Eight

Anyone out there?


Alex observava Kate com um olhar distante. Pensava como ela era diferente de tudo o que ele havia pensado.

Ela era apenas uma garota, aparentava ter entre 18 à 20 anos, pele clara, cabelos negros e lisos, estava com um notebook, onde esquecia de comer a torta para digitar nele.

_Querida, vamos... Você precisa se alimentar, principalmente depois de, bem, você sabe.... - Beth falou dirigindo-se à garota.

_Não... - Kate respondeu com uma voz tão suave e baixa que Alex custou a ouvi-la.

_CR pode esperar, ele irá entender se você der uma pausa aí e vier come...

_JÁ DISSE QUE NÃO QUERO!!! VOCÊ NÃO ME OUVIU? - Kate reponde batendo a mão na mesa. Ela se levanta, pega o notebook e começa a subir as escadas:

_Você não pode ser assim, Kate! - Beth, também se levantando.

_Melhor ser assim, do que fingir ser feliz para as pessoas, sabendo que não é...

Beth começou a subir as escadas também, mas algo a impediu. Ela, subitamente pôs a mão no peito. Alex notou algo estranho e se levantou.

Ao ver Beth cair as escadas, rolando abaixo, ele correu para tentar ajuda-lá.

Kate, que tinha entrado no quarto, a ouvir toda aquela barulheira, saiu e disse:

_Ao menos silêncio eu posso ter aqui, merd....Ah meu Deus, Beth!

A garota correu e falou para Alex:

_Tem um telefone na sala, perto do piano, ligue para a emergência!!

Alex correu em direção ao telefone, se indagando porque Kate gritou à mãe pelo nome.

Após algum tempo, uma ambulância chegou ate lá. Colocaram a senhora na maca, e iam levando-a para um pronto socorro. Kate entrou na ambulância e soou para Alex:

_Feche todas as portas e janelas, e vá embora antes de anoitecer..... Não deixe ELE entrar...

Dizendo isso, ela fecha a porta do veiculo. E pouco tempo depois, Alex esta sozinho.

Ele entra, começa a trancar as portas e janelas da casa, até que um pensamento o detém:

"Espera aí, não deixar ele entrar? Mas quem é ELE??"

Ele não liga muito pra isso, e volta a trancar as portas e janelas.

Quando ele entra no quarto de Kate, um arrepio sobe dos pés a cabeça do garoto. Estava tudo uma escuridão só, a única luz do local, era a do notebook de Kate. Alex regressou, e, prestes a fechar a porta, resolveu ver o que Kate tanto teclava naquele computador.

Abriu a porta, sentou-se na cama, pegou o computador. Alex sabia que jamais deveria fazer aquilo, mas a curiosidade era mais forte.

Alex começou a ler, uma por uma, as mensagens que Kate trocava com um garoto apenas apelidado de CR.

As mensagens eram sempre parecidas, todas diziam algo como "sinto que ele está aqui, CR. O que faço?" "Isso é só sua imaginação, Kate, não se preocupe com isso."

Alex notava que as mensagens eram sempre idênticas. Ao terminar de ler toda a conversa, deixou o computador na cama, fechou a última porta, e saiu da casa.

Só então ele notou, que já era noite. Se lembrou:

"...vá embora antes de anoitecer..."

Ele pensou que era somente medo de ser roubada, e começou a atravessar a floresta.

Cada passo que ele dava soava mais alto naquele silêncio tenebroso, e cada vez mais alto, e mais alto, e mais alto... Até que ele ouviu um barulho vindo da floresta. E ouviu outro vindo da outra direção, e mais outro logo a frente.

Ele começou a andar lentamente, quando ouviu um barulho um pouco distante, parecido com uma árvore caída. Ele se virou para ver se tinha algo atrás, pois ele começou a sentir algo estranho, como uma presença de alguém.

Ao constatar que não havia ninguém, ele ia se virando para continuar seu caminho. Só que algo tinha arrastado, arremessando-o contra um árvore. Alex bateu a cabeça, e, a última coisa que ele viu foram pés se aproximando, antes de desmaiar...