Elementary my dear Sherlock.

The Final Problem- Part 1


Narração Normal.

Um olho se abre revelando sua íris azul. Então, vemos o rosto da pessoa. É uma menina com cabelo castanho encaracolado, que não deve ter mais de dez anos de idade. Ela está em um avião, um bem inquieto, as luzes estão acendendo e desligando e acima dela as máscaras de oxigênio caíram balançando para frente e para trás. A menina se vira para a janela, está escuro lá fora, então voltou-se para a mulher ao seu lado:

— Mamãe?- Mas a mulher não acorda...na verdade, nenhum dos demais passageiros está acordado.- Mãe! Acorda,mamãe! -Quando a mãe ainda não responde, a garota decide se levantar e ir até o corredor. Olhando em volta,ela percebe que a porta da frente do avião está aberta e o piloto pode ser visto caído sobre os controles e o copiloto está deitado no chão atrás do assento.- Acordem!-A pequena pede com angustia.- Um telefone celular pode ser ouvido a uma certa distância. A menina começa a caminhar em direção ao som, seu olhar de sofrimento aumenta quando ela vê outro comissário de bordo inconsciente no chão na frente do corredor, por fim, o celular é localizado em uma pequena prateleira a frente de dois passageiros. Ela atende. – Alo? Me ajuda por favor .Estou em um avião e todos estão dormindo. Ajude-me!

Uma voz masculina muito familiar fala:

— Olá. Meu nome é Jim Moriarty. Bem-vindo ... ao problema final.

Uma mudança de cena ocorre...

Filmagens cinematográficas em preto e branco podem ser vistas. Parece ser um filme da década de 40 ou 50 e se passa no escritório de um investigador.

— Você sabe que poderia prende-la?- O investigador, cujo o nome é Leonard, fica de costas para a mesa e na frente dele está uma típica mulher fatal, Velma, segurando um cigarro. Ambos os personagens falam com acentos americanos

—Pelo o que?

—Usar um vestido dessas.

—Então quer que eu tire?

—Se tirar, eu tenho que prestar queixa.

—Pode prestar

Agora vemos que Mycroft está em uma sala pequena com um projetor de filme atrás dele. Sentado em uma poltrona com dois dedos apoiando a cabeça, ele sorri e repete as falas de Leonard para si mesmo.

—Não é assim que eles começaram? -Ouvimos a voz de Velma.

— Quem?- Mycroft dubla Leonard.

—Adão e Eva.

—Ah, eles.

—E se saíram bem.

—Acha mesmo? Eu sempre pensei que foi o começa da miséria do ser humano.

—Ora, e quanto aquilo sobre me prender?- Ela joga a cinza do cigarro no chão ao lado dela.

—Bem, eu acho que não vou te prender.

—Não?

—Eu posso ficar só de olho.

Por uma fração de segundo, a metragem falha, mostrando uma imagem amarelada de uma família de dois adultos e duas crianças sentadas no que parece uma praia, então a filmagem.

Mycroft franziu a testa.

A metragem diminui novamente, durando um pouco mais de tempo dessa vez, um jovem gordinho, com cerca de onze anos, a tela começa a se alternar entre o filme e essa filmagem misteriosa, temos um close no menino sorrindo para a câmera e retorna ao filme. Mycroft senta-se e se vira para olhar o projetor brevemente.

As falhas continuam falhas tomando seu espaço para mostrar o que parece ser um filme caseiro.

No último, uma bola de praia salta para um garoto mais novo, com cerca de quatro anos de idade, que tem cabelos castanhos encaracolados. A câmera puxa e a mãe ergue-se e acena. Mycroft está obviamente intrigado, mas não pode deixar de sorrir. O pai se ajoelha para o filho mais velho que está segurando um prato cheio de sanduiches e uma maçã, o garoto puxa o prato com proteção para mais perto de si. A filmagem muda, o pai acena para o menino mais novo que trota em direção a eles, então corta para o menino mais novo empilhando-se sobre o mais velho que está meio reclinado na areia com um livro nas mãos. O filho mais velho sorri.

Novamente Mycroft não pode deixar de sorrir, mas esse sorriso começa a declinar à medida que aparece a frase ``eu voltei´´. A projeção retornar brevemente ao filme preto e branco e um close superior do rosto de Velma, exceto que esses não são os olhos da atriz, e sim os olhos de Eurus. A frase peculiar retorna e a projeção se dissolve.

Holmes se levanta e olha para a tela branca em estado de choque enquanto, em seguida, ele caminha até uma porta próxima e tenta abri-la, sem sucesso. Não vai se mexer.

Uma voz feminina, semelhante a de uma criança, ecoa na sala:

—Mycroft.

Passos podem ser ouvidos no andar de cima e de repente, a porta começa a se abrir de forma lenta e ruidosa. Mycroft a atravessa com todo o cuidado possível, porém, não pode deixar de saltar quando ela se fecha atrás dele.

A luz no corredor começa a piscar, ele anda lentamente para a frente e puxa seu guarda-chuva do suporte ao lado, desencaixando a parte superior, o famoso guarda-chuva se transforma em uma espada, o que nos faz entender o motivo dele sempre andar com o objeto, ou talvez não. Puxando uma lanterna, e toda coragem que lhe resta, Mycroft começa a andar por sua casa. Um relógio começa a tocar. Franzindo o cenho, Mycroft se vira para a outra extremidade do corredor e quando ele gira novamente, há uma garotinha de marias-chiquinhas de pé, na frente dele, ao lado das escadas.

Uma voz feminina sussurra na escuridão:

—Mycroft.

Holmes se aproxima da criança e mira sua lanterna nela. Não é uma criança, é um manequim com um rosto branco. Suspirando, o homem se vira:

—Por que você não vem e para de se esconder? Não tenho tempo pra isso.

—Nós temos tempo, querido irmão. Todo o tempo do mundo. - Atrás dele, a garota "real" emergiu da escuridão e subiu as escadas.

O mais velho dos irmãos Holmes se vira e sobe as escadas perseguindo-a,ou ao menos ele tentou.

O piso superior está ligeiramente iluminado e a voz da criança é ouvida de novo:

—Mycroft!

O mesmo caminha lentamente ao longo do corredor:

—Quem é você?

—Você sabe! – A voz parece um pouco mais velha.

—Impossível.

—Nada é impossível. Você de todas as pessoas sabe disso.

Na parede esquerda do corredor, repousa uma fileira de pinturas com figuras histórica, eis que sangue começa a derramar-se dos olhos e das bocas.

—Tem um vento leste chegando, Mycroft. Ele vai te pegar.

Atrás dele, o elmo de armadura é jogado pelo corredor e cai ruidosamente no chão. Mycroft se volta:

— Você não pode ter saído! Você não pode!

E como em um típico filme de terror, talvez levemente baseado em Stephen King, um palhaço se inclina ao lado da armadura a um ângulo de quase noventa graus, ele se endireita e entra por completo no corredor. Quando Mycroft olha com incredulidade, o palhaço rouba a espada da armadura e se bota em posição de luta.

Tentando - e falhando - olhar determinado, Mycroft levanta sua própria espada na frente dele e começa a avançar lentamente enquanto o palhaço faz gestos desafiando-o.

Eis que o governo britânico retira um lenço do bolso e puxa a lâmina da espada deixando apenas a alça do guarda-chuva, que no final, se revela uma arma de fogo. Ele puxa o gatilho, mas a arma apenas clica.

A voz do além zomba:

—Desista Mycroft, não tem defesa, nem onde se esconder.

O palhaço grita e avança para seu oponente, Mycroft, por sua vez, corre para o lance de escada de forma medíocre, parando no andar de baixo. cai de volta e depois se vira e tira um lance de escada próximo. Correr para o corredor no andar de baixo, ele se apressa para as portas próximas e tenta abrir cada uma, mas estão trancadas. O palhaço permanece parado no andar de cima,observando-o.

Mycroft se vira e parece que uma figura sombria passa pelas janelas superiores nas proximidades. Eis que Sherlock passa através das cortinas na parte superior da escada e olha para o palhaço.

—Sherlock?-Seu irmão começa.- Ajude-me!

Sherlock leva o polegar direito e o indicador a boca e assovia. Todas as luzes se acendem. Um homem baixo sai do outro salão vestindo um vestido e uma peruca escura de marias-chiquinhas e Mycroft arregala os olhos.

—Experiência completa. -O Holmes mais novo começa.- Conclusão: eu tenho uma irmã.

—Isso foi você?!-Seu irmão esbraveja. - Você fez tudo isso?

-Segunda conclusão: minha irmã - Eurus, aparentemente – deve ter sido encarcerada ainda jovem em uma instituição segura controlada por meu irmão.- Sherlock acena alegremente para Mycroft. -Oi, irmão!

—Por que você faria isso Essa pantomina? Por quê?

—Conclusão três: você está aterrorizado com ela!

—Você não faz ideia de com que está lidando. Nenhuma!

Eis que John saindo de um corredor no piso térreo:

—Nova informação: ela fugiu.

—Isso não é possível.

—É mais do que possível. -Sherlock rebateu.- Ela era terapeuta do John.

—Ela atirou em mim durante uma sessão. -O loiro comentou.

—Com um tranquilizante... - Jenny adentra o local pela porta localizada a direita do Holmes mais velho, porta que outrora estava trancada. -... não seja molenga.

—Faltava dez minutos para acabar.

— Depois pedimos o reembolso.

John sorri, diferente de Mycroft que parece bem indignado enquanto olha para Drew:

—Estava nisso também?

—Claro que estava, que você acha que se livrou das balas do seu compartimento especial?- Sherlock começa a descer as escadas e aborda seus atores. - Certo, vocês dois. Wiggins está com seu dinheiro na entrada, não gastem tudo só em crack.- Voltou-se para seu irmão.- Já que Jenny e você estavam próximos nos últimos dias, ela era perfeita para o trabalho.

Mycroft cruzou os braços olhando feio para a garota.

—Oh,não faça essa cara. -Ela fez bico e depois deu-lhe um sorriso.- Oh,espero que não tenhamos atrapalhado o seu filme.

—De qualquer forma, foi bom te ver irmão. Vamos John,Jenny...-Sherlock se dirige para uma das portas próximas.

—Vocês vão embora?-Seu irmão pergunta descrente.

—Bem, aqui não vamos ficar. Eurus está chegando e, uh, alguém desativou toda sua segurança. Bom sonhos! – O moreno passa pela porta com Jenny seguindo-o a uma certa distância.

John também vai na direção da sair, mas para quando o outro Holmes fala:

— Doutor Watson. Por que ele faria isso comigo? Isso foi insano!

— Uh, sim. Bem, alguém o convenceu de que você não diria a verdade a menos que estivesse se molhando.

—"Alguém"?

John se afasta pensativamente, lamber os lábios antes de voltar para ele:

—Provavelmente eu.

—Então é isso, não é? Vocês vão embora?

— Bem, não se preocupe. Há um lugar para pessoas como você : os desesperados, os aterrorizados, os que não têm outro lugar para correr.

—Qual lugar?

Watson franziu o cenho momentaneamente e depois olha para ele como se fosse um idiota:

— O 221B de Baker Street. – Com essa , Mycroft fecha seus olhos em resignação e suspira silenciosamente.- Vejo você de manhã. Se houver uma fila, pode esperar! -O loiro caminha direção da porta.

—Pelo amor de Deus! Este não é um dos seus casos idiotas!

John ergue o dedo como se estivesse esquecido de alguma coisa, depois se vira e volta para o corredor, apontando para cima:

—Você pode querer fechar aquela janela. Tem um vento leste a caminho. -Com um pequeno sorriso, o doutor finalmente deixa a cena.

Mycroft se vira e olha nervosamente para cima.

221B BAKER STREET.

O dia seguinte...

Jenny está apoiada na lareira com uma mão na cintura. Sherlock está localizado em sua poltrona, assim como John está em sua própria cadeira, o trio parece estar ficando impaciente. Agora vemos Mycroft de pé ao lado da cadeira do cliente, os braços cruzados e o olhar teimoso no rosto.

O ângulo muda e vemos a Sra. Hudson na porta com os braços cruzados, olhando para o mais velho dos Holmes com um sorriso:

— Você deve sentar-se na cadeira. Eles não falarão com você, a menos que você se sente na cadeira. São as regras.

—Não sou um cliente.-Mycroft fala.

—Então saia.-Sherlock rebate sem cerimônia.

Mycroft suspira e se senta na cadeira:

—Ela não vai ficar lá, não é?- Aponta intuitivamente para a loira.

Sherlock olha para sua senhoria, então inclina a cabeça para ela.

A mais velha olha para Mycroft:

—Você gostaria de uma xícara de chá?

—Sim, obrigado.

—Oh, a chaleira fica bem ali.- Ela aponta brevemente para a cozinha e depois se retira.

O trio da Rua Baker sorri de forma divertida.

—Então, o que acontece agora? Você vai fazer deduções? -O Holmes mais velho questiona para seu irmãozinho.

—Você vai dizer a verdade, Mycroft, pura e simples.

—Quem disse: "A verdade raramente é pura e nunca é simples"?

—Eu não sei e eu não me importo. Então, nós éramos três. Eu sei disso agora. Você, eu e ... Eurus. Uma irmã que não consigo lembrar. Nome interessante, Eurus. É grego, não é?

—Sim, uh, literalmente, "a deusa do Vento do Leste". -John folheia suas anotações.

—"O vento do Leste está chegando, Sherlock." -O mesmo olha para seu irmão. -Você usou isso para me assustar.

—Não. -Mycroft rebate.

—Você transformou minha irmã em uma história de terror.

—É claro que não. Eu estava te monitorando.

Jenny piscou:

—Você o que?

—As memórias podem ressurgir; as feridas podem ser reabertas. Há demônios abaixo das estradas em que andamos... -Ele gira o olhar para Sherlock.- ... E o seu tem esperado por muito tempo. Nunca te importunei. Eu usei - em intervalos discretos - palavras de gatilho para me atualizar quanto à sua condição mental. Eu estava cuidando de você.

O detetive zombou:

—Por que não posso me lembrar dela?

Mycroft faz uma pausa por um momento, olhando na direção do outros dois indivíduos na sala:

—Esta é uma questão privada.

Jenny rola os olhos e, assim como John, se prepara sair, mas Sherlock os detém:

—Eles ficam.

Mycroft se inclina para a frente em sua cadeira em um sussurro áspero:

—É um assunto de família.

—E é exatamente por isso que eles ficam!!!- O moreno eleva a voz e rebate com firmeza.

Os irmãos fecham os olhos por um longo momento. John sorri e baixa a cabeça. Eventualmente Mycroft se endireita.

Drew limpa a garganta:

—Então havia três crianças de Holmes, qual era a diferença de idade?

—Sete anos entre mim e Sherlock, um ano entre Sherlock e Eurus.

John acena com a cabeça e aponta sua caneta na direção de Sherlock:

—Criança do meio. Explica muito. -Nessa, Sherlock olha para ele. John ergue as e volta sua atenção para o caderno.- Então, ela também tinha?

—Tinha o que?- O governo britânico piscou.

—A coisa de dedução.

—"A coisa de dedução"? -Sarcasmo.

—Sim.

—Mais do que você imagina.

—Ilumina-me.

—Sabe que eu sou o inteligente?- Gesticula entre ele e seu irmão enquanto olha para John.

—E nunca cansa de falar isso.-O detetive comenta.

—Mas Eurus, ela era incandescente, ainda jovem. Nossas habilidades foram avaliadas profissionalmente mais de uma vez. Eu era notável, mas o Eurus foi descrito como um novo gênio, mais do que Newton.

—Então por que não lembro dela?

—Você se lembra dela, de certa forma. Toda escolha que você já fez, todo o caminho que você já tomou - o homem que você é hoje ... é a sua memória da Eurus. - Sherlock virou lentamente a cabeça para longe. Mycroft olha para baixo como se algo chamasse sua atenção. Seus pés estão agora em uma praia de seixos. Ele fica parado enquanto um cachorro ladra nas proximidades. -Ela era diferente, desde pequena. - A uma distância, vemos a pequena Eurus, talvez com seis anos, vestindo um vestido azul e branco e um casaco de malha da cor aveia, com os cabelos amarrados em duas marias-chiquinhas levemente cacheadas. - Ela sabia de coisas que ela nunca deveria saber. ... -Perto dali, temos um jovem Mycroft Holmes jogando pedras na agua, e mais a frente, um pequeno Sherlock de sete anos, vestindo calças vermelhas, botas de puericultura, com um chapéu de pirata na cabeça, tentando corta a água com a espada de plástico. - ... como se estivesse consciente de verdades além do alcance normal. - Em sua mente, a jovem Eurus olha diretamente para ele, assuntando-o.

—Parece engraçado adulto. -Ela comenta.

De volta ao 221B, Mycroft se endireita um pouco na cadeira, olhando para a lareira.

—O que há de errado?-Watson questiona.

— Desculpe. As lembranças são perturbadoras.

—O que você quer dizer?-O Holmes mais novo olha pra ele.- Exemplifique.

—Eles a encontraram com uma faca uma vez. Ela parecia estar se cortando. Mãe e pai ficaram aterrorizados. Eles achavam que era uma tentativa de suicídio. Mas quando perguntei a Eurus o que estava fazendo, ela disse ...

A pequena Eurus aparece na frente do seu irmão:

—Eu queria ver como meus músculos funcionavam.

—Jesus!- John exclamou.

—Então perguntei-lhe se sentia dor, e ela disse ...

— A dor de quem?- Eurus faz mais um breve aparição, embora, está bem claro que apenas seu irmão mais velho está alucinando com ela.

—E o problema se agravou em...?-Jenny olhou para Mycroft e ele para ela.

De repente, eles estão ao ar livre, a uma curta distância de uma grande casa de campo muito antiga no meio do nada.

—Musgrave. – O Holmes mais velho suspirou.- Nossa antiga casa, onde sempre havia mel para o chá...e onde Sherlock brincava com as lapides engraçadas.

—Engraçadas como?-Watson piscou.

A imagem corta para o jovem Sherlock, vestindo seu jumper amarelo e seu chapéu pirata, sentado de pernas cruzadas na grama na frente de uma das muitas lápides, não muito longe da casa de campo. Ele estava lendo quando sua mãe chamou:

—Venham crianças!

Um cão corre na frente, passando pelos adultos, enquanto o jovem Sherlock corre para a casa.

—Elas não eram reais. -Mycroft continua. - As datas estavam todas erradas. Uma piada simples que fascinava Sherlock.

Em uma das lápides de pedra, estava esculpido: Nemo Holmes 1617 - 1822 , 32 Anos.

Ainda no cemitério, Mycroft ,Jenny e John olham para a casa, mas Sherlock diminui enquanto uma voz de uma criança começa a cantar na sua cabeça:

Bem lá no fundo, depois da velha faia,

Quem me socorre do Vento Leste que sopra?

Dezesseis por seis, irmão, e por baixo vamos.

A imagem muda para a cozinha da casa. Sentada em um lado do mesa ao lado de seu irmão mais velho, Eurus canta a música enquanto olha para o jovem Sherlock, que ainda está usando seu chapéu de pirata. Ele olha para ela, infeliz.

No 221B, Sherlock recita a canção e Mycroft acena com a cabeça:

— Você está começando a se lembrar.

—Fragmentos.

No flashback, o jovem Sherlock desce da mesa e foge gritando por seu cachorro:

—Barba ruiva!!!

—Barba ruiva?-John questiona.

—Era meu cachorro.-O detetive responde.

Jenny pisca, como se algo estivesse errado naquele cenário, então questiona para si mesma:

—Quanto tempo um cachorro vive?

—Desculpe, o que?-Mycroft olha para ela.

—Nada, adiante com o seu relato.-Ela mata a questão externamente.

—Bom, Eurus pegou o Barba ruiva e o trancou um lugar que ninguém poderia encontrá-lo... e ela se recusou a dizer onde ele estava. Ela só repetia aquela música. Seu pequeno ritual. Nós imploramos e imploramos para que ela nos dissesse onde ele estava. Mas ela sempre dizia...

—A música é a resposta.-Ouvimos o sussurro da menina por alguns segundos antes dele continuar.

— Mas a música não fazia nenhum sentido.

De volta a sala do 221B, virando para Mycroft, Sherlock questiona:

—O que aconteceu com o Barba ruiva?

—Nós nunca o encontramos. Mas ela começou a chamá-lo de "Barbara ruiva afogado", então fizemos nossas premissas. Sherlock estava traumatizado. Natural, suponho, já que quando era garoto, tornou-se uma criança muito emotiva.

—Um segundo ai.-Jenny chamou a atenção.- Se o cachorro morreu, então, quem era o cachorro que estava na sua casa quando eu conheci vocês?

—Aquele foi um plano B.-O Holmes mais velho começou.- De certa forma, achamos que seria bom arranjar um cachorro para Sherlock, assim ele poderia esquecer do Barba ruiva.

—Cães são uma companhia saudável para crianças emotivas, especialmente alguém no estado dele.

— Você sabe que eu estou aqui? -Sherlock não gostava muito de quando eles falavam sobre sua vida como se ele fosse invisível, ou não estivesse presente.

— No fim, tivemos que dar o cachorro.- Mycroft completou.

— Dar?- William piscou. – Você me disse que ele tinha fugido.

—Oh,eu disse, não foi? De qualquer forma...-Voltou-se para John.- Com o tempo, ele parecia esquecer que o Eurus já havia existido.

— Como ele poderia esquecer? Ela estava morando na mesma casa.

—Não. Eles a levaram para longe.

—Por quê? Não se prende uma criança porque um cachorro sumiu.

—Mais ou menos. Foi mais pelo o que aconteceu depois.

Nas memorias, Eurus está em seu quarto, desenhando, ela desenhou várias imagens da sua família, porém, em todas, Sherlock foi riscado. Ainda havia desenhos das lapides, onde o nome dele estava bem visível. Do lado de fora do quarto, podemos ouvir seus pais discutindo, a pressão do sumiço do Barba ruiva era muita. Por fim, Eurus derruba o lápis e olha para cima, então, a garota puxa uma caixa de fósforos e acende um.

Do lado de fora da casa, o adulto Mycroft fica olhando para as chamas corrompendo todo o andar superior.

—Depois disso, nossa irmã teve que ser levada embora.

E voltamos aos dias atuais.

—Pra onde?-Sherlock exigiu.

— Oh, um lugar adequado - ou assim todos pensaram.

—Sherrinford .- Jenny zomba.

—O que?- Watson e seu melhor amigo piscam pra ela.

—Sherrinford,é uma ilha.

—Mexeu na minha agenda?-Mycroft olhou acusadoramente pra ela.

—Não seja idiota...baixei do seu sistema de dados.

O homem bufou:

—De qualquer forma, não faz diferença. Eurus morreu lá.

—Não, essa foi a mentira que você contou pra minha madrinha.-Drew rebate.

—Sim. E também uma gentileza. Esta é a história que eu disse aos nossos pais para poupar-lhes da dor e explicar a ausência de um corpo identificável. O tio Rudy tomou conta das coisas.

Sherlock esfregou os olhos e olhou para uma das únicas pessoas que ele queria ouvir:

—Jenny,fale-me sobre Sherrinford.

—É uma instalação segura e muito secreta cujo único propósito é conter o que chamamos os demônios embaixo da estrada, é lá que os prendem. É uma fortaleza construída para manter o resto do mundo a salvo do que está dentro dele.

—O céu pode ser uma fantasia para o crédulo, mas posso lhe dar o mapa para o inferno. -Mycroft sorri para ela.

—Mike, você não sabe o que é o inferno, só sabe o que pode sair de dentro dele.

—De qualquer forma, é lá que minha irmã esteve desde a infância. Ela não saiu – nem por um único dia. Quem quer que você tenha conhecido, não pode ser ela.

De repente, ouvimos algo se quebrar na cozinha, provavelmente vidro. Os meninos se levantam e Jenny caminha lentamente para o canto direito da sala, pouco perto a porta, a garota para de andar quando reconhece o objeto:

—Oh...-Ela geme ao ver o drone levantando voo com a música tocando.

Bem lá no fundo, depois da velha faia,

Quem me socorre do Vento Leste que sopra?

Dezesseis por seis, irmão, e por baixo vamos

O drone começa a voar para a frente na mesa da cozinha, enquanto ele se dirige para a sala de estar, Jenny fala com urgência:

— Para trás, procurem não se mexer!

—O que é isso?-John questiona.

—É um drone.-Sherlock responde.

—Não,jura?-Jenny resistiu ao um pulso de bater a mão na testa.- O problema é a carga, gênio.

—Isso é uma DX-707?-O rosto de Mycroft se enche de horror. - Eu autorizei a compra de um certo número desses. - O drone estaciona no chão. - Coloquialmente, é conhecida como "a granada de paciência".

A granada dispara e o topo se eleva alguns centímetros mostrando uma luz vermelha brilhante que emana do interior do dispositivo.

—O sensor de movimento foi ativado. – Drew fala lentamente. - Qualquer movimento e a granada vai detonar.

De agora em diante, todos falam calmamente, Sherlock, em particular, mal movendo seus lábios:

—É muito potente?

—Certamente destruirá esse apartamento e todos aqui. Considerando uma resistência razoável das paredes, seus vizinhos devem estar seguros, mas, como ela pousou no chão, tenho minhas dúvidas quanto a cafetaria embaixo. Felizmente, é domingo de manhã, então está fechado.

—E a Sra. Hudson?-John pergunta cuidadosamente.

No piso de baixo, a Sra. Hudson está balançando ao som de Iron Maiden "The Number of the Beast", enquanto usa o aspirador de pó.

De volta ao andar de cima...

— De acordo com a rotina dela, eu estimo que ela ainda tenha mais dois minutos. - Sherlock conclui.

— Ela mantém o aspirador na parte de trás do apartamento. -Watson fala.

—E?-Mycroft questionou.

—É mais seguro quando ela for guardar. - Ao ouvir isso, Mycroft gira a cabeça em direção a ele, é um milagre que a bomba não tenha captado isso. - Olha, temos que nos mover eventualmente. Devemos fazer isso quando for mais seguro.

—Quando o aspirador desligar damos oito segundos para ela chegar à parte de trás do apartamento. Ela é rápida quando está limpando. Então nos mexemos. Qual é o tempo de resposta do gatilho?-O detetive questiona.

—Assim que nos mexermos, temos um máximo de três segundos para desocupar o raio de explosão. -Jenny responde. - John e você vão pela janela, Mycroft e eu pelas escadas.

—Certo...-O Holmes mais novo concorda. -Ajudem a senhora Hudson a sair também.

— Eu?-Mycroft pisca.

—Você está mais perto.

—Você é mais rápido.

—O diferencial de velocidade não será tão crítico quanto a distância.

—É, concordo.

Jenny escuta o barulho vindo do andar de baixo:

—Ela está se afastando. Indo para os fundos. Eu estimo que ainda temos um minuto.

—Podemos usar o telefone?-Sherlock questiona e Jenny lhe dá um olhar atravessado.

—Chamada telefônica, Holmes?

—John tem uma filha. Ele pode querer dizer adeus.

—Desculpe, qualquer movimento desencadeará a granada. Espero que você entenda,John.

—Oscar Wilde.-O outro suspira cuidadosamente.

— O quê?

—Ele disse: "A verdade raramente é pura, e nunca é simples." É da "Importância de ser prudente!". Nós fizemos a peça na escola.

Mycroft sorri:

—Nós também. Agora lembro. Eu era Lady Bracknell.

Jenny se segura para não rir enquanto Sherlock concorda:

— Sim. Você foi ótimo.

— Você realmente pensa assim?

-Sim, de verdade.

—Que bom ouvir isso. Eu sempre tive dúvidas.

O aspirador de pó desliga. Jenny dá alguns segundos, depois olha para seus amigos:

—Boa sorte, meninos. -Ela faz uma pausa antes de começar a contar. - Três, dois, um, vão!

Em câmera lenta, vemos Jenny e Mycroft praticamente saltando para porta, John correndo para a janela da direita e Sherlock em seu caminho para a janela esquerda. Atrás deles, o dispositivo explode e as chamas varrem pela sala em todas as direções, envolvendo tudo em seu caminho. John e Sherlock se lançam pelo vidro e despencam em direção à estrada abaixo enquanto uma enorme bola de fogo emerge pelas janelas.

A fumaça toma conta da cena ofuscando nossa visão por alguns segundos antes de começar a clarear e, posteriormente, desaparecer.

Há um pequeno barco de pesca no oceano. Um jovem, Ben, usando uma capa de chuva amarela, abre a porta da pequena cabine para encontrar seu companheiro de viagem, Vince.

—Vá lá, filho, levanta, melhor para fora do que para dentro- Vince sorri alegremente.

— É sempre assim? – Ben questiona limpando a boca.

—Nah.

—Graças a Deus.

— Normalmente é muito pior!

—Oh...- O outro geme, o enjoo prece estar voltando. - Devia ter ido trabalhar em um banco! – De repente, ele ouve sons familiares. - Isso é um "helicóptero"?

—Nah, não neste tempo.

Uma transmissão de rádio pode ser ouvida: Lundy, Fastnet, Mar da Irlanda, Shannon, Malin, Sherrinford. Sherrinford. Sherrinford.

—Ouviu isso. - Ben questiona. – Eu nunca ouvi isso antes. Sherrinford?

—Esqueça o que você ouviu.

—Por que?

—Às vezes, quando estamos nessas águas, recebemos essa mensagem. Apenas esqueça disso.

—Sim, mas nunca ... - O rapaz para assim que Vince levanta um dedo de advertência para ele.

Há um baque alto no telhado, seguido por barulhos mais baixos. Os homens olham para cima, então, Vince vai para a porta e se dirige para fora, Ben sai ao lado dele. Sherlock está parado no telhado segurando nas antenas do navio com uma mão.

— Quem é você? – Vince questiona.

— Meu nome é Sherlock Holmes.

—O detetive!- Bem aponta.

—O pirata. – O moreno corrigi.

John entra em vista do outro lado da antena e aponta uma pistola para os homens enquanto o próprio Sherlock salta dramaticamente do telhado em direção a eles.

Ilha de SHERRINFORD.

A chuva ainda não chegou à ilha.

A câmera gira sobre o topo da estrutura do castelo e mostra vários guardas patrulhando os telhados e carregando rifles. Nós entramos dentro do que deve ser a Sala de Controle da instalação. No nível mais baixo e nas escadas de ambos os lados, mais guardas de rifle, estão em vários lugares ao redor da área. Acima da área, uma pequena sala com paredes de vidro com muitas telas de computador. Passamos para uma vista dentro da sala de vidro, onde um técnico fala em um rádio:

— Golf Whisky X-Ray, esta é uma área restrita, repito, área restrita. Você está fora de curso. Você está recebendo? - Não há resposta imediata e ele ativa seu rádio novamente. - Golf Whisky X-Ray, você está fora de curso. Você está recebendo?

Eis que uma voz, muito conhecida por nós como a do Doutor Watson, responde:

—Sim, recebendo. Esta é uma chamada de emergência, repito, chamada de emergência. Estamos com problemas.

Uma imagem de radar na tela na frente do técnico mostra um ponto vermelho brilhante próximo ao centro da tela:

— Golf Whisky X-Ray, qual a sua situação? - Não há resposta.- Golf Whisky X-Ray? Onde você está agora?

—Estamos indo em direção as rochas. Nós vamos bater.

O técnico se inclina rapidamente para o teclado na mesa. Uma mensagem aparece em sua tela:

BLOQUEIO DO SISTEMA:

RED 5 PROCESSO INICIADO.

Um fluxo de números e letras rola por baixo. O técnico move o microfone mais perto de sua boca:

—Diretor da Sala de Controle...

As luzes vermelhas começam a piscar em torno da instalação, uma sirene começa a tocar e há anúncios nos alto-falantes:

— Bloqueio do sistema em andamento! Por favor, prossigam para as estações designadas.

Ao redor do complexo, os guardas correm ao longo dos corredores e se dirigem para fora.

Dois dos guardas correm para fora e encontram Vince e Ben sentados na areia, amarrados. Vince olha para os homens que se aproximam e rola os olhos:

—Merda...

Em uma ponte de metal acima deles, outros guardas apontam seus rifles. Um deles, no entanto, interrompe a ação:

— Esperem! Ei! Na areia! Na areia! – Fazendo sinal para seus companheiros se afastarem.

Agora podemos ver uma mensagem escrita na areia em letras grandes:

DIGA A MINHA IRMÃ,

QUE EU ESTOU AQUI!

No interior da instalação, o chefe entra na sala de controle com um telefone:

—Preciso falar com o Mycroft.

Em Londres, Sir Edwin, agora ostentando uma barba cheia, está no banco de trás de um carro:

— Ele está no hospital. Houve uma explosão.

—Me conecte com o hospital.

—Ele não está consciente. Ele está gravemente ferido. Ninguém está confiante de que ele vai superar.

—Onde está o irmão dele? Onde está Sherlock Holmes?

—Desaparcio.

— Não, ele não. Ele está aqui. - Encerra a ligação e coloca seu telefone no bolso.

—Senhor...-O técnico chama apontando para a tela a sua frente. - Encontramos mais três do barco.

Na tela vemos Jenny e John, com um homem idosos desconhecido entre eles, o mesmo fala com um sotaque, indignado, do sudoeste da Inglaterra:

— Eles roubaram nosso barco! Eles e o outro cara, armados!

—Onde você os encontrou?- O chefe questiona.

Um guarda com sotaque do norte da Irlanda responde pelo rádio:

—Do lado norte da ilha, senhor.

—Para as celas, agora. -O homem sorri.

Pouco tempo depois, os alarmes pararam. Os suspeitos estão em uma pequena sala de interrogatório, sentados atrás de uma mesa de madeira. O governador da ilha adentra o local fechando a porta atrás de si e o pescador se levanta:

—Isso é um engano. Eu sou a vítima aqui. – Aponta um dedo para John.- Este homem roubou meu barco. Ele é um pirata.

—É, sou mesmo.-John concorda fazendo Jenny dar um meio sorriso.

—Por favor, sente-se. -O governador pede.

—Eu nem sei quem é! – O idoso se senta.

—Ele é o doutor John Watson, ex-fuzileiro da quinta infantaria britânica.- O homem olha para o loiro. - O que você está fazendo aqui?

—É um hospital. Aceita currículo?

—Aqui não é um hospital.

—É mais ou menos. - Jenny se manifestou atraindo a atenção do seu anfitrião.

—Oh, e você é a agente americana.

— Na verdade, fui legalmente transferida para cá.

Sem tirar os olhos dos suspeitos, o governador ergue a mão com o passe para o guarda que estava na cela:

—Eu quero vigia para Eurus Holmes. Vá direto para a Unidade Especial, envie as unidades verdes e amarelas sob minha autoridade.

—Sim, senhor. – O guarda, cujo o rosto está bem protegido pela toca, desbloqueia a porta e sai.

O governador senta-se em uma cadeira ficando de frente para os outros:

—Estou poupando seus rubores porque devemos estar do mesmo lado, e francamente, isso é embaraçoso. J

—Ooh, busca completa?-Watson não parece preocupado.

— A verdadeira arte do disfarce, de acordo com seu famoso amigo, é apenas não ser notado. -Ele se volta para o pescador.- Mas eu estou olhando para você, não sou estou, Sr. Holmes?

O pescador olha para ele:

—Sim,está sim.

—Mas essa é a intenção... -Jenny olha para as unhas e depois para seu amigo. - ..., não é?

O pescador se levanta e John se volta para o governador:

—Você devia ter observado o cara para o qual você acabou de dar o seu passe.

Ao lado dele, o "pescador" tira o chapéu com uma mão, puxando, ao mesmo tempo os cabelos brancos. Com a outra mão, ele tira o nariz falso e o bigode, deixando apenas a barba branca no lugar. Suspirando com alívio, vemos o rosto de Mycroft. O sorriso do governador cai enquanto Mycroft sorri para ele.

Em outro lugar da instalação, o guarda desce algumas escadas e passa o cartão do governador através de um leitor de cartões. As portas próximas se abrem e ele entra no elevador. Virando-se de frente, erguendo a cabeça, podemos reconhecer a face de Sherlock Holmes.

De volta à cela, Mycroft removeu todos os traços de seu disfarce, ele está vestido com suas calças azuis, uma camisa branca e um colete azul. De frente ao espelho, permanece alisando seus cabelos enquanto fala:

—Esse é o problema com uniformes e crachás. As pessoas param de encarar os rostos. Seria melhor usar roupas de palhaço. Pelo menos, seriam satiricamente relevantes.

Jenny vai até ele ajustando a gravata dele:

—Pronto.

—Obrigado. - Ele olha diretamente para ela.

Conforme o casal se encara silenciosamente, John arqueia a sobrancelha, talvez ele devesse escrever sobre isso, mas a face de Sherlock ao ler seria impagável. Conforme o estranho clima começa a aumentar, com Drew e Holmes se aproximando, Watson limpa a garganta:

—Bem...- Vendo que a dupla lhe pagou a atenção, continua. - Ah! - Olha para o homem ao seu lado. - Você encontrará os Landers reais na costa norte, amarrados com outros dois.

—Outros dois?

— Bem, foi tentativa e erro. -Jenny aponta para Mycroft, gesticulando para a sua cintura enquanto fala- Tivemos que encontrar o tamanho certo.

Mycroft revira os olhos rebate as mãos dela ganhando um sorriso malicioso.

—Isso é uma loucura! Isso é desnecessário! -O governador rebate.

— Não.-Watson discorda.- Sua segurança está comprometida e não sabemos em quem confiar.

— E isso justifica os disfarces?

—Sim, justifica!!!-Holmes ergue a voz com raiva por um momento, mas respira fundo. - Agora, ouça-me: para sua própria segurança física, não fale e não faça sinais não verbais sugestivos de pensamentos internos. Se a integridade da minha irmã foi comprometida, se a segurança da minha irmã estiver comprometida, se o encarceramento da minha irmã foi comprometido, resumindo, se eu encontrar qualquer indicação que minha irmã saiu desta ilha eu juro que você não sai! -Ele olha para o homem, que está de pé com as mãos atrás das costas e inclina a cabeça na direção de John.-Diga obrigado ao doutor Watson.

—Por quê?-O governador questiona.

— Graças a ele não fui Lady Bracknell. Isso poderia ter sido muito diferente. - Ele se afasta e coloca a mão direita em sua orelha. – Onde você está?

No elevador, Sherlock coloca sua própria mão direita em sua orelha:

—Chegando à Unidade de Segurança. Explique. - Sherlock se vira para as portas que se abrem atrás dele e caminha por um longo corredor, balançando o corpo de um lado para o outro para disfarça seu passo.

—Prisão dentro de uma prisão. A Eurus deve ter o mínimo de interação humana.

—Por quê?

—Uma vez que você está determinado a conhecê-la, você está prestes a descobrir.

O Holmes mais novo atinge a extremidade do corredor e para entre dois guardas brancos:

—Vigiar Eurus Holmes. - Ele solta seu rifle e entrega-o a um dos guardas. - Ordens do diretor.

De volta à cela, Mycroft colocou sua jaqueta e aproximou-se do governador/diretor/chefe do local, bom, acho que já deu pra entender:

— Responda sim ou não. Já existiu - contra minhas instruções expressas - qualquer tentativa de avaliação psiquiátrica de Eurus Holmes?

—Sim.

—Eu presumo que as fitas estão no meu escritório?

—Seu escritório?

—É só pensar com clareza, antigamente era o seu. -Mycroft saiu porta a fora.

John o segue, Jenny, no entanto, continua parada na cela.

—Não vai com eles? -O diretor questiona.

Ela sorri e descruza os braços revelando uma arma:

—E você?

Na Unidade Especial, Sherlock passa para uma área marcada no chão a alguns metros da frente de uma porta. A iluminação branca acima de sua cabeça começa a oscilar para frente e para trás, então presumivelmente ele está sendo escaneado.

—Você nunca esteve aqui antes, não é? "Silêncio dos Inocentes", basicamente. -Um guarda fala.

—Como é?- Sherlock questiona com seu falso sotaque.

—Mantenha sua distância. Fique a pelo menos três metros de distância do vidro.

As luzes acima da cabeça de Sherlock ficam verdes e ele olha para o guarda que está sentado na frente do computador vigiando Eurus.

—Por que fones de ouvido?-O detetive questiona.

—Ela não para de tocar, às vezes por semanas. -O guarda da porta responde.

Sobre o ombro do homem sentado, vemos vários ângulos de câmera de Eurus. Ela tem cabelos longos, ligeiramente encaracolados, está vestindo calças brancas soltas e um top branco de manga comprida, ela está parada no meio de uma grande sala que tem um piso iluminado branco, tocando violino.

—Maravilhoso.- Sherlock comenta.

—Cansa depois de um tempo.- O guarda rebate.

—É, mesmo assim é lindo. - A porta na frente se abre para revelar um pequeno elevador. Holmes entra e quando a porta se fecha, ele tira a jaqueta e joga-a no chão.

Um pouco mais tarde, a porta do elevador se abre e podemos ver Sherlock, agora em seu terno normal com o cabelo esfarrapado em seu estilo usual.

Vários pés na frente do elevador, três painéis de vidro do chão ao teto separam os irmãos Holmes. A iluminação é ativada. No vidro, está escrito `` Mantenha distância de um metro. ´´ No meio da sala, Eurus está de costas para a porta, tocando seu violino, Sherlock fica em silêncio, a melodia lhe parece familiar, ele pisca com frequência com algumas memorias borradas em sua mente, o seu eu, jovem, que corre pelas águas rasas do rio, enquanto Barba Ruiva trota pela água nas proximidades. Sherlock dá um passo à frente e, quase que imediatamente, Eurus começa a tocar uma série de notas frenéticas e rápidas. O detetive volta para trás e sua irmã retoma a sua música anterior.

A cena muda, uma tela grande na parede mostra quatro ângulos diferentes de Eurus em sua cela. Esta é claramente uma gravação porque ela está sentada no chão com as pernas cruzadas de frente para o copo, a cabeça ligeiramente abaixada.

—Por que estou aqui? - A garota Holmes questiona.

A voz de um homem pode ser ouvida na gravação, muito fraca:

—Por que você acha que está aqui?

—Ninguém nunca me conta.

Agora vemos que Mycroft está sentado em uma cadeira, atrás de uma mesa no que deve ser o escritório do governador, com John à esquerda, o governador de pé no outro lado da mesa e Jenny fundo da sala. Esta última, olha para a parede de vidro que leva a uma pequena varanda, como se algo estivesse lhe incomodando.

—Eu estou sendo punida? – A gravação continua.

—Tem sido má?-O homem questiona.

—Não existe isso de "mal".

—E o bem existe?

—Bem e mal, são contos de fadas. Nós evoluímos para atribuir um significado emocional ao que não é mais do que a estratégia de sobrevivência de um grupo animal. Somos condicionados a investir divindade em utilidade. O bem não é realmente bom, o mal não é realmente errado, extremos não são realmente belos. Você é um prisioneiro de sua própria carne.

—E você não?

Eurus levanta a cabeça e olha diretamente para a câmera enquanto fala as palavras de forma lenta e clara:

—Eu sou muito esperta.

De volta a cela, Eurus, termina a melodia, mas não se vira. Quando fala, a voz vem através dos alto-falantes:

—Você trouxe?

—Desculpe?-Seu irmão caçula pisca confuso.

—A minha tiara. Você trouxe como eu pedi?

—Não,eu não sou um dos ... não trabalho aqui.

—A minha tiara preferida.

—Eu não sou um dos seus médicos.

—Aquela que eu fiz você roubar, da mamãe. -Ela se virou para encará-lo. - Foi a última coisa que eu disse para você, lembra? No dia em que eles me levaram.

—Não.

—Não?

—Não, já conversamos depois disso. Você foi ao meu apartamento algumas semanas atrás; fingiu ser uma mulher chamada Faith Smith. Nós comemos batatas.

—Oh...Quer dizer que não trouxe a minha tiara?

—Como você conseguiu sair deste lugar? Como você fez isso?

—Fácil. Olhe para mim.

—Eu estou olhando para você.

—Você não consegue ver, não é? Você tenta e tenta, mas você simplesmente não pode ver; você não consegue olhar.

—Ver o quê?

Ela mostra o violino para ele:

—O que você acha?

—Maravilhoso.

—Não está olhando para ele.

—Eu falei de você tocando.

—Ah, a música. Eu nunca sei se está bonito ou não; só se sei está certa.

—Geralmente, são a mesma coisa.

—Se não são sempre a mesma coisa, qual é o ponto da beleza? Olhe para o violino.

—Eu preciso saber como você escapou.

—Olhe para o violino.

Suspirando, Sherlock se concentra no objeto:

—É um Stradivarius.

—É, um presente.

—De quem?

—Meu. - Ela caminha para a direita, onde há uma escotilha na parede e coloca o violino.

Pouco depois, o violino está do outro lado, Sherlock o pega enquanto Eurus volta para o meio da sala.

—Por quê?- O Holmes mais novo pergunta.

—Você toca, não é?

—Como você sabia?

A mulher se vira com um olhar zombeteiro:

—Eu ensinei você, não se lembra? Como você não consegue lembrar disso?

—Eurus, não me lembro de você.

Ela sorri um pouco:

—Interessante. Mycroft me disse que você reescreveu suas memórias; não que me apagou completamente.

—O que você quer dizer com "reescrever"?

—Você ainda não sabe sobre o Barba Ruiva, não é?- Com essa, Sherlock a olha severamente.- Oh. Este será um bom dia.

No escritório do governador, Mycroft já não está olhando para a gravação, John, por outro lado, aproximou-se da tela, assistindo intensamente.

—Todos os que nós enviamos lá...-O governador começa. -É difícil descrever. É ... é como se ela ...

—Os recrutasse.- Mycroft completa a frase.

— Ela os escravizou.

—Ela tem sido capaz disso desde que tinha cinco anos. Ela é uma adulta agora. Eu te avisei, eu te dei ordens.

O governador suspira e sorri um pouco:

—Ela é clinicamente única. Tivemos que tentar.

—A que custo? Diga-me a pior coisa que aconteceu.

—Ela continuou sugerindo ao Dr.Taylor que ele deveria matar sua família.

—E?

—Ele disse que era como um verme. Não conseguia tira-la da cabeça.

—E?

—Ele pediu demissão.

—E?

—Se matou.

—E?

—E a família.

—E esse foi o pior?Sério?-Drew não parecia convencida,algo estava pinicando sua orelha.

John olhou para ela com a sobrancelha arqueada e voltou-se, novamente, para a tela.

— Você vai chorar?- A voz de Eurus é ouvida. - Tudo bem se você chorar.

—Eu não preciso chorar. -O homem desconhecido rebate.

—Eu posso ajudá-lo a chorar.

—É, isso explica o bom disfarce de psicóloga do John. - Jenny comentou.

E na cela...

—Toque para mim. -Eurus pediu.

O moreno balança a cabeça:

—Eu preciso saber como você saiu daqui.

—Você já sabe. Olhe para mim. Olhe e toque.

Mantendo seus olhos no dela, ele levanta o instrumento e começa a tocar a Sonata No. 1 de Bach, a mesma música que ele tocou em "Reichenbach" quando Moriarty chegou ao apartamento depois que seu julgamento se desfez. Sherlock só tocou um segundo e sua irmã se viu obrigada a interromper:

—Não, não Bach. Você claramente não entende isso. Toque você.

—Eu?

—Você .

Hesitando por um longo momento, Sherlock começa a tocar música que compôs para Irene, na época do "A Scandal in Belgravia". Ele só jogou duas notas antes e Eurus falou novamente:

—Oh! Você já transou?

—Por que você pergunta?

—A música. Eu fiz sexo.

—Como?

— Quem cuidava de mim estava carente. Eu gostei. Bagunçado, no entanto. As pessoas são tão frágeis.

—Presumo que ele não tenha consentido.

—Ele?

—Ela?

—Não devo ter notado no calor do momento e depois ... bem, você não poderia realmente contar. Isso é vibrato ou sua mão está tremendo?

O rapaz para de tocar fuzilando-a com o olhar, mas sua irmã apena sorri.

No escritório do governador, Mycroft, agora de pé, bate as mãos na mesa com força:

— Eu disse explicitamente: ninguém devia falar com ela sozinho!

—Você falou com ela.

—Eu sei o que estou fazendo!

—Você até trouxe seu visitante no dia de Natal.

Nessa, Drew e Watson trocam um olhar.

—Eu calculei esse risco. – Mycroft rebate.

— Você lhe deu um presente de Natal. -O governador insistiu.- Lembre-se de seu presente de Natal?

—Estou ciente dos perigos que Eurus apresenta e estou equipado para lidar com eles.

—Quais perigos?-John questiona.

O Holmes mais velho se endireita:

— Eurus não fala apenas com pessoas. Ela as reprograma. Qualquer pessoa que passa o tempo com ela está automaticamente comprometida.

Jenny arregala os olhos e John capta o seu sinal.

De volta a reunião familiar...

—Então, claramente se lembra de mim . – Sherlock comenta.

—Lembro-me de tudo; todas as coisas. Você só precisa de um disco rígido maior.

Eis que a voz de John pode ser ouvida no fone de ouvido do detetive:

—Sherlock.

—Agora não.- Sherlock responde.

— Vatican Cameos.

—Num minuto. – O moreno tira o fone de ouvido.

—Continuemos. – Sua irmã fala.- Falaram para ficar a mais de um metro longe do vidro?

—Sim.

—Se arrisque, se aproxime.

—Por quê?

—Faça isso. Fique mais perto.

—Diga-me o que você lembra.

—Você, eu e Mycroft. -Ela suspira um pouco. - Mycroft foi bastante esperto. Ele poderia entender as coisas, você era um pouco lento, mas você ... você era meu favorito.

Sherlock dá um pequeno passo para a frente:

—Por que eu era o seu favorito?

Eurus também dá um passo adiante:

—Porque eu podia fazer você rir. Eu adorava quando você ria. Um dia eu fiz você rir a noite toda. Eu pensei que iria explodir. Fiquei tão feliz. – Ouvindo isso, Sherlock dá outro passo adiante. -Então mamãe e papai tiveram que me parar, é claro.

—Por quê?

Ela dá outro passo à frente:

—Bem, afinal eu entendi errado. Aparentemente, você estava gritando.

—Por que eu estava gritando? -Dentro de sua cabeça, ele ouve um gemido distante. Seu olhar diminui.- Barba Ruiva...Eu me lembro do Barba Ruiva.

—Você lembra?-Eurus dá mais um passo e seu irmão imita o gesto.

—Me diga o que eu não sei.

—Toque no vidro. -Ela olha para ele, seu olhar intenso.

Sherlock franziu o cenho para ela.

Enquanto isso, Mycroft continua seu discurso, agora caminhando pela sala, já Jenny e Watson, eles vão até a varanda, fechando a porta de vidro.

—Estamos encrencados, não?-O loiro questiona para sua amiga6

—Os irmãos Holmes caíram em uma armadilha esquematizada pela própria irmã, é obvio.-Jenny responde sem tirar os olhos do horizonte.

—Sim, desconfiei pela fita, a voz é do governador da ilha, não é?

—Olha só, você está ficando esperto.

—Eu nunca imaginei que passaria dos irmãos Holmes, mas agora que o fiz, não sei gostei.

Drew sorriu e soltou algo nos rochedos abaixo da varanda.

—E isso?-John olhou rapidamente para o objeto, mas procurou se mantes estoico, existe câmeras.

— É um localizador, minha equipe poderá me encontrar.

—Então, esse é o plano, nós vamos sentar e esperar?

—Sentar? Não, vamos sobreviver, e aí, esperar. - A garota suspirou. - Estou decepcionada, os meninos se tornaram alvos fáceis, podia esperar isso do William, mas Mycroft...me surpreendeu.

John passou a mão no rosto em uma mistura de nervosismo e contentamento:

—O que há entre você e o Mycroft?

A morena abre a boca para responder, mas a cena é cortada para o interior da sala, onde o governador continua falando com o governo britânico:

— É óbvio quando tudo começou. Bem, ela nunca foi a mesma depois desse Natal. É como se você a acordasse.

—Isto está muito além dessa conversa, você tinha ordens e falhou!-Mycroft vê Jenny e John adentrando a sala, ambos com os braços cruzados.

—Escuta a fita.-John fala.

—O que?-Holmes pisca.

—Escute a fita, agora.

O outro revira os olhos:

—Os métodos da minha irmã de ... -Ele é interrompido por Jenny, que rosna para ele.

—Escuta agora!

Olhando exasperado, Mycroft caminha para a mesa e pega um controle remoto para aumentar o volume.

Na cela, Sherlock e Eurus estão agora a um passo da parede de vidro entre eles.

—Barba Ruiva era meu cachorro. Eu sei o que aconteceu com ele.- O detive garante.

— Oh, Sherlock, você não sabe de nada. Toque no vidro, e eu vou lhe dizer a verdade. -Ela começa a levantar o braço esquerdo.- Eu também vou tocar, se você estiver com medo.

Voltamos para a imagem da fita:

—Eu posso conserta-la para você e a devolvo como nova, eu prometo. -Eurus fala ao homem.

—O que você está propondo não é ... não está certo.

Agora que o volume foi ativado, a voz do homem é mais clara. John se vira para olhar o governador:

—Todos os que entraram lá foram afetados - "escravizados", você disse.

—Sim. -O homem, desconfortável, responde sem olha-lo.

—Um após o outro.

—Sim.

—Doutor Watson, acho que nós ... -Mycroft é interrompido por Jenny.

—Cala a boca. -Ela se volta para o governador.- Uma pergunta, essa é a sua voz não é?-E aponta para a tela, mas o homem apenas olha para a gravação.- Se Eurus te escravizou , então quem exatamente é responsável por esta prisão?

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Mycroft olha para a tela em estado de choque.

O governador se levanta:

—Eu sinto muito.-E puxa um disposto. -Sinto mesmo.

—Não.- John choraminga quando as sirenes começam a tocar.

Guardas armados correm para a sala, apontando suas armas para o trio, que levantam as mãos.

—Bem...-Jenny olha para Watson. -... é hora de fazermos novos amigos.

—Filho único, de preferência. - John concorda.

—Olhe para você.- A câmera muda para a face de Eurus, sim, estamos de volta a cela. Ela está com a mão direita erguida, Sherlock levanta a sua, lentamente, para combinar com ela. - O homem que vê tudo ... é exatamente o homem que não percebe ... - Endireitando os dedos, os dois movem lentamente as mãos um para o outro. No momento em que suas mãos deviam tocar a parede transparente, Eurus ultrapassa ,o que deveria ser, e conecta seus dedos com os dos seu irmão,para surpresa dele. - ... quando não há nada para ver. – A essa altura, Sherlock está tremendo enquanto ela sorri. – Entendeu como eu fiz? Eu sei que você gosta de explicações.

Sherlock pisca rapidamente e olha para as mãos ligadas, então ele se concentra nas placas de advertência que ele (e nós) sempre assumimos que estavam no vidro, na realidade,elas estão presas na lateral das barras que deviam sustentar o vidraça.

—As placas. Você pendurou as placas. -Sherlock fala.

—E minha voz? Um microfone. Falo pelos alto-falantes. – Um clique é ouvido e o microfone é desligado, presumivelmente, alguém de fora estava ouvindo e desligou para ela.- Você não acha inteligente? Simples, mas inteligente?

— Transparente.

— Bem, você que queria saber como eu saí daqui. - Ela desdobra os dedos e tira lentamente a mão. -Foi assim. – Após um segundo, ela bate com os pulsos nos dois lados da cabeça dele. Ele cai para trás no chão a morena se atira em cima dele, gritando selvagemente em seu rosto enquanto pressiona seu braço direito na garganta. - Entrem aqui, venham logo! Não deixem que eu o mate!- A porta do elevador se abre e dois guardas correm em direção a ela. Eurus segura os braços de Sherlock com a mão esquerda e o pé direito. Ela ergue a cabeça para os guardas e fala com calma- Não, não. Daqui um minuto. -E continua o estrangulamento.

Fora do escritório do governador, nossos heróis estão sendo escoltados por homens usando uniforme amarelo. John não está nem um pouco feliz,ele sussurra para Jenny:

—Eu derrubo o que está a minha esquerda e você cuida dos outros.

—O que?-Os olhos claros se arregalaram.-John, espera,nós nem sabemos onde está o Sherlo...-Ela se cala ao ver o loiro chutar um dos homens no tornozelo. – Nunca me ouvem nesse grupo.

Após conseguir soltar seu braço, John se volta para o outro rapaz de amarelo e lhe dá uma cabeçada. Enquanto Mycroft começa a lutar contra seus próprios captores,sem sucesso, Watson corre para as escadas próximas até a sala de controle.

—Doutor Watson!- O governador grita.

Enquanto isso, uma voz,um tanto familiar pode ser ouvida nos alto-falantes:

—E caubóis de chapéus estão lá, e o Darth Vader! Não tenham medo!

Enquanto John continua rapidamente subindo as escadas, Mycroft deixa de lutar e olha para o aparelho sonoro mais próximo, pois se torna óbvio para quem a voz pertence.

—Ótimo. - Jenny rola os olhos reconhecendo a voz de James Moriarty.

John desacelera ao ver as telas a sua frente, elas chacoalham um pouco revelando Jim olhando para a câmera:

—Sentiram minha falta? Sentiram minha falta? Sentiram minha falta? Sentiram minha falta?

Enquanto Watson é atingido pela descrença, atrás dele, portas se abrem e dois guardas golpeiam a parte de trás da cabeça. O loiro começa a despencar para trás e tudo em volta gira antes de escurecer.

A abertura instrumental para a música "I Want To Break Free, Queen" toca enquanto um helicóptero sobrevoa. Em seu escritório, o governador observa o mesmo passar por sua janela dando uma volta completa.

Pouco tempo depois, à medida que música segue, o helicóptero pousa na praia. Jim Moriarty, vestido formalmente, usando óculos de sol, com os cabelos penteados para trás, sai da porta dos fundos com fones de ouvido brancos nas orelhas. Ele olha para os penhascos, depois pisa alguns passos para frente antes de jogar os braços no ar e balançar os quadris como se uma grande multidão estivesse gritando e aplaudindo por ele. James se vira e soca o ar, ainda ouvindo os assovios de sua multidão imaginaria, e se volta para a frente retirando os fones com classe. A música para. Vários metros à frente estão, o governador, e três guardas armados. Jim coloca seus fones de ouvido no bolso do casaco e vai ao encontro do ouro, junto com seus guardas-costas.

—Sr. Moriarty. -O diretor cumprimenta.

—Grande D. – Jim faz o símbolo do rock com as mãos. - "Grande D." de "diretor". É papo de rua. Passei muito tempo com a galera, tá ligado? Eu me relaciono bem. Gostou dos meus meninos? - Ele aponta para o homem de pé a sua esquerda. - Este tem mais resistência, mas ele se preocupa menos com o resplendor.

—Por aqui, por favor. – O diretor se vira.

A cena muda, as portas do elevador abrem. O governador sai de um lado da cabine. O guarda-costas de Jim abrem caminho para o chefe passar.

Moriarty anda lentamente, gesticulando ao redor do lugar:

—Oh, sinta esse cheiro de criminalidade insana. – Puxa uma respiração. – Oh, você tem canibais aqui?

—Sim.

—Quantos?

—Três.

—Isso é bom. As pessoas deixam seus corpos para a ciência; acho que os canibais ficariam muito mais agradecidos. - Ele ergue a cabeça um pouco e assobia de um modo atraente. À distância, algumas vozes gritam em resposta. Jim sorri. - Ah. -E segue seu guia pelas escadarias, indo em direção ao escritório.

Mycroft está esperando dentro do outro lado da sala olhando pela janela com as mãos atrás de suas costas. Eis que Moriarty adentra a sala e tira os óculos escuros. O Holmes se vira para encara-lo e um pequena legenda se faz presente nos informando a data deste acontecimento,"Dia de Natal, Cinco anos atrás", o que é meio desapontador.

—Ahh. – Temos um close em um bebê Jesus deitado numa manjedoura, o qual Jim toma em suas mãos.- Não é doce?

Mycroft,a gora sentando em sua cadeira, atrás da mesa, inclina a cabeça:

—Você não vai se sentar?

—Eu escrevi minha própria versão do Natal quando eu era criança. -Olha para Mycroft.- "O Burro Faminto". Foi um pouco sangrento, mas, se você vai colocar um bebê em uma manjedoura, você está pedindo problemas.- Larga o enfeite.

—Você sabe o que é esse lugar, certo?

—Claro. Então, estou de novo preso?

—Você continua sendo uma pessoa de interesse, mas até que cometa um crime verificável,i infelizmente ainda está livre.

—Então, por que estou aqui?

—Você é um presente de natal.

—Ah. Como me quer?

—Existe, nesta facilidade, uma prisioneira cujas habilidades intelectuais são de uso ocasional para o governo britânico.

—Para que? Somas muito difíceis, divisões longas, esse tipo de coisa?

—Ela previu as datas exatas dos últimos três ataques terroristas no continente britânico depois de uma hora no Twitter. Esse tipo de coisa. Em contrapartida, no entanto, ela exige deleites. No ano passado, foi um violino.

—Este ano?

—Conversa sem supervisão de cinco minutos ... com você.

—Eu ?! - Sorrindo, ele se vira para Mycroft e pisca com zombaria antes de levantar uma mão ao peito, fingindo ficar espantado. -Comigo ?!

— Ela notou seu interesse nas atividades do meu irmãozinho.

—Então ... qual a relação dela ... com Sherlock Holmes? - Ele coloca as mãos na mesa em frente a Mycroft. – Independente do que for me falar... -Se senta olhando para Holmes com fascínio. - ... eu já sei que vai ser ... – Apoia a cabeça na mão esquerda. - ...ótimo!

Mais tarde, a porta do elevador para a cela de Eurus se abre, Jim anda para a frente e depois de alguns passos as luzes ficam brancas. No escritório do governador, Mycroft vê as filmagens sombriamente. Quando a jovem Holmes e o gênio do crime, Moriarty, ficam frente a frente, Jim dá de ombros:

—Sou seu presente de natal. Então, qual é o meu?

Os olhos de Eurus se voltam para a câmera na parede, no escritório, Mycroft observa a imagem desaparecer, para sua agonia. Vendo que a câmera não está mais ativa, a jovem Holmes olha para seu visitante:

—Barba Ruiva.

Jim franziu a testa um pouco. Olhando fixamente para ele, Eurus se aproxima ainda mais do vidro. Agora sorrindo, Jim faz o mesmo. Com o nariz quase tocando o vidro oposto, eles começam a balançar lentamente de um lado para o outro, combinando cada movimento até que, praticamente se unem em um flash ...

Os olhos de John se abrem, ele pisca várias vezes, depois faz caretas e um ruído de dor. O loiro começa a se levantar. Vemos Mycroft recostando-se contra uma parede com painéis cinza, o botão superior da camisa está aberto, acima de sua gravata, ligeiramente, frouxa.

—Como você esta? -Sherlock, que estava andando para um lado e para o outro perto de seu irmão, para.

—Um pouco dolorido.

—É verdade, mas já se acostumou. -Jenny está no outro lado da sala ao lado do governador,sendo que este ultimo permanece sentado no chão.

Watson olha para seu melhor amigo:

—Você viu sua irmã?

—Sim.

—Como foi?

Sherlock respira antes de responder:

—A família sempre é difícil.

—Será que é hora de comemorarmos?-Mycroft zomba.

—Hum, podemos pensar nisso.-Seu irmão gesticula.

O som de um telefone tocando pode ser ouvido. John levanta-se:

—É um telefone?

—Aparentemente.-Jenny olha ao redor da cela.

—Hum...-O loiro olha para o governador. - O que ele está fazendo aqui?

—O que mandam. Eurus está no controle.

De repente, a voz angustiada de uma jovem pode ser ouvida nos alto-falantes;

— Por favor, estou em um avião e todos estão dormindo. - Nós cortamos para a primeira cena que vimos no inicio. A jovem está parada no meio do corredor do avião, não muito longe da porta, segurando o telefone em sua orelha.- Me ajude!

As luzes da sala ficam vermelhas e a voz de Jim pode ser ouvida nos alto-falantes:

— Olá. Meu nome é Jim Moriarty. Bem-vindo ... ao problema final.

As luzes ficam brancas novamente. Ainda segurando a parte de trás de sua cabeça, John olha para Sherlock e este ultimo responde:

—Está tudo bem. Ele está morto.

—Ele não soa morto.

As luzes ficam vermelhas, de novo, e a voz de Jim explica:

— Esta é uma mensagem gravada. - No avião, a garota lágrima também pode ouvir sua voz.- Por favor, diga alo para uns velhos amigos meus.

—Alo? – A menina começa. - Eu posso ouvi-lo falar. Por favor me ajude! Estou em um avião e vai cair!

As luzes da cela ficam brancas.

—O que é isso?-Mycroft se irrita.- Não podemos fazer isso!

Jenny rebate de forma rapida:

—Cala a boca, querido.

—Tem alguém ai?-A garota insiste.

—Isso é suposto ser um jogo? -Mycroft questiona.

—Fique quieto.- Seu irmão suspira.

—Por favor me ajude! -A menina está muito aflita.

— Oh, olá. Um, tente manter a calma. -Sherlock começa a conversar com ela. - Apenas diga-me qual é o seu nome.

—Não devo dizer o meu nome a estranhos.

—Claro que não. Muito bom. Mas, hum, eu vou te contar o meu. Meu nome é ... - Há um clique e estático dos alto-falantes.- Alo?

Na tela daTV, localizada atrás deles, a imagem de Eurus aparece:

— Oh, querido. Parece que perdemos a conexão.

Todo mundo se vira para o som.

Mycroft caminha em direção ao vidro:

—Como você fez isso? Como isso é possível?

—Você me colocou aqui, Mycroft, você trouxe meus presentes.

—Que presentes?-John faz a pergunta chave e todos olham para o Holmes mais velho.

Eurus levanta um controle remoto, clica em um botão e as luzes ficam vermelhas. O rosto de Jim aparece na tela:

—Inteligente Eurus! Vai nessa, garota!

À medida que as luzes se fixam novamente, John se volta para Sherlock:

—Como isso pode ser Moriarty?

—Ele gravou muitas pequenas mensagens para ela antes de morrer. -Jenny responde fazendo bico.

—Exato!-A imagem de Eurus volta.- E eu adorei. Você sabia o irmão dele era dono de uma emissora?

—É, eu acho que ele sempre teve uma ponta de inveja do irmão.- Jenny sorri lembrando-se das poucas vezes que James mencionou sua família, nunca com tantos detalhes, tipos nomes ou fotos, mas havia alguns reclamações.- Quando éramos mais novos, ele dizia que o relacionamento era complicado.

—Os sim, vocês eram amigos de infância, ele falou-me sobre você. -A Holmes sorriu.- Algo como seu pequeno cisne, era tanta devoção que achei que tinham alguma coisa.

Uma tosse foi ouvida, Sherlock se meteu na conversa:

—A menina - onde ela está? Posso falar com ela novamente?

—Oh, coitada dela.- Sua irmã começou. - Sozinha no céu em um grande avião, sem nenhum lugar para pousar. Mas onde será que ela está? É um pequeno quebra-cabeças nteligente. Se você deseja aplicar-se a ele, posso reconectá-lo; mas primeiro ... - Ela a gira para o lado. Atrás dela, na varanda, uma mulher está amarrada em uma cadeira, com uma fita sobre sua boca, e possivelmente no nariz.

—Essa é minha esposa. – O diretor se põe de pé.- Essa é minha esposa! - Ele olha para a tela enquanto Eurus vira a cabeça para olhar para a câmera. - Oh, Deus, essa é minha esposa!

—Vou atirar na esposa do diretor.- A Holmes fala.

Mycroft se vira, colocando a mão na boca enquanto o homem entra em desespero:

—Por favor, não. - Ele gesticula vagamente em direção a Sherlock , como se implorasse. -Por favor. Ajude ela!

—Em cerca de um minuto. - Eurus volta para a câmera. - Bang. Morta!

—Por favor, não faça isso.-Seu irmão mais novo pede de forma branda.

— Bem, você pode me parar.

—Como?

—Existe uma arma na escotilha. Pegue.- Com isso, Sherlock aproxima-se da escotilha do lado do vidro. Ele abre e tira uma pistola. - Você quer salvar a esposa do governador? Escolha o Dr. Watson ou Mycroft para matar o governador, duvidas?

Jenny levantou a mão e a outra lhe concedeu a vez:

—Eu não sou uma opção considerável para o trabalho?

—Oh, não, seria muito fácil para você. A sua hora vai chegar, seja paciente. - Nessa, Jenny deu de ombros e encostou na cama onde John estava antes de acordar. – Oh, estou adorando ela...-Eurus começou olhando para seus irmão.- ... seriamos ótimas amigas, se eu não tivesse sido encarcerada na juventude, não acham?

—Definitivamente não.-Mycroft rebateu.

—Oh, Mycroft, mamãe sempre disse que devíamos dividir, agora, voltemos ao que interessa, quem vai mata-lo ?

—Oh ... oh, Deus!-O diretor está em pânico.

John volta para a tela, seu rosto distante. Mycroft olha para Sherlock de olhos arregalados. Sherlock olha para o governador e dá um passo, mas, Eurus o alerta:

—Você não, Sherlock. Se você fizer isso, não irá contar. Vou matá-la de qualquer jeito. Tem que ser seu irmão ou seu amigo.

O governador se volta para olhar para Mycroft:

—Você tem que fazer isso. - Ainda com os olhos arregalados, Mycroft balança a cabeça. O governador se volta para Sherlock. - Eurus vai matá-la.

Sherlock olha para ele por um segundo :

—Parece que não temos escolha. -Ele vai até seu irmão, oferecendo o controle da arma para ele.

—Contagem regressiva começando.- Eurus sorri.

—Por quanto tempo?-Mycroft questiona.

—Não, não, não. Eu cuido do relógio. Retenção do prazo preciso aplicará a pressão emocional de forma mais uniforme. Então, quando possível, me dê uma indicação verbal explícita dos níveis de ansiedade. Geralmente, não consigo decifrar pelo seu comportamento.

Mycroft balança a cabeça:

—Não posso fazer isso. – Nessa, Sherlock olha para ele.- Não posso. É um assassinato.

—Não é assassinato. Isso está salvando minha esposa. -O governador fala.

Mycroft olha para ele nervosamente, correndo a língua pelo interior de seus lábios.

— Estou particularmente focada em conflitos internos, onde a estratégia em torno de um código moral amplamente intuitivo parece criar um resultado contra intuitivo. -Sua irmã comenta.

Mycroft olha para baixo:

—Eu não vou matar. Não vou ter sangue nas minhas mãos.

—Sim, muito bom. -Ela se afasta da câmera e olha através do escritório. - Obrigado.

—Desse jeito vai matar minha esposa. – O diretor parece angustiado.

Mycroft olha para Sherlock e depois para a arma mais uma vez, depois se afasta, balançando a cabeça:

—Não.

Sherlock mantém o olhar por mais um momento, depois abaixa os olhos e se afasta:

—Tudo bem, tudo bem. -Ele se vira e oferece a arma para John.- John.

John está olhando para o governador ou a tela além dele, mas depois abre a boca um pouco, toma uma respiração e gira a cabeça para Sherlock. O diretor olha para ele, os olhos cheios de lágrimas e dá um passo em direção a ele:

—Doutor Watson. Você é casado?

—Eu fui.

—O que aconteceu?

—Ela morreu.

Sherlock abaixa os olhos e pressiona os lábios juntos. O diretor caminha em direção a John:

—O que você daria para recuperá-la? Quero dizer, se pudesse, se fosse possível? O que você faria para salvá-la? -Ele gesticula para a tela.- Eurus vai me matar. Por favor, salve minha esposa

Eurus pega o controle remoto:

—Acho que agora temos indícios para criar uma atmosfera de urgência.

As luzes da célula ficam vermelhas e o rosto de Jim substitui o dela na tela. Manipulando a boca exageradamente, ele sussurra alto:

—Tick-tock, tick-tock , tick-tock, tick-tock, tick ... - As luzes ficam brancas e o Eurus está de volta à tela. Depois de alguns segundos, as luzes vermelhas estão de volta e Jim também.- Tick-tick-tick- tick-tick-tick-tick-tick- tock, tick-tock ...

John move as mãos em direção aos bolsos, mas para, Sherlock ergue a arma mais alto em direção a ele. Abaixando as mãos por um momento, John pega a pistola na mão. Mycroft se afasta, cobrindo o rosto com uma mão. John olha para o seu alvo, em pé diante dele.

—Como se chama?

—David.- O diretor responde nos dando, finalmente, um nome.

—E você tem certeza disso, David?

—Claro que tenho certeza.

O loiro hesita por um momento:

—Hum, certo, ah... Você quer ... rezar ou qualquer coisa?

—Com o Eurus Holmes no mundo, para quem eu rezaria?

—Você é um bom homem, e você está fazendo uma coisa boa.

—Você também.

—Passarei o resto da minha vida lembrando disso.

David sorriu ansiosamente, fechando os olhos e respirando fundo. John gira a cabeça para olhar para Sherlock, que encontra seu olhar e abaixa o queixo ligeiramente em afirmação de que não há outra escolha. John volta a levantar a pistola. Sherlock retrocede um pouco, colocando as mãos atrás de suas costas, Jenny cruza os braços e Mycroft se afasta com a mão sobre o rosto. David não pode deixar de pular e ofegar, fechando os olhos por um momento:

—Por favor! - Chorando, David ergue uma mão para detê-lo e depois se vira, ficando de costas para John.

John curvou o braço, claramente infeliz sobre atirar em qualquer pessoa nas costas. Ele olha para Sherlock, que olha para ele silenciosamente, deixando-o para fazer a escolha. John volta-se para David, hesita por um momento e então, põe a mão esquerda no ombro dele. David salta, mas entende que o outro deseja que ele fique de joelhos.

John faz um movimento decisivo, pressionando o focinho da arma contra a parte de trás da cabeça de David:

—Eu sei que você está com medo, mas você também deve estar muito orgulhoso.

—Atira logo,seja rápido.

As luzes ficam vermelhas e Jim aparece na tela.

—Tick-tick-tick-tick-tick.

—Eu deveria ter te equipado com um cardiógrafo, Dr. Watson.- Eurus comenta.

—Adeus, David. – John aperta os olhos por um instante.

—Por favor! – O homem a sua frente exala desespero.

O dedo de John começa a apertar o gatilho. David fecha os olhos novamente, crente que esse seria o fim,mas...

—Eu não posso. – Watson abaixa a arma e se vira para Sherlock.-Desculpe. Não posso fazer isso.

Sherlock avança em direção a John:

—Eu sei. Está tudo bem.

Em uma reviravolta, David se põe de pé e corre para John, arrancando a pistola de sua mão e levantando-a em frente a si mesmo com as mãos trêmulas, chorando:

—Desculpe.

—Está tudo bem.- Sherlock fala com calma, tanto ele quantos o meninos estão tentando contornar a situação com cautela.

— Sinto muito. – Mas David é um homem de coração aflito. - Lembre-se de mim.

—Não! - Todos os três correm em direção a ele, mas é tarde, o gatilho já foi puxado.

À medida que a bala atravessa alvo, ela cai no chão fazendo o mínimo de barulho, no canto da sala, os riachos do sangue escorrem pelas paredes de vidro. Mycroft se afasta, virando-se na direção da parede oposto, tentando não vomitar, o que, por sua vez, resulta em uma leve zombaria por parte de Drew, ela sempre soube que ele era sensível, mas não tanto.

Sherlock olha brevemente para ela e depois se vira para John:

—Você está bem?

John levanta a cabeça para olhar para Sherlock.

— Interessante. – Eurus comenta.

—Tudo bem, aí está. – Seu irmão caçula começa. - Você conseguiu o que queria ... -Respira bruscamente por um momento- ... ele está morto.

—Morto ou vivo ... -Ela gira na cadeira para encarar a tela- ... ele realmente não era muito interessante, mas você três ... Oh! Vocês três foram ótimos. Obrigado. Sabe, o que você fez, Doutor Watson ... -Nessa, John ergue a cabeça para olhar para ela. - ... especificamente por causa do seu código moral ...porque você não quer sangue em suas mãos, duas pessoas morreram ao em vez de uma.

—Duas pessoas?- O médico questiona.

— Sim. Desculpe, eu já volta. - Ela gira a cadeira ficando de costas para a tela, levanta uma pistola e há um tiro John ergue as duas mãos na cabeça e afasta-se de frustração. Mycroft engasga e também se afasta, suspirando. De uma visão de close-up na varanda, há agora um pequeno buraco redondo na janela. O foco se move para o Eurus dentro da sala, olhando para o buraco. Depois de um momento, ela gira a cadeira para o lado, a esposa de David pode ser vista afundada na cadeira, com a cabeça jogada para trás. - Qual a vantagem seu código moral lhe concedeu? Não é, no final , egoísmo, manter as mãos limpas à custa da vida de outra pessoa?

—Você não tinha que matá-la! – Watson rebate.

—Oh não?- Eurus ri.- Jenny,poderia explicar a situação?

Os rapazes se viram para Drew e está se levanta:

— Em teoria, a condição da sobrevivência dela era que você, ou Mycroft, mata-se seu marido. Nenhum dos dois o fez, então, quando o desespero de David tornou-se maior, ele achou que tirar sua própria vida...-Ela foi interrompida por Sherlock.

—...salvaria a de sua esposa, mas há regras, no final das contas. - Ele aperta os lábios.

John suspira pesadamente, abaixando a cabeça.

—Esta é uma experiência. – Eurus afirma. - Ela vai ser rigorosa. Sherlock, pegue a arma. A seguir é sua vez. Quando eu disser para usá-la - e você vai usa-la - lembre-se do que aconteceu desta vez.

—E se eu não quiser uma arma?

—Oh, a arma é uma misericórdia.

—Para quem?

—Você.

— Como assim?

—Se alguém mais for morrer, você realmente gostaria de fazer isso com suas mãos nuas? Isso desperdiçaria um valioso tempo.

Sherlock se virou e olhou para os demais, Jenny da de ombros:

—Apenas pegue.

O rapaz anda pela sala, se inclina e pega a arma, verificando a munição:

— Há apenas uma bala.

—Você só precisará de uma. – Sua irmã responde. -Mas você vai precisar.- A parede a esquerda do Holmes mais novo começa a se mover revelando uma passagem estreita.- Por favor, passe. Há algumas tarefas para você, e uma garota em um avião está ficando muito, muito assustada.

Sherlock caminha em direção à abertura, depois para na entrada e volta-se para encarar seu irmão:

—Presentes?

—Sim.- O mais velho responde. - Só, um violino.

—Em troca de ...?

—Ela é muito inteligente.

— Estou começando a pensar que você não é.

As luzes ficam vermelhas quando Mycroft abaixa os olhos e a voz de Jim soa alegremente sobre os alto-falantes:

—Vamos lá! Todos a bordo! Choo-choo! Choo-choo!

O detetive se vira e entra no corredor, com John seguindo-o. Jenny olha para Mycroft,ele está observando o corpo de David.

—Mycroft. – A voz dela esboça autoridade e surte efeito imediato, pois o homem se recompõe e segue com eles.

Sherlock anda ao longo de um corredor estreito até chegar em uma sala que é muito menor do que a anterior. Embora também seja cinza, as paredes foram desordenadamente pintadas com tinta vermelha para que pareça estar, fortemente, coberta de sangue.

Ele olha ao redor:

—Alguém esteve redecorando.

—Isso é permitido?- Watson questiona.

—Ela literalmente se apoderou da prisão. Temos mais com que se preocupar do que o esquema de cores.

O quarto tem cerca de 20 metros de largura. Na extremidade oposta, uma janela grande, composta por três vidraças, com vista para o mar. Uma pequena mesa de vidro está a poucos metros da janela e há um envelope sobre ela

Mycroft passa os dedos sobre a tinta da parede:

— Recente.

—Pode ser bom pra nós. – Seu irmão comenta.

Atrás deles, a porta pela qual acabaram de passar se fecha. No meio da sala, há uma televisão ligada, Eurus aparece na tela:

—Como motivação para sua cooperação contínua, agora estou reconectando vocês. -Ela levanta o controle remoto e clica.

A voz de Jim vem sobre o alto-falante e sua imagem de cor vermelha aparece na tela:

—Apertem os cintos de segurança! Vai ser uma noite agitada.

Há uma breve estática e então a voz da menina pode ser ouvida:

—Ainda tem alguém ai?

—Sim, olá?- Sherlock começa. - Olá. Ainda estamos aqui. Você pode nos ouvir?

A cena muda e vemos a garota sentada no chão no corredor do avião:

—Sim. – Aparentemente, ela encontrou uma pequena caixa de suco enquanto esperava.

—Tudo ficará bem. Eu só preciso que você me diga onde você está. Do lado de fora, é dia ou noite?

Ela olha para as janelas:

—Noite.

—Isso certamente reduz a metade do planet...au!. – Na sala, Mycroft leva um tapa na cabeça.

—Calado.- Jenny limpa a garganta antes de elevar a voz - Em que tipo de avião você está?

—Hum, eu não sei.- A garota responde.

—É grande ou pequeno?

—Grande.

— Tem muitas pessoas?- John entra na conversa.

—Muitas, mas eles está dormindo. Não consigo acordá-los.

—De onde foi que decolaram?- O detetive questiona.

—Até o piloto está dormindo.

—Sim, eu entendi, mas de onde você saiu? Onde o avião decolou?

—Da minha vó.

— E para onde você está indo?

—Casa.

—Não, quero dizer, qual aeroporto você ... - Há um clique enquanto ele fala, e a imagem do Eurus reaparece na tela no final da sala.

—Agora chega! Hora de jogar um novo jogo. - Sherlock se afasta de frustração enquanto ela continua.- Olhe para a mesa na sua frente. – JSherlock e John ficam de cada lado da mesa de vidro, com Jenny no meio. Mycroft fica a alguns metros de distância com os braços cruzados. – Abram o envelope! Se você quer falar novamente com a garota, precisam merecer o tempo no telefone!

Colocando a pistola na mesa, Sherlock pega o envelope.

—Isso é desumano; isso é uma loucura! – O Holmes mais velho exclama.

Watson olha firmemente para ele:

— Mycroft, nós sabemos.

Mycroft abaixa os olhos, parecendo exasperado. Sherlock abriu o envelope e tirou o conteúdo enquanto sua irmã explica:

—Há seis meses, um homem chamado Evans foi assassinado; caso não resolvido, exceto por mim.- Enquanto ela fala, o moreno começa a colocar três fotografias brilhantes sobre a mesa, uma luz brilhante aparece acima da cabeça deles e o rapaz vê um rifle de caça anexado a viga.- Ele foi baleado a uma distância de trezentos metros com este rifle. – Jenny se estica e tira a arma.- Agora, se a polícia tivesse algum cérebro, eles perceberiam que há três suspeitos, todos os irmãos. Nathan Garrideb, Alex Garrideb e Howard Garrideb. Todas essas fotos são atualizadas, mas qual deles, puxou o gatilho?

Holmes olha para as fotos espalhadas na mesa. Cada uma é de um homem diferente. O primeira, vestindo calças cinzas, uma camisa azul, uma jaqueta marrom de veludo e óculos, está em um parque de estacionamento e a palavra "NATHAN" foi escrita na foto, o segundo homem, vestindo um terno azul escuro, está falando no telefone, talvez em um ambiente de escritório, e a foto é rotulada como "ALEX”, e o terceiro homem, vestindo uma camiseta branca, um jumper preto com uma jaqueta e uma calça escura, caminhando perto de penhascos rochosos, em sua foto está rotulado "HOWARD”.

—O que é isso? -John começa.- Nós...nós devemos resolver isso com base no que?

A morena ao lado dele aponta para as fotos e o rifle:

—Nisto,isso é tudo o que temos.

—Por favor, faça uso de seus amigos, Sherlock.- A garota na tela zomba.- Quero ver você interagir com pessoas próximas a você. Além disso, você pode ter que escolher qual deles manter.

John franziu a testa e olhou para Mycroft.

—O que acha disso?- Sherlock vira e segura o rifle em ambas as mãos, alternando o olhar entre a garota de cabelos curtos e seu irmão.

—Não é um rifle moderno, madeira escura...-Jenny é interrompida pelo Holmes mais velho.

—Estou sendo solicitado a provar minha utilidade?

O casal se olha antes de responder para ele:

—Sim.

—Não vou ser manipulado assim.

—Otimo.- William o ignora e volta-se para seus companheiros.- Tudo bem... John? - Ele se vira para ele, oferecendo-lhe o rifle.

— Sim, acho que já vi um desses. – o loiro pega o objeto. - É uma arma de Buffalo. Eu diria 1940, visão antiga, sem mira.

—Óculos, óculos.- Jenny vai até a mesa.

Sherlock aponta para a primeira fotografia.:

—Nathan usa óculos. Evans foi baleado a partir de trezentos metros. – Ele ergue o rifle e aponta para a parede oposta como se fosse disparar.- Retrocesso de uma arma com este calibre ...

—Intenso... deveria, no mínimo quebrar os óculos. - Drew pisca e olha para a foto. - Sem cortes, sem cicatrizes. Nathan, não. -Vira a fotografia. - Quem é o próximo?

— Muito bem , Dr. Watson. Muito útil. -Mycroft começa fazendo John olhar para ele.- Suspeita que devemos competir?

-Não, não estamos competindo. Há um avião no ar que vai bater, então o que estamos fazendo é realmente tentar salvar uma pequena garota. Hoje temos que ser soldados, Mycroft, soldados . Quer dizer que não importa o que vai acontecer com a gente. – O outro afasta do outro lado da mesa.

Mycroft ergue as sobrancelhas brevemente:

—Suas prioridades lhe fazem jus.

—Não, minhas prioridades acabaram de matar uma mulher.

—Se bem me entendo, Sherlock, você tenta reprimir suas emoções para refinar seu raciocínio.- Eurus fala.- Eu gostaria de ver como isso funciona, então, se você não se importa, eu vou aplicar algum contexto às suas deduções.

Há um ruído por trás do grupo e eles se voltam para olhar a janela, agora há três homens suspensos por uma corda presa a um arnês, suas mãos, pés e bocas, estão amarradas.

— Os irmãos Garridebs .- Jenny reconhece-os.

—Oh sim, esqueci de dizer que dois trabalham aqui como ordenadores, então, obter o terceiro não era muito difícil. – A garota Holmes explica.- Assim que me apresentarem o veredito, avise-me e a justiça será feita.

—Justiça? – O Holmes mais novo pisca com desdém.

— O que você fará com eles?- Watson questiona.

—Argh...-Jenny começa.- Liberar mais cedo.- Ela olha pela janela a altura em que os homens estão suspensos. - Você vai joga-los no mar.

—Afunda ou nadar.- Eurus não emite qualquer emoção.

—Estão amarrados!- John está com raiva.

—Exatamente! Agora há contexto. Por favor, continue com as suas deduções. Agora estou me concentrando na diferença em sua capacidade mental de uma consequência especifica que pode acontecer.

—Ela é uma Holmes.- Jenny zomba.

Mycroft se vira:

—Por que devemos incomodar? E se não estivermos dispostos a jogar seus jogos, irmãzinha?

Eurus ri, sem humor.

—Caso não se lembre, estou providenciando alguma motivação.

Há um clique no alto-falante:

—Estamos atravessando as nuvens, parecem algodão. -É a menina do avião.

Mycroft aperta as mãos atrás de sua cabeça, abaixando-a com frustração. Sherlock, que estava dobrado sobre a mesa, observando as fotografias, se esticou e fechou os olhos:

—Oh. Isso é bom. Tente me contar mais sobre o avião.

—Por que minha mãe não acorda? - O alto-falante clica novamente.

Sherlock baixa a cabeça e move seus dedos através das fotografias na mesa:

—Então, tem que ser um dos outros dois, Jenny!

—Howard. -Ela se aproxima e olha para o homem da esquerda. - Howard é um bêbado vitalício. Pálido, traços claros de acne em seu nariz vermelho... e assustado, lidando com um caso horrível de DT. Com o nível absurdo de tremores, não tem como ele ter acertado o tiro de trezentos metros de distância, as probabilidades são baixíssimas.

O detetive passa a encarar o homem pendurado entre os outros dois:

—Então, isso nos deixa com Alex. Detalhes nas têmporas sugerem que ele usava óculos. O olhar franzido sugerem uma vida de visão ruim.

—Ele é míope, ou ele era. – Seu irmão mais velho se manifesta.- Uma recente cirurgia a laser deu um jeito nisso.

—Cirurgia a laser?

—Olhe para as roupas dele. Ele está se adaptando.

—Excelente. De repente, ele se vê de um jeito diferente agora que ele deixou os óculos. Até fez bronzeamento artificial. Mas ele claramente não está acostumado com seu novo ritual pessoal de preparação. Isso pode ser contado pelo estado das unhas e pelo fato de que há cabelo crescendo nos ouvidos. Então, foi um trabalho superficial. Mas ele concertou os olhos. Suas mãos são firmes. Ele puxou o gatilho. – Se vira para a tela, apontando de volta para Alex.- Ele matou Evans.

—Você está pronto para condenar o prisioneiro?- Eurus pergunta.

—Sherlock, não podemos fazer isso. – Mycroft fala.

—O avião,lembra?- Seu irmãozinho rebate.

—Sherlock? Você está pronto? – A Holmes pressiona.

O Holmes morde o lábio por um momento, então fala suavemente: Alex.

—Diga isso. Condene-o.

O moreno gira para encarar a janela, olhando para o rosto de Alex. Ele faz uma pausa por um longo momento:

—Eu condeno Alex Garrideb.

Instantaneamente, as cordas segurando os outros dois homens se rompem e eles caem para fora da vista.

Os homens dentro da sala parecem chocados, Drew parece irritada, ela rosna em frustração.

—Não fique assim, cunhada, vocês acertaram esse. – Eurus sorri.

—Eu não sou sua cunhada!-Jenny rebate com veneno.

—Oh rapazes,eu tentei.- A outra brinca.- Agora pela próxima porta.

John caminha em direção à tela:

—Soltou os outros dois. Por quê?

—Interessante.

—Por que?

—Realmente faz a diferença, matar o inocente em vez do culpado? - Ela olha para baixo pensativa.- Vamos ver. – Aperta um botã e a corda de Alex se rompe tambem.

A voz de Jim pode ser ouvida e seu rosto vermelho aparece brevemente na tela:

—O trem saiu da estação!

—Não. -Eurus começa.- Isso foi praticamente o mesmo.

Sherlock fica atrás de seu melhor amigo:

—John. – E o mesmo olha para ele.- Não deixe que ela o distraia.

—Distrair-me?

— Somos soldados hoje.

John olha para ele por alguns segundos, então se endireita. O capitão Watson está de volta ao quarto. Sherlock olha para o irmão que ainda parece perturbado, então gira e passa pela porta com seus companheiros.

Mycroft, no entanto, caminha lentamente, suspirando e esfregando uma mão cansada sobre sua testa.

Ao longo do corredor estreito, outra porta se abre e Sherlock atravessa a porta, segurando a pistola nas duas mãos abaixadas, enquanto os outros seguem. Eles estão em uma pequena sala com paredes pretas, sem janela e o quarto está apenas mal iluminado. Ao contrário do anterior, não há tinta vermelha nas paredes. No meio da sala, descansando em dois cavaletes, há um caixão de madeira marrom claro com alças de latão e sem tampa. A luz brilha sobre ele.

—Mais um minuto no telefone.-Eurus avisa.

—Eu estou com emdo,estou com muito medo.- No avião, a menina está fazendo o seu caminho para a parte de trás da seção.

Holmes fecha os olhos:

—Está tudo bem, não se preocupe. Eu não tenho muito tempo com você, então eu preciso que você me diga o que você pode ver fora do avião.

Ela se vira e olha para fora da janela mais próxima. Ainda está muito escuro lá fora, mas a visão do oceano sugere que o avião está voando muito baixo:

—Apenas o mar. Posso ver o mar.

—Há navios nele?

—Sem navios. Posso ver as luzes no horizonte.

—É uma cidade?

—Eu acho que sim.

Sherlock está de frente para um lado do caixão, John que está ao lado dele. Jenny e Mycroft, estão de pé do outro lado, este último fala calmamente:

—Ela está prestes a voar sobre uma cidade em um avião sem piloto. Vamos ter que ajudá-la.

—Com o quê? – O loiro olha para ele.

—Olá? Você ainda está aí? – A menina pergunta.

—Ainda aqui. Apenas nos dê um minuto. -O detetive pede.

—Levando o avião para longe de qualquer continente, qualquer área povoada. Ele tem que cair no mar. – Mycroft completa sua linha de raciocínio.

—Agora é o governo britânico falando, Mycroft, e a menina?- Jenny cruza os braços.

—Bem, obviamente, ela vai fazer o avião cair.

—Nós poderíamos ajudá-la a pousá-lo.

— E se falharmos, e ela entra em uma cidade? Quantos morrerão?

—E como vamos fazer com que ela faça isso?

—Acho que vamos ter de dar esperanças pra ela.

—Agora eu entendo porque Eurus tem tanta raiva de você, medroso.

—Medroso?!Estou sendo prudente.

—Saia da caixa, Mycroft, não pode aderir a isso pra sempre.

Os dois se encaram por um periodo de tempo e Sherlock volta a falar no telefone:

—Realmente não há ninguém que possa ajudá-la? Você realmente, realmente verificou?

—Todo mundo está dormindo. Você vai me ajudar?

—Vamos fazer tudo o que pudermos.

—Estou com medo. Estou realmente com medo.

—Está tudo bem. Eu ... -Ele para quando há um clique nos alto-falantes

—Agora, de volta ao assunto em questão. - No escritório, Eurus se aproxima da câmera. - Caixão. Problema: alguém está prestes a morrer. E pelo o que eu imagino, será uma tragédia. Tantos dias não vividos, tantas palavras não ditas. - Ela olha de volta para a câmera com um olhar sarcástico mais genuíno em seu rosto.- Etc., e assim por diante.

—Sim, sim, sim, e eu suponho que este será seu caixão. – William rebate.

— O caixão de quem, Sherlock? Por favor, comece suas deduções. Vou aplicar algum contexto em um momento.

Sherlock sopra uma respiração ruidosa:

—Bem, permitindo a cortesia inteiramente inútil de espaço livre, eu diria que esse caixão se destina a alguém de 1,60m. É mais provável que seja uma mulher.

—Não poderia ser uma criança?-Seu amigo questiona.

— O caixão de uma criança seria mais caro. Isso está na faixa de preço mais baixa, embora ainda esteja melhor disponível nesse suporte.

—Uma noite solitária no Google.

—Esta é uma escolha prática e informada. O equilíbrio de probabilidade sugere que isso é para uma mulher solteira distante de seus parentes próximos. Isso é sugerido pela escolha econômica.- Enquanto ele está falando, Mycroft olhou para o outro lado da sala, franzindo a testa, vai na direção da tampa do caixão apoiada contra a parede. – Tocado com o processo de morte, mas não sentimental sobre a necessidade de descarte. Além disso, o revestimento do caixão ... -Ele é interrompido por seu irmão.

— Sim, muito bom, Sherlock, ou podemos apenas olhar para o nome na tampa. - Ele vira a mesma para os outros. Quando os olhos azuis leem o que diz, um suspiro se faz presente.- Sé que não é um nome. - A placa de bronze entra em foco e podemos ver três palavras : EU TE AMO.

-Então é para alguém que ama alguém. -John fala.

—É para alguém que ama Sherlock.- Mycroft corrigi e tanto ele, quanto John, olham para Jenny.

A garota faz bico e olha para o lado incomodada:

—Apesar de tudo, eu tenho mais de 1,60m, se não repararam.

Sherlock volta lentamente para o caixão e coloca as mãos em cima dele na ponta.

—Então, quem te ama? -Seu irmão começa.- Estou assumindo que não é uma longa lista.

Sherlock olha intensamente para o caixão e levanta os olhos azuis para esncarar a morena poucos metros a frente.

John anda ao seu lado:

—Irene Adler.

Jenny aperta os lábios e Holmes não perde tempo:

—Não seja ridículo. – Ele realmente não precisa se complicar mais com ela.- Olhe para o caixão. Solteira, prática sobre a morte, sozinha.

Os olhos de John se alargam um pouco:

—Molly.

—Molly Hooper. -Drew concorda.

Na tela, Eurus se inclina para frente:

—Ela está perfeitamente segura, por enquanto. - A tela muda para quatro imagens do interior de uma casa. No canto superior direito, aparece um relógio de contagem regressiva, atualmente fixado em 03:00. – O seu apartamento está prestes a explodir em aproximadamente três minutos ... -Sherlock olha para a tela e se dirige para ela. Mycroft puxa a cabeça para trás com frustração.-... a menos que eu escute dela o código de cancelamento. Estou ligando pra ela no seu telefone, Sherlock. Peça-lhe para dizer isso.

— Dizer o que? -John pisca em confusão.

Drew observa seu amigo de cabelos cacheados pressionar os lábios enquanto fecha os olhos, abaixando a cabeça. Aparentemente ele já sabe.

—É obvio, não é?- A Holmes zomba.

—Não.- O doutor insiste.

—Sim. – O detetive olha para as três palavras escritas na tampa do caixão.

—Oh, uma restrição importante: você não tem permissão de mencionar de forma alguma que sua vida está em perigo. Você não pode - em qualquer ponto - sugerir que haja alguma forma de crise. Se você fizer isso, eu terminarei esta sessão e sua vida. Estamos entendidos?-A Holmes questiona.

Sherlock acena com a cabeça e o som de discagem rápida podem ser ouvidos. Ao mesmo tempo, o relógio na tela começa a contagem regressiva. A voz de Jim vem dos alto-falantes:

—Tick-tock , tick-tock, tick-tock, tick-tock, tick-tock, tick-tick.

O telefone se conecta e começa a tocar.

Na cozinha de Molly, ela está de pé com os cotovelos na frente da pia e a cabeça nas mãos. Seu telefone começa a tocar na bancada e ela se estica para virar e olhar Um close-up no telefone e vemos "Sherlock".

Molly anda lentamente até o balcão, a julgar pelo seu rosto, ela estava chorando. Olhando para o telefone que estava por perto, ela pega uma laranja e começa a cortar uma fatia. Há uma taça de chá grande ao lado do quadro.

Na cela, Sherlock franziu a testa:

—O que ela está fazendo?

—Ela está fazendo chá. -Mycroft responde.

Sherlock olha para ele:

—Sim, mas por que ela não está atendendo seu telefone?

— Você nunca atende o seu . -John comenta.

— Sim, mas sou eu ligando.

—O que não é grande coisa.-Jenny zomba e ele revira os olhos.

O relógio da contagem chega às 02:27 enquanto o telefone dava para o correio de voz:

— Oi, esta é Molly, na zona morta da cidade. - Os meninos suspiram de frustração e Sherlock se afasta da tela. - Deixe uma mensagem.

O zumbido de um telefone sugere que o Eurus encerrou a chamada :

—Ok, ok. Apenas mais uma vez.

A discagem rápida pode ser ouvida. A contagem regressiva é às 02:12.

—Vamos ,Molly, apenas pegue o maldito telefone.- Jenny esfrega a testa e todos olham pra ela.- O que? Só porque eu gosto dele...-Aponta para Sherlock.- ... não significa que ela tem morrer.- Nessa, o Holmes mais novo sorri para ela, mas a garota zomba.- Tira esse sorriso do rosto, eu ainda estou com raiva de você.- E sim, o sorriso dele morre.

Agora espremendo o suco da fatia de laranja na xícara de chá, Molly olha para o telefone. Depois de um momento, parecendo exasperada, ela despeja a laranja no prato, pega uma toalha de chá e limpa os dedos antes de atender o celular:

—Oi Sherlock. Isso é urgente? Porque eu não estou tendo um bom dia.

— Molly, eu só quero que você faça algo muito simples para mim e não pergunte o motivo.-Sherlock responde.

—Oh, Deus. Este é um dos seus jogos estúpidos?

—Não, não é um jogo. Eu ... preciso que você me ajude.

— Olha, não estou no laboratório.

—Não preciso dele.

—Bem, então, o que você quer?

As luzes na sala do caixão ficam vermelhas e o rosto de Jim aparece na tela, movendo a boca exageradamente enquanto ele sussurra com dureza:

—Tick- tock, tick-tock, tick-tock, tick-tock, tick-tock, tick-tick. -E as luzes voltam ao normal.

—Molly, sem perguntar o motivo, apenas diga estas palavras.

—Quais as palavras? -Ela parece intrigado o suficiente a ponto de dar um sorriso.

—Eu te amo.

O sorriso de Molly cai e ela tira o telefone da orelha:

— Deixe-me em paz.

—Molly, não, por favor , não, não desligue! Não, não desligue!

—Calmamente, Sherlock, ou eu vou terminar com isso agora. -Eurus alerta.

O relógio de contagem chega a 01:08.

Molly levantou o telefone para o ouvido novamente:

—Por que você está fazendo isso comigo? Por que você está se divertindo comigo?

—Por favor, eu juro, você só precisa me ouvir. Molly, isso é para um caso. É ... é uma espécie de experiência.

—Não sou uma experiência, Sherlock.

Os olhos de Sherlock se alargam em pânico:

—Não, eu sei que você não é um experimento. Você é meu amigo. Nós somos amigos. Mas por favor. Apenas ... diga essas palavras para mim.

—Por favor, não faça isso. Apenas ... apenas ... não faça isso.

—É muito importante. Não posso dizer o porquê, mas eu prometo é importante.

—Não posso dizer isso. Eu não posso ... não posso dizer isso a você.

-Claro que você pode. Por que você não pode?

—Você sabe por quê.

Holmes parece perplexo:

—Não, eu não sei.

Molly suspira fortemente:

—Claro que sabe.

As luzes na sala do caixão ficam vermelhas e a imagem vermelha de Jim aparece na tela. Sherlock ergue os olhos e abaixa a cabeça:

—Por favor, apenas diga isso.

—Eu não posso. Não para você.

—Por quê?

—Porque ... -Ela olha para baixo- ... porque é verdade. -Sua voz se torna um sussurro quase silencioso.-Porque ... é ... – A ruiva suspira e começa a chorar- ... verdade, Sherlock. Sempre foi verdade.

O rosto de Sherlock se endireita e ele olha para a tela sem emoção:

—Bem, se é verdade, apenas diga de qualquer jeito.

Molly ri da incredulidade:

—Seu bastardo.

—Apenas fale.

—Diz você. Ande, quero que fale primeiro.

Continue. Você diz isso primeiro.

Holmes quase se vira para olhar para pedir uma explicação, mas volta para a tela, franzindo a testa:

—O quê?

—Diga.Como se fosse verdade.

A contagem regressiva na tela cai para 00:31 e continua a baixar.

—Eu...-Sherlock está tentando encontrar as palavras, embora elas não estejam perdidas. Então, como se tivesse uma realização, olha para Jenny, e esta arqueia a sobrancelha. -Eu...- Respira fundo e solta. - Te amo. -E esta foi uma das poucas vezes que Sherlock Holmes disse a frase com sinceridade. - Eu amo você. - Ele volta para a tela, esperando a resposta.

Em sua casa, Molly sorri um pouco, trazendo o polegar de sua mão superior para pressioná-lo contra a boca.

Sherlock olha ansiosamente, talvez preocupado que ela possa desligar:

—Molly? - A contagem chega a 00.13.- Molly, por favor.

Molly esfrega um dedo em sua boca. John olha para a tela com medo. Ele está tremendo ligeiramente. Mycroft dá outro passo em direção à tela, os olhos arregalados e a boca aberta como se respirasse profundamente, Jenny morde o lábio inferior com força.

Molly tira o dedo de sua boca e toma uma respiração. Com a boca quase tocando o telefone, ela fala suavemente:

—Eu te amo.

Todos suspiram, aliviados, quando a contagem regressiva emite um sinal sonoro.

Na sala do caixão, a contagem regressiva parou em 00:02. Sherlock ergue a cabeça e se endireita, suspirando.

Mycroft se aproxima dele:

—Sherlock, por mais difícil que fosse ...-Ele é interrompido por seu irmão.

—Eurus, ganhei. Eu venci. – Mas ele se enfurece quando não obtém resposta. – Vamos, siga as regras, a garota no avião ,eu tenho que falar com ela.- No seu escritório, Eurus parece um pouco emotiva pela primeira vez, embora, não é algo que se possa afirmar.- Eu ganhei. Eu salvei Molly Hooper.

Eurus faz um som depreciativo e reaparece na tela na frente dele:

—Salvou-a? De que? Oh, seja sensato. Não havia explosivos em sua casinha. Por que eu seria tão desajeitada? Você não ganhou. Você perdeu. Veja o que você fez com ela. Veja o que você fez com você mesmo. Todas aquelas emoções complicadas. Eu perdi a contagem. Contexto emocional, Sherlock. Destrói você sempre. Agora, por favor, recomponha-se. Eu preciso de você no máximo de eficiência. O próximo não será tão fácil. - Uma das portas é aberta.- Quando estiverem prontos.-E a imagem some da tela.

Enquanto os outros se dirigem a porta, Sherlock pega a tampa de madeira e vai em direção ao caixão. Ele apoia a mão na superfície, os olhos baixos enquanto solta, o que parece ser, quase um soluço quieto.

—Sherlock?-John tenta se aproximar dele mas Drew o impede colocando um braço a sua frente, ela sabe bem o que vem a seguir.

—Não,não,não... - O rosto do moreno começa a torcer de raiva e ele esmaga o braço direito com toda a força sobre a tampa, quebrando-a. Ele tira a mão e depois bate com os dois punhos repetidamente quebrando o caixão mais e mais, desintegrando-o em pedaços com raiva, tristeza e frustração. – Não!- Seu grito ecoa pela pequena chaminé no teto e vai acima da prisão.

La fora, a chuva começou, os relâmpagos e trovões vem repetidamente.

Mais tarde, Sherlock está sentando no canto da cela, a madeira quebrada por toda a parte, seus amigos decidem se aproximar e John é o primeiro a falar:

—Olha, eu sei que isso é difícil e sei que você está sendo torturado, mas você tem que manter a calma.

—Isso não é tortura; isso é vivissecção. Estamos experimentando ciência a partir da perspectiva de ratos de laboratório. -Holmes reclama em voz alta e ergue a cabeça para olha-lo, no entanto, seus olhos caem para a mão estendida a sua frente.

—William.- Jenny fala,quase que como sugestão.

Suspirando, ele aceita e ela o puxa sob seus pés.

—Soldados? -John pergunta.

Sherlock olha para os dois, dando a sombra de um sorriso:

—Soldados.- Em seguida, ele arruma sua jaqueta.

Jenny sorri e pega a pistola do chão:

—Vai precisar disso.

—É...-Ele pega o objeto.- Acho que vou.- Soltando um suspiro, continua.- Jenny, eu...-E é interrompido quando a morena coloca dois dedos em seus lábios.

—Shh...- Ela move a mão para o rosto dele e se aproxima para beija-lo.

Mycroft solta um grunhido de desgosto e John olha em uma direção aleatória qualquer enquanto assovia.

Depois de algum tempo, eles se separam e Jenny vai para a próxima sala, Holmes a segue passando os dedos nos lábios com apreciação.

Quando todos entram no novo local, as luzes ficam vermelhas e a voz de Jim sai dos alto-falantes:

—Tick-tock, bilhetes por favor! -E as luzes voltama ficar brancas.

—Ah,estou começando a odiar a voz dele.- Drew comenta em voz alta.

—Estava demorando.-Sherlock reabate, seus olhos se deslocam pela nova sala. Novamente, não há janela e cada uma das quatro paredes tem uma tela contra ela. Não há nada mais na sala. - Ei, irmã! Não quero reclamar, mas este está vazio. O que aconteceu? Você ficou sem ideias?

As telas piscam e mostram Eurus:

—Não está vazio, Sherlock. Você ainda tem a arma, não é? Eu disse que você precisaria, porque apenas dois podem jogar o próximo jogo. Apenas dois de vocês seguem daqui; sua escolha. - Ela sorri intensamente para a câmera.- Oh, mas antes, vou dar-lhe algum tempo pensar, que tal um filme? Gostam de romance? Eu devo dizer que fiquei tocada com cena de vocês dois. – Ela aponta para seu irmão caçula e depois para Jenny.

—Não sou uma grande fã de romance.- Esta ultima rebate.

—Oh, bem, então que tal um de terror? Bem,eu não classificaria como terror, mas diria que há bastante gritos neste aqui- Eurus some da tela e um jogo de fitas começa a passar, parecem ser uma gravação antiga de uma câmera de segurança em uma espécie de laboratório.

A expressão na face de Drew começa a mudar, ela reconhece cada pixel reproduzido na tela:

—Como conseguiu isso?- A cena mostra uma criança sendo amarrada a uma cadeira por alguns homens de jaleco branco, eles colocam fios nela.- Eurus!- Em seguida a criança é eletrocutada e o som de gritos saem do alto-falante fazendo com que os meninos tampem os ouvidos, mas a garota de cabelos curtos só consegue olhar fixamente para tela enquanto o ambiente se torna um eco em sua mente.

—O que é isso?!-Pergunta Wtson,enquanto tapa mais os ouvidos.

De repente, Jenny fecha a mão em um punho e salta chutando o monitor na lateral, o objeto se desprende do suporte e cai no chão com violência. Os gritos param e a face de Eurus volta para os monitores restantes:

—Ei!Esses monitores são caros.

—Onde você conseguiu estas filmagens?!-A morena grita com ela.

—Não foi difícil. -A Holmes zomba. - Oh, eu volto em um minuto.-As telas ficam pretas.

No escritorio, Eurus pega o telefone:

—Podem vir.

Na sala, Sherlock se aproxima de Jenny:

— Você está bem?- Vendo que ela está tremendo, ele pergunta.- O que era aquela filmagem? Quem era aquela criança?- Ela olhou para ele e Sherlock teve a confirmação.- Era você, não era?

—O que?-John parece perplexo.

—Céus.-Mycroft comenta olhando para o chão.

—Voltei.- Eurus aparece.- Desculpem a demora, tive de fazer uma ligação.- A porta por onde nossos heróis entraram se abre novamente, alguns guardas entram apontando suas armas, atrás deles,há um grupo de cientistas com mascaras.- Bem, acho que as fitas trouxeram algumas memorias para você, Jenny, então tomei a liberdade de programas um reencontro amigável entre você e seus antigos médicos .

—O que?- Mycroft olhou par a tela. -O que isso quer dizer?

—Ora, Mycroft, quer dizer que Jenny está deixando o jogo, apenas, isso. – Eurus explica.

—Não, não vão leva-la!-Sherlock toma um passo a frente mas os guardas empinam o bico das metralhadoras.

—Desculpe Sherlock,mas não é escolha sua, é dela.

—E se eu escolher não ir?!-Jenny grita.

—Uh,rude. Bom...- Enquanto a mulher faz uma pausa, dois dos homens armados se apoderam de John e Mycroft.-... eles pagaram o preço, a começar pelo Dr. Watson.

John sente algo em sua nuca, fecha os olhos com frustração mas fala com coragem:

— Jenny, você não precisa ir.

—Eu não sei pra que tanto drama, não foi difícil deixarem ela ir da primeira vez.- Eurus começa com desdém.- Se bem me lembro, Sherlock que chamou os médicos.

—O que?-Sherlock pisca confuso.

—Oh você não se recorda? Mycroft, você sabe mais dessa história do que eu, por que não nos conta?

Quando todos os olhos se voltam para o Holmes mais velho, ele suspira:

—Quando éramos mais jovens, Sherlock tinha uma espécie de ciúmes dela e então, uma noite, quando nossos pais e eu saímos de casa para ir ao teatro, Sherlock preferiu ficar...

A cena muda em uma espécie de flash back, vemos a senhora Holmes se despedindo de uma jovem Jenny Drew:

—Tem certeza disso?

—Eu vou ficar bem, é só uma gripe.

Ao longe, sentado nas escadas, Sherlock olha para ela com desgosto. Desde que Jenny pisou em sua casa, ela ganhava destaque, isso o irritava.

—Quando os supostos pais de Jenny deixaram ela aqui, eles também deixaram o número de telefone do lugar onde trabalhavam, para o caso de precisarem...leva-la de volta. - Mycroft segue com a narrativa. – E não era segredo onde este número ficava.

—A agenda da mamãe. - Sherlock conseguia visualizar suas memorias, ele viu seu eu mais novo abrindo a agenda e tirando um papel. Um flash causado por um trovão o leva direto para seu quintal, onde uma van está estacionada no meio da chuva.

A porta da casa se abre e o grupo de cientistas, vestidos de branco, arrastam a menino para fora. O jovem Sherlock sai, ele sorri enquanto Jenny Drew e colocada no veículo e levada embora. Pouco depois, um carro para em frente a casa e o jovem Mycroft corre para seu irmão:

—Sherlock!O que você fez?!

—Ela tinha que voltar pra casa.- O mais novo fala em conjunto com seu eu atual.

Outro trovão corta o ar deixando a cena branca por alguns segundos e voltamos a sala da prisão.

— Foi você!!!-Jenny grita contra o detetive.- Você os trouxe até mim!

Sherlock a agarra pelos ombros, tentando se desculpar com desespero:

—Eu-eu juto que eu não sabia, eu não queria...!- Ele puxado pelos seguranças, contra a sua vontade.-Me larga!

—Está vendo ai Sherlock, você pode ser pior que eu.-Eurus comenta.

Drew não é capaz de dizer mais nada, ela está em um misto de choque com sentimento de traição. Os homens de branco se aproximam, algemando-a. John tenta impedir, mas seus esforços são em vão, a garota é levada para fora. Os guardas soltam os meninos e se retiram com cautela. Sherlock corre para a porta tentando passar antes que ela se feche, mas é inútil.

—Pare de tentar Sherlock, está perdendo seu tempo.-Sua irmã avisa.

—Pra onde levaram ela,Eurus?!

—Calma, você ainda pode vê-la de novo, se eles não forem pra muito longe, agora, de volta ao jogo. Estamos em uma rodada de eliminação. De quem ajuda você precisa mais - John ou Mycroft?- Com isso, Mycroft franziu o cenho para John, que suspira e se afasta.- Você escolhe um e mata o outro. Você precisa escolher, família ou amigo. Mycroft ou John Watson?

Sherlock gira para enfrentar os outros, era muita coisa de uma vez só. Primeiro Jenny, e agora isso.

As luzes ficam vermelhas e Jim aparece nas telas, inclinando a cabeça de um lado para o outro:

—Tick-tick-tick-tick-tick- tick-tick.

—Eurus, já chega!-Mycroft está realmente irritado.

As luzes ficam brancas e ela está de volta:

—Ainda não, e abaixe esse tom, não é minha culpa se sempre te deixam como segunda escolha.- Sorri. - Mas lembre-se, há um avião no céu, e não vai pousar.

Mycroft esfrega as mãos sobre o rosto e depois dá um passo para perto de seu irmão:

—Então?

—Então, o quê?

—Nós vamos mesmo discutir isso? -Ele gira a cabeça em direção a John.- Me desculpe, Dr. Watson. Você é um bom homem em muitos aspectos. - E volta para Sherlock.- Faça suas despedidas e atire nele.

—O que?-John pisca

Mycroft olha para ele por um breve momento e depois volta para o irmão:

—Dispare no Dr. Watson. Não há dúvida de quem deve continuar a partir daqui. Somos nós; você e eu. O que quer que esteja à frente exige inteligência, Sherlock, não sentimento. Não prolongue sua agonia. Atire nele.

—Eu não posso falar?- O loiro questiona.

—Hoje somos soldados. Os soldados morrem pelo seu país. Lamento, doutor Watson, esse privilégio é agora seu.

John olha para ele, seu maxilar apertado:

—Que merda. – Olha para seu melhor amigo. - Ele tem razão. - Com essa, Sherlock se volta para ele com a sobrancelha arqueada. - Ele tem razão, mesmo.

—Não demore. Não há necessidade de prolongar sua agonia. Apenas atire logo e podemos voltar ao trabalho.- O Holmes mais velho finaliza. John se desloca no local, se preparando. Sherlock abaixa a cabeça e se afasta. Mycroft zomba da vista, então começa a rir sarcasticamente.- Deus! Eu deveria ter esperado isso. -Seu sorriso cai.- Patético. Você sempre foi lento ... o idiota. É por isso que eu sempre o desprezei. Você envergonha-nos a todos. Você envergonha o nome da família. Agora, por uma vez em sua vida, faça o que é certo. Atire nele.

—Para.-Sherlock fala.

— Olhe para ele. O que ele é? Nada mais do que uma distração; um pequeno pedaço de normalidade para você impressionar, deslumbrar com sua inteligência. Você encontrará outro.

—Por favor, pelo amor de Deus, basta parar.

— Por quê?

—Porque, analisando, até sua Lady Bracknell foi mais convincente. – Com essa, Mycroft pisca e levanta a cabeça, parecendo um pouco desapontado. Sherlock gira a cabeça em direção a John, mas não olha para ele. - Ignora tudo o que acabou de dizer. Ele está sendo gentil. Ele está tentando tornar mais fácil para que eu o mate. É por isso que isso vai ser ainda mais difícil. -Egue a arma, apontando para Mycroft.

Na tela atrás dele, Eurus mostra um traço de emoção, seus olhos arregalados e a boca, ligeiramente, aberta.

Mycroft sorri para ele:

—Você disse que gostou da minha Lady Bracknell.

John suspira:

—Sherlock. Não.

—Não é sua decisão, o doutor Watson.- Mycroft começa.- Na cara não, por favor. Eu prometi meu cérebro para a Royal Society.

Atrás de Sherlock, Eurus se aproxima da câmera, parecendo preocupada.

Sherlock fecha seus olhos por um momento, depois abre-os novamente:

—Onde você sugere?

— Bem ... Suponho que haja um coração em algum lugar dentro de mim. – Seu irmão olha para baixo e endireita sua gravata.- Eu não imagino que seja um grande alvo, mas ... – Com essa, Sherlock sorri um pouco, e Eurus rola, brevemente, os olhos.-... por que não tentamos ele?

John anda ao seu lado:

—Não permitirei isso.

—É minha culpa. – O homem olha para eles.- Moriarty.

—Moriarty?- O moreno questiona.

— Seu presente de Natal: há cinco anos, cinco minutos de conversa com Jim Moriarty.

—O que eles discutiram?

—Cinco minutos ... sem supervisão. - A boca de John se abre. Mycroft olha tristemente. Enquanto John recua, Sherlock suspira suavemente e levanta a pistola novamente. Mycroft endireita-se e olha para ele.- Adeus irmãozinho. Sem flores ... é só o que lhe peço.

—Jim Moriarty pensou que você faria essa escolha. Ele estava tão animado. -Eurus comenta.

As luzes na sala ficam vermelhas e Jim aparece na tela, falando mais suavemente do que anteriormente:

—E aqui estamos nós, no final da linha. Holmes matando Holmes. É aqui que eu saio. - Ele sorri. As luzes ficam brancas e Eurus está de volta na tela.

O olhar de Sherlock está fixado em seu irmão, sua expressão sombria :

—Cinco minutos. Levou apenas cinco minutos para fazer tudo isso com a gente. – O rapaz de cabelos cacheados olha brevemente para seu melhor amigo antes de abaixar a arma. - Bem, não no meu turno.

— O que você está fazendo? -Sua irmã questiona.

— Um momento atrás, um homem corajoso pediu para ser lembrado...- Agora, Mycroft começa a se alarmar com as atitude de seu irmãozinho. - Estou me lembrando do diretor. - Segurando a pistola nas duas mãos, ele levanta o focinho e pressiona sob o queixo.- Dez ...

Eurus franziu a testa:

—Não, não, Sherlock.

John olha brevemente para Mycroft e depois para Sherlock.

—Nove ... - Os outros olham para Sherlock com horror.- Oito ...

—Você não pode!- A Holmes insiste.

—Sete...

— Você ainda não sabe sobre o Barba Ruiva.

—Seis...

— Sherlock!

—Cinco ...

—Sherlock, pare isso de uma vez! - Enquanto ela grita para ele, um pequeno dardo sai de um buraco redondo na parede e acerta a parte de trás da cabeça de Sherlock.

—Quatro ... - Outro dardo dispara na parte de trás do pescoço de John enquanto Sherlock puxa o dardo de seu próprio pescoço. - Três ... Dois ... -E ele, lentamente, cai para trás, a pistola caindo de sua mão. Seus olhos se fecham quando ele mergulha nas trevas.

Quando a imagem volta, vemos Jenny Drew deitada em uma maca, inconsciente. Ao seu lado, há um homem velho, careca, de óculos, usando um jaleco branco:

—Depois de anos e a estrutura do DNA permanece resistente a certas toxinas.- Ele faz a anotação em sua prancheta.

—Doutor Steen- Uma moça entra- O transporte está pronto.

—Vou em um minuto.

A moça se retira e fecha a porta. Steen verifica seu relógio de bolso e larga a prancheta em cima do balcão cheio de apetrechos:

—Bem, devo admitir que você tinha bastante acessórios. – Ele comenta para a menina inconsciente, mas acaba por ver algo interessante, um dos “ acessórios ” estava piscando em vermelho. – O que é isso?

Assim que o homem levanta o objeto a porta é aberta com violência:

—Parado!- Vemos um rosto familiar. – Fique longe da mesa!- É Ryan.

Alguns homens armados detêm o doutor, mesmo com ele protestando, e o levam para fora onde a mulher de outrora também foi algemada.

Ryan abaixa seu revolver e começa a checar os sinais vitais de Drew:

—Droga.- Ele resmunga ao ver um seringa com um liquido azul.- Nunca mudam. - A coloca no bolso e toma a garota no colo.

A cena muda para uma visão da área principal de Sherrinford. Há homens armados por todo o canto, eles detiveram, não só os cientistas, como os guardas da prisão.

Hans,que estava no comando de boa parte dos homens, ve Ryan carregando Drew em seus braços e não perde tempo:

—O que aconteceu?

—Sem tempo para explicar, ela precisa voltar pra Nova York, agora, achou os outros?

—Um, está apenas desacordado em uma cela, mas o resto não está aqui. O que devemos fazer?

—Deixe-o, nossa prioridade não é com ele.

—Ela não vai ficar zangada?

—Ela sempre está zangada. - Ryan coloca Jenny em uma maca e começa a conduzi-la para fora do local.

No exterior da prisão há um jato preto esperando por eles.

A cena muda, as luzes se acendem, Sherlock está em uma sala retangular muito pequena com paredes e piso pretos. A maior parte da sala é ocupada por uma mesa retangular de madeira, com cerca de seis pés de comprimento e talvez três metros de largura. Holmes está esparramado em cima da mesma e, ao que parece, em momento, alguém o vestiu em seu casaco. Ele começa a acordar.

—Olá? Você ainda está aí? -A voz da menina do avião se faz presente.

Sherlock empurra-se em seus braços, colocando uma mão no lado da cabeça. Parece que a voz da garota vem de um fone em seu ouvido:

—Sim. Sim; não, eu estou ... ainda estou aqui. Estou aqui.

No avião, a garota está sentada no chão, ao lado da porta aberta de um dos banheiros:

—Você foi embora. Você disse que me ajudaria e você foi embora.

—Sim, eu sei. Bem, desculpe-me por isso. Nós... nós tivemos um problema na linha.- Ele olha em volta da sala, depois ergue os olhos e balança a cabeça, provavelmente tentando limpar sua mente sobre os efeitos do sedativo.- Quanto, er, quanto tempo eu fiquei fora?

—Horas. Horas e horas. Por que os adultos não contam a verdade?

—Não, estou dizendo a verdade. Você pode confiar em mim.

—Pra onde você foi?

Sherlock olha para cima. Há uma grande grade de metal no teto e o céu noturno pode ser visto acima dela. Embora o céu esteja nublado, parte mostra uma lua cheia:

—Não tenho certeza absoluta. - Ele senta na beira da mesa e olha em volta para as paredes.- Hum, agora, eu vou te dizer uma coisa, você vai ter que ser muito, muito corajosa para mim. - Se inclina e pega a lanterna do chão. -Você pode ir à frente do avião? Você pode fazer isso?

—Pra frente?

—É. – Com a lanterna sendo mirada na parede, vemos que muitas imagens foram presas a ela. Todas são fotografias do jovem Sherlock. - Isso mesmo, pra frente.

— Você quer dizer onde piloto fica?

—Sim, é isso.

—Ok. – A menina se levanta do chão.- Eu vou. - Ela começa a caminhar pelo corredor.

— Você ainda está ai?- Sherlock continua a olhar as fotos. Algumass são de Sherlock, outras mostram os membros da família Holmes.

—Na,sim!- Não é a garota que responde, mas John, que está algum lugar escuro. A parede atrás dele é uma rocha. - Sim, estou aqui. - Ele levanta-se abruptamente quando percebe que estava sentado com água até a cintura.

— John!

—Sim.- O loiro segura seu próprio fone de ouvido.

— Onde você está?

— Eu não sei. Acabei de acordar. Onde você está?

—Estou em outra cela. Acabei de falar com a garota no avião novamente. Nós ficamos fora por horas.

—O que, ela ainda está lá em cima?

— Sim. O avião continuará voando até ficar sem combustível. Mycroft está com você?

John olha em volta e ergue a cabeça para olhar para cima:

—Não tenho ideia. Mal posso ver. Mycroft? -Ele chama, mas nada.

Sherlock passa a mão sobre o rosto, parecendo preocupado quando não há resposta:

—Você está bem?

—Sim.

—Tudo bem. Bem, continue explorando. Diga-me o que puder sobre onde você está.

— As paredes são ... – Watson coloca uma mão na parede.-Ásperas. São pedras, eu acho.

—No que está pisando?

—Hum,pedra, mas tem um metro de água. - Ele tenta levantar um dos pés, mas então sente uma espécie de resistência -Correntes. - Sacode a cabeça.- Sim, meus pés estão acorrentados. Eu posso sentir algo. -Se inclina e move sua mão cegamente através da água até que seus dedos toquem algo flutuando lá. Puxando a coisa para fora,ele conclui.- Ossos, Sherlock. Há ossos aqui.

Enquanto isso, Sherlock se ajoelha, coloca a lanterna no chão e alcança a tigela redonda de cerâmica embaixo da mesa:

—Que tipo de ossos?

—Uh, eu não sei. P-pequenos.

Sherlock levanta a tigela enquanto olha em o choque. Pintado no lado da tigela está o nome "Barba Ruiva". Claramente, esta é a tigela de água de um cão:

—Barba Ruiva.- Ele fecha os olhos.

— Quem é Barba Ruiva?- E amenina está de volta.

— Oh, oi. Já chegou na parte da frente do avião?

— Sim. Ainda não consigo acordar o piloto.

—Está tudo bem. O que você pode ver agora?

—Eu to vendo um rio...-Ela se aproxima do para brisa. - E há ... há uma grande roda.

—Tudo bem. Bem, você e eu vamos ter que dirigir este avião juntos. Apenas você e eu.

—Nós vamos?

—É,não em anda demais nisso, só temos que entrar em contato com algumas pessoas no chão. Agora, você pode ver qualquer coisa que pareça com um rádio?

A menina, agora sentada no assento do copiloto, olha em torno de tudo, os alarmes continuam a emitir um sinal sonoro e os avisos automáticos continuam a tocar:

—Não.

—Não tem problema, mas continue procurando, ainda temos bastante tempo.- Ironicamente, o alerta de combustível baixo pisca e o avião balança de forma violenta fazendo a garota gritar. - O que há de errado?

—Todo o avião está tremendo.

—É apenas turbulência. Não é para você se preocupar.

—Meus ouvidos doem.

—O rio parece que está se aproximando?

—Um pouco.

—Tudo bem, então. Isso significa que você está quase em casa. -Ele coloca a mão na cabeça.

—Sherlock.- Ouvimos a voz de John. Acima da cabeça dele, as nuvens no céu noturno saíram e a lua cheia aparece. Sua luz mostra a localização de John mais claramente. Ele olha para cima.- Estou no poço. Estou no fundo de um poço.

Sherlock gira, franzindo a testa:

—Por que haveria um poço em Sherrinford? -Ele levanta a lanterna e olha mais de perto a série de fotografias na parede na frente dele.- Por que há uma brisa?- Há um espaço na parede entre algumas fotografias há vento saindo dele. Também tem uma pequena lacuna entre a parede e o chão- As paredes não se contraem depois de pintadas... Não as de verdade. – Holmes coloca a lanterna no chão e empurra a parede a sua frente, a mesma cai para trás revelando uma casa velha, quebrada e queimada a poucos metros de distancia. - Estou em casa. Musgrave Hall.

—Eu e Jim Moriarty, nos empolgamos como uma casa em chamas ...-Eurus começou a falar no fone de ouvido. Sherlock se inclina, pega a lanterna e sai do quarto. Atrás dele, as outras três paredes caem no chão.- ... o que me lembrou de casa.

—Sim, é só uma casa velha,eu não ligo, o avião, me fale sobre o avião, AGORA!

— Jim era um doce. Ele nunca estava muito interessado em estar vivo, especialmente se ele pudesse causar mais problemas estando morto.

— Sim, ainda não estou interessado. O avião!

—Você sabia que ele iria se vingar. Sua vingança, aparentemente, sou eu .

Sherlock chega à porta da frente, abrindo-a :

—Eurus, deixe-me falar com a menina no avião e vou jogar qualquer jogo que você queira.

—Primeiro encontre o Barba Ruiva.— Ao lado das escadas no corredor, uma tv está parada em cima de uma mesa, ou armário baixo, coberto com um lençol. A imagem é substituída pelo rosto da Eurus olhando para a câmera- Vou liberar a água agora. Você não quer que eu afogue outro de seus animais de estimação, não é? Por fim, Sherlock Holmes, é hora de resolver o enigma de Musgrave. Seu primeiro grande caso! E o último problema. -Sua voz cai para um sussurro.- Oh. Tchau tchau.

No poço, a água está derramando do alto.

—Sherlock.- John grita, mas tudo o que consegue ouvir em seu fone é a melodia de Eurus Holmes.

♪ Eu estou perdido

Oh, quem vai me encontrar

Enterrado em baixo do velho faio

Venha me socorrer do vento Leste que sopra... ♪

Talvez, ouvindo a voz de John nas proximidades, bem como pelo fone de ouvido, Sherlock atravessa o corredor e abre a porta para uma sala:

—John!- Colocando a lanterna no chão, ele correu pela sala e olha fixamente em choque a tela na parede. Temos a visão de uma câmera que foi colocada no meio do poço e enquanto a água derrama sobre o doutor.- John? Você pode me ouvir? John!

♪ Dezesseis por seis, irmão e por baixo vamos ... ♪

No convés do avião, a garota grita novamente à medida que o avião continua a agitar violentamente:

—Me ajude! Ajude-me, por favor!

E no poço...

—Sherlock!

Sherlock eleva a mão ao fone de ouvido:

—John.

—Ta enchendo! O poço está enchendo!

— Faça todo o possível... para não se afogar.

—Como é que é?

—Eu vou te encontrar! Já estou te encontrando.- O moreno gesticula para a tela, embora o loiro não possa ver.

—Bem, apresse-se, por favor, porque não tenho muito tempo!

A garota no avião grita de novo:

—Ele tá caindo! O avião está caindo!

Sherlock olha atrás dele para a porta, depois se vira para a tela novamente, tentando desesperadamente descobrir quem salvar primeiro. No poço, John se vira e tenta escalar as rochas, mas é um pouco difícil quando se está preso. Ele escorrega e cai para trás, na água, com um grito alto.

Sherlock se vira e corre para o corredor enquanto sua irmã continua a cantar:

—Eurus, você disse que a resposta está na música ... mas eu pensei na musica, frase, por frase, todos esses anos, e não encontrei nada. Não consegui encontrar nada . Tinha um faio no terreno,eu cavei e cavei... Dez e seis por seis; dezesseis jardas; dezesseis metros - e não encontrei nada. Ninguém.

—Sherlock.-Ouvimos a voz de John pelo fone.

—Foi um pequeno enigma inteligente, não foi? -Eurus questiona.- Então, por que você não conseguiu resolver, Sherlock?

Sherlock levanta as duas mãos para cobrir sua boca enquanto volta a ouvir John:

—Sherlock? Há algo que você precisa saber.

Sherlock abaixa as mãos, respirando pesadamente.

—Contexto emocional.-Sua irmã continua.- E lá vem ele.

—Sherlock? – John está de pé na água olhando angustiado para algo que ainda não podemos ver.- Os ossos que encontrei.

—Sim?- O detetive fala.- Eles são ossos dos cachorros. Isso era do Barbava Ruiva.

—Mycroft está mentindo para você; para nós dois. Não são ossos dos cachorros.

—Lembre-se da alergia do papai? – Eurus pergunta. - Ele era alérgico a que? O que ele nunca deixaria você ter, não importava quantas vezes você implorasse? Bem, ele nunca deixaria você ter um cachorro, embora no futuro, Mycroft tentou, e quando arranjou um, tiveram que se livrar dele do mesmo jeito, porque o papai...era...alérgico.

Dentro da mente de Sherlock, um cachorro late. Ele aperta os olhos e vê o seu ser mais jovem correr através das águas rasas na praia. Perto dali, a jovem Eurus corre por aí, sorrindo. Em uma mão, ela tem um avião de brinquedo.

—Sua memoria é engraçada, Sherlock.- A Eurus atual narra.- Você ficou chateado, então você se contou uma história melhor. Mas nunca tivemos um cachorro.

A jovem Eurus corre na frente do Barba Ruiva, obscurecendo-o brevemente de nossa visão do cão. Quando ela se afasta, o cachorro se foi. Em seu lugar, um jovem está ajoelhado na praia. Provavelmente com a mesma idade que o jovem Sherlock, ele tem cabelo vermelho e ele está usando uma grossa camisa xadreze com uma bandana roxa amarrada em volta do pescoço e um tapa olho preto. Ele se levanta, empunhando sua própria espada de plástico.

O garoto de cabeça vermelha corre em direção a Sherlock, que se vira e trota na praia com o outro menino que o segue. A pequena Eurus se vira para vê-los, e o garoto de cabeça vermelha para e se volta para ela. Eles se olham por um longo momento. Não há amizade em suas expressões.

No poço, John levanta o que ele está segurando nas duas mãos. É um pequeno crânio humano.

Na casa, Sherlock olha para baixo em direção ao chão na frente dele:

—Victor.

—Está lembrando.-Sua irmã fala de forma suave.

— Victor Trevor. - Ele franziu a testa um pouco quando as lembranças continuam a chegar. Na praia, os dois meninos trotam juntos. A jovem Eurus vira a cabeça, um olhar triste em seu rosto.- Brincávamos de piratas. Eu era o Barba loira e ele era...-Sherlock ergue os olhos cheios de lágrimas para ela.-... ele era Barba Ruiva.

—Vocês eram inseparáveis. Mas eu também queria jogar.

Sherlock olha para longe quando começa a perceber o que desencadeou o comportamento de sua irmã. Eventualmente ele suspira e baixa a cabeça, fechando os olhos:

—Oh. Oh Deus. - Ele chora suavemente.- O que...o que você fez?

Eurus começa a cantar, mais suavemente do que o habitual:

♪ Eu estou perdido

Oh, quem vai me encontrar

Enterrado em baixo do velho faio... ♪

Durante a última linha de sua música, vemosjovem Victor, molhando , com quase até a cintura na água, de pé no fundo do poço. Sua espada de brinquedo está flutuando ao lado dele. Ele olha para cima e chama desesperadamente:

—Por favor, deixe-me sair! Por favor, alguém me ajude!

Na casa, Sherlock olha para baixo, perdido no sofrimento, cercado de escuridão, seu rosto triste:

—Victor.

A cenas começam a apssar, temos a visão da água suavemente ondulante na piscina, onde Sherlock e Jim tiveram sua parada no final do "The Great Game".

—Águas profundas, Sherlock...-A voz Erus pode ser ouvida.- Toda a sua vida, você sempre sonhou.-O rosto perturbado de Sherlock é coberto brevemente com o reflexo da água ondulada em azul escuro.- Vemos as quedas de Reichenbach caindo atrás do Holmes da época vitoriana.- Águas

De volta a casa, Sherlock olha para frente, o rosto coberto de lágrimas:

—Você o matou. Você matou meu melhor amigo.

—Eu nunca tive um melhor amigo. Eu não tinha ninguém .

Sherlock levanta a cabeça para o teto. No poço, John luta para manter o equilíbrio, a água está no topo do seu peito.

Sherlock olha para cima, o rosto angustiado. Ele fecha os olhos., vendo sua pequena irmãzinha brincando sozinha:

—Brinca comigo, Sherlock ! Brinca comigo! - Ela continua a correr ao redor dele.

—Ninguém. -Eurus finaliza amargamente.

No salão, Sherlock morde o lábio e ergue a cabeça, olhando para a tela com determinação:

—Ta bom, ta bom, vamos brincar!- Ele se vira , pega a lanterna do chão e corre para fora, indo para onde estão as velhas lapides.

A voz da menina vem sobre o fone de ouvido:

—Olá? Você está aí?

—Preciso de sua ajuda. Estou tentando resolver um quebra-cabeça.

—Mas e quanto ao avião?

—Bem, o quebra-cabeça salvará o avião. - Ele corre para outra lápide e olha para a inscrição. As duas linhas inferiores mostram "1818/24 anos e 26 anos".- As datas erradas. Ela usou as datas erradas nas lápides como a chave para a cifra ... - Holmes para iluminar a lanterna na lápide de Nemo Holmes- ... e a cifra era a música.

—Isso é estritamente relevante?-Ouvimos a voz de John.

— Sim, é. Estarei com você em um minuto.

Ele coloca a lanterna no chão e se concentra em outra, muito antiga e desgastada, lápida que dá datas de "134 - 1719". Os números "134" e "1719"aparece no ar na frente de seus olhos. Ele olha para outras lápides, puxando mentalmente os números de cada um deles, incluindo aqueles da sepultura de Nemo Holmes, e colocando-os ao lado do primeiro até que ele tenha uma longa série de números na frente dele.

—As luzes estão se aproximando.-A garotinha fala.

— Quieta,estou trabalhando. - As palavras da canção de Eurus aparecem na frente de seus olhos. -Atribuindo números as palavras. - A linha de números se afasta e os números, individuais, aparecem acima de cada palavra nos versos. - Depois, reorganizamos para encaixar coma sequência das lapides. - As palavras, e os números giram em frente a ele, alguns deles parando brevemente na frente de seus olhos antes de girar. Ele olha os versos e as palavras numeradas à sua frente e a maioria das letras e os números que os acompanham se quebram e os fragmentos caem no chão, as que sobraram, revelam uma mensagem. - Eu estou perdido ... Ajude-me Irmão ... salve minha vida ... Antes do meu ... Fim. Eu estou perdida sem seu...amor. Salve minha alma...procure meu ... quarto.- Sherlock faz uma pausa, a ultima frase pendurada no ar, a sua frente, com destaque, "Procure meu quarto". - Ele olha para eles em direção à casa. - Oh Deus.

Agarrando a lanterna, ele corre de volta para a casa.

No avião, a garota grita em pânico:

—Nós vamos bater! Vou morrer! - Ela grita.

No poço, John grunhiu com esforço, os braços sob a água e aparentemente puxando as correntes em torno de seus pés.

Na casa, Sherlock sobe as escadas:

—Acho que é hora de você me contar seu nome verdadeiro.

— Não tenho permissão para dizer o meu nome a estranhos.

Sherlock chega a uma porta fechada no patamar:

—Mas eu não sou estranho, sou? - Ele abre a porta e, do outro lado, vemos-o abrir a porta do.- Eu sou seu irmão.

A menina gira no assento do copiloto e olha para ele.

Mas Sherlock não está na cambine e não há garotinha. Ele está em um quarto queimado na casa de sua família:

—Estou aqui, Eurus.

Ainda vestindo as roupas que ela usava em Sherrinford, Eurus está sentada no chão, abraçada aos seus joelho. Seus olhos estão fechados.

A filmagem da garota no avião é rebobinada até o momento em que a vimos pela primeira vez, quando ela acordou, mas agora, os olhos se fecham.

Em seu quarto, Eurus mantém seus olhos fechados e fala com uma voz infantil:

—Você está brincando comigo, Sherlock. Estamos jogando o jogo.

—O jogo, sim. Agora eu entendi. -Ele se aproxima dela. - A música nunca foi um conjunto de direções.

—Estou no avião e eu vou bater. E você vai me salvar.

—Veja o quão brilhante você é. Sua mente criou a metáfora perfeita. Você está acima de nós, sozinho no céu, e você entende tudo, exceto a terra. – O Holmes mais novo se desloca em volta e senta-se na frente dela, sem fôlego e ansioso. - Agora, sou apenas um idiota, mas estou no chão. Eu posso trazê-lo para casa.

—Não. Não, não. - Ela estremece.- É tarde demais.

— Não, não é. Não é tão tarde.

—Toda vez que eu fecho meus olhos, estou no avião. Estou perdida, perdida no céu e ... ninguém pode me ouvir. - Ela puxa os joelhos para mais perto de si mesma, chorando silenciosamente.

Sherlock se aproxima e gentilmente coloca a mão sobre a dela:

—Abra seus olhos. Estou aqui. – E com isso, ela abre os olhos e ergue lentamente a cabeça.-Você não está mais perdida.- A abraça.- Bom, você ... você apenas. ... você pegou o caminho errado da última vez, só isso. Desta vez nós vamos acertar. Diga-me como salvar meu amigo.

No poço, John geme com o esforço de tentar manter a cabeça acima da água.

No quarto Sherlock se afastou um pouco:

—Eurus ... Ajude-me a salvar John Watson.

Ela olha para ele, tremendo e em lágrimas, enquanto ele acaricia seus cabelos.

No poço, John faz uma careta e depois geme, puxando o queixo para fora da água enquanto ele se esforça para tentar puxar as correntes. De repente, uma luz brilhante vem de cima e uma corda é jogada fazendo-o suspirar de alivio.

Mais tarde, Eurus é levada da casa por dois policiais. Ela ainda parece lágrimas. Carros de polícia e vans estão estacionados ao redor e um helicóptero pode ser ouvido nas proximidades. A certa distância, Sherlock a observa. John está ao lado dele, envolto em um cobertor cinza.

Greg aproxima-se deles:

—Acabei de falar com seu irmão.

—Como ele está?

—Ele está um pouco abalado, só isso. Ela não o machucou, ela simplesmente o trancou em sua velha cela.

— Você cole o que você planta.

—E Jenny?-Sherlock parece ansioso. – A encontrou?- Quando Greg balança a cabeça em negação,ele afunda o rosto nas mãos.

—Mas imagens da câmera de segurança de Sherrinford mostram que ela foi levada por equipe especial americana.- Greg puxa o celular.

—Esquipe especial americana? Como a encontraram?- John questiona se aproximando para ver o vídeo.

Sherlock olha para a tela e seus olhos reconhecm a figura que a está levando Jenny Drew nos braços:

—Ryan.- Ele morde os lábios.

—O ex-namorado?-John pisca.- Faz sentido e...olhe!-Aponta para a imagem.- Ali está Hans.

—Tentamos entrar em contato com os americanos mas eles não quiseram nos dar mais informações...-Lestrade desliga o telefone. -Enfim, acredito que Mycroft possa negociar com eles.

-Sim...Ah, hum. -Sherlock lambe os lábios.- Sobre Mycroft – garanta que alguém cuide dele. Ele não é tão forte como ele pensa que é.

— Sim, eu vou cuidar disso. – Lestrade se vira e sai para falar com outro policial.

— Obrigado, Greg.

John e Lestrade olham para elc om surpresa por um momento, não é sempre que ele acerta,não é mesmo?

Eurus foi posta numa célula reforçada dentro de uma das vans da polícia. Ela senta-se em um banco lateral quando um policial fecha a porta.

—O helicóptero está pronto? -Gres questiona para o policial.

—Sim senhor.- O outro responde.

— Vamos movê-la então.

O oficial acena com a cabeça em direção a Sherlock:

—É ele, senhor? Sherlock Holmes?

Greg olha de volta para onde Sherlock está:

—É um Fã?

—Bem, ele é um grande homem, senhor.

—Não, ele é melhor do que isso. Ele... é um bom .

Os dois oficiais olham para nossos meninos um pouco mais ante de ir embora.

— Você está bem?- John questiona para seu melhor amigo.

—Eu disse que a levaria para casa. Não posso, não é?

—Bem, você lhe deu o que estava procurando: contexto.

—Isso é bom?

—Não é bom, não é ruim. É ... - Ele olha para longe e enruga seu rosto, procurando as palavras certas.-É o que é.