– Filho o que houve. – Cícera disse, vendo Ben entrar em casa com Anita em desespero, apoiada a ele.

– Mãe pega um copo d’água pra ela, pelo amor de deus. – Ben pediu preocupado com o estado nervoso de Anita.

– Pego mais o que houve. – Ela falou indo rapidamente até a cozinha e voltando com o copo de água.

– Toma, você vai ficar melhor. – Ben falou alcançando o copo que a mãe lhe entregou, para a garota.

– Eu estou bem, eu só preciso entender que isso tudo, nunca vai ter fim. – Anita disse transtornada, o que deixou Ben sem saber como agir, ele sabia da dor de Anita, mas ver a garota em tal estado lhe chocou profundamente.

– Ai Anita, pelo amor de deus, não fica assim, eu juro que eu queria muito te dizer que é tudo diferente, arrancar essa angustia de você que não tem fim. – Ben viu o desespero dela, virar o seu também, por todo o sofrimento dos dois.

– Eu não aguento mais Ben, eu não to aguentando. – Anita falou largando o copo sobre a mesa, e se atirando nos braços do garoto, ajoelhado a sua frente, com ela sentada sobre o sofá. Cícera ficou pasma diante da cena, ela não sabia como ajudar os dois, e talvez ele nem pudesse só os dois podiam, então ela ficou inércia sem falar absolutamente nada.

– Anita vai acabar tudo bem, eu te prometo, eu já devia de ter dado um basta nisso, eu tenho mais culpa nisso do que você. – Ele disse a ela, tentando confortá-la.

– Se tem culpa de que Ben, me fala, de ter um dia visto a tua vida cruzar com a do Antônio, você não tem culpa ninguém tem culpa. – Anita respondeu nervosa ainda.

– Me perdoa, eu juro que jamais imaginei que as coisas iam chegar a esse ponto, eu nunca enxerguei que o Antônio fosse ser tão mau-caráter assim, ele tem razão o burro da história sou eu, eu que errei quando trouxe o Antônio pra tua vida, quando deixei ele fazer o que ele fez. – Ben afirmou zonzo com tudo, e com os olhos ardendo com as lágrimas que relutavam em cair.

– Eu só espero que um dia isso tudo passe, porque às vezes eu não consigo acreditar nisso, eu queria muito mais às vezes não dá. – Anita respondeu enxugando as lágrimas.

– É melhor você descansar um pouco vai, o que uma simples ida a farmácia não faz, pra comprar um simples remédio pra dor de cabeça. – Ben falou pensativo.

– Pra quem era o remédio. – Anita indagou.

– Pra mim mais isso não tem importância. – Cícera se manifestou.

– Eu acho que tem uma caixa, numa gaveta que a mamãe guarda no banheiro que tem essas coisas, se a tia Luciana não trocou de lugar ainda esta lá. – Anita respondeu querendo afastar seus pensamentos ruins.

– Eu vejo isso depois tá, agora vem eu vou te ajudar a subir, tenta dormir um pouco. – Ben sugeriu a ela.

– Talvez seja melhor. – Anita disse se levantando.

– Eu já venho ai mãe. – Ben afirmou, abraçando Anita.

– Vai lá ficar com ela, depois você vem aqui. – Cícera concordou.

– Se tem certeza, que você tá mesmo bem, ele não te fez nada. – Ben perguntou quando os dois entraram no quarto da garota.

– To sim, eu só to com medo Ben. – Anita confessou.

– Anita já passou, tenta esquecer, o Antônio não esta mais aqui é só você ficar mais atenta daqui pra frente. – Ben tentou acalmá-la.

– Ele ainda esta com o vídeo Ben, e ameaçou divulgar de novo. – Anita não aguentou e desabafou com o garoto.

– Não é possível, eu pensei que ele tivesse apagado essa porcaria logo que ele enviou pra não deixar pista, pra que não descobrissem ele. – Ben respondeu apavorado.

– O Antônio é doente Ben, ele nunca vai me deixar em paz, eu não acredito que vai começar tudo de novo. – Anita falou e Ben viu o medo nos olhos da garota, que lhe encarava.

– Não, vai não, a gente vai dar um jeito nisso. – Ele afirmou.

– Como, se é que ele já não vazou o vídeo de novo, vai começar tudo de novo. – Ela rebateu medrosa.

– Não Anita, ele te ameaçou e conseguiu o que queria te atormentar, e depois ele deve estar receoso, com medo da gente fazer alguma coisa, ele não é tão idiota assim o Antônio pensa muito antes de agir, se engana quem acha que ele é tão descontrolado assim, a gente agora sabe que foi ele, ele vai ficar no mínimo com medo da gente chamar o policia, se isso acontecer ele é preso e não sai mais de lá. – Ben afirmou.

– Eu não sei. – Anita falou tensa.

– Ele só quer te ter nas mãos dele, você não pode deixar isso acontecer. – Ben rebateu.

– Eu juro que eu queria acreditar nisso, mas não sei se consigo. – Anita falou vendo as lágrimas voltarem a escorrerem por seus olhos.

– Amanhã a gente vai pensar em um jeito de resolver isso, mais tem que ser com calma pra ele não escapar dessa vez. – Ben explicou querendo tranquiliza-la.

– Tá, tomara que você esteja certo mesmo. – Anita afirmou.

– Eu vou tá, prometo. – Ele disse a ela com um abraço.

– Agora dorme vai, você esta precisando. – Ben disse.

– Eu vou tentar fazer isso mesmo. – Anita respondeu.

– Qualquer coisa eu estou lá em baixo é só gritar, que eu venho. – Ele afirmou.

– Tá bom, e abrigado, se não fosse você eu não sei o que o doido do Antônio tinha feito. – Anita falou agradecendo.

– Acredite você ou não, eu estava indo falar com você, no caminho apareceu você na minha cabeça do nada, e eu resolvi passar pra te buscar pra gente vir junto pra casa depois. – Ben confessou.

– Então foi sorte, ou o destino que me deu uma ajuda. – Anita afirmou com um sorriso de leve.

– Dorme, vai te fazer bem. – Ele disse mais aliviado por vê-la melhor.

– Vou tentar. – Anita concordou vendo Ben sair pela porta.