E.V.O a busca pelo eden

Capítulo 1: o mundo antes da terra (parte 4).


Sul do oceano Panatalasa, mais de 480 milhões de anos atras. 10 : 43

Escapei por um triz, ainda tinha alguns machucados do ocorrido, mas ainda estava inteiro. Continuei nadando normalmente, até aquela voz surgir novamente.

" e aí, garoto. Bem, notei que estas cansado e muito ferido. Acho que esqueci de te dizer uma coisa importante. É o seguinte: durante sua jornada você notou coisas tremidas verdes? Pois bem, essas coisas são algas, e são seres vivos como você. As algas não te melhorarão em nada, mas elas te ajudam à recuperar as energias e à tratar seus ferimentos quando comidas. Outras coisas desse tipo irão surgir e poderam te ajudar. Eu irei dizer quando uma coisa pode ser aproveitada. Apenas... continue a nadar."
Fiz o que a voz disserá e fui nadando.

***

Cheguei em um local com mais vulcões, só que dessa vez era aberto, o que me ajudaria caso algo acontecesse. Mas é lógico que sempre surgiria algo pra dificultar, e dessa vez não foi diferente. Fui encurralado por peixes com dentes grandes.

"piranhas"

As piranhas começaram a me morder, lógico que não deixei por isso e revidei, arrancando a cabeça de uma e a cauda de outra, como eram três, a última mordeu minha nadadeira esquerda da frente, chegando a arrancar um pedaço. Não deixei barato e mordi-a no meio, transformandoela em dois pedaços dela.
Olhei em volta. Ainda estava ferido desde a caverna lá atrás e não tinha nenhuma alga. Mas algo atraiu a minha atenção: algumas coisas que pareciam pedrinhas com espinhos.

"Ouriços do mar, coma-os, irão te ajudar"

Nadei em direção a eles, que estavam, de alguma forma, flutuando acima dos vulcões. Não sei como eu não me feri mais com os espinhos dos ouriços do mar, mas não só não me feri como o pedaço que a piranha arrancou foi regenerado.
Voltei a nadar, agora com minha força renovada. O que foi um alívio, pois mais três piranhas surgiram do nada. Porém, como eu estava melhor, consegui mata-las antes de qualquer ataque.
Segui em frente e me deparei com mais uma caverna. Entrei nela com o pressentimento de que nada iria me parar.

***

Consegui fugir à tempo!!! Ainda bem. Aquela caverna estava infestada de piranhas, foi muito tempo tentando sobreviver. Felizmente, sai vivo. Novamente ferido, mas ainda vivo.
Olhei em volta para saber onde eu me encontrava. Olhei em volta e só encontrei mais outra caverna com umas águas-vivas na passagem e... Algas!!!!
Nadei em direção às algas e comi todas, voltei a me sentir inteiro de novo, ataquei as águas-vivas, já que elas estavam no meu caminho, e eliminei elas de uma vez.
Quando me virei para a caverna, fiquei com medo do que viria, pois na última que eu entrei havia mais piranhas do que eu poderia dar conta. De qualquer forma eu não poderia ficar ali sem fazer nada para sempre e não poderia voltar atrás. Me arrisquei e entrei.
Fiquei aliviado* quando vi que apenas Trilobitas habitavam aquela caverna. Comecei a atacar uma por uma, lógico que não pude evitar ferimentos, mas ali tinha coisas que me ajudaram a me recuperar, eram elas: algas; ouriços do mar e, novidade, estrelas do mar.
Quando o genocídio acabou, notei que no final da caverna tinha uma subida. Subi e me deparei que pareciam uma mistura de água-viva com trilobita.

"Camerocera**"

Nadei em direção a saída (que estava do outro lado), tentando evitar-los. Não funcionou. Um camerocera que estava em baixo de mim deu um salto e acertou a ponta de sua concha em minha barriga. Não deixei barato e mordi a conhaque no meio, criando um buraco que expôs o que tinha dentro dela. Líquido de cor estranha saindo de sua concha.
Mais outro na minha frente. Dessa vez, sabendo do quanto eram traiçoeiros, ataquei pela cabeça, que não tinha concha, e arranquei-a da concha. Mais líquido estranho saindo.
Um terceiro surgiu. Dessa vez fiz um misto dos dois primeiros: quebrei o meio da concha e arranquei a cabeça do camerocera.
Fui nadando até a saída, mas parei para prestar atenção em vozes estranhas que ouvi.

???1:-capitão, ouvi dizer que haverá uma era em que o oxigênio irá se espalhar por toda a Terra e a vida poderá se espalhar fora dos mares. Isso é verdade?

???2:-Sim, recruta! Infelizmente, os Tubarões estão impedindo, e o rei deles não está disposto a dialogar!

Pensei que aquilo era estranho, mas se fosse verdade, eu iria resolver isso.
Fui nadando até a saída. Foi quando me deparei com os meus alvos: os tubarões! Como eu sabia disso? A voz veio me falar isso.

"Eis os seus alvos: os tubarões!"

Eram dois que guardavam a saída que eu peguei. O primeiro veio tentar me atacar, mas desviei e arranquei a nadadeira esquerda inteira dele, o que era incrível, considerando meu tamanho. Arranquei a direita e ele não conseguia mais se mover.
O segundo também tentou. Em vão. desviei e arranquei a parte de baixo da barbatana caudal, a de cima e a barbatana dorsal.
Agora ambos estavam soltando líquidos e caindo em dor.
Olhei em volta e notei que eu estava em um tipo de túnel, olhei para cima e subi quando vi que era aberto até a superfície.
Quando cheguei em uma altura mais próxima da superfície, notei que era um tipo de vale até uma caverna. O lugar era lotado de criaturas que conheci em minha (curta) jornada.
Nadei rápido para evitar qualquer tipo de inconvenio (e consegui). Antes de entrar na caverna, Descidi olhar aquele estreito de água próximo a aquele monte de pedras que estava acima da caverna.
O lugar era muito estreito, com muita pouca água. Tirei minha cabeça da água e tentei rastejar até a superfície. Nesse momento, minhas nadadeiras mudaram para algo estranho, um tipo de mini cauda sem membrana com mais mini caudas conectadas por membranas.

Patas***

Achei interessante a estrutura daquelas patas. Infelizmente eu não tinha tempo para olhar melhor, pois a falta de fôlego voltou e eu tive de rapidamente voltar para a água. Quando voltei, minhas patas voltaram a serem nadadeiras.
Fiquei um tempo olhando para cima, pensando na superfície: "será que se eu conseguir 'convencer' o rei tubarões e liberar o oxigênio para a superfície, eu irei poder respirar fora da água?"
Descidi por em prática e ver no que dava. Voltei para o vale e fui direto para a caverna. Fui nadando e nadando pela caverna, até me deparar com ele: O REI TUBARÃO. Um tubarão feio que dói e com quatro vezes o tamanho dos seus lacaios.
Tem. Rei: quem é você? Esse é território restrito! Estas aqui para dispersar o oxigênio? Muahahahaha! O oxigênio não irá ser dispersado. Não prexisamos do mundo da terra, só existe a água e irei fazer de tudo para impedir isso!

O Rei veio para cima de mim. A boca cheia de dentes escancarada. Me desviei e ele bateu em uma parede atrás de mim, comecei a morder e arrancar pedaços do couro dele. Ele acabou por balançar a cauda, me atingindo e livrando ele de mim. Ele começou a me bater. Fui jogado em um canto, onde o tubarão rei mirou sua boca para o golpe final.
Nesse meio tempo olhei atentamente para ele, e vi que ele estava muito ferido, apenas um único golpe certeiro poderia acabar com ele naquele instante. Mas eu estava fraco demais, e agora eu teria o mesmo destino de minhas vítimas. Então uma pergunta pior que a de onde eu vim surgiu àminha cabeça:"para onde eu vou agora?" Só restava esperar para ver no que dava.

Mas aquele momento não aconteceu.

O tubarão foi perfurado ao meio na cabeça, e o que eu prévia aconteceu: ele morreu! Vi que o que furou o tubarão era alguém que eu conhecia: o mini Donkelosteus****! Ele estava muito diferente, quase irreconhecível pois ele mudou o corpo assim como eu, mas de alguma forma o reconheci. A voz surgiu.

"Olá garoto, você deve estar se perguntando 'COMO ASSIM?'. bom, irei te explicar:
Quando você mordeu o Donkelosteus e o deixou viver, você acabou por passar sua habilidade de mudança de forma para ele, em um evento tipo doença (você ainda não teve isso, mas quando tiver, será um incômodo para você). Agora você tem um amigo inteligente como você.
A propósito, ele já escolheu o nome dele: é Rock."

Nos dois nos encararamos, focinho pontiagudo com focinho pontiagudo. Aproximamos as nadadeiras uma da do outro e as entrelaçaram no símbolo que seria eternizado mais tarde como símbolo de confiança e amizade: um aperto de mão (ou de nadadeira, no caso).
Antes de saírmos, a voz voltou para uma curta mensagem.

"Er... só um conselho: levem a cabeça do rei tubarão. Pra provar que acabou."

Então Rock e eu nadamos rápido até o corpo do tubarão rei e arrancamos junto a cabeça fora, levando ela até a saída, onde mostramos para os que sobraram no vale submerso.
Todos, vendo que a barreira acabou, começaram a ir para o continente. Agora que os tubarões perderam, o oxigênio fora logo dispersado naquela área, e mais tarde estaria no mundo todo.
Dentre os que se aventuraram no mundo depois do mar, estavam eu e meu novo amigo, Rock. Saindo da água e já na superfície da terra.
A emoção era tanta, que caímos no chão.
Eu encarava Rock, com sentimento de alegria e de dor ao mesmo tempo. Não entendi o porque da dor, até eu sentir também. Era insuportável e corrosiva. Logo depois de muitas contrações, Rock parou com os olhos encarnado o sol. Logo, me senti me esvaziando por dentro, até que, vendo apenas escuro, mesmo quando eu mirava no sol, eu entendi o que estava acontecendo.

Morte