalmente a favor. - Elsa disse com um leve sorriso, enquanto olhava a mulher de cima abaixo

Rebecca encarou a moça com uma mistura de curiosidade e interesse.

— Certo! - Regina falou se soltando dos braços de Eduardo de forma brusca, o rapaz praguejou mentalmente conhecendo a mulher que tinha. Estava numa enrascada - Eu quero esta história em pratos limpos e vai ser agora.

— Regina, você se lembra que eu mencionei a minha parceira de trabalho com a qual eu divido uma sala? - Edu

—A minha sala. A sua chegada foi claramente uma invasão. - Rebecca.

O homem a encarou em silêncio, ignorando o comentário e seguindo adiante.

— Seguindo, eu estava vindo pra cá por causa de toda essa situação e a Srta. Rocco também. - Edu

— Não estou entendendo a formalidade. Estava me chamando de Rebecca agora há pouco, enquanto vínhamos no carro. Achei que tínhamos passado dessa fase Edu. - ela disse no seu típico tom cínico.

Regina olhou para a mulher e depois para Eduardo, travando a mandíbula.

—Fora. - Regina

— Como? - Edu

—Eduardo de Alcântara Barreto, fora e leve essa sua amiguinha junto. - Regina

— Não precisa ofender. - Rebecca

—Regina, não é nada disso que você está pensando. Eu… - Edu

A morena saiu do espaço, subindo para seu quarto, enquanto Eduardo suspirava tentando não atacar a moça a sua frente.

—Olha só, eu só fiz o favor de te trazer aqui e só não sou rude com você por respeito a sua sobrinha. A sua irmã já está fazendo o suficiente para atingir o meu filho e você não vai despencar lá de Augusta para vir até a minha casa tentar destruir mais alguma coisa. Tá me ouvindo Rocco? - Edu

—Você continua não sabendo apreciar a minha forma de humor. - Rebecca

—Sai daqui. - ele falou e subiu ao encontro de Regina.

—Tia Becca! - Elle

—Que foi gente? - Rebecca

—Eu te chamei aqui pra ajudar a resolver um problema, não criar outro, tia. - Elle

—E eu vou ajudar, mas essa outra parte ninguém mencionou

—Por favor, Tia Rebecca, eu só quero resolver isso de uma vez.

—Tudo bem! Eu vou me comportar.

—Isso é uma promessa?

—Tem minha palavra. - cruzando os dedos - Agora vem até aqui. Eu tô morrendo de saudades de você.

A garota se levanta e abraça a tia.

—Você fica cada vez mais linda. Seu namorado é um garoto de sorte. - ela disse olhando para Henry.

O garoto a encarou de forma séria

—Ih, já vi que é igual ao pai. Olha só, eu só gosto de brincar com aquilo que não se brinca, mas nunca passo dos limites

—Eu acho que não foi bem isso que aconteceu hoje. Você parece realmente ter os genes dos Rocco. - Henry

—E de fato tenho, mas não tento destruir o relacionamento da minha sobrinha. Fica tranquilo Henry, seu pai não faz meu tipo. - Rebecca

—Eu espero realmente que não faça, ou vamos ter um problema. - Henry

—Gente, saiu a cópia do pai. - olhando Elle. - Olha, o seu pai é uma pessoa bacana. Mas é meio chato, certinho e acima de tudo é homem. Ou seja, a chance de interesse é zero.

O humor do rapaz mudou subitamente.

—Bem, nesse caso, eu quero te apresentar a minha tia. Essa aqui é a Elsa, linda né? - levando Rebecca até sua tia.

—E assim você nota que discrição não é o ponto alto da nossa família. É um prazer te conhecer, Rebecca. – olhando a mulher à sua frente, encantada.

—O prazer é todo meu, Elsa.

As duas dão as mãos e por um momento os olhares das duas mulheres se cruzam. Elas tinham a certeza de que dali em diante as coisas renderiam muito mais.

No andar de cima.

Eduardo entra no quarto e se arrepende na mesma hora. Regina o encarava com um ódio que parecia emanar dela. O clima não estava nada favorável para o homem.

—Certo, eu vou me arriscar então leve a minha coragem em conta. - ele diz entrando enquanto fecha a porta

—Eu pensei que tivesse sido bem clara quando pedi que saísse.

—Eu não vou sair da minha casa - a morena o olhou - É isso mesmo! Aqui não vai deixar de ser o lugar que eu moro com a minha namorada maravilhosa só porque ela está tendo uma crise de ciúmes. - falou pedindo aos céus que Regina não o matasse ali e agora.

—Crise de ciúmes? - se levantando da cama - Acha que eu sou o quê? Uma adolescente?

—É o que está parecendo.

—Se eu estou com ciúme - se aproximando da rapaz perigosamente - é porque algum motivo eu tenho, e esse motivo é morena, do tamanho de uma girafa, com lindos olhos que parecem ser ao mesmo tempo azuis e verdes e está bem no meio da minha cozinha confraternizando com o meu filho Eduardo! - ela disse exaltada.

O homem já estava imprensado entre a porta e a mulher assustadora à sua frente.

—Você sabe que eu adoro quando chama o Henry de seu filho, não sabe? - de fato, ele amava que Regina aceitasse seu garoto como parte dela também. Isso fazia Eduardo amar a morena cada vez mais.

—Não use o Henry como tentativa de ajustar os seus erros.

—Eu não estou usando ninguém, não totalmente. Você sabe que eu realmente amo quando faz isso Gina.

—Sabe o que eu amaria nesse momento?

—É só falar, que eu faço.

—Que você se retirasse!

Ele a encarou fingindo tristeza.

—Okay, se você não sai, eu saio.

A morena saiu caminhando sentido a porta, mas Eduardo a segurou pelo braço a impedindo.

—Não encosta! - ela disse se soltando de Eduardo, mas ele a segurou novamente, gentilmente, a fazendo olhar pra ele.

—Ei, Regina! Não faz isso, o que aconteceu lá embaixo com a Rebecca...

—Rebecca? A minutos atrás era a senhorita Rocco e antes disso era Rebecca também, você tem que se decidir.

—A gente pode conversar sem você me atacar com seu sarcasmo e ironia?

Regina o olhou com a sobrancelha erguida.

—Eu acho que isso é um não.

—Ah mas você acha? - ela disse caminhando para o outro lado do quarto.

—Olha, tudo que eu te disse sobre a Rebecca é verdade. A gente trabalha junto, dividimos uma sala e ela é insuportável!

—Mas não se importou em ser o chofer particular dela como também não se importou em passar horas ao lado dela durante o trajeto.

—Não foram horas e eu não fui chofer de ninguém! Eu precisava vir pra cá e o David ainda estava em serviço. Eu tô sem meio de locomoção e ela ia vir pra cá. Eu só aproveitei a carona. Não foi nada demais

—Não foi o que ela disse.

—Ela é louca, e não é brincadeira. Você sabe agora que ela é a irmã da Joyli, faz sentido. Com o tempo você aprende a ignorar o que ela fala.

—E você já teve tempo suficiente pra aprender isso em uma semana, não é? Imagino o tamanho da convivência. - revirando os olhos.

—Olha, eu te entendo tá bem? A Rebecca é bonita, inteligente… - contando nos dedos

—Você só pode estar brincando! - atirando uma almofada no rapaz

—Ei! - rindo - Deixa eu terminar. Eu passo sim um tempo considerável na presença dela, e eu sou um charme. Isso atrai as pessoas. - alisando o cabelo.

Regina olhou o convencimento do namorado e rolou os olhos em descrença.

—Só que nada disso importa se a outra pessoa não for você e você sabe disso. Eu amo você desde os meus quinze anos e de uma forma tão absurda que nunca consegui te esquecer ou sequer colocar outra pessoa em seu lugar. Volta e meia eu penso que você me enfeitiçou, porque não tem o menor cabimento alguém amar uma pessoa como eu amo você. - ele olhou a mulher a sua frente e viu que aos poucos estava fazendo o ciúmes de Regina desaparecer.

—Então por que não comentou comigo sobre a Rebecca?

—Eu não comentei, porque não tinha nada pra comentar. E quanto a beleza dela isso é irrelevante Regina.

—Irrelevante?

—Sim! Lógico, eu não sou cego. Ela é sim bonita como eu disse e você concordou. Só que isso não me importa. Não dou a mínima. Por que quando eu chego perto dela - se aproximando da morena - eu não sinto esse cheiro de maçã tão característico seu. Se eu estresso ela eu não vejo uma veia saltar na testa dela, ou então se eu porventura a abraçar - reproduzindo o gesto com Regina - eu sei que não vou ter um par de olhos castanhos fechados contra o meu pescoço, nem sentir essa respiração pesada contra a minha pele e muito menos vou sentir esses lábios carnudos me dando mordidinhas. O que não vai me levar a fazer isso.

Ele afastou seu rosto, só o suficiente para poder capturar os lábios da pessoa a sua frente. Não foi nada desesperado ou apressado, muito menos algo voraz ou indecente. Ele só queria beijá-la e permanecer daquela forma, com Regina em seus braços, tentando fazer aquela coisinha enciumada entender de uma vez por todas que só havia ela em sua vida.

—Edu… - Regina surrou em meio ao beijo. - Eu preciso de ar.

—Você me chamou de Edu! - ele disse dando a Regina o espaço que ela precisava.

—É o seu nome, não é?

—Bem, antes você estava me chamando de Eduardo então…

—Então significa que você subiu alguns pontos no meu conceito. Não venha estragar isso agora com as suas frases inoportunas.

—Sua ranzinza! - ele disse mordiscando o ombro da namorada. - Eu amo você, viu? Não se esqueça disso. Nunca!

—Me desculpa pelo surto, mas eu não consegui controlar quando vi aquela oferecida se insinuando pra você.

—Eu amo ver você nervosinha. Fica a coisa mais linda do mundo. - sorrindo

—Eu imagino que sim. - irônica.

—Mas é verdade. - deitando a mulher sobre a cama - Você fica linda nervosa, suas expressões ficam um pouco mais sérias e você fica incrivelmente sexy. - segurando as mãos de Regina acima da cabeça dela mesma.

As mãos da morena se soltaram das de Eduardo e espalmaram sobre sua camisa, fazendo o corpo do rapaz se enrijecer sob o tecido.

As mãos habilidosas do moreno encontraram a camisa social de Regina, abrindo botão por botão expondo no final o ventre da mulher, onde Edu depositou um suave beijo.

—Edu… - ela disse num sonoro gemido.

—Sabe Gina, você é a única pessoa que eu conheço que fica bem de calça social e chinelos. - ele disse quando alcançou a borda da calça da namorada e teve um breve relance das sandálias da amada. - E mais uma coisa.

—Sim? - sussurro.

—Essa calça está muito apertada em você meu amor. - ele disse segurando o tecido com força.

—Eduardo não faça is…

Antes que ela pudesse pensar em fazer algo, Regina sentiu o tecido da peça se rasgar e deixar sua pele totalmente à mostra. A morena deu leve gritinho de surpresa, mesmo sendo sua terceira peça de roupa rasgada na semana.

—Em poucos dias você vai estar me devendo um guarda roupa inteiro.

—Eu prometo comprar peça por peça. - ele disse dando beijinhos na parte interna das coxas da namorada.

Eduardo segurou Regina e a deitou na cama por completo, tirando sua camisa em seguida. Ele parou por alguns instantes para observar a mulher na sua frente. Os cabelos espalhados sobre a cama, a pele clara contracenando com uma lingerie preta de renda, o rosto de Regina, a boca, os lábios, os olhos, a expressão de desejo estampada na face da morena, a respiração descompassada... Um conjunto completo que deixava Eduardo louco.

Ele engatinhou sobre a cama, colocando sua coxa entre as pernas da mulher. O simples gesto fez Regina arquear suas costas e ele observou as pupilas escuras da moça dilatarem um pouco mais.

Os lábios avançaram para o pescoço de Regina, cravando uma marca na pele macia. As mãos da morena desceram até o cinto de namorado, o retirando de forma apressada. A contra gosto ela retirou a perna de Eduardo que a pressionava do meio das suas pernas, apenas para usar seus pés e remover a calça do homem. Ela o deixou somente de cueca.

No meio da trilha de beijos que Eduardo ia deixando, a boca do moreno encontrou a de Regina e as línguas se misturaram. No ato, as unhas de Regina marcaram a pele de Edu fervorosamente o fazendo gemer e morder o lábio da namorada em meio ao beijo. Novamente suas mãos correram o corpo de Regina e enquanto uma das mãos de Eduardo descansou sobre o ventre da mulher, a outra retirou o fino tecido que cobria a área de desejo do rapaz.

Não houve tempo para protestos. Sem qualquer aviso prévio, Regina sentiu sua intimidade ser invadida pelos dedos habilidosos de Eduardo. A morena abriu a boca em busca de ar e ao olhar para o namorado tudo que encontrou foram seus cabelos, o rosto já estava no meio de suas pernas e ela já quase não conseguia manter sua sanidade. Suas mãos buscaram o lençol da cama, puxando-o, numa tentativa de se controlar. Enquanto Eduardo firmava ambas as mãos na bunda da morena, a puxando cada vez mais, aprofundando sua língua mais e mais. A mulher revirava os olhos em descrença. Só ela sabia o quanto Eduardo era bom de cama e o quanto estava lutando para não deixar escapar todos os gemidos em sua garganta.

Como num passe de mágica, Regina sentiu seus sentidos voltarem e, por um momento, suspendeu a cabeça do amado, puxando seus cabelos levemente. O rapaz a encarou com luxúria.

—Edu… - num fio de suspiro carregado de tesão - temos visitas lá embaixo.

O rapaz suspendeu ainda mais seu rosto, ficando face a face com a mulher. Os olhos de ambos se misturaram e não havia nenhuma preocupação, só uma mistura de amor e desejo. Ele se alinhou ao corpo de Regina, penetrando-a, bem lentamente. A morena gemeu sentindo o membro do amado a preenchendo.

—Não se preocupe, eu me comprometo em controlar os seus gemidos.

Os dois sorriram de uma forma maliciosa e o sexo se instalou no quarto.

Granny's Dinner.

18h00min.

Na lanchonete, Killian se despedia de Granny.

—Certo vovó. - Killian - Já está tudo limpo por aqui pro próximo horário. Lá atrás no estoque também já está tudo certo. Contei e recontei, conferindo todas as encomendas. As últimas entregas também já estão prontas e a Ruby estava anotando os últimos pedidos.

—Ótimo, já pode ir então. - Granny

—Obrigada vovó, e desculpe pelo atraso.

—Tá tudo bem, desde que não se repita.

— Não vai, eu prometo. Tenha uma boa noite

—Você também Killian!

O moreno saiu da lanchonete e correu o mais rápido que pôde. Estava extremamente atrasado para encontrar Emma. Devido ao seu atraso ele não pôde terminar seu expediente na hora, o que significava que também não havia nada do encontro pronto. Ele não tinha conseguido falar com Emma, já que Granny estava sempre de olho. Tudo ia mal, mas ele iria dar um jeito. Nem que fosse na exata hora.

Na Casa de Emma.

Mary e David estavam na sala, um em cada canto do cômodo, se divertindo com o pequeno Neal, que nessa altura, de pequeno não tinha nada.

O jovenzinho tinha começado a dar seus primeiros passos e os papais estavam adorando a nova conquista do filho, o fazendo andar de um lado ao outro, observando os pequenos tropeços e quedas que Neal sofria e levantava sorrindo, sempre tentando ir cada vez mais rápido em cada tentativa.

—Vem campeão! - David fala com ambos os braços abertos - Só mais um pouquinho Neal! -

O garoto dá dois passinhos e se atira no colo do pai, que o levanta e o joga para cima.

Com uma câmera na mão, Emma filmava toda a cena, rindo da cara boba de seus pais e curtindo a fofura do irmão.

No colo de David, Neal inclinou seu corpo para o lado, na direção da loira.

—Você quer vir com a irmã garotão? - Emma disse segurando a câmera em uma irmão e o irmão com a outra. - Vai Neal, olha pra cá e fala assim: Emma.

—Mema! - Neal

—Um dia eu sei que você vai chegar lá! - beijando a bochecha do caçula.

*Batidas da porta*

—Fiquem aí, eu atendo. - David

O homem caminhou até a porta, a abrindo e dando de cara com um Killian exausto, apoiando as mãos no joelho enquanto tentava respirar.

—Killian? - David disse e capturou a atenção de sua filha que ainda estava com Neal em seus braços.

—Oi… David. Você pode me dar um minuto? É que…

—Claro, por favor, entre. Eu vou buscar água pra você.

— Obrigada! - ele disse entrando na casa. - Boa noite… Mary!

—Mas céus, o que você tem? - pegando o filho dos braços de Emma que caminhava até o namorado.

—Olha, eu sei que você gosta de correr, mas acho que maratonas não são pra você. - disse Emma rindo do estado do namorado - O que aconteceu? - entregando o copo com água que David havia acabado de trazer.

—Bem, eu cheguei um pouco atrasado no serviço por causa disso a Granny me colocou para trabalhar até tarde, o que me impediu de arrumar o nosso encontro e de te avisar. Porém, eu ainda quero arrumar tudo, então vim correndo pra cá, pra não te fazer esperar mais. Resumindo, estou atrasado, mas ainda vamos ter um primeiro encontro.

—Então, eu sinto em te desapontar meu amor. - a loira falou se agachando, ficando na altura do namorado.

—Eu não entendi.

—Eu tentei falar com você algumas vezes hoje.

—A Granny estava de olho em mim, nem olhei para o meu celular hoje.

—Pois bem. Eu tentei entrar em contato com você, porque você sabe do meu castigo e bem…

—Emma tem que cumprir com ele Killian. Apesar de ser uma ideia fofa, ela não vai. - Mary

—Mas Mary…

—Já está decidido. Essa moça tem que aprender a arcar com as decisões dela e bem, do namorado também. - David.

—Quanto a isso, eu não me desculpei com vocês.

—E não precisa. Sabemos que apesar de tudo, muito daquela festa teve apoio, projeção e colaboração da Emma. - Mary

—Eu compreendo, mas como meus pais disseram, cabia em especial a mim e ao Henry impedir isso. Então, me desculpem por toda essa situação.

—Nós agradecemos o gesto, Killian. - Mary

—Isso me deixa livre por hoje? - Emma

Os dois adultos olharam os dois jovens sorrindo de forma totalmente chantagista à sua frente. Eles se encararam e retornaram a olhar para os dois adolescentes.

—De jeito nenhum. - disseram rindo em uníssono.

—É parece que não vai ser dessa vez. A gente pode marcar para semana que vem, o que acha? - Killian

—É aquela história, se não tem tu vai tu mesmo. Remédio de enjoo para semana que vem? - Emma

—Sim, não esquece Emms.

—O que você está planejando? Eu quero muito saber.

—É claro que quer, ser curiosa é um traço genético seu.

—Fazer o que né.

—Aguardar com muita paciência, você não vai se arrepender Emms.

—Não me faça ficar mais ansiosa Killian!

Ele riu

—Eu vou tentar. - Killian

—Então, sem querer ser rude Killian, mas é que isso não poderia estar acontecendo. - David

—Eu sei, foi mal, vai contra o regulamento do castigo. Eu já estou indo. Boa noite para vocês! - Killian

—Boa noite Killian. - Mary

—Boa noite! - David

—Você me leva até a porta Emms?

—Com certeza. Volto num minuto família.

Os dois caminham até a saída da casa.

—Eu vejo você amanhã, viu? - Emma

—Eu já estou contando os minutos. - Killian

Os dois se beijam.

—Até amanhã Emms.

—Até Kil!

Em frente ao centro comunitário.

Graham terminava de se trocar e guardar algumas ferramentas, quando Martin Teller aparece.

—Ora, ora, ora…

O jovem ouve a voz atrás de si e gira os olhos.

—Se não é o nosso garoto em processo de reabilitação.

—O que faz aqui Martin?

—Olha o respeito. É policial Martin.

—Não tem ninguém aqui além da gente, não vou ficar com esse joguinho agora. Eu também tenho mais o que fazer.

—Ah é, suas consultas especiais.

—Já falei para não mencionar isso

—Ah, relaxa Graham! Por que não me atendeu hoje?

—Porque eu já pedi pra não me ligar. Eu fui bem claro ao dizer que você deveria entrar em contato pelo site de relacionamentos, Bárbara. - rindo

—Eu não vou me passar por uma mulher pra fazer isso. Pode desistir.

—Você não quer me causar um problema agora, não é? - encarando o homem de forma séria.

—De jeito nenhum chefinho, muito pelo contrário. Olha só o que eu arranjei.

O policial mostra dois celulares

—Para gente se falar. Assim não vão achar registros estranhos nos nossos celulares e também não vou ter que usar um codinome ridículo como Bárbara.

—Onde arrumou isso? Espero que tenha sido discreto ao comprar dois celulares de uma vez só. Digamos que só com o seu salário isso não seria possível. - pegando o aparelho

—Não se preocupe. Não vão descobrir.

—Assim espero. Mas você veio aqui pra isso?

—Também, mas para parabenizar pela desculpa que arrumou. Foi inteligente entrar em contato com o tapado do Kristoff

—Bem, eu sabia que desconfiariam de mim. Precisava de um álibi antes de atacar, então dei um jeito de ter um que ninguém iria suspeitar.

—Jogou bem.

—Você nem tanto. Aquela ruiva infeliz… pelo que eu soube ela se machucou, mas não o suficiente para pagar aquela língua grande e a traição do Kristoff.

—Não é minha culpa se ela é de ferro e se os amiguinhos chegaram. Mas ela teve o recado dela, isso que importa.

—Eles devem estar se perguntando o porquê! Bando de idiotas. E como estão as coisas na delegacia?

—Tudo dentro dos conformes. Consegui entrar no caso e estou de olho em tudo. Dei um fim naquela máscara e nas cinzas dela também. Não estão nem suspeitando da gente, Graham.

—Isso é perfeito! Confesso que tenho que te agradecer Martin, sem a sua ajuda nada disso seria possível. Eu viria como primeiro suspeito e provavelmente seria descoberto. Conhecer alguém tão fácil de corromper como você naquela prisão, foi um achado e tanto.

—E quando existem interesses em comum fica ainda melhor. - sorrindo diabolicamente - Mas me diga, quando será o próximo evento?

— Nada por agora, não podemos dar muito na pinta, inclusive, trabalhe melhor essa maquiagem, está muito fraca, estou quase vendo a marca. Não quero ninguém descobrindo o corte que você tem na cara, não precisamos disso agora.

—É o suor. Mas eu já resolvo. Só quero pôr as minhas mãos naquele bastardo desgraçado.

—O seu ódio por ele me comove.

—Você não viu nada! Ele me tirou tudo, tudo que eu mais prezava e amava.

—Claramente é um mal da família Booth.

—E eu vou dar o troco, vivo ou morto, os Teller cumprem com sua palavra. E eu dei a minha.

—Que permaneça assim. Independentemente dos seus motivos, nós temos um acordo.

—Não se preocupe, pode ter certeza que será cumprido e…

—Calado, ele vem aí.

De longe os dois observam Killian se aproximando. As mãos de Martin se fecham e Graham sorri.

—Policial Martin, Graham.

Graham o ignora e volta a arrumar suas coisas.

—Olá Killian! Dando uma volta? - Martin

—Indo pra casa. Hum… desculpe a pergunta, mas…

—O que eu faço aqui? - o jovem balança a cabeça concordando - vindo conferir o trabalho desse aí e pegar a lista de presença de hoje. Eu prefiro não confiar em certos meliantes, não é Sr.Humbert.

—Não enche, babaca.

O homem agarra o braço de Graham com grosseria.

—Um dia, você vai pegar essa sua língua, idiota. Me trate com mais respeito ou vai amanhecer numa cela gelada, sem luz, somente você e esse medo que está sentindo agora, seu merdinha!

Killian observava a cena com atenção. Apesar do aparente abuso de poder da parte de Martin, não podia negar que estava gostando de assistir aquilo

—Você me entendeu?

—Sim senhor.

—Excelente! Agora anda, até onde eu sei você tem uma consulta agora.

O jovem olha furioso para o policial, este dá de ombros e volta sua atenção para Killian.

—Bem, eu preciso ir jovem Mills Both, até mais.

—Até Martin.

O policial se afasta e Killian olha para Graham.

—Perdeu alguma coisa, lesado?

Killian o encara sorrindo e o outro sente seu sangue ferver.

—Passar bem, Graham! - ele fala e se retira.

Graham o observa se afastando, passo a passo, até o rapaz atingir uma distância considerável.

—Não se preocupe Killian, você vai sofrer com todos, um por um, até que você seja o próximo, lesado dos infernos.

—Falando sozinho, meu jovem?

—Puta que pariu, Alister.

Graham vira num pulo e encontra o homem à sua frente, Alister Freymain, um jovem psicólogo a trabalho dos serviços sociais, com quem Graham se consultava duas vezes na semana.

—Você está atrasado para a consulta.

—É coisa pouca. O que? Uns 15 minutos? - olhando as horas no celular.

—30 minutos, Graham.

—Olha, eu me enrolei um pouco aqui, mas sinceramente? Nós dois sabemos que isso é uma perda de tempo.

—Eu não acho que falar sobre os seus problemas seja uma perda de tempo, muito menos quando eles refletem nos...

—Cuidado com o que vai dizer, Alister.

—O que você vai fazer? Me socar? Quebrar a minha cara, acabar com a minha vida? – ele disse parafraseando as palavras que tinha ouvido do jovem algumas semanas atrás, lá na delegacia.

—Eu já entendi.

—Então acho que isso é um “você vem comigo”. Estou certo? – ele disse caminhando sentido ao consultório.

—Claro, Alister. – Graham falou o seguindo.

1 mês atrás.

Fazia uma semana que Graham e Kristoff estavam na delegacia, os processos de ambos os jovens já tinham sido iniciados, mas só o tempo diria o que seria de cada um ali. A convivência entre os dois não era das melhores, afinal Graham culpava Kristoff e sua paixão estúpida por Aurora, graças a isso ele dizia estar ali. Já Kristoff enxergava com outros olhos, era culpa de Graham, mas acima disso, culpa dele mesmo por estar ali. Por não ter tido o senso de se afastar e de levar o amigo consigo. Estava pagando pelo que tinha feito.

Seu amigo nunca olhava as coisas por esse ponto. A cada momento que parava para pensar, o ódio lhe consumia. Ódio de si próprio por ter feito algo com tantas falhas, ódio de Robin, Ruby, Aurora, Kristoff e Killian. Sempre Killian. Primeiro fora Emma, depois a autoridade que Graham tinha sob a faculdade e agora estava preso. A fixação do rapaz o cegou e aos poucos os presidiários assistiram o jovem enlouquecer.

Volta e meia Kristoff o encontrava falando sozinho, repetindo nomes, o de Emma era um dos mais citados. Era como se Graham falasse com a loira, quando na verdade tudo que estava a sua frente era uma parede. E em um desses súbitos momentos o jovem explodiu de raiva. Nesse dia Kristoff teve certeza de que aquilo não havia acabado, não quando ouviu o amigo gritar o nome de Killian com tanto fervor enquanto esmurrava uma parede.

Foi Kristoff quem chamou por ajuda, e de imediato o policial Martin e o jovem Alister tinham aparecido. Martin havia entrado na cela e segurado os braços de Graham enquanto este se debatia, chegando a acertar o policial.

—Me solta! Ele vai ter o que merece. Eu vou socar a cara dele, acabar com a vida daquele imbecil como ele acabou com a minha! Eu vou matar Killian Jones Mills Booth.

Naquele momento Martin iria reagir, mas quando ouviu o nome certo – Booth – tudo que fez foi pegar o jovem com um pouco mais de força e o arrastar até uma espécie de solitária. Atrás dos dois, Alister Freymain seguia, notando que seu serviço começaria ali.

Dias atuais, Mansão Mills.

Na sala de estar

Os quatro esperavam a discussão lá em cima acabar, tinha quase meia hora que Eduardo e Regina estavam trancados no quarto. Henry e Elle tentavam se distrair com um programa aleatório na TV enquanto Rebecca e Elsa estavam no escritório de Regina. A loira sabia que lá era o local onde a morena guardava suas melhores bebidas e para se manter sã na presença de Rebecca, Elsa precisava de algo bem forte.

De fato seu irmão estava certo, Elsa pensou. Com poucos minutos de conversa com Rebecca, a loira reparou em como a mulher era cínica, sarcástica e irônica, mas tinha a incrível habilidade de fazer isso no time perfeito. Nunca era pega em suas próprias piadas nem se enrolava, qualquer que fosse o assunto. Era uma mulher esperta, e isso era algo que Elsa apreciava em suas pretendentes.

A loira não fazia o tipo que namorava, esse não era seu forte. Gostava de ficar sozinha, e ter alguém ao seu lado o tempo todo, que não fosse seu irmão ou sobrinho, por mais de 3 horas a fazia ter calafrios, e olha que nem o clima frio a fazia se sentir assim. Seus casos nunca passavam disso, casos. E ela se orgulhava bastante desse fato.

—Pois bem, o que vai querer? – abrindo uma pequena adega que tinha no máximo duas garrafas de vinho – Temos Bourbon, Jack Daniels, tem tequila... Nossa Rum! – surpresa por Regina gostar de algo assim.

—Tem algum vinho? – Rebecca perguntou se sentando na cadeira atrás da mesa de Regina.

—São 18h30. Quer beber vinho a essa hora?

—E por que não? Vinho é sempre uma boa pedida.

—Se for fim de noite ou um jantar. No caso de uma possível guerra entre famílias eu acho que o whisky cai melhor. Vamos de Bourbon, soa bonito e é bom também. – Elsa disse olhando para a garrafa.

—Okay, você quem manda. – Rebecca

—Cuidado com a escolha de palavras, Rocco. –Elsa (pegando os copos)

—Quando me chama assim me faz lembrar o seu irmão, mas numa versão bem melhorada. – Rebecca falou prendendo o cabelo em um coque alto.

—Considerando o seu ranço para com o meu irmão eu não sei se devo considerar isso um elogio. – Elsa falou jogando alguns cubos de gelo em cada copo com bebida.

—Nunca deve, eu não elogio ninguém. – Rebecca

—Acho que vou ser a primeira então. – Elsa

—Eu acho que não. – Rebecca

Elsa se volta para o interior da sala. A loira iria levar as bebidas até a mesa se a imagem de Rebecca não a tivesse paralisado. Elsa se perguntava como um simples coque mal arrumado e uma mão no queixo tinha conseguido deixar Rebecca ainda mais bonita. Ela não sabia se era uma coisa de família, mas daquele dia em diante as morenas passaram a ser o tipo de Elsa. Completamente.

Rebecca por outro lado encarava a loira, seria, apenas uma leve curva nos lábios, quase imperceptível, entregando que ela sabia o que se passava na cabeça de Elsa. A mulher tinha recebido esse olhar muitas vezes ao longo da vida adulta. Desejo. Era assim que ela o caracterizava e naquele momento ela sentia o desejo emanar da loira a sua frente.

Rebecca sorriu largamente, gostando do efeito que despertara em Elsa. Receber esse tipo de olhar de homens não a interessava, mas de mulheres... A história virava outra.

—Então... Eu vou beber esse whisky hoje ou não? – Rebecca.

Elsa despertou de seus devaneios impuros e se pôs a andar.

—Aqui, espero que goste. – entregando a bebida.

As mãos das mulheres tocaram novamente.

—Se tiver gosto de vinho.

—É melhor. – Elsa disse virando um pouco do líquido, enquanto apreciava a sensação do álcool queimando a garganta. – Tenta aí.

—Certo. – a morena vira o whisky e a expressão tira uma gargalhada de Elsa. – Isso é horrível. Santo Deus! Minha boca está queimando.

—Lógico, você bebeu de forma errada. – dando a volta na mesa e ficando frente a frente com Rebecca.

—E tem jeito certo? É só beber.

—Quando você bebe vinho você degusta ele, não é?

—Sim, mas é vinho. Uma coisa um pouco mais refinada. Isso aqui é coisa de boteco.

—Sério, Bourbon? Você claramente não sabe do que está falando. Toma, pega o meu copo. Vou te ensinar a fazer isso direito.

Rebecca a encarou, desconfiada, mas acabou cedendo.

—Primeiro de tudo – olhando nos olhos da morena – beba aos goles e não a dose inteira. Ponha na boca e, como o vinho, deixe ali por um tempo.

Rebecca faz a ação, passo por passo.

—Sinta as sensações. Queima um pouco no início, mas depois vira um calor agradável, então feche os olhos e deixe descer pela garganta. – A mulher repete – E aí abra a boca levemente e deixe um pouco de ar entrar, causando um frescor. Molhe os lábios com a língua retirando o resto do whisky.

Elsa observa a língua de Rebecca passar por cima dos lábios da morena. Era como uma tortura. A loira se aproxima, deixando os rostos a centímetros um do outro.

—Pode abrir os olhos, Rocco.

Os olhos azuis caíram em cima de Elsa, penetrantes, invadindo espaços. As mãos da loira seguraram os braços da poltrona e seus lábios se aproximaram lentamente dos de Rebecca, roçando um no outro, mas sem se encostar. Apenas o cheiro do álcool rodeando o ambiente.

—Você sabe jogar, loirinha. – Rebecca disse baixo, dando uma leve mordiscada no lábio inferior de Elsa.

—E está disposta a entrar no jogo? – Elsa

—Eu já estou dentro. – Rebecca

Elsa sorriu, maliciosa, e se afastou.

—Eu vou ver como aqueles dois estão lá em cima. Continue apreciando o whisky.

—Com certeza. – enquanto observava Elsa se afastar.

A loira saiu da sala.

—Isso vai ser interessante. – Rebecca disse virando a bebida e repetindo todos os gestos.

Do lado de fora do escritório.

Elsa fecha a porta e permanece com a mão na mesma. Henry e Elle ficam a observando. A loira se vira para os jovens em êxtase.

—Essa mulher ainda vai me matar. – sorrindo

Henry e Elle sorriem olhando a figura.

—Eu vou lá em cima ver como eles estão. Volto logo. – Elsa

—Beleza. – Henry fala observando a tia subir as escadas.

– É, parece que a minha tia vai entrar para a sua família também. – Elle

—A sua mãe e o meu pai vão surtar. – Henry

—Eu não tenho dúvidas. – Elle

Os dois jovens escutam a porta da frente abrir e de repente Killian entra no cômodo.

—Hey! Vocês já chegaram! – disse largando a bolsa no chão e indo até os dois.

—Nós estamos aqui, então eu acho que sim. – Henry.

—Certo. Eu senti muita falta de você, ELLE. – ele fez questão de enfatizar enquanto abraçava a garota, fazendo Henry rir.

—Oi Killian! – sorrindo – Também senti sua falta. – Elle

—Bem, alguém tinha que sentir. – olhando para Henry – E eu aqui, defendendo você das garras da Joyli. Seu ingrato!

—E eu agradeço muito, Killian, de verdade. – Henry disse abraçando o irmão.

—Não precisa, não tinha como não ajudar vocês. – Killian

—A gente mal começou a namorar e já virou caso de polícia. – Henry

—Pelo menos vocês nunca vão sentir tédio. – Killian

—Olhar pelo lado bom né. – Elle

—Foi o que nos restou. – Henry

—E o resto da galera?

—Bem, a tia da Elle, a arma secreta que eu comentei com você, está no escritório da Regina. Papai, Regina e tia Elsa estão lá em cima. Os dois discutiram e estavam se resolvendo, minha tia foi ver se estava tudo bem. – Henry

—As coisas continuam animadas então. – o rapaz mudou a expressão.

—O que foi? – Henry

—Sentem aí, tenho que comentar algo com vocês.

—Está tudo bem? – Elle

—Comigo sim, mas com a Aurora não.

No Andar de Cima.

Elsa alcança a porta da suíte e a abre sem nenhum aviso.

—Então casal – abrindo a porta – Já se resol...

A loira encara o irmão fechando o zíper da calça e a cunhada terminando de abotoar a blusa. Elsa suspende uma sobrancelha e cruza os braços em frente ao peito.

—É, parece que a discussão de vocês rendeu bastante, não é? – sorrindo

—Alguém já te falou sobre bater antes de entrar? – Eduardo

—Você não está com moral pra falar comigo não, não agora. – a mulher se vira para a amiga – E você em dona Regina? Acho bom esconder essa marquinha aí viu? – apontando para o ombro da mulher.

—Eduardo! O que a gente tinha combinado? Sem marcas!

—Foi mais forte do que eu!

—Pelo que eu tô vendo, muitas coisas foram mais fortes do que você, maninho. – segurando a calça rasgada de Regina, que puxa o tecido das mãos de Elsa. – Eu não quero nem saber o que acontece aqui normalmente.

—Então, vai falar o porquê de ter subido ou vai continuar envergonhando a gente? – Eduardo

—A segunda opção é tentadora, mas meu sobrinho precisa de ajuda. Estão prontos? – Elsa

—Vamos! – Regina

—Então. Todos prontos? - Eduardo disse descendo as escadas acompanhado de Regina e Elsa.

—Que bom que cheguei a tempo do grande evento. – Killian

—Bem na hora, meu amor. - Regina disse beijando a cabeça do filho. - E onde está a outra?

—Quem? – Killian

—Minha tia, Killian. – Elle

—Ah sim, a salvadora da pátria que o Henry mencionou. – Killian

Regina revira os olhos com o comentário e Eduardo ri da namorada.

—Mas cadê ela? – Henry

—Eu vou verificar. – Elsa

—Mantenha distância maninha. – Edu

A loira piscou para o irmão e entrou no escritório.

—Céus, quando eu disse pra você curtir o whisky não era pra beber meia garrafa.

Rebecca estava virando seu copo quando Elsa retirou a garrafa e o copo das mãos da mulher.

—Você está bem? – Elsa

—Ótima! Você estava certa, isso é bom, mas fica tranquila, nenhuma bebida me derruba tão fácil.

—É, eu notei. Bebeu tudo isso e está andando de salto.

—Depois eu te ensino o truque, loirinha. Já está na hora?

—Sim, todo mundo tá esperando lá fora. – Elsa

—Certo. – soltando os cabelos e colocando seus óculos.

Pronto, e lá estava Elsa no mesmo estado de transe.

—Deixa eu te perguntar, o que passa nessa sua cabeça quando você fica me encarando? – a morena perguntou sabendo a resposta.

—Acredite, você não vai querer saber. – passando pela mulher.

—Eu tenho as minhas dúvidas.

Rebecca segura o braço de Elsa, colocando uma distância mínima perigosa entre as duas. Os olhos da loira vão do braço ao ventre, seios, boca e olhos de Rebecca. O clima fica pesado entre as duas.

A porta se abre.

—Vocês vão vir ou... – Eduardo

As duas mulheres o olham, permanecendo como estavam.

—Não se aproxime da minha irmã, Srta. Rocco! – ele fala segurando a mão de Elsa e a puxando dali.

—Não é algo que ela possa evitar, Edu. – Elsa.

—Nisso eu sou obrigada a concordar, cunhadinho. – Rebecca

Eduardo para e a olha.

—Nem morto! – Edu

Rebecca gargalha e Elsa acaba tentando lutar contra a vontade de sorrir de forma encantadora para a mulher.

Na Delegacia.

—Certo Srta. Mills – Henderson falava com Regina ao celular. – Nos encontramos lá então. Okay, até.

O homem desliga o celular e observa o policial Louis se servir de um café. Henderson caminha até ele.

—Policial Henderson! – Louis

—Olá Louis.

—Vai um café?

—Não, não. Muito obrigada. Eu quero te pedir um favor.

—Sim senhor, é só dizer.

—As coisas aqui na delegacia são sérias, Louis.

—Eu sei senhor.

—Então quando for prestar uma informação a qualquer um faça isso de forma certa. Não jogue ou brinque com quem está aqui e com quem trabalha aqui.

—Eu não entendi senhor. Fiz algo de errado?

—Prestou informação errada ao Martin. Disse que eu estava fora da delegacia hoje a tarde, que tinha saído, quando na verdade eu fiz isso pela parte da manhã. Nosso trabalho é sério, e mentiras não ajudam em nada. Não sei se vocês tem uma rixa ou foi só uma brincadeira, mas eu peço que isso não se repita.

—Senhor, não foi nenhuma brincadeira, muito menos uma rixa. Eu mal converso com o Martin, todo mundo aqui acha ele meio estranho e afastado de todos. Eu nem sequer mencionei com ele que o senhor tinha saído. Independentemente do horário.

—Mas... Ele disse que...

—Com todo respeito senhor, eu não sei o que ele te disse. Mas seja lá o que foi, ele mentiu.

—Tem certeza do que está me dizendo, Louis? Hoje não é um bom dia para brincar.

—Absoluta, policial Henderson, tem minha palavra.

—Tudo bem. Eu tenho que ir agora e me desculpe pelo inconveniente.

—Sem problemas, até mais.

—Até Louis.

Henderson saiu do prédio perguntando o que estava acontecendo no seu departamento.

Elle’s House.

Joyli e Stteve estavam na sala de jantar, apreciando a refeição, quando escutam batidas na porta.

—Raffi, quem é? – Stteve.

—A senhorita Elle, Sr. Stteve – Joyli se levanta sem demora – Acompanhada do Sr. Henderson e os Mills. – Raffi.

Os dois caminham até a sala de estar, que naquela altura estava lotada. Praticamente todos os Mills estavam ali, em defesa de Henry e Elle.

—A minha princesinha. – Joyli falou abraçando a filha, Elle retribuiu o gesto. – Como você está? Tudo bem? Esse delinquente, eu sabia que isso não era boa coisa Elle.

—Eu estou ótima, mãe e por favor, você sabe que essa situação não é nada disso que você está pensando. – Elle

—Você está fora do seu juízo perfeito meu amor, e está tudo bem. A gente vai resolver isso juntas. – Joyli

—Eu desisto, de verdade mesmo. – Elle

—Por que você não sobe, Elle? Deve estar cansada da viagem. – Stteve.

A jovem olhou para o pai e o ignorou, voltando a ficar lado a lado com Henry.

—Espero que tenha trago a ordem de prisão Henderson, você vai precisar. – Joyli.

O policial rolou os olhos acompanhado de boa parte dos outros presentes.

—Certo, vamos resolver isso de uma vez. Elle, me diga. Você foi forçada a abandonar o voo para casa do seu avô e embarcar para Seattle junto com o Henry? – Henderson

—Não Henderson. Eu fui com o Henry por livre e espontânea vontade, era só uma viagem pra gente poder ficar. Nada demais. – Elle

—Okay, acho que está tudo resolvido. – Henderson

—Não! Você não pode estar acreditando em algo assim, Henderson. É um absurdo! – Joyli

—Chega! Essa história acaba agora. O que vocês estão fazendo é que é um absurdo. A filha de vocês está bem, totalmente ciente das faculdades mentais. Eu estou em dúvida quanto a vocês! – Henderson

O casal se olha e a família Mills observa a cena sorrindo.

—Não podem ocupar a linha telefônica, um oficial e o departamento com questões pessoais de vocês. A polícia é coisa séria e eu espero que vocês comecem a enxergar isso. Eu realmente gosto da família de vocês, mas se voltarem a me ocupar com esse tipo de baboseira fantasiosa da cabeça de vocês, a coisa não vai acabar bem. Eu fui claro Stteve e Joyli? – Henderson

—Sim Henderson. – os dois disseram juntos.

—Excelente! Henry, você é claramente inocente. Boa sorte aos dois e eu vou pra casa descansar, vocês me cansam. – ele disse se retirando.

—Obrigada por tudo Henderson. – Henry

—É só o meu trabalho, filho. Uma boa noite a todos. – se retirando.

—Agora que isso está acabado, eu acho que podemos ir. – Eduardo

—Não tão rápido. – Joyli – O seu filhinho pode não ter sido preso, mas eu ainda não permito esse namoro.

—Você não tem que permitir nada mãe. A vida é minha! É simples assim. – Elle

—Ah é? Se a vida é sua já pode arrumar a sua casa, sua comida, comprar suas roupas... Ou acha que vai namorar com ele enquanto vive embaixo do meu teto? – Joyli

—Mas você não pode, essa casa aqui é minha também! – Elle

—Não, essa casa é minha e de seu pai. Nós a compramos, nós a mantemos e você nem se quer tem emprego. Mas é simples assim não é, Elle? – Joyli

—Como podem fazer isso com a própria filha de vocês? Acham que isso é ser pai e mãe? Ser família? – Regina

—E quem é você para querer falar alguma coisa? Pelo o que meu detetive descobriu, não foi você que abandonou o próprio filho? Sua desnaturada! – Joyli.

—Me desculpa Elle, mas eu vou ter que matar a sua mãe. – Killian

—Não Killian. – Regina – Sinceramente, isso não me incomoda mais. Eu abandonei sim o meu filho e nem de longe foi uma decisão fácil, mas fiz isso querendo dar o melhor pra ele. Diferentemente de você, que está destruindo a vida da sua filha por puro capricho seu, sua egocêntrica!

—Mandou bem. – Edu

—Tudo poderia ser diferente Joyli e Stteve, se amor fosse o suficiente para vocês. – Henry – Mas o que é a riqueza, os bens e os títulos, não é mesmo?

—Ah por favor, vão dar lição de moral em outro lugar! Agora Elle, minha filha, vamos...

Finalmente todos se dão conta de que a garota não estava mais ali, mas sim descendo as escadas com uma mochila nas costas.

—Elle? Mas o que... – Stteve

—Tá tudo bem. Eu conheço vocês e o mundo de vocês funciona dessa forma. Então tá tudo bem. Eu vou embora. Vou achar meu lugar. Assim tudo se resolve, simples. – Elle

—E para onde vai, mocinha? Pra debaixo da ponte? Porque na casa desse aí você não fica. Eu ponho aquela mansão abaixo. – Joyli

—Eu não vou pra lá mãe, nem para debaixo da ponte. – Elle

—Então vai para onde? – Stteve.

—Pra minha casa, irmã. – Rebecca

Rebecca, que estava muda no meio da situação, encostada no batente da porta de entrada, só observando toda a cena inacreditável que rolava na sua frente, entra na casa.

—Rebecca? O que faz aqui? – Joyli

—Veja bem, a sua loucura chegou num ponto tão exorbitante que a minha sobrinha foi me pedir socorro. Eu saí de Augusta para parar aqui. O que você pensa que está fazendo Joy? – Rebecca

—Eu... Eu. – Joyli

—Desembucha!

—Eu estou zelando pelo bem estar da minha filha!

—Sério? É isso mesmo que está fazendo? Acha que o que está acontecendo agora, está causando o bem estar da Elle? Sua filha, não quer viver na mesma casa que vocês, acorda Joy!!!

—Quem você pensa que é Rebecca? Faz anos que eu não te vejo e do nada você entra na minha casa e quer mandar na minha vida? - Joyli

—Para de distorcer as coisas! Você já se perguntou o porquê de fazer anos que a gente não se vê? Eu te respondo. Porque vocês são insuportáveis! Você gosta de controlar tudo Joyli, tudo! Sempre da sua maneira. Está fazendo isso com a sua filha nesse momento e nem percebe. Sabe quem você está parecendo? A mamãe.

—Não ouse! – nervosa

—Ah o que foi? Ficou magoada? Abalei o seu mundinho frágil? Bacana né! Mas é isso sim, tá igual a megera da mamãe, querendo escolher a vida dos outros ao invés de cuidar da sua própria!

—Cala a sua boca Rebecca!

—Nossa, magoou agora. – cínica. – Olha, eu sei que você tem medo que a Elle sofra, sei que tem medo de que aconteça com ela o mesmo que aconteceu com você e o seu antigo namoradinho.

—Como? Que que aconteceu? – Elle

—Nada! – Joyli

—A sua mãe quando era mais nova, há uns 100 anos atrás – A loira fuzilou Rebecca com o olhar – Eu tô brincando! Mas enfim, ela tinha um namorado. E as coisas pros dois não foram fáceis, sua mãe enfrentou a sua avó pra ficar com ele e bem, deu com os burros n’água. Ele era um idiota! Um paspalho completo.

—E eu sinto que a Elle está indo para o mesmo caminho. Esse rapaz não é homem para a minha filha.

—Aí é que você se engana, minha senhora. – Henry – Eu não sei o que você viveu no seu passado, suas frustrações, nem nada disso. Mas eu sei de uma coisa. Não sou esse tipo de garoto, de homem, a sua filha é a coisa mais importante na minha vida e nem passa pela minha cabeça um futuro em que ela não esteja presente. Eu não ligo pro seu preconceito, para o que pensa ou deixa de pensar de mim, mas eu não aceito que compare o que ocorreu no seu passado com o que eu e Elle temos agora. Não quando você quer se colocar na posição de vítima, quando está agindo como a vilã.

A loira ficou sem palavras.

—Eu gostei dele! É mais legal que você, cunhadinho. – Rebecca falou olhando para Eduardo

—Não me chame assim! – Edu

—Enfim, mana. Pensa bem no que você está fazendo. E você, Stteve, pensa bem o que está apoiando. Enquanto isso a Elle fica lá em casa. Certo Elle?

—Positivo. – Elle

—Você tem meu endereço caso mude de ideia. – olhando para a irmã. – Vamos?

Os demais concordam, já se retirando.

—Boa noite Raffi, foi muito bom te ver de novo. – abraçando o mordomo.

—Eu digo o mesmo, menina Becca.

Ela saí da casa.

—Obrigada tia! – Elle

—Não precisa agradecer, Elle. Eu nunca deixaria algo assim acontecer com você, nunca. – Rebecca

—Como você consegue achar ela ruim? – Elsa perguntou ao irmão.

—É sério Elsa, não me diga que você está cogitando se relacionar com ela? – Edu

—Você quer a verdade ou o que te conforta? – Elsa

—Eu quero que você comece a gostar de homens. – Edu

A loira gargalha.

—Eu sinto muito maninho, mas é que alguém da família tem que ter um pé no arco-íris. – Elsa

—E eu devo dizer que a seleção foi impecável. – Rebecca falou passando ao lado dos dois.

—Está vendo? Não tem como não querer ela, Edu. – Elsa disse indo até a mulher, caminhando lado a lado com ela.

—Regina. – manhoso. – Elas não vão ter a minha benção.

—Você acha mesmo que a sua irmã está ligando pra isso? Deixa a Elsa se divertir, quem sabe assim ela não sossega.

—É, talvez a chegada da Rebecca traga algo de bom pra minha irmã. Seria ótimo ver ela com alguém ao invés de sozinha naquela casona.

—Pois bem, deixa acontecer. Apesar de tudo eu tenho que reconhecer o que a Rebecca fez pelo nosso filho hoje, ela ajudou, e muito.

—Eu concordo. Ela não é a melhor pessoa do mundo, mas também não é a pior. – Edu

—E vamos combinar, ela é linda. – Regina

—Isso é alguma pegadinha onde eu concordo e você me degola? – Edu

—Não! – rindo – Isso é um fato. Até eu dormiria com ela, Edu. – Regina

—Ah não, isso não. Pode esquecer! – rindo. – Você é só minha, Regina Mills. – Edu

—Só sua. Sempre. – Regina

—Ouviu isso, Rocco? – falou fazendo Regina gargalhar.

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