Anita chegou em casa, se sentindo como se estivesse flutuando, ela soltou a bolsa e se atirou no sofá, lembrando-se dos momentos com Ben mais cedo, ela fechou os olhos e ficou materializando cada momento em sua mente, por um momento Anita não sabia se era sonho ou realidade tudo aquilo, depois de tanto sofrimento ela estava feliz e de um jeito que ela não sabia definir com palavras somente.

– Anita, tá me ouvindo você esta surda. – Vera gritou com ela quando viu que a garota não lhe dava atenção, continuava paralisada com um sorriso para o nada.

– Ai mãe, que susto, que isso. – Anita respondeu assustada, quando deu por conta da presença de Vera.

– Você anda com a cabeça onde posso saber, te liguei sei lá quantas vezes não atendeu porque. – Vera indagou meio irritada.

– Ué eu não vi, horas sei lá. – Anita tentou justificar.

– E esqueceu também que estava de castigo, estava onde que passou quase toda a tarde fora. – Vera perguntou a ela.

– Eu estava na escola, me atrasei com um trabalho, não virei prisioneira aqui, virei. – Anita resmungou se levantando.

– Claro que não, mais dá próxima vez me avisa, filha eu me preocupo com você. – Vera afirmou.

– Eu sei, foi mal. – Anita negou onde estava realmente.

– E o Ben que foi outro que sumiu. – Cícera disse vindo até elas.

– Bom, eu não sei, mas creio que ele deve ter ido trabalhar não é. – Anita respondeu com calma.

– Você viu ele. – Vera a questionou intrigada.

– Vi, no colégio, mais depois não vi mais, por que. – Anita disse apreensiva.

– Nada, curiosidade somente. – Vera explicou.

– Bom então, ele foi pro trabalho menos mal. – Cícera afirmou.

– Você pode ir lá na empresa dar uma força pra gente. – Vera perguntou para Anita.

– Posso, isso significa que acabou o castigo. – Anita questionou.

– Não, mais, por favor, nos ajude, que eu vou pensar nisso. – Vera falou.

– Bom não é, pelo menos deu uma evoluída, eu vou ajudar sim, não tenho nada pra fazer nessa casa mesmo. – Anita concordou.

– Bom obrigado, então vamos. – Vera agradeceu.

– Vamos. – Anita falou pegando a bolsa.

– Tchau, Cícera e qualquer coisa me ligue. – Vera falou.

– Tudo certo, eu cuido de tudo. – Ela respondeu simpática.

– Oi Anita. – Bernadete disse vendo ela.

– E ai tudo bem. – Anita respondeu sorrindo.

– Você tá com uma carinha tão boa, o que foi que aconteceu. – Bernadete indagou curiosa.

– É nada, o que de mais seria. – Anita tentou disfarçar.

– Ai certo, mais eu fico feliz de te ver assim. – Bernadete afirmou sorrindo.

– Bom eu vou lá pra cozinha, ver como as coisas estão. – Vera disse saindo pela porta.

– Bernadete aqui os papéis que você me pediu. – Abelardo veio até a sala e colocou os papéis em cima da mesa, com uma cara abatida.

– Oi Abelardo. – Anita falou o vendo.

– Ah oi Anita, desculpa nem te vi. – Abelardo respondeu.

– Tudo bem. – Anita cumprimentou-o.

– Tudo, tudo sim, bom agora deixa eu ir. – Ele disse saindo novamente.

– Vai lá. – Anita disse a ele.

– Ai que vida. – Bernadete reclamou nervosa.

– O que foi, vocês tão brigados. – Anita questionou percebendo o jeito dela.

– Ai Anita, a gente brigou, e pelo jeito não tem volta sabe. – Ela afirmou.

– Mas porque, vocês se davam tão bem sempre. – Anita indagou.

– Teu pai menina. – Bernadete afirmou.

– Meu pai, ah não, vai me dizer que ele. – Anita disse, fazendo uma pausa antes que ela falasse de mais.

– Anita senta aqui. – Ela pediu.

– Tá, o que foi. – A garota indagou confusa e se sentando ao sofá com a madrasta.

– Você acredita em carma, fantasma essas coisas. – Bernadete perguntou tensa.

– Sinceramente não sei, mais porque isso, o que tá havendo. – Anita falou intrigada.

– O teu pai menina, eu tenho visto ele. – Bernadete soltou.

– Oi, vendo ele, ele apareceu. – Anita questionou sem entender muita coisa.

– Sim, ele disse que voltou do além. – Bernadete respondeu se sentindo maluca por tudo aquilo.

– Além, voltou, o que é isso. – Anita ficou confusa.

– Eu sei que é maluco, mais ele tem aparecido pra mim e pro Abelardo. – Bernadete falou.

– Espera você tá achando que tá vendo o. – Anita queria saber se ela estava entendendo certo.

– O fantasma do teu pai, ele me disse que eu trai ele, tadinho morreu de um jeito tão louco. – Bernadete falou.

– Coitado. – Anita repetiu com os olhos arregalados, e percebendo toda a confusão da ex-madrasta.

– E não Anita, e o Abelardo se chateou comigo por isso, eu não sei o que fazer, eu trai teu pai Anita, e ele tá morto menina. – Ela falou preocupada.

– Bernadete não viaja, você já estava separada dele, que loucura é essa, isso é coisa da tua cabeça. – Anita tentou chama-la para a realidade.

– Eu sei, mas é que eu me sinto culpada, ele se afundou mais, quando eu deixei ele, não o visitei na prisão e ele morreu. – Bernadete afirmou.

– Sai dessa, por favor, acredita no que eu estou te falando não vale a pena. – Anita disse.

– Eu não sei mais o que fazer. – Bernadete afirmou tensa.

– Esquece isso, fantasmas não existem, isso é loucura, ou não, mais esquece e tenta se explicar com o Abelardo não é. – Anita pediu.

– Será, ai mais eu me sinto mal com isso, os dois eram amigos Anita. – Bernadete pesou.

– Nem tanto não é, porque o papai não perdia a chance de sacanear o pobre do Abelardo, não vale a pena isso. – Anita expos tentando espantar os devaneios dela.

– Eu acho que vou tentar seguir o teu conselho. – Bernadete falou concordando.

– Isso faz isso, e esquece o meu pai, mas por curiosidade você viu ele, aonde. – Anita indagou.

– Na Barra no apartamento, e aqui pelo bairro. – Ela respondeu.

– Certo. – Anita falou pensando que o pai estava por perto.

– Oi gente. – Martin cumprimentou entrando.

– Oi Martin. – Anita respondeu.

– Demorei Bernadete. – Ele perguntou.

– Não, não muito, bom eu vou resolver umas coisas e volto aqui. – Bernadete afirmou se levantando.

– E ai, anda sumida você. – Martin falou para Anita.

– É, eu andei meio afastada mesmo. – Anita respondeu simpática.

– Certo. – Ele falou.

– E você o que faz da vida, a gente não se falou mais desde aquele dia que você teve lá em casa. - Anita o indagou.

– To bem. – Martin respondeu apenas, enquanto mexia no computador.

– Xi, pelo visto teu rolo com a Micaela, nada ainda. – Ela disse percebendo.

– Não, mais eu nem quero falar disso. – Martin afirmou.

– Certo, eu vim aqui pra ajudar não é, não vou ficar me metendo na tua vida. – Anita concordou.

– Não tudo certo, é que eu não quero falar, só isso. – Ele se explicou.

–Ok, entendi. – Anita falou rindo.

– Trabalho, vamos lá então. – Martin disse.

– Vamos. – Anita respondeu se prontificando.