Elemental

Mudança de Planos


BoA voltava sozinha para casa, tinha ido à casa do primo, não passava das 22:00 horas então preferiu voltar só, afinal moravam perto um do outro. A noite carregava uma certa brisa, esfriara um pouco aquela semana, BoA vestiu um agasalho de YunHo e decidiu que assim estaria bem.
A rua estava bem iluminada, só um pouco deserta, e isso não assustava BoA nem um pouco, estava sempre passando por lá à noite. Ouviu alguns passos logo atrás de si, não ligou, talvez fosse alguém voltando do trabalho. Olhou para trás, pôde avistar somente três garotos, aparentavam a mesma idade que ela. Suspirou aliviada e virou para frente, apertou os braços contra o peito na tentativa falha de espantar o frio.

- BoA ? - Chamou um dos garotos.

A pequena virou-se mais uma vez. Sorriu. - Oi Hwan. - Parou e esperou que se aproximassem.

- É perigoso ficar sozinha de noite.

- Acabei de sair da casa do Yun, e vocês, aonde estão indo ?

- Ah, o Han e o Hong beberam demais, estou levando-os pra casa. Agora vai rápido e não para denovo. Boa noite.

- Tá, brigada Hwan. Tchau meninos, até amanhã. - Sorriu e saiu na frente, andando mais rápido.

Kwon tomou a direção contrária dos amigos, foi para a esquerda enquanto os três foram para a direita. Já estava perto de casa, só mais três quadras, ouviu alguém caminhar com pressa atrás de si, olhou para trás mas não enxergou nada. Continuou andando, pouco depois um homem lhe agarrou por trás e lhe atirou contra um poste. Os olhos da pequena ganharam um ar de medo, o rapaz era alto e forte, BoA parecia uma criança ao seu lado. Sua respiração ficou ofegante em pouquíssimo tempo, estava amedrontada. O homem a puxou contra si, desceu as mãos até os glúteos de BoA e apertou, puxando-a mais ainda, a boca deslizou pelo pescoço da menor e parou em seu curto decote, deixando a língua trabalhar naquele espaço. BoA só podia gritar e implorar por socorro, mas quem iria ouvir ? E se ouvissem, seria muita gentileza se alguém saísse de casa para ajudá-la.
A face da menina já estava inteira molhada de suas lágrimas, tentava empurrar o homem, e mesmo com tudo o que havia aprendido no TaeKwonDo ainda era pouco pela tamanha força do rapaz. Avistou alguém um pouco longe, um rapaz, caminhava calmo, provavelmente não enxergara a moça em apuros. Aproximava-se cada vez mais, BoA queria pedir ajuda, mas temia que o outro também se aproveitasse da situação. Fechou os olhos. Sentiu o homem cair sobre seu corpo e lhe soltar, abriu os olhos e empurrou o rapaz que caiu no chão.

- BoA ? - Uma voz calma lhe chamou. Levantou o rosto, lá estava ele.

- Ch-Chang ? - As lágrimas ainda escorriam com facilidade em sua face, a voz tremia.

ChangMin a tomou nos braços, apertou-a contra seu peito, Kwon podia sentir a proteção e o carinho do maior, este que acariciava-lhe o rosto e secava suas lágrimas.

- Por que você saiu sozinha ?

- Eu tava na casa do Yun... Que você tá fazendo aqui ?

- Eu fui pra casa do Micky, saí de lá agora. Vem, eu vou levar você.

- Brigada, Chang. Eu achei... Achei que ele... - Afagou o rosto no tórax do amigo.

- Ele não vai fazer nada. - Olhou para o homem caído ao chão, Max não precirou mais que um chute forte na cabeça do rapaz para desacordá-lo. - Eu não vou deixar. - Sorriu para a amiga.

Shim levou BoA para casa, conversou com HeeSung para acalmá-la, ficou mais agitada que a própria BoA. Depois de HeeSung quase lhe dar um troféu por ter salvo sua única filha, Max foi embora.

-

- JAEEE! - JunSu pulava sobre o loiro que dormia como uma criança.

- Ore...orelhinhaaas... - Deitou de bruços e derrubou JunSu para o lado.

- Orelhinhas ? Hn... JAEJOONG! - Puxou um travesseiro e bateu-o contra o rosto de JaeJoong.

- JunSu, me deixa!

- Não deixo não! Vamos jogar futebol, já são dez horas. Acorda preguiçoso!

- Não gosto de futebol. u_ú

- Gosta de bonecas!

JaeJoong atirou um travesseiro na face do outro. - Não gosto! E eu marquei de sair com a minha mãe.

- O YunHo e o YooChun vão.

- Vão ? - Sentou na cama. - Aonde vocês vão ?

- Ah, vamos jogar lá na rua da casa deles, eles disseram que não é movimentada.

- Ta bom, eu vou. - Sorriu.

-

JaeJoong e JunSu chegaram às 13 horas na casa de Jung. Tocaram a campainha e imediatamente foram atendidos.

- Deixa que eu atendo, mãe. É o JunS.. Oi Jae! - Olhou para o menor com um sorriso radiante nos lábios.

- Legal! - Resmungou JunSu. - Cadê o YooChun ?

- Tá lá dentro, na cozinha com minha mãe. Entra. - Esperou que JunSu adentrasse a casa e puxou JaeJoong pela munheca. - Vem Jae.

- Oi Yun. - Sorriu infantil.

Foram os três para a cozinha, cumprimentaram YooChun e a senhora Ling.

- Mãe, a gente vai jogar, tá ?

- Tá bom, bebê.

- Mãããe... - Apontou com os olhos para os amigos.

- Ah, desculpa! Você já tem dezesseis anos, ahãm.

Os quatro caíram na risada deixando YunHo sem graça. Saíram para a rua, JunSu muito agitado já deu partida no jogo. JaeJoong sentou no meio-fio e ficou olhando os amigos jogarem. YooChun que era um belo perna-de-pau no futebol sentou ao lado do loiro, sabia muito bem que podia estragar o jogo.

- Você não vai jogar, Yoo ?

- Hã ? Ah, não.

- Não gosta ?

- Não muito, prefiro os esportes que praticamos sem esforço.

- Ee... - Desentendeu-se o loiro. - E existe ?

- Ah, você sabe... Dormir, comer, vídeo game. - Bocejou pesado o maior.

Hero riu. Como podia que YooChun tivesse um físico tão bem apresentável e fosse tão à toa com a vida.

- Que foi ? É a melhor coisa da vida.

- Ficar sem fazer nada ?

- Quem disse que eu não faço ? Ai ai... Vou comprar alguma coisa pra comer, quer ir junto ?

- Eu quero! - Pôs-se de pé e puxou o amigo pela munheca. - Vamos, esse jogo vai demorar.

Saíram juntos sem ninguém notar. Restaram apenas JunSu, YunHo e ChangMin que vinha correndo pela rua, atrasado. Nem teve tempo de descansar, JunSu chutou-lhe a bola obrigando-o a entrar logo no jogo.

-

YooChun caminhava realmente sem pressa, enquanto JaeJoong parecia que havia colocado os dedos numa tomada, era muito elétrico, ou como dizia JunSu, era hiperativo ao extremo.

- Vem, Yoo. Como você é devagar. - Dizia o loiro um pouco a frente do maior.

- Ee, você que é todo elétrico. Me espera. - Correu para alcançar JaeJoong.

Entraram numa lojinha de doces, o paraíso de Micky e Hero. O menor já tratou de pegar chocolates, bolachas e pirulitos enquanto Micky correu para o que lhe interessava mais, as rosquinhas de vários sabores. Pagaram os doces e saíram já esbanjando das guloseimas. YooChun falava com a boa cheia, o que fazia suas bochechas incharem mais que de costume. JaeJoong também ajudava, a cada minuto colocava uma bolacha na boca do amigo.

- Jae, vamos lá pra casa ?

- Ah, vamos.

- Os meninos vão demorar, a gente pode jogar vídeo game, ou ver algum filme.

- Nee, o Jun é muito facinado pelo futebol. - Suspirou.

-

- Gente, espera um pouco. Eu vou ver a BoA. - Disse o mais novo, já saindo em direção à casa da moça.

- Vai fazer o que lá ?

- Só vou ver se ela está bem.

- Ah Chaang, só vamos ficar o YunHo e eu jogando. Não tem graça.

- Desculpa, JunSu. Depois eu volto.

Max correu até a casa da amiga, estava ansioso em vê-la, queria saber se estava bem. Dois dias se passaram desde o incidente e só puderam falar-se por telefone. Tocou a campainha da casa dos Kwon, HeeSung abriu a porta.

- Oi senhora HeeSung. A BoA está ?

- Oi ChangMin. Ela está no quarto. Sobe lá.

- Obrigado. - Sorriu o jovem e correu para o quarto da moça. Bateu na porta com calma, ouviu a voz da amiga soar baixo \"Entra.\", disse ela, quase sem ânimo. Shim abriu a porta e sorriu. BoA estava deitada, os olhos inchados mostravam que mal dormira à noite.

- Chang ? - Sentou-se na cama.

- Vim te ver. Como você tá ?

- Tô bem. Senta aqui.

- Você não saiu sozinha de noite, né ?

- Não, depois daquilo eu fiquei com medo. - Disse com voz manhosa.

- O medo faz bem, nos limita a fazer coisas que podem acabar mau.

- Você não ia jogar com os meninos ? O Yun disse que você ia pra lá.

- Eu fui, mas não gosto muito de futebol e eu estava preocupado com você.

BoA sorriu e pulou para o colo do amigo, abraçando-o com força e aconchegando-se nos braços do mais novo. ChangMin sentia que BoA ainda estava surpresa pelo o que acontecera, ficou quieto, apenas acariciando a face da menor e abrigando-a em seus braços. Tudo o que a jovem precisava no momento era de conforto e carinho, e isso ChangMin podia lhe dar aos montes.

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