Na praça.

Ben chegava, achando realmente que Anita, era quem o esperava.

– Ben. – Sidney falou espantado quando viu o garoto.

– Você aqui. – Ben também não conseguiu entender nada.

– Coincidência esquisita. – Sidney afirmou.

– Eu vim encontrar, a Anita, ela disse que queria falar comigo. – Ben respondeu.

– A Anita, qual é a tua hein Ben, vai ficar com as duas agora. – Sidney rebateu sem paciência.

– Eu só vim conversar com ela, só isso. – Ben disse, meio incomodado, mesmo não sabendo algo estava lhe aproximando de Anita novamente.

– Também não me interessa, eu vim me encontrar com a Meg, ela marcou aqui comigo. – Sidney falou com desdém.

– Você veio encontrar a Meg, e cadê ela. – Ben questionou.

– Ela já era pra ter vindo mesmo. – Ele respondeu.

– E nem a Anita apareceu, estranho isso. – Ben pensou alto.

– Será que, elas. – Sidney argumentou confuso.

– Armaram isso aqui tudo, a única explicação. – Ben concluiu.

– Eu não acredito, duas traidoras quer saber, eu vou embora. – Sidney resmungou.

– Sidney espera, eu acho que, o que elas queriam era que a gente conversasse. –Ben quis tentar se entender com o amigo.

– Eu não tenho, absolutamente nada pra falar com você. – Ele retrucou.

– Mais eu tenho, tem acontecido muita coisa na minha vida, umas bem ruins, que fizeram, pensar onde eu andei caminhando esse tempo todo, e na verdade eu me meti numa coisa, que definitivamente não era pra terem acontecido. – Ben tentou se explicar.

– E dai. – Sidney indagou.

– E dai que eu errei com você, eu não tinha o direito de me meter nessa história, na verdade eu achei que eu tava certo, mais pensando melhor por mais que eu tivesse eu não tinha que me meter nisso. – Ben justificou.

– Eu também, fui meio errado com você algumas vezes. – Sidney admitiu.

– Então será que pelo menos, nós podemos conviver numa boa, eu sei que você não vai me desculpar, acho que nem eu me desculparia. – Ben afirmou.

– Também acho que não da pra gente ficar brigando o tempo todo, vamos pelo mesmo conviver normalmente. – Sidney concordou.

– Pessoas civilizadas, que convivem numa boa pelo menos. – Ben disse estendendo a mão ao garoto.

– Certo. – Sidney falou apertando a mão de Ben.

– Eu espero que um dia, a gente possa dizer que voltamos a ser amigos como antes, eu já perdi muita coisa nessa vida, de um tempo pra cá então nem se comenta. – Ben falou com sinceridade.

– Tudo bem, quem sabe, a vida nos surpreende às vezes não é. – Sidney afirmou.

– Sem dúvidas, e eu preciso muito, que ela tenha surpresas boas pra mim, acho que eu já apanhei de mais, e pra você também. – Ben falou mais leve.

– É tomara mesmo, bom agora eu vou indo, vou ver se eu acho a Meg. – Sidney respondeu indo embora.

– Tchau. – Ben disse vendo ele se afastar.

– Tchau. – O garoto ainda respondeu.

Mais tarde em casa.

Anita saia da cozinha com um copo d’água, quando viu Ben esbarrar nela.

– Ai nossa, foi mal. – Anita falou se assustando quando esbarrou no garoto.

– Desculpa, eu não vi que você tava ai. – Ben justificou.

– É mais eu já estou indo dormir. – Anita afirmou.

– Posso de falar uma coisa antes. – Ben perguntou a ela.

– Pode, é a história da praça né, olha eu juro que. – Anita tentou se explicar fitando Ben parado a sua frente.

– Eu sei que foi armação tá, deu pra perceber. – Ben falou sorrindo.

– É foi, mais eu não fiz por mal. – Anita disse.

– Eu acho que eu tenho que te agradecer não é. – Ben falou.

– Então vocês se entenderam. – Anita indagou.

– É, pode se dizer que sim eu acho. – Ben respondeu.

– Que bom, mais a ideia não foi minha, foi da Meg e da Giovana, então agradeça e elas. – Anita explicou.

– Mais eu acho que você contribuiu pra isso, aliás, você sempre me surpreende né em todos os sentidos. – Ben falou encarando Anita.

– Você também, vai ver esse é o nosso destino, sempre enfiar os pés pelas mãos um com o outro. – Anita rebateu a afirmação de Ben.

– O que não é tão ruim às vezes. – Ben afirmou.

– Jura, olha que eu nunca parei pra pensar. – Anita falou de volta.

– Cadê todo mundo. – Ben indagou percebendo o silêncio da casa.

– Minha mãe, tá em cima com a tua, a criançada tá olhando um filme lá no quarto dos meninos, a Sofia e a Flaviana saíram foram pra um evento de moda ai. – Anita respondeu.

– Ah entendi. – Ben disse.

– Que foi, percebeu que a Sofia simplesmente te ignorou. – Anita acabou provocando.

– E você acha que eu me importo tanto com isso, o que eu ia fazer num evento de moda Anita. – Ben rebateu não dando importância para o comentário da garota.

– Nossa, desprendidos vocês não é, você não era assim, tem certeza que esta tudo ótimo mesmo. – Anita disse sorrindo irônica.

– Você não vai me tirar do sério hoje, até porque não tem nem motivo pra isso. – Ben respondeu calmo.

– Ser deixado de lado pela namorada, deve ser um máximo mesmo. – Anita riu.

– E quem disse que a Sofia é minha namorada, eu acho que a gente nunca falou sobre namoro mesmo sabe, pelo menos eu acho que eu nunca vi as coisas pra frente desse jeito, sabe. – Ben confessou.

– E você fala isso assim, olha aqui Ben, a Sofia pode ser uma estupida às vezes, mais não é justo você enganar ela. – Anita defendeu a loira.

– Eu não estou enganando ninguém não tá, a tua irmã sempre soube o que eu pensava, o que eu sentia. – Ben justificou.

– E você acha que isso basta, pra alguém deixar de gostar de alguém. – Anita contrapôs.

– Não, e você e o Martin. – Ben falou.

– Ué, eu tenho consciência de que eu nunca menti pra ele. – Anita afirmou tranquila.

– E pra você, mentiu alguma vez. – Ben indagou a fitando.

– E se eu menti, eu tenho todo direito de querer acabar com os meus fantasmas, acho que eu sempre fui muito honesta comigo, eu acho que eu jamais fiz alguma coisa de que eu tenha me arrependido, posso ter deixado de fazer, mas se eu não fiz é porque foi melhor assim. – Anita afirmou.

– Eu juro que eu queria acreditar nisso, mais depois de tudo o que houve eu não sei Anita. – Ben disse meio confuso.

– Mais é a verdade, alguma lição à gente tem que ter tirado disso tudo, apesar de que ainda eu não sei qual é. – Anita falou.

– Será, quando uma coisa tem muito que acontecer, não adianta ninguém conspirar contra. – Ben respondeu se aproximando dela.

– Isso ai já é ditado, que a gente acredita pra não enlouquecer quando tudo der errado, se bem que não dá pra viver preso a isso. – Anita disse alegre.

– Então porque a gente tá aqui, um do lado do outro depois de tudo. – Ben questionou a olhando nos olhos.

– Porque, tem alguém brincando com a gente, não é possível. – Anita respondeu abalada com a proximidade do garoto.

– Anita diz pra mim, que não sou só eu que penso na gente. – Ben a colocou contra a parede.

– Penso, penso muito, principalmente no fato deu estar quase me agarrando com o namorado da minha irmã. – Anita ironizou.

– Eu to falando sério. – Ben insistiu.

– E qual é a brincadeira Ben, a gente vai ter que encarar os fatos como eles são. – Anita reafirmou.

– Eu sei, mais eu não sei até quando eu vou segurar essa situação do jeito que esta, mesmo que você me diga que eu to errado. – Ben confidenciou.

– Às vezes você me causa uma sensação, como se tudo isso fosse uma onda enorme, da praia bem longe do mar ela é indefesa, mais perto da mare, leva tudo que eu to há meses tentando tirar da minha cabeça, que vem mais forte ainda. – Anita afirmou.

– Eu não consigo viver sem você, dane-se o que o mundo vai pensar Anita. – Ben respondeu.

– Que bom que você tem certeza que isso tá completamente do lado aveço, porque tem tudo pra ser desastroso. – Anita respondeu o encarando.

– E ninguém comprou o nosso sofrimento Anita, uma vez na vida eu vou ser egoísta eu vou lutar por aquilo que me importa. – Ben falou tocando o braço dela.

– Eu não tenho mais escolha, não dá pra voltar atrás. – Anita afirmou.

Os dois se olharam um tanto sem saber se era uma decisão acertada, em meio a tantos obstáculos, mas acabaram embarcando em um beijo apaixonado e repleto de saudades.

– E agora. – Ben questionou Anita, sem acreditar no que havia acontecido.

– Eu não faço a mínima ideia. – Anita rebateu sorrindo.

– Eu, não é mais importante mesmo né, pelo menos não agora. – Ben respondeu, voltando a beija-la se sentindo nas nuvens.

– Tá vindo alguém. – Anita disse escutando alguns passos, o que levou os dois a se afastarem.

– O filha não foi terminar de ver o filme não. – Vera indagou chegando à cozinha.

– É, eu tava, vim pegar um copo de água. – Ela se sentiu a pior pessoa do mundo, mentindo para a mãe.

– Ah bom. – Vera respondeu.

– Ouve alguma coisa. – Vera disse percebendo o silêncio dos dois.

– Não, Vera a gente tava aqui conversando só. – Ben tentou disfarçar a situação, no fundo ele tinha consciência do tamanho do problema que ele e Anita enfrentariam.

– Bom eu vou, dormir, boa noite. – Anita achou melhor se retirar.

– Boa noite. – Ben desejou a ela.

– Boa noite Anita. – Vera disse.

– Eu vou pro meu quarto também. – Ben disse.

– Boa noite Ben. – Vera falou ao garoto.

– Obrigada Vera pra você também. – Ben ainda disse antes de sair.