Depois de quase uma semana naquela ilha, sem ter o que beber e muito menos o que comer sua sanidade estava à mingua, mas ela precisava mantê-la para raciocinar e sair da li, no entanto a àquela altura já ficando difícil estava difícil, aquela única bala na pistola viria a cair bem se ela não tivesse disparado contra Jack. Mas nem tudo estava perdido, os céus pareceram conspirar ao seu favor, um navio que transportava pólvora desembarcou na ilha para aliviar a carga. Angélica implorou para que eles a levassem e o capitão, um humilde e gentil inglês concedeu o embarque da moça em sua embarcação, o homem lhe deu o que comer e beber, ao anoitecer os marujo cantavam e festejavam no convés a base de rum, Angélica ficou um pouco mais longe, de onde podia ver as estrelas e escutar o barulho do mar:

— Pensando na sorte que teve por nós termos encontrado você? – Um velho marujo caolho se aproximou.

— Também. Estava pensando na sorte que eu tive por ser encontrada por vocês antes de ficar louca!

— É sei perfeitamente como é isso, antes de ser marujo deste navio que serve ao pilantra do rei George, eu fui um pirata, naveguei por bons anos como imediato do capitão de um navio até sermos bombardeados pela chuva de canhões de um navio de velas negras, fui o único sobrevivente de toda a tripulação e vaguei por dias em cima de uma tabua, rodeado por água sem poder beber, e sem nada para comer então sabe qual foi minha única solução? – Ela negou. – Arranquei o meu olho e comi!

— Mas por que o olho?

— Bem...

— Não acredite no Bob senhorita, ele mente mais que uma tartaruga bêbada! – Disse um outro marujo ao passar por eles.

— Você é um grande filho da mãe mentiroso! – Disse ela rindo e o velh]~=

o caolho também riu.

— Sabe senhorita, vivendo dez anos dentro deste navio, vendo noventa por cento do que você ganha ser roubado pelo rei George e ficar com apenas dez por cento sem ter direito a uma única noite se quer de diversão, inventar grandes aventuras é meu único passa tempo! – Angélica riu.

— Sou Angélica Teatch.

— Bob Caolho. De onde é Angelica?

— Martinica, mas a muito tempo não volto lá.

— O que uma espanhola estava fazendo perdida e solitária em uma ilha no meio do mar do caribe?

— Bem isso é uma longa história de ventura, amor e traição. Então resumirei a você, fui deixada lá por um homem que jurou que me amava!

— Como as pessoas são cruéis. - Angélica e o velho continuaram a conversar até ela escutar ao fundo uma conversa que lhe despertou bastante o interesse.

— Bob, me de licença um instante. – Disse ela se retirando e se aproximando da roda de marujos no meio do convés.

—... Reza a lenda que quando a Inglaterra fora governada pelo Rei Antony IX, o local passava por intensas tiranias, tudo girava em torno dele, e o Rei governava com poder intenso até ele ouvir falar que um bruxo, não muito distante dalipossuía um artefato que lhe chamou o interesse. O objeto possuía o poder de controlar o tempo, quem possui tal objeto pode voltar ao passado e alterar algo que aconteceu ou que não aconteceu, o mesmo se aplica ao seu futuro, você pode ir até ele e saber o que irá acontecer com você nele e tens a chance de muda-lo.

— E o que aconteceu com esse objeto? – Perguntou um marujo.

— Ninguém sabe, muitos dizem que o Rei se apropriou dele, outros dizem que o bruxo escondeu em uma ilha que é guardada pelos fantasmas escravizados daqueles que tentaram tomar o objeto do bruxo, além de um guerreiro sanguinário que mata todos aqueles que cruza sua linha!

— Essa história é papo furado, se o rei tivesse pegado, acha que ele teria sido decapitado? E se o bruxo estivesse com ele, ele não teria sumido, agora deixe-me contar a minha, já ouvirão falar da fonte da juventude?

Angélica parou de ouvir a conversa dos marujos, já que a história da fonte da juventude lhe trazia péssimas lembranças.

— Se interessou pela história dos rapazes Angélica?

— Sim eu já ouve ela antes, o objeto se chama o vira tempo de Salem, Salem foi o maior Bruxo que existiu em todo o mundo e ninguém nunca soube qual foi seu real fim. Quando ouvi essa história pela primeira vez achei que fosse lorota de pirata bêbado, mas se isso for verdade eu tenho uma nova chance com o cretino que me deixou naquela ilha!

— Essa história não é mentira Angélica, isso eu poço lhe garantir, conheço alguém que pode lhe indicar o caminho até o velho vira tempo. – O velho finalmente falava sua língua.

— Bob, o que acha de uma barganha? Eu preciso daquele vira tempo, preciso mudar muitas coisas em meu passado e salvar uma pessoa que amo e se você me ajudar, lhe darei um navio com tripulação, onde você poderá governar como pirata e capitão até o amargo fim!

— Fechado Angélica, mas como iremos chegar até o meu informante sem termos navio e tripulação?

— O que acha desse navio meu velho caolho?

— Nada mal, está em perfeitas condições, a tripulação é boa, mas o capitão não passa de um patife servidor e subordinado do Rei George, ei espere você... a sua danada! – Disse ele com um sorriso amarelo.

— Pronto para um motim meu velho? – Ele assentiu desesperadamente. – Rapazes, estamos tomando o navio para navegar como dignos piratas. Rufam conosco ou contra nós? – Gritei. Todos se entreolharam e em seguida ergueram suas espadas e gritaram ao meu favor, em poucos minutos o navio era nosso e o capitão foi capturado.

— Sua desgraçada, eu lhe dei o que comer e o que beber e você me retribui com um motim?

— Desculpe capitão, mas as pessoas são cruéis. – Disse e logo os rapazes jogaram o velho no mar. – Bob caolho, qual nosso curso?

— Rumemos para a baia da dor!

— A todo pano rapazes...