— Quem é você? - ficou ali parado na água enquanto ela saiu começando a vestir sua roupa. - Porque não me diz? Porque estaria em meu coração? - ele queria entender as palavras dela afinal amava sua "esposa" e ali tinha sido apenas um momento.

Cristina se vestiu com um pouco de dificuldade e o olhou nos olhos depois de pronta e disse.

— Eu sou sua esposa! - e sem mais ela saiu dali o deixando apavorado e gritando por ela, mas ela não parou apenas se foi...

Frederico saiu da água pegando sua cueca e vestiu rapidamente e tentou ir atrás dela mais já era tarde e apenas a poeira levantou naquele momento e Frederico voltou vestindo sua roupa com muito custo e pensou em ir atrás dela, mas onde? Não sabia nem por onde começar e apenas se resignou a ir pra casa. Quando chegou deu de cara com Cristina que o encarava de braços cruzados.

— Onde esteve e porque está molhado? - falou logo e ele sorriu.

— Eu fui explorar as redondezas e acabei caindo na água. - falou com calma e caminhou para entrar.

Cristina caminhou atrás dele esperando o que ele iria dizer estavam numa casinha modesta até que voltassem para casa.

— Você sabe que se ele te reconhecer pode te acontecer algo! - falou logo e ele a olhou parando.

— Eu vou pegar tudo que é meu e ele vai me pagar junto com aquela mulher! - os olhos estavam negros. - Ele já sentiu a minha ira hoje! - voltou a caminhar.

— O que fez? - falou preocupada.

— Nada que deva saber... - parou na porta do quarto se lembrando de Cristina e a olhou. - Quando você me encontrou naquele hospital...

Cristina gelou com aquele assunto.

— Ele queria te matar, mas graças a Deus não conseguiu. - sorriu fraco respirando fundo.

— Você é mesmo a minha esposa? - perguntou se lembrando do que Cristina tinha dito.

— Que pergunta é essa? É claro que sou e Carlos é a prova... - passou as mãos no braço desconfortável.

— Eu me lembro de ter três filhos, mas você me disse que não é assim, mas eu tenho lembranças de três filhos e não consigo ver em nenhuma de minhas lembranças os rostos deles! - falou angustiado por não se lembrar dos rostos mais sim de quase a vida toda até ali.

— Frederico, você era muito querido nessa cidade pode ser qualquer criança a um ano estamos fora desde que tentaram te matar e tomaram nossa fazenda, só temos apenas Carlos como filho! - o olhava nos olhos sabia que algo estava diferente.

Frederico olhou para ela e pela primeira vez não pegou fogo como sempre pegava ao se aproximar, não pegou fogo como pegou na cachoeira com uma mulher que ele nem sabia quem era mais estava tão cravada em sua pele que ele nem sabia como descrever a sensação e somente em lembrar-se ele sentiu o membro apontar e olhou para o lado e depois novamente para Cristina.

— Eu vou tomar banho e já venho para o jantar! - ela apenas assentiu e ele entrou no quarto para tomar seu banho.

Cristina pegou o celular de cima da mesa e discou o numero e quando foi atendida disse.

— Ele está se lembrando mais do que imaginamos! - falou nervosa.

— Siga o plano a minha parte eu já fiz! - ela apenas concordou e desligou indo para a cozinha com o coração acelerado.

[...]

NA FAZENDA DE CRISTINA...

Ela entrou com um sorriso no rosto tinha comprovado que era o seu amor, mas ainda precisava entender aquela falta de memória e aquela mulher ao seu lado, mas isso não seria difícil para ela que quando queria conseguia tudo entrou quase que pulando enquanto cantarolava mal ela sabia o circo que estava em sua casa e ao passar pela sala parou vendo o filho com a expressão de susto e nem pensou para se aproximar e viu Maria deitada no sofá sendo atendida por um medido.

— O que aconteceu aqui? - olhou os dois.

Felipe suspirou e disse.

— Ela quase teve um “piripaque” quando disse do papai...

Cristina se aproximou dela e abaixou a seu lado e tocou seus cabelos beijando enquanto olhavam-se nos olhos beijou sua menina e viu o medico se afastar.

— É verdade isso, mamãe? - falou com a voz apagada estava tão triste.

— Sim... - não mentia para os filhos. - Mas ele não reconhece a gente e preciso descobrir o porquê. - beijou mais ela e olhou o medico. - Esta tudo bem com ela? - perguntou preocupada.

— Maria precisa descansar não queremos que nada de ruim aconteça! - pegou o bloquinho de receitas e escreveu as vitaminas para que ela tomasse enquanto não começasse o pré-natal e entregou a ela. - Repouso e nada de se estressar demais.

Maria assentiu e ele se foi depois de pegar sua maleta e Cristina a ajudou a se sentar e sentou ao lado dela.

— O que ele quis dizer com "nada de ruim aconteça?".

Maria suspirou e Felipe sentou ao lado também preocupado e ela segurou a mão dos dois e colocou em seu ventre.

— Eu estou grávida! - seus lábios tremeram de medo da mãe.

Cristina sentiu o coração disparar e a encarou por alguns segundos e logo se levantou passando a mão nos cabelos.

— É daquele rapaz? - viu a filha confirmar. - Como ele reagiu? - falou preocupada tinha visto uma cena dele na cidade que não tinha gostado nada.

— Ele não quer! - soluçou e começou a chorar novamente era tão difícil lembrar-se de tudo que ela tinha vergonha de sua mãe.

— Maldito! - Felipe se levantou bravo tinha virado o homem da casa. - Vamos dar um tiro nele! - estava com ódio não gostava de Carlos Manuel.

Cristina se aproximou dele e o beijou não queria seu menino com aqueles sentimentos ou desejos e o abraçou forte dizendo.

— Meu filho, eu não te quero pensando assim. - tocou seu rosto. - Você é um bom menino e não que quero assim o seu pai não iria gostar!

Felipe suspirou.

— Ele não está aqui para cuidar, não esta aqui a um ano então sou eu quem tem que decidir e não ele que nem sabe quem somos! - estava furioso com aquela nova realidade dele. - Ele não sabe quem somos então ele não é meu pai! - e sem mais ele saiu correndo dali para o quarto com o chamado de Cristina que ele não ouviu e se foi sumindo no corredor.

Cristina suspirou e passou as mãos no cabelo só tinha problema atrás de problema, mas naquele momento ela tinha que ser mãe e sentou ao lado de sua menina a puxando para ela.

— Você não precisa dele para cuidar desse bebê! - Maria se agarrou a ela. - Eu te criei sozinha até conhecer seu pai então eu te digo que não precisa dele porque nós vamos te ajudar em tudo porque somos a sua família. - acariciou sua menina.

— Ele me disse tantas coisas ruins, mamãe... - olhou para ela. - Eu bati nele e ele revidou e eu o deixei caído no chão sem saber se estava morto ou não. - falou cheia de medo. - Eu acho que o matei, mãe.

Cristina sentiu o coração acelerar e a agarrou mais ainda sentindo o medo dela.

— Eu vou pedir para que um dos capatazes averigúe o que aconteceu com ele e depois resolveremos essa historia, mas o que eu quero agora é que você suba e tome um banho e deite para descansar que já vou mandar seu jantar e não adianta dizer que não está com fome porque você precisa comer. - beijou muito ela.

— Eu preciso mesmo de descanso não quero arriscar meu bebê! - suspirou.

— Nem eu quero arriscar o meu neto! - sorriu no meio daquele caos uma noticia boa. - Agora vai, meu amor. - Maria beijou muito a mãe e ela retribuiu e ela subiu deixando Cristina ali olhando para o nada. - Ah Frederico o que aconteceu de fato com você, meu amor?

Cristina suspirou a vida estava uma bagunça, mas ela iria vencer e pensando assim ela aprontou a janta dos filhos mandou servir e depois que jantou ela subiu para o quarto e tomou banho e deitou na cama e logo foi agraciada pelos três filhos que deitaram com ela e ela sorriu a noite seria perfeita para eles que estavam ali sempre juntos.

[...]

AMANHECEU...

O dia na fazenda dos Rivero começou cedo e as oito um carro parou em frente a casa e eles desceram, Cristina que vinha do estábulo olhou para eles e quando chegou próximo tirou seu chapéu e disse.

— Em que posso ajudar? - eles a olharam.

— A senhora é Cristina Álvarez?

— Sim, sou eu, algum problema? - sentiu o coração disparar ao olhar aqueles dois homens ali.

— A senhora tem que desocupar o imóvel! - falou ríspido.

— O que? - pegou o papel que ele estendeu a ela. - De onde veio essa maldita ordem? - olhou para eles. - Essa fazenda é minha! - sentiu desespero.

O homem a olhou sem pena alguma e quando ia dizer algo um carro parou e uma mulher desceu e logo um homem e ela sentiu o coração disparar era ele que estava ali e ela bufou de ódio.

— Ai está o novo dono!

Cristina o olhou e ele desacreditou no que via e ela tinha fúria nos olhos.

— Você? - sentiu algo estranho. - O que está fazendo aqui?

— Essa fazenda é minha! - gritou com ele amassando o papel.

— Então você é a mulher que está junto a Diego Hernandez? - sentiu os olhos ficar negros e nem pensou apenas sacou a arma apontando para ela que não se intimidou. - Você vai me pagar caro por ajudar aquele maldito! - e ele engatilhou para atirar e tudo pareceu ficar em câmera lenta naqueles segundos que se faziam ali entre eles.

Era a vingança de um lado e o amor do outro quem ganharia essa batalha do coração...

Até o próximo!