Em Seu Lugar

Capítulo 2 - Titio Baker


- Obrigado Vancouver vocês foram incríveis! Vemos vocês em breve – ouvi Matt se despedir do público um pouco depois da minha saída do palco.

Sentia-me estranhamente aéreo a boa parte dos acontecimentos a minha volta. Os últimos dias não estavam sendo fáceis para mim, e a porra da droga havia sido a minha escolha para válvula de escape. Escolha idiota, sei disso. Talvez fosse ela que estivesse me deixando meio bipolar, desligado, e odioso com o mundo a minha volta, ou talvez apenas fosse meu cérebro me zuando pela merda que minha vida voltaria a ser daqui a pouco tempo.

Meu casamento não andava lá as mil maravilhas, e por algum motivo do além, isso estava me incomodando mais do que costumava. Gena e eu não éramos um casal de comercial de manteiga há muito tempo, mas parecia que só agora, por algum motivo desconhecido isso estava me abalando. A turnê com o Avenged estava muito próxima ao fim, o que culminava, infelizmente na minha volta pra ‘’casa’’.

- Cara, vamos ver a garota – Jimmy sugeriu, tirando-me dos meus devaneios, que haviam se tornado frequentes ultimamente. Ah, claro, lembrava-me vagamente de uma fã ter sido retirada da plateia por ter passado mal.

- Vamos sim. Deve ser uma merda vir pra um show, e não assistir ele todo – Jojo comentou. Os caras seguiram as instruções de Jason sobre o camarim onde estava a tal garota, e eu apenas os segui.

- Licença – o vocalista tamanho GG falou entrando no camarim seguido de Jimmy, Jojo, Syn e por mim. A garota permaneceu estática por um momento, antes de se jogar nos braços de Jimmy, que a recebeu com um dos seus abraços de urso. Logo em seguida ela abraçou Matt, Johnny e Syn.

A observei, e ela era perturbadoramente parecida com Gena. Outra vez poderia ser apenas minha imaginação, mas seus cabelos loiros – diferentes do de Gena, os dela eram longos -, seu sorriso doce, e sua angelical expressão, não ajudavam em nada minha fodida mente. Ela era mais nova, o que me lembrava da mulher diferente que havia conhecido como cabelereira.

- Como você está? – Johnny perguntou.

- Aparentemente muito bem – sorri friamente, ao vê-la se aproximar para o meu abraço. Ao contrário de como foi com os outros caras, ela não parecia muito confortável comigo, o que me encheu de uma raiva desfundamentada e completamente ridícula. Não era nada haver com os caras, mas até essa versão mais nova da Gena não sentia nada por mim?

A senti estremecer um pouco quando meus braços circuncidaram seu corpo, e meu extinto predatório automaticamente se ateou ao fato. Ela se afastou lentamente, com as bochechas um pouco coradas. Jimmy, Matt e Johnny fizeram perguntas sobre como ela estava, e coisas do tipo, e tanto Syn quanto eu, apenas permanecemos quietos observando a cena.

- Então Ana, tenho que ir – Matt levantou após algum tempo, seguido por Jimmy.

- Eu também – ele sorriu. A garota apenas assentiu, logo em seguida tirando uma foto com eles.

- Cara, também vou indo – meu querido anão anunciou.

- Er.. Johnny? – ela sorriu

- Hmm. – ele meneou a cabeça

- Você poderia, por favor, autografar alguma coisa pra minha amiga. Ela é tipo, louca por você, e me mataria se soubesse que eu te conheci e não levei nada pra ela! – ela sorriu timidamente.

Johnny abriu um simpático sorriso antes de perguntar o nome da tal amiga, Rafaela, escrever em um papel que adoraria conhece-la e mandar beijos. Anabelle tirou uma foto com ele segurando o papel com a tal mensagem.

- Cara, ela vai pirar – ela riu – Muito obrigado!

- Não por isso, linda! Agora vou indo, melhoras aê! – o anão saiu.

Synyster apenas sorriu pra mim antes de também se despedir da garota, e me mandar ter juízo.

- Então... – comecei, quebrando o incomodo silêncio que abateu a pequena sala improvisada como camarim – Você também é louca por algum membro em especial? – cuidadosamente me aproximei dela.

- Er, então, depende do dia – ela sorriu – Cada dia eu surto por algum de vocês em especial.

- E hoje? Quem foi o escolhido? – analisei-a. Ela estava visivelmente nervosa, o que ligou alguma parte eroticamente doente na minha mente.

- Então, acho que foi você – ela apontou pra camisa da VU que vestia. Não pude controlar o sorriso que teimou em se formar no canto da minha boca.

- Sorte a minha então – acabei com qualquer distância que antes existia entre nós, beijando-a. A principio ela não correspondeu, mas após minha mão apertar sua cintura, ela finalmente pareceu despertar de algum delírio, correspondendo com ânsia o beijo.

Sua boca era macia, e ao mesmo tempo delicada. Minhas mãos percorreram seu corpo sem o menor pudor. Seus braços também envolveram-se em volta do meu pescoço, o que me fez aprofundar ainda mais – o já tão profundo- beijo que compartilhávamos.

- Vamos pra um lugar mais apropriado, linda – minhas mão deixaram sua cintura indo logo em seguida para a base de suas costas guiando-a para fora do camarim. Levei-a até a parte externa nos fundos da casa de show, onde algum abençoado, aparentemente havia deixado um carro pra mim. Entrei no lado do motorista, e após algum tempo, ela no do passageiro.

- Zacky, eu... – ela começou a falar assim que dei partida ao carro. Interrompi qualquer coisa que pudesse vir a seguir. Eu não queria ouvir nada, já me bastava à faladeira da versão que tinha em casa. Eu apenas a queria, de todas as formas doentes possíveis.

- Deixa que o titio Zacky cuida de você, minha linda.