ALICE

Mason dirigiu durante o dia todo. Dormi e acordei várias vezes. Paramos em alguns postos de gasolina, mas logo voltamos a estrada. A noite já começava a cair quando paramos em um hotel. Mason disse que tinha que fazer algumas coisas e que nos encontraria depois. Eathan e eu nos registramos na recepção. Nosso quarto ficava no terceiro andar.

Eathan me entregou uma bolsa com roupas que havíamos comprado para mim em uma lojinha de conveniência. Enfiei-me no banheiro, ansiosa por um banho. Demorei um pouco sob a água quente. Vesti um short de algodão e uma camiseta. Quando voltei ao quarto encontrei Eathan sentado na beirada da cama com os braços apoiados nos joelhos e a cabeça baixa.

Parei bem a frente dele e passei a mão pelo seu cabelo escuro e macio. Ele levantou a cabeça para me olhar. Senti seus olhos dor de piche se derreterem sobre mim, prendendo-me, sugando-me. Eathan ficou de pé eliminando qualquer espaço entre nós. Ele segurou minha cintura, depois me beijou.

Ele apertava minha cintura enquanto me beijava. Subi minha mãos pelas suas costas. por debaixo da camisa. Ele não era sarado, sem super definido fisicamente, mas podia sentir seus músculos se tensionando. Sua boca me consumia aumentando a intensidade do beijo. Meu coração martelava dentro do peito.

Puxei maus sua camisa e ele interrompeu o beijo para tira-la rapidamente, logo voltando a me beijar. Suas mãos eram suaves subindo e descendo pelas minhas coisas. Passei a mão por sua nuca entrelaçando os dedos no seu cabelo. Sua boca abandonou a minha e começou a traçar um caminho de beijos pelo maxilar, descendo pelo pescoço até o ombro, onde ele deu leves mordidas. Deixei escapar um gemido e seus lábios começaram a traçar o caminho de volta para minha boca. Ele começou a levantar minha camiseta, expondo minha barriga e parte do meu sutiã quando uma batida na porta nos sobressaltou.

Nos interrompemos imediatamente. Nossas respirações estavam pesadas e entrecortadas. Ele se direcionou para aporta. Ajeitei minha camisa jogando-me de costas na cama. Eathan abriu a porta e um funcionário do hotel entrou trazendo nosso jantar. Fechei os olhos tentando normalizar meus batimentos cardíacos. Ouvi Eathan falar com o funcionário, depois o barulho da porta de fechando. Alguns segundos depois senti que ele deitava ao meu lado. Abri os olhos virando-me para vê-lo. Ele estava deitado de lado me olhando. Sua expressão era serena.

– Eu sou uma pessoa péssima, não é? - comentei com desanimo. - Ralf era meu namorado, ele morreu e eu nem chorei. E agora estou aqui com você.

– Não seu se dá para chamar o que vocês tinham de namoro. - disse ele calmamente. - E você não pode se culpar por não chorar por ele. As coisas estão acontecendo muito rápido. Aposto que quando sua vida voltar ao normal você vai sentir falta dele, e até chorar.

– Quando você o matou... ainda tinha algum resquício dele lá?

– Sim. Bem lá no fundo. Desculpe por isso. Não queria ter matado ele.

– Tudo bem. - acabei deixando uma lágrima fugir.

– É melhor você descansar. - disse ele enxugando minha lágrima fugitiva.

Aninhei-me em sues braços deixando sua respiração embalar meu sono.

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EATHAN

Depois que a Aly dormiu arrastei-me para fora da cama, saí do quarto silenciosamente e fui para o estacionamento falar com o Mason. Encontrei-o sentado na caçamba da picape. Sentei ao lado dele.

– Tenho boas e más notícias. - anunciou ele encarando o nada.

– Comece pela boa. - pedi.

– Acabei de falar com um amigo da Mary e ele me disse onde podemos encontrar o Rael.

– Certo. E a má notícia?

– A má notícia é que temos um problema maior do que o imaginado.

– Explique-se.

– Joe, esse amigo da Mary, contou uma história bem... tensa. Pronto para ouvir? - perguntou ele enfim me olhando. Concordei. - Vamos lá então. Um grupo de anjos caídos está se organizando para começar uma guerra contra os anjos. Mas o líder dos caídos, vulgarmente conhecido como Destruidor, sabe que os anjos são muito mais fortes e que venceriam essa tal guerra sem muito esforço. Então esse Destruidor quer soltar os anjos que estão acorrentados no inferno.

– Mas isso é impossível.

– Bom, não segundo esse tal Destruidor. Aparentemente se um anjo fizer com que outro vá para o inferno sacrificando pelo menos uma pessoa inocente, esse anjo vai para o inferno também e lá adquire poder suficiente para desacorrentar quem quiser.

– Peraí, peraí, peraí. Então se eu for mandado para o inferno por culpa do Rael, ele vira líder dos anjos acorrentados? - perguntei indignado. - Acha que isso é verdade?

– Não sei, mas com certeza o Rael acredita nisso. Joe disse que Rael e o Destruidor estão em uma casa em uma floresta não muito longe daqui, organizando planos de guerra. Acho que se sairmos agora conseguiremos chegar lá antes do anoitecer.

– Tudo bem. Sabe que isso é quase uma missão suicida, não é? - perguntei-lhe encarando-o. - Eles provavelmente não estão sozinhos. Devem estar com um monte de caídos. Seremos só nós dois contra sabe-se lá quantos deles.

– Quanto a isso eu tenho outra notícia boa. - disse ele contendo a animação.

– Sinto que não é uma notícia tão boa para mim quanto para você. - comentei desconfiado.

– Aposto que você vai adorar. - ele riu. - Consegui uma pessoa incrível para nos ajudar.

– Tenho medo da resposta, mesmo assim vou perguntar. Quem é?

– Scar. - disse ele alegremente.

– Chamou a Scarlet para essa furada, Mason?!

– Ponto importante número um, não é uma furada. É só uma aventura possivelmente problemática. Ponto importante número dois, eu não chamei ela. Eu comentei levemente sobre o assunto e ela se voluntariou para nos ajudar.

– Se voluntariou? Quem é que se voluntaria para uma missão suicida dessa?

– Eu! - ele deu uma gargalhada. - E a Scar.

– Vamos todos para o inferno. - comentei desanimado.

– Não perca as esperanças ainda, Eathan. Temos o elemento surpresa a nosso favor.

– Vamos precisar muito dele então. - contrapus.

– A Scar já deve estar chegando. Vai lá em cima chamar a Alice para irmos logo atrás do Rael. - ordenou. - Não podemos perder tempo.

– Eu, Aly e Scar no mesmo carro durante horas? Vai ser ótimo. - comentei com ironia.

– Eu já disse que adoro ser seu amigo? - perguntou ele rindo. - Porque com certeza eu adoro.

– Fico feliz. - fiz uma careta.

– Agora vai chamar a Alice, vai. - disse me empurrando.

Desci do carro e voltei para dentro do hotel. Sem ânimo para esperar o elevador, subi de escada mesmo. Abri a porta do quarto bem devagar para não acordar a Aly, mas ela já não estava mais na cama.

– Aly? - chamei entrando no quarto.

– Aqui! - gritou ela do banheiro. Parei à porta do banheiro. Ela estava enfrente ao espelho penteando o cabelo, prendendo-o em um rabo de cavalo.

– O que está fazendo? - perguntei-lhe.

– Me aprontando para sairmos. - disse ela tranquilamente. - Quando acordei e vi que você não estava aqui, imaginei que tivesse ido falar com o Mason e que quando voltasse seria para irmos embora.

– Muito esperta. - comentei com um pequeno sorriso.

– Obrigada. - ela virou-se para mim com um sorriso mas assim que pousou os olhos em mim o sorriso se desfez. - O que houve? Por que está com essa cara?

– Nada de mais. Só estou preocupado.

– Pois não fique. - disse ela jogando os braços ao redor do meu pescoço. - Vai dar tudo certo. - e me deu um selinho.

– É, tomara que sim. - envolvi sua cintura em um abraço.

– Bom, eu já estou pronta. Vamos?

– Vamos.

Ela havia trocado o short e a camiseta por uma calça jeans, um tênis e uma regata. Pegamos as bolsas com as coisas que havíamos comprado e descemos. Devolvemos a chave do quarto na recepção, pagamos e fomos para o estacionamento. Infelizmente quando chegamos lá Mason não estava sozinho.

– Ei, Eathan, olha quem está aqui. - disse Mason animado.

– Oi, amor. - cumprimentou-me Scarlet sorridente.