—Elle, realmente gosta de mim?

—Sim.

—Em que sentido?

—Acho que da mesma forma que você.

—Que bom. –ele disse sorrindo.

—Só tem um problema.

—Qual?

—Ei, eu gostaria de dançar com ela agora. –disse um garoto entrando no meio dos dois.

—Esse problema.

—Que problema amor?

—Amor? –perguntou Henry.

—Prazer eu Peter, Peter Kay. Namorado da Elle.

O sorriso de Henry murchou e a tristeza tomou conta de seu rosto.

—Isso é verdade Elle?

—Henry... Eu disse que tinha um...

—Vem amor, vamos dançar e deixar o DJ fazer o trabalho dele. – falou Peter enquanto enlaçava a cintura de Elle e a arrastava para o meio do pessoal.

—Desculpa. – ela disse em tom baixo.

Henry, cabisbaixo e decepcionado, voltou para o palco e continuou seu trabalho.

Pov Henry.

Namorado? Mas é claro! Claro que isso tinha que acontecer comigo. Quando que alguém iria olhar pra mim? Um nerd, que lê gibs e usa camisa do Star Wars! Nem o fato de eu ser DJ ajuda. Aceite logo Henry, você é só um otário, um plebeu que achou que podia ter chance com a princesa.

Eu queria sair dali, já estava entediado de ver os dois se beijando. Eu queria era atirar todo o meu equipamento naquele Peter.

Depois de alguns minutos acho que os deuses ouviram minhas lamentações e resolveram me tirar dali. Uma briga começou entre dois primos e isso acabou com o clima da festa. A mulher que me contratou pediu desculpa por todo o acontecido e me pagou.

Quando eu estava saindo Peter me parou.

—Ei! Henry não é? Bem, só agradecendo por ter aceitado tocar na festa da minha NAMORADA. - ele fazia questão de colocar ênfase nessa parte - E pode ficar tranqüilo que eu não sou ciumento. Você e a Elle podem continuar sendo bons AMIGOS. – ele deu ênfase ai também.

—Claro.

Eu disse e virei os tornozelos na direção da porta. Quando alcancei a maçaneta escutei Elle gritar meu nome, porém não dei ouvidos. Abri a porta e a fechei logo em seguida. Ainda chovia e eu tinha esquecido meu guarda-chuva dentro da boate. Eu até poderia voltar, mas não queria falar com ela e muito menos ouvir aquele panaca dizer aos quatro ventos que ele era namorado dela.

—Bem, resfriado aqui vamos nós.

Sai debaixo da sacada e comecei a andar debaixo de chuva. Os equipamentos não iriam estragar estavam bem protegidos dentro da bolsa, mas eu... Certeza que depois teria um resfriado, tosse, gripe e ainda um bônus... Um grande e enorme coração partido.

A caminho de caso...

Aurora e Regina conversavam animadamente enquanto voltavam para a mansão. No meio do caminho elas observam um menino magro andando na rua, no meio da chuva, carregando uma bolsa.

—Tia me diz... Quem é o doido que sai de casa, à noite no meio da chuva?

—Também queria saber.

—E ainda carregando peso. Só maluco mesmo.

—Ou filho do Eduardo.

—O que? – perguntou Aurora confusa.

—Olha é o Henry.

A morena avança um pouco e alcança o menino.

—Henry, o que tá fazendo na chuva? Vem entra no carro.

O menino entra e se senta no banco de trás.

—Henry, o que tava fazendo aqui e de noite? –perguntou Regina voltando a dirigir.

—Eu estava tocando em uma... Uma... Atchim! Em uma festa.

—Acho que alguém pegou um resfriado. – Aurora.

—Seu pai sabe disso?

—Aham. Eu mandei uma mensa... Atchim! Uma mensagem pra ele.

—Não devia ter saído da festa agora. Ia pra casa no meio da chuva? Deveria ter esperado lá ou ligado pra alguém que a gente te buscava.

—Não queria ficar lá.

—Por quê? – Aurora.

—Nada.

—Sinto cheiro de treta. – falou a ruivinha.

—Regina.

—Sim?

—Onde você e o papai estavam? Passaram a tarde inteira fora de casa.

—É verdade tia. Onde vocês estavam?

—A gente foi no Haras, dar uma volta. A gora que vocês falaram em ficar fora de casa... Vocês sabem aonde o Killian foi?

—Ele disse que ia... Atchim! Que ia conversar com o Robin, algo assim. Ele ainda não voltou?

—Quando eu saí de casa ele não estava lá. E já é bem tarde. E ta chovendo. – falou Regina preocupada.

—Calma tia, ele já deve estar em casa.

—É, eu espero que sim.

No Granny’s.

—Robin será que a Emma e o Killian estão bem?

—Ruiva eu espero que sim. To tentando ligar pra ele, mas da fora de área.

—Robin e se acontecer alguma coisa com eles? E se uma árvore caiu em cima da cabana, ou se um raio os atingiu ou se eles deslizaram na lama...

—E vieram surfando até o pé do morro... – ele disse brincando. - Calma ruiva, a floresta é ruim de sinal, ainda mais com chuva. Eles devem estar bem. Não fica preocupada, lembra do bebê.

—Robin. - disse a ruiva sentada em cima da cama. - Você já pensou em como será nosso filho?

—Ah, não sei, mas de uma coisa eu tenho certeza.

—O que?

—Ele vai ser bonito igual ao pai!

—Fica quieto Hood! – disse a ruiva enquanto atirava uma almofada no namorado.

—To brincado. Não pode nascer ninguém mais bonito que eu. – ele disse já se escondendo da outra almofada voadora.

—Palhaço. – a ruiva diz e se cala em seguida.

—O que foi?

—Nada, é só que to um pouco assustada. Com a gravidez.

Robin se aproxima da namorada.

—Eu sou muito nova Robin. Às vezes eu acho que acabei cometendo um erro e que isso pode estragar a minha vida.

—Eu sei como você se sente.

—Sabe?

—Acredite já me peguei pensando nisso. E eu concordo somos jovens de mais pra sermos pais, mas eu não me arrependo. Essa criança só nos uniu mais e quadruplicou meu amor por você, ruiva.

—Promete que vai ficar do meu lado?

—Prometo, e nunca vou sair.

Ambos se olham e trocam um sorriso.

Na casa dos Mills.

19h40min.

—Chegamos... – disse Regina entrando em casa com Aurora e Henry.

—Que cheirinho bom. - disse a ruiva.

—Papai... Atchim! Cozinhando é?

—E você resfriado... Andou na chuva?

—Mais ou menos.

—Eu e a Aurora achamos ele vindo embora debaixo de chuva.

—Henry, por que não me ligou?

—Não queria, atchim, incomodar.

—Você não iria incomodar. – falou Regina, abraçando Henry. - Vai lá pra cima e toma um banho, daqui a pouco eu passo pra lá pra ver como você está.

—Tudo bem.

—Peraí Henry, eu te ajudo a levar esse monte de equipamento. – Aurora.

—Valeu.

Os dois sobem as escadas.

—Por que ta me olhando assim? – perguntou a morena pro namorado.

—Nada é só que... Não sei. Você falou com ele como se fosse a mãe dele.

—Eu meio que virei mãe dele agora. Mas, por que diz isso? Tem algum problema? –ela perguntou bebendo um pouco de água.

—Não. Isso é ótimo. Eu to muito feliz, por você cuidar dele assim. É por que é tudo novo sabe?

—Eu gosto do Henry, Edu. Ele é um ótimo menino. E mesmo ele não sendo seu filho biológico ele puxou algumas características suas.

—Sério?

—Sério! O jeito de andar, a forma como ele fala e até o jeito de se vestir.

—Isso é verdade, não sei como, mas ele puxou meu jeito meio “nerd” de se vestir na adolescência.

—Ele só não puxou sua implicância, graças a Deus!

—Eu sou implicante? – ele falou largando a comida no fogo e se aproximando da morena.

—Você é implicante.

—Você que é.

—Não, você é.

—Eu não sou implicante.

—É sim.

—Repete se você tiver coragem.

—Você é I_M_P_L_I_C_A_N_T_E!

O moreno acerta uma palmada na bunda de Regina.

—Ai! Agressão é crime sabia?

—Tô vendo como você está odiando isso – ele disse cínico.

—Palhaço. – ela falou com um sorrisinho no rosto.

*Cheiro de queimado*

—Edu, a comida.

—Droga! – ele desliga o fogo com rapidez.

—Seu cozinheiro de meia tigela! – ela diz abraçando ele.

—Morena implicante. – ele fala e a beija.

Eles se separam.

—Dá licença que eu vou lá ver nosso filho.

—Nosso?

—É, nosso. – ela diz e sobe as escadas.

Na floreta.

A chuva começa a cessar.

—Emma acho que já da pra voltar pra casa.

—É a chuva parou. É melhor irmos logo, antes que ela volte.

Os dois se levantam.

—Cuidado onde pisa está muito escuro.

—Pode deixar. Emms...

—Oi.

—Eu sei que eu falei que te amo, mas eu não te pedi desculpas.

—Killian...

—Mesmo que eu não veja necessidade nisso.

A loira o encara de forma séria.

—O que foi? Não me olha assim. Olha a Ariel é só minha amiga. E mesmo que ela queira algo comigo isso não vai acontecer. O que eu sinto por você, o que eu tenho com você... Eu não trocaria por nada nesse mundo. Por que eu te amo. E mesmo que você desconfie dessa nossa amizade, não precisa ta? Eu só quero você. Só isso.

—Me desculpa também. Eu surtei um pouquinho quando vi vocês dois juntos na piscina.

—Se eu fosse você faria o mesmo.

—Mas Kil, não é que eu desconfie de você, é dela! Por que eu sei o que ela quer.

—Amor eu sei que eu sou irresistível e tudo mais...

A loira o encara com um sorriso brincalhão no rosto.

—Mas não se preocupa com isso tá?

—Afinal querer não é poder.

—Exatamente. A gente só vai continuar com a nossa amizade.

—Ah Killian.

—Ei, só amigos nada mais.

—Tudo bem. Confio em ti.

—E eu em você...

Ele da um selinho nela.

—Em fim no pé do morro.

Os celulares dos dois vibram.

—Acho que meus pais tentaram falar comigo.

—A Regina também. Vem vamos andando. Eu te deixo em casa.

Os dois dão as mãos e seguem rua a baixo.

Na casa de número 108.

No quarto de Aurora.

*Mas e aí? Nosso encontro ta de pé?

*Sim, porém pra eu ir meu pai tem que ir junto.

*Isso é sério?

*Eu sei que não é muito comum, mas...

*Bem, se você vier ta ótimo.

*E não se preocupa, a gente pode dar um ninja no meu pai.

*Eu quero que ele confie em mim, não o contrario.

*Fica calmo, ela vai descobri que isso saiu da minha mente brilhante.

*Como queiria. Tô feliz que nós estamos recomeçando.

*Somos só amigos, Kristoff, só amigos.

*Eu acho que amigos não planejam encontros Aurora.

*Então não considere como um encontro. Vai ser um rolê.

*Rolê a planejado a dois?

*Não complica ta?

*Tudo bem mesmo que pareça mais um encontro...

*Kristoff!

*To só brincando. – ele gargalha - Mas sério, mesmo sendo um rolê ou encontro, to contente por que vou te ver de novo.

*E sem contar que deve ser um alívio sair dessa cela.

*Sim, é um grande alívio. Ainda não sei como eu consegui fazer aquilo, com a Ruby e o Robin.

*Foi por falta de juízo e excesso de má amizade. Mas você não me ligou para falar de coisa ruim.

*É tem razão.

A ruiva escuta um grito do outro lado da linha.

“Adianta aí moleque!”

*Acho que você vai ter que desligar.

*Eu tenho certeza. Tem algumas pessoas aqui, que podem me desintegrar em um soco.

*Então ta. Beijo e até segunda.

*Até.

A ruiva desliga o telefone, encosta-se à cabeceira da cama, coloca o celular no criado mudo, junta as mãos em sinal de ansiedade e deseja.

—Segunda feira, chega logo!!!

No corredor.

—Killian pelo amor de Deus! Da pra me retornar assim que receber essa mensagem?

A morena entra no quarto de Henry.

—Henry?

—Pode entrar.

A morena entra e deixa a porta aberta.

—Como você está?

—Cansado, atchim! De ficar espirrando.

—Toma aqui esse comprimido.

Ela entrega o comprimido e um copo com água e verifica se o menino esta quente.

—E então doutora? Qual o meu diagnóstico? – ele fala brincando.

—Gripe constante e nada de febre.

—Pelo menos isso. Atchim!

—Henry, o que te deu pra sair assim na chuva?

—Eu falei, não queria ficar incomodando ninguém.

—Não, não é isso.

—Como você sabe? – ele esfrega o nariz.

—Por que eu também já fui adolescente e sei bem como vocês pensam.

—Mas não foi nada. Atchim. Eu só quis refrescar a mente.

—Por quê? Você tá com algum problema?

—Não eu, um... Amigo meu.

—Amigo? – perguntou a morena desconfiada - E que problema esse seu “amigo” têm?

—Eu não entendi as aspas, mas tudo bem. O que acontece é o, atchim, seguinte. Meu amigo gosta de uma garota e essa garota aparentemente gosta dele.

—Sim.

—Só que essa garota, atchim, tem um namorado que é um grande babaca, um otário, um garoto sem noção, um idiota, um...

—Já entendi, pode continuar. – ela disse sorrindo.

—E esse garoto, a meu ver, não gosta dela, só fica com ela, agora mais do que nunca, pra poder atrapalhar o que está acontecendo com esse meu amigo e essa menina. Atchim!

—E o que exatamente esta acontecendo com voc.. Quer dizer, com seu amigo e essa menina?

—Um lance.

—Como assim?

—Não chegou acontecer nada sabe? São só sentimentos, dos tipos grandes e enormes.

—Ok.

—O que você acha disso tudo?

—Eu acho que esse seu amigo não deve se sentir intimidado pelo babaca desse garoto. Se a tal menina gostou dele é por que ele tem algo a mais, algo que o babaca não tem. E além do que, se essa menina gosta realmente de você...

—Você quer dizer do meu amigo né? Atchim!

_ É do seu amigo... Não tem por que não tentar transformar esses sentimentos em algo a mais.

—Obrigado, eu vou falar isso pra ele.

—Ok.

—Ah, Regina.

—Sim?

—Olha, eu sei que sou só seu enteado e que você é minha madrasta, mas ultimamente você tem agido como se fosse minha mãe. E eu te agradeço por isso.

—Henry.

A morena o abraça.

—Eu nunca tive uma mãe e estar passando por essa experiência é bom, muito bom. Isso é algo que meu pai nunca pode me dar, por que ele sempre quis a mãe certa pra mim, e eu acho que na primeira vez que ele tentou, ele acertou em cheio.

—Henry, vem cá.

Ela o abraça de novo.

—Eu fico muito feliz em escutar isso de você Henry. E acredite você não é só meu enteado e eu não sou só a sua madrasta. Eu te tenho como filho, você também faz parte da nossa família. E eu sei que ter uma mãe pode ser um pouco chato, mas também tem seu lado bom.

—Bem, já descobri dois deles.

—Ah é? Quais?

—Primeiro, são ótimas conselheiras e segundo dão o melhor abraço do mundo.

A morena enche seus olhos de lágrimas.

—Já vi que também são sentimentais.

A morena enxuga as lágrimas.

—Me desculpe. – ela fala sorrindo.

—Não precisa se desculpar.

—Vou te deixar um pouco sozinho, mães conseguem ser sufocantes às vezes. Depois eu te chamo pro jantar.

—Ok, mãe.

Regina sorri e beija a testa do novo filho. Ela se levanta da cama e se vira na direção da porta e encontra Killian.

—Killian!

A morena o abraça com força.

—A onde você estava? Eu fiquei preocupada! Já são 20h00min da noite! Não podia ligar ou pelo menos responder as minhas mensagens? Killian ta me ouvindo?

—Ham? Sim, desculpa é que na floresta não tem sinal.

— Floresta?O que foi fazer lá?

—Eu te falo depois. O que você tem Henry? – o moreno pergunta de forma mais séria.

—Só estou um pouco resfriado, nada de mais. E você? Ta tudo bem?

—Ta sim. – ele responde sério.

—Tem certeza filho? – ela pergunta ao perceber a seriedade do seu menino.

—Sim.

*O jantar está pronto. – grita Edu do andar de baixo.

—Henry...

—Já to indo.

O menino sai do quarto e o olhar de Killian o acompanha até o início da escada.

—Filho?

—Oi.

—Você esta realmente bem Killian?

—To sim, eu vou tomar um banho e depois eu desço pra jantar.

—Ok.

Ele vai saindo quando Regina o chama.

—Ei, ei!

—O quê?

—E o meu beijo?

Ele volta beija a bochecha da mãe.

—Te amo. – ela diz.

Na casa da Emma.

Todos estavam sentados à mesa jantando.

—Então você ia encontrar a Ruby e encontrou, na verdade, o Killian. - Mary.

—É.

—E depois? – David

—Proibido para menores. – ela disse levando o garfo a boa.

—Preferia não ter perguntado.

A loira ri.

—Ficamos preocupado com você Emma.

—É eu sei, e peço desculpas, mas começou a chover e a terra estava escorregadia, preferimos não arriscar.

—Bem, nisso vocês estavam certos poderiam ter acabado se machucando.

—Foi isso que a gente pensou mãe.

—De toda forma, fico feliz que você e o Killian se acertaram ele é um ótimo menino.

—Fico feliz em concordar com o seu pai.

—Ah! – balbucia Neal.

—Você também ta feliz né maninho?

—Bem, mas eu quero falar algo com vocês duas.

—Manda.

—Tem novidades amor?

—Sim. Nós vamos fazer uma viagem.

—Uhu! – grita a loira com animação.

—Na verdade só eu, sua mãe e o Neal.

—Ah. Por que o Neal vai e eu não?

—Porque o Neal é um bebê e nós não podemos deixá-lo com você. – Mary.

—É verdade, têm lei e essas coisas. – disse a loira.

—Na verdade é por falta de confiança mesmo.

—Valeu pai.

—To brincando meu bem.

—Nós vamos para aonde amor?

—Quebec. É uma viagem de trabalho. Meu chefe vai inaugurar uma filial da empresa por lá e quer um representante de cada empresa e eu fui escolhido como representante da empresa aqui de Augusta (Capital do Maine).

—Que bom pai.

—Filha se desse eu te levava, mas são só duas passagens e meu chefe autorizou levar o seu irmão por que ele é um bebê e eu expliquei que ele não poderia ficar com você.

—Não pai ta tudo bem. Agora só tem um porém. Onde eu vou ficar? Por que tenho certeza que vocês não vão me deixar sozinha em casa.

—Bem, nossa viagem é nesse fim de semana e nós vamos voltar só na terça. Pensamos, se a Regina autorizar, de você ficar na casa dela.

—Com o Killian?

—E a Regina, o Eduardo e o Henry. – lembrou sua mãe.

—E o Killian?

—Você viciou nesse pensamento. – David.

—Eu topo.

—Olha lá Emma, se a Regina deixar você vai ter que se comportar.

—Eu sei pai.

—Hum.

David olha de forma séria pra Emma e a loira só da um sorriso brincalhão.

Na casa dos Mills.

Pov Killian.

Caminhei até o meu quarto com a palavra mãe latejando na minha cabeça. Por que cargas d’ água ele estava chamando a Regina, de mãe? Ela é minha mãe, não dele! E o pior é que ela gostou disso. Tentei afastar essa ideia da minha cabeça, afinal hoje era um dia feliz, um dos mais felizes da minha vida. Tinha voltado com a minha loira e nada iria estragar isso.

Depois de tomar meu banho abri meu guarda roupa e peguei meu pijama listrado. Acabei abrindo um sorriso quando vi a mancha de chocolate nele.

Lembrança On.

Na cozinha da família Mills.

—Amor, tem de morango e de chocolate. Vai querer qual sabor?

—Os dois. E eu quero duas bolas de cada um. – disse Emma chegando à cozinha.

—Coisinha gulosa!

—Sou mesmo. – ela disse fazendo um biquinho manhoso.

—Toma, cuidado em. Não vai derramar.

—Não sou bagunceira como você.

Eles pegam seus sorvetes e vão pra sala.

O moreno se senta no sofá e a loira fica em pé.

—Não vai se sentar?

—Hum, hum. Se eu derramar sorvete no sofá da sua mãe eu to perdida.

—Ah qual é? Vem senta aqui. Você acabou de falar que é cuidadosa.

—Ta bom.

A loira deu a volta no sofá e quando ia se sentar Killian a puxou. Emma caiu em cima do namorado e o sorvete veio junto.

—Cuidadosa né? – ele falou implicando.

—A culpa é sua! Olha o meu sorvete, foi embora.

—Ei! Era pra você estar preocupada comigo!

—Você está bem!

—Mas olha o meu pijama.

—Agora ele ta enfeitado. – disse a loira em meio a um sorriso brincalhão.

—Sua peste.

Ela gargalha.

—E ainda fica rindo do meu problema? Ah isso vai ter volta.

Ele falou e se aproximou da loira.

—Kil...

—Não adianta vir com “Kil” agora não viu? – ele falou e arqueou as mangas do pijama.

—Não, eu tenho crise de riso. – ela disse se encolhendo prevendo o que vinha pela frente.

—Mais é isso que eu quero ver.

—Não! – ela gritou.

O moreno avançou pra cima da loira e lhe atacou nas costelas fazendo cócegas.

—Killian para! – Emma gritou em meio aos risos escandalosos.

Ele nem ligou, continuou fazendo coceguinhas e “perambulou” o corpo todo da loira. Ela já estava praticamente fazendo xixi nas calças.

—Killian, por favor. Para eu te imploro!

—Pede desculpas por sujar o meu pijama. – ele falou sorrindo se divertindo com a situação.

—Mas ficou tão bonitinho.

Ele aumenta as cócegas.

—Ta bom, desculpa.

Ele cessa a brincadeira com Emma ofegante. A loira lhe da um tapa.

—Não quer ir ao banheiro? – ele caçoa.

—Cala a boca Jones. – ela fala e deita no colo de Killian.

—Confesso, ficou bonitinho! – ele disse e beijou loira.

Lembrança Of.

Assim que terminei meu flash back vesti meu pijama e desci. Chegando no meio da escada, onde eu já tinha vista para a cozinha, senti algo um tanto quanto estranho dentro de mim ao ver Henry sentado no meu lugar ao lado da minha mãe.

Parei uns segundos na escada pra me acalmar, mas acho que a minha mãe achou estranho meu olhar insistente no Henry e o fato de eu estar parado no meio da escada pra perguntar se eu estava bem. É claro que não estava, mas sendo educado respondi que sim.

Caminhei até a bancada, em silêncio, peguei meu prato e fui até as panelas.

—Quer ajuda filho?

—Não mãe. Obrigada.

Assim que terminei de fazer o meu prato me sentei no único lugar que sobrou, de frente para o Henry, e jantei em silêncio.

Minha mãe, sendo uma boa observadora, notou meu LEVE incomodo, pude perceber isso quando me lançou um olhar preocupado. Simplesmente ignorei e continuei jantando.

Em algum momento algo aconteceu com o Henry e nessa hora eu queria ser surdo, por que ouvir a minha mãe, Regina Mills, chamar outro garoto de filho, foi fo.....

—Ué, já estamos assim? – disse a minha prima contente.

—Bem, eu e o Edu estamos juntos e agora eu meio que me tornei mãe do Henry também...

—Meio não, virou minha mãe por completo! – ele disse feliz enquanto recebia um abraço da minha mãe.

—Agora somos uma família! – disse Edu.

Naquela hora eu já tava explodindo, entrando em erupção, tava me sentindo uma bomba atômica pronta para ser ativada. Não aguentei.

Levantei-me da mesa e peguei meu prato.

—Killian, vai aonde? – perguntou minha mãe.

—Pro meu quarto. – respondi seco.

—Não vai terminar de jantar?

—Perdi a fome.

Levei meu prato até a pia, o lavei, subi as escadas e sumi na visão de qualquer um que estivesse lá embaixo.

Pov Regina.

Eu estava amando essa convivência com o Henry, ele tinha me aceitado como mãe e eu o aceitado como filho e isso era maravilhoso, contudo alguém não estava lidando bem com essa nova situação.

Quando o Killian simplesmente se levantou da mesa com o prato ainda cheio de comida, sabia que o silêncio todo que ele estava fazendo era por causa do Henry, o que não fazia sentido nenhum afinal ele também é meu filho.

—O que ele tem? – perguntou o Edu, quando meu menino subiu as escadas.

—Ainda não sei, mas vou descobrir já, já. – disse deixando a mesa e indo em direção ao quarto do Killian.

—Não vai terminar de jantar meu bem?

—Eu como depois.

Subi as escadas, virei à direita e dei de cara com a porta do quarto dele. Bati de leve e ninguém respondeu. Abri a porta devagar e coloquei apenas a cabeça dentro do quarto.

—killian?

Silêncio.

—Filho? Tá dormindo?

—Sim! – ele respondeu.

Dei uma risada baixa e terminei de abrir a porta a trancando em seguida.

Caminhei até sua cama, me sentei e acendi o abajur.

—Apaga isso to dormindo! – ele falou assim que acendi o abajur.

—Filho podemos conversar?

—Cê eu disser que não, vai adiantar?

—Não. – falei sorrindo me lembrando do August.

Os dois eram iguaizinhos quando estavam chateados. Tal pai, tal filho!

Ele descobre o rosto, afinal estava em baixo da coberta, se senta e, aparentemente, evita me olhar nos olhos.

—Fala.

—Filho o que você tem?

—Nada.

—Então porque saiu daquele jeito?

—Por que eu estava sem fome, já falei! – ele disse mais alto.

—Abaixa esse tom Killian.

—Desculpa.

—Filho olha pra mim.

Ele me olha e pude perceber que estava com vontade de chorar.

—Killian não precisa ter ciúme de mim com o Henry.

—Não to com ciúme.

—Killian...

—Não to com ciúme!

—Ta bom. Seja lá o que você estiver sentindo não precisa ficar assim ta? Eu sou sua mãe e eu te amo, e o amor que eu sinto por você não vai mudar Killian. Vem, vamos lá pra baixo terminar de jantar. – falei me levantando e estendendo a mão.

—Já lavei meu prato. – ele disse soturno.

—Não tem problema a gente faz outro.

—Não tô afim.

—Filho...

Ele se deitou na cama e se cobriu até a cabeça.

—Boa noite.

—Boa noite. – falei me dando por vencida.

Sai do quarto e fechei a porta.

Na cozinha.

—Ué tia, que cara é essa?

—E o Killian? – Henry.

—Ta dormindo. – disse me sentando á mesa e voltando a jantar.