.O céu estava azul e sem nuvens, o sol brilhava e produzia um calor insuportável, mas já era de costume para os mexicanos aquele calor infernal. Três helicópteros cortam os céus acima dos templos Maias, sob o barulhento veículo aéreo, turistas curtia um dos chamativos turísticos mais famosos do México tirando fotos e se divertindo. No interior de um dos helicópteros, Roberto está sentado ao lado de Girafales, os dois usavam fones com microfones para se comunicarem, o garoto olhava admirado o colossal monumento histórico.

— Espero que suas coordenadas estejam mesmo corretas Roberto. – Diz Girafales.

— Não se preocupe segundo minha pesquisa a uma câmara secreta no interior no interior do templo. – Diz Roberto sem olhar para Girafales e continuar olhando os templos.

— Ótimo. Estamos arriscando quarenta e sete porcento de todo o fundo de garantias da faculdade. – Avisa Girafales ansioso. – Vamos descer ao lado do templo piloto. – Comunica para o piloto.

— Entendido professor. – Diz o piloto preparando o pouso do helicóptero.

.Os três helicópteros pousam próximo ao Templo de Kukulcán e toda a equipe desembarca de seus respectivos veículos aéreos, um grupo de dezesseis pessoas se juntam em frente ao templo. O grupo de pessoas levou consigo equipamentos tecnológicos e materiais para o serviço específico. Girafales toma a frente do grupo e fica de frente com eles.

— Muito bem. Vocês já sabem o porquê estão aqui, vocês são os arqueológicos e paleontólogos capacitados o suficiente para esse serviço, precisaremos que dêem tudo de si. O investimento desse projeto é grande, isso nos garantiu um equipamento de ótima qualidade. Isso significa que o reitor não espera nada menos que uma missão bem sucedida. Entenderam?

— Sim senhor! – Afirma o grupo.

— Muito bem, vamos começar a operação. Tomaz, Ronaldo, Brenda, Rebecca, Thiago, Roberto, Pablo e Vanessa irão comigo. Já Tristão, Giovane, Giovanna, João, Maria, José, Maya, Nicolas e Frederico fiquem aqui e tome conta do equipamento, qualquer problema nos informe pelos rádios entendeu?!

— Sim senhor! – Concorda o grupo.

— Certo vamos entrar.

.Levou alguns minutos para que todos do grupo preparassem os equipamentos e algumas horas caminhando pelos corredores do templo Maia até que Ronaldo, um dos estudantes encontra uma passagem secreta que levava a um pequeno espaço com apenas um fosso. Ele chama o resto do grupo para o local.

— Parece ser fundo. – Diz Thiago um dos estudantes.

— Teremos que colocar as roupas de mergulho para ver até vai esse fosso. – Diz Girafales. – Tomaz. Você, Rebecca e Branda vão pegar as roupas de mergulho. – Ordena o professor.

.Levou meia hora para que o pequeno grupo voltasse com as roupas de mergulho, mas conseguiram trazer o necessário para que todos pudessem usar.

— Muito bem, estamos em nove pessoas, cinco mergulharam e quatro ficaram aqui. – Diz Girafales.

— Por que não vamos todo mundo juntos professor? – Pergunta Tomaz.

— Porque se der alguma coisa errada e for muito escuro lá embaixo é melhor o resgate vir do ponto de partida do que vir do grupo que está junto Tomaz, isso ira reduzir as chances da emergência não ser maior. Entendeu? – Pergunta Girafales depois da explicação olhando para Tomaz.

.Tomaz acena com a cabeça mostrando que entendeu.

— E quem vai professor? – Pergunta Rebecca.

— A equipe de mergulho será você Rebecca, Tomaz, Ronaldo, Pablo e Roberto.

.Após a indicação de Girafales o subgrupo rapidamente vestiu as roupas e já montou os equipamentos de mergulho. Depois de equipados o primeiro que mergulhou foi Tomaz, alguns segundos depois Rebecca, em seguida Ronaldo, depois Roberto e por último Pablo. Tinha pouca iluminação, mas a pequena entrada não se comparava ao enorme espaço que tinha debaixo d’água. O espaço era gigantesco parecia uma caverna subaquática, por sorte continha apenas um caminho e a lanterna de seus trajes ajudou-os a nadar com o pouco de segurança que tinham, nadaram por dezenas de metros, e por onde passavam desenhos e escrituras podiam ser vistos nas paredes. Ronaldo para de nadar por um segundo para poder apontar a luz de sua lanterna para ver melhor as figuras cravadas.

.A maioria dos desenhos era de homezinhos venerando um casal de deuses, passando por alguns segundos centímetros parecia que as figuras contavam uma história com desenhos. O casal de deuses sendo venerados por homenzinhos, os mesmos deuses tendo um filho e os erguendo para o povo, o mesmo menino crescido segurando um martelo e sendo venerado pelos homens, na imagem seguinte o rapaz lutava contra uma enorme criatura que se assemelhava a uma salamandra e por último o rapaz sai vitorioso com a cabeça da enorme criatura em sua mão esquerda e com a mão direita esticada para cima com o martelo em sua mão sendo venerado pelos homens e uma luz atrás dele.

.Vendo que ficou para trás, Ronaldo rapidamente volta a nadar para se aproximar do grupo, mas não percebe uma sombra se movendo sob ele e passa despercebida. O grupo continua nadando.

— Essa caverna não tem fim? – Pergunta Rebecca angustiada com tamanha demora.

— Não sabia que era tão funda. – Diz Roberto.

.Eles nadam mais alguns metros até que encontram uma grande clarabóia com uma luz saindo dela.

— O que é aquilo? – Pergunta Tomaz.

— Vamos verificar. – Diz Pablo.

.Eles nadam para a clarabóia, Tomaz, Roberto, Rebecca e Pablo são os primeiros que submergem, eles se deparam para um espaço do templo desconhecido, mas aquele espaço era enorme, parecia um salão em ruínas, havia mais gravuras nas paredes de pedra, o ambiente estava escuro devido à falta de iluminação e tiveram que usar mais uma vez as lanternas de seus trajes para poderem se locomover, andando no salão Roberto aponta a luz para o que parece ser uma passagem de saída, mas estava enterrada por toneladas de rochas que não deixava ninguém entrar ou sair. Ronaldo é o último do grupo que sai da água, eles começam a examinar o local, verificam se tem alguma coisa que abra câmaras secretas. Tomaz aperta um botão no rádio de sua roupa de mergulho.

— Professor. Encontramos outro espaço. – Diz Tomaz.

— Sim Tomaz. Copiei. – Responde Girafales na outra linha. – Agora encontrem uma alavanca ou uma espécie e botão grande de pedra. Segundo informações á uma câmara secreta, a porta onde o grande Tohil estará sempre vigiando. – Diz Girafales lendo alguns papéis de Roberto.

— Copiei. Cambio e desligo. – Diz Tomaz desligando o radio em seguida. Ele olha para a equipe. – Muito bem, vocês ouviram o professor encontrem alguma alavanca ou alguma pedra falsa.

.O grupo começou a vasculhar cada canto do espaço procurando por uma alavanca ou pedra falsa na parede. Demoraram algumas horas até que Tomaz parou e pensou:

— O grande Tohil estará sempre vigiando. – pensou ele.

.Com uma animação que surgira do nada ele começa a procura por alguma imagem na parede apontando a luz de sua lanterna para todos os lados, até que encontra um pequeno desenho de modo bem simples de um olho pequeno a cor do desenho era avermelhada e desgastada devido ao tempo, quase difícil de ver se não fosse pela lanterna que o auxiliava, ele desliza a mão sobre o desenho e percebe uma pequena falha bem no centro da íris do olho, ele tenta empurrar e percebe que o local começa a ir para trás com um pouco de esforço. Quando ele empurra até o fim, uma porta atrás dele se abre na frente de Rebecca que verificava naquele local, o salão estremece um pouco, mas nada que alarde um desmoronamento. Quando a porta de abre é revelada uma câmara pequena, não tinha nada a não ser apenas um pedestal acima de uma escadaria, e sobre o pedestal um martelo vermelho e amarelo banhado com um pouco de luz que saia do teto dando destaque para aqueles que o vissem. Os olhos de Roberto brilham ao ver o martelo, ele é o primeiro que toma a frente do grupo e começa a subir as escadarias. Olhando Roberto subir a escadaria, Pablo observa o local.

— Estranho. – Diz ele para si mesmo.

.A fala de Pablo chama a atenção de Tomaz.

— O que foi? – Pergunta ele.

— Não acha muito fácil ter um martelo assim no meio de uma câmara todo brilhante?

.Tomaz olha para Roberto e começa a refletir o que Pablo diz. Tomaz decidiu então subir as escadas e se aproximar de Roberto, quando percebe que no andar de Roberto um dos pisos afunda e toda a câmara começa a estremecer de novo.

— Essa não. Roberto! – Grita Tomaz correndo na direção de Roberto.

.Durou apenas um segundo em uma ação entre Tomaz empurrando Roberto para o toco da escadaria quando dois pedaços enormes da parede de pedra esmagam Tomaz, o sangue respinga o rosto de Roberto e quando os pedaços voltam a se unir com a parede não sobra nada do estudante a não ser um grande pedaço de carne, ossos e vísceras a mostra. Todo mundo começa a surtar e a gritar.

— Eu sabia, eu sabia! – Grita Pablo desesperado.

.Rebecca e Ronaldo gritam em desespero e ficam de joelhos chorando. Ronaldo vomita devido ao nervosismo. Rebecca enlouquece e grita sem parar.

— O que vamos fazer?! – Grita Pablo.

.Roberto corre para pegar o martelo e quando encosta-se a seu cabo uma força o faz cair nos degraus da escadaria, parando no inicio dela.

— Roberto! – Grita Pablo indo ajudar seu amigo caído. – Você está bem? – Pergunta ele.

— Estou bem. – Responde Roberto tentando levantar.

— O que aconteceu? – Pergunta Rebecca.

— Eu não sei. – responde Roberto. – Quando encostei algo me empurrou. – Diz ele vendo a mão que ele tentou pegar o martelo estremecendo.

.Quando eles voltam a olhar o martelo uma luz está parada ao lado do martelo, a luz se molda e se transforma em um homem nu, pardo, com cabelos lisos curtos e pretos, olhos castanhos, um porte físico normal e um par de antenas em sua cabeça com bolinha na ponta de cores vermelha e amarela, ele observa o grupo.

— Quem ousa despertar-me. – Diz o homem.

— Chapolin?! – Diz Roberto impressionado.

.Chapolin olha para seu martelo e o pega com a mão direita.

— Eu disse. Quem foi que me despertou? – Pergunta Chapolin mais sério.

— Fui eu Chapolin. – Diz Roberto.

.Com um piscar de olhos Chapolin já estava a alguns centímetros de Roberto olhando em seus olhos.

— Impossível. Apenas um sacrifício heróico pode me despertar. – Diz Chapolin.

.Após ouvir o que ele disse a imagem de Tomaz veio a mente de Roberto.

— Foi um amigo meu. Sacrificou-se para me salvar. – Diz Roberto.

— Muito bem. – Diz Chapolin. Ele sai da pequena câmara e se vira para o grupo. – Porque vieram até aqui? – Pergunta ele.

.Roberto toma a frente do grupo.

— Chapolin o México está um caos! – Diz Roberto.

— México um caos? Impossível, eu acabei com a Máscara da morte em sessenta e nove, não tem como ela ter voltado.

— Não é essa a ameaça. O inimigo é o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. – Diz Roberto.

— Donald Trump? Nunca ouvi falar, não me meto com os Estados Unidos. É um pacto de não agressão entre os heróis mexicanos e estadunidenses, garoto. Jamais se envolver em conflito direto. – Diz Chapolin indo para a entrada fechada pelas rochas.

.Enquanto isso do lado de fora, a equipe que cuida dos equipamentos está de vigia. Eles não viram o que os atingiu quando um grupo de desconhecidos atira um a um até que todos estão mortos espalhados ao redor dos equipamentos. Um grupo de homens de terno e com um pequeno broche da bandeira dos Estados Unidos presa na lapela, seus cabelos penteados para trás como que se passou um gel cola, com expressões sérias, eles observam o templo.

— Senhor as informações de nosso espião indicam esse lugar. – Diz um dois homens.

.Um homem anda entre os homens e toma a frente, era um negro careca de olhos pretos. Ele olha para seu grupo.

— Entrem e matem todos, não podemos permitir que saiam dali. – Diz o homem se virando para olhar o templo.

.No lado de dentro, Chapolin escuta pequenos assobios em suas antenas.

— Silêncio, minhas anteninhas de vinil detectaram a presença de inimigo. – Diz Chapolin sentindo os vários homens que estão do lado de fora. – Não. São muitos! – Pensa Chapolin.

.Uma luz envolve Chapolin e uma roupa se forma em seu corpo, camiseta com capuz e calças compridas completamente vermelhas, em seus pés um par de All Star de cano médio amarelo com o bico branco e cadarços vermelhos e em seu tórax um coração amarelo com as letras “CH” vermelhas no meio dela. Ele se posiciona e com um movimento com seu martelo ele destrói as rochas, o impacto estremece todo o templo. Girafales se desequilibra um pouco, mas consegue manter firme de pé.

— O que foi isso? – Se pergunta Girafales.

.No salão uma grande cortina de fumaça se forma fazendo todos taparem os olhos para protegê-los da poeira e após baixa um pouco eles conseguem ver Chapolin olhando para eles no canto dos olhos sobre os ombros e com o martelo apoiado em seu ombro.

— Vamos sair daqui pessoal. – Diz ele com um sorriso em seu rosto.