Capítulo 66:

A noite depois do cinema com Martin, Anita chegava em casa, e encontrou todos reunidos na sala.

– Boa noite pra todo mundo. – Anita disse a eles.

– Ótimo agora não falta mais ninguém. – Vitor falou.

– Ninguém pra que. – Anita perguntou sem entender nada, os olhando com curiosidade.

– Eu quero falar uma coisa, é bom que todo mundo ouça de uma vez só. – Ben afirmou a ela.

– Ah entendi. – Anita disse, achando que o garoto tinha se decidido a ir embora de fato, o que a deixou desapontada com ele, por estar desistindo assim.

– Então eu. – Ben fez uma pausa para refletir. - Decidi que eu não vou embora, mesmo que as coisas caminhem pra onde estão caminhado, eu vou pensar em outro jeito. – Ben comunicou a família inteira.

– Espera você ia embora e eu não sabia de nada. – Giovana disse impaciente, tensa com a notícia.

– Foi tudo muito rápido, por não saber o que fazer é que eu não falei nada, vocês sabem que eu decidi voltar pro Brasil de fato pra poder fazer uma faculdade, só que as coisas estão meio complicadas. – Ben explicou a irmã.

– Você tá falando sério, mesmo, você vai ficar. – Anita falou sendo pega de surpresa, e até duvidando da procedência da notícia.

– To, e não adianta, porque a minha decisão esta tomada. – Ben respondeu olhando para ela, se sentindo mais leve.

– Que bom, meu filho, eu to muito feliz. - Ronaldo disse contente com a decisão, o que despertou a admiração de Anita, por estar vendo Ben persistir apesar de tudo.

– Bom se você tá certo disso, eu só posso compreender. – Cícera falou a Ben.

– Eu fico feliz de verdade. – Anita respondeu a Ben, paralisada, com um sorriso que ela não conseguia conter.

– Eu também, apesar de tudo eu nunca me arrependi de ter voltado, eu sabia que não ia ser fácil então, chegou a hora de enfrentar. – Ben afirmou fitando Anita, contente consigo mesmo, por poder voltar a ter esperanças de que ele conseguisse realizar seu sonho.

– Vai dar tudo certo, bom eu acho que torcida, você tão bastante. – Anita falou se referindo a toda a família.

– Muita, se bobear até organizada. – Giovana falou abraçando Ben.

– Essa é a minha família. – Ronaldo disse.

– De todos nós. – Vera também falou contente, com todos se abraçando.

– Obrigada, eu acho que você estava certa em tudo que me disse hoje à tarde. – Ele falou com um abraço em Anita.

– Era uma decisão tua, você que tinha que tomar. – Anita respondeu.

– Mais eu vou precisar da tua ajuda com matéria, mesmo. – Ben afirmou a garota.

– Que remédio, eu vou ter que estudar mesmo né. – Anita concordou sorridente.

– Você só tá errada numa coisa, que me disse hoje. – Ben disse a ela.

– No que. – Anita rebateu com curiosidade.

– Meu coração nunca me traiu, ao contrário, ele sempre me disse que eu estava errado. – Ben confidenciou a ela.

Anita apenas o olhou sem saber o que falar. – Gente, vamos jantar. – Giovana chamou Anita de volta, de seus devaneios tocando em seu ombro.

– É, eu, vamos sim. – Anita respondeu desconfortável com a situação.

Mais tarde.

– O Pedro deixou, meu livro de matemática, ai mesmo. – Anita perguntou entrando na garagem.

– Ah oi, tá ali. – Ben falou, sentado a cama com um o caderno na mão, apontando para a estante.

– Vem cá, já esta tarde pra você ficar ai, cercado de caderno, virar noite em claro não ajuda, vai te dar um sono amanhã. – Anita justificou a ele.

– Eu sei, é que eu não tava conseguindo dormir mesmo. – Ben se explicou sorrindo.

– Ai nem eu, vou pegar meu livro se não amanhã não acho. – Anita disse com o livro na mão.

– Senta ai, eu não to fazendo nada mesmo. – Ben sugeriu.

– Tá bom, olha só, se você usar a outra fórmula fica mais fácil de resolver isso ai sabia. – Anita afirmou olhando para o caderno dele.

– Ah gênia você né, então resolve que eu quero ver. – Ele disse dando o caderno a ela.

– Esse posto ai você deixa pro Pedro, não pra mim, mais eu acho que dessa vez eu to certa. – Anita afirmou se encorando na cabeceira da cama.

– Tá vendo. – Ela respondeu lhe mostrando o caderno.

– Tá certo, me lembrarei disso, da próxima vez. – Ben concordou.

– O pior são as outras matérias, as que tem muita teoria, por exemplo. – Anita afirmou.

– É as que eu estou mais perdido, português, história e por ai vai. – Ben confessou.

– Então o jeito é estudar e muito. – Anita respondeu.

– Então que tal começarmos agora. – Ben sugeriu.

– Tá, mais não pode demorar muito, eu quero acordar cedo amanhã. – Anita disse concordando.

Um tempo depois.

– Ai esse livro, é muita coisa. – Anita reclamava.

– Esse capitulo, e eu vou parar também, serio, melhor né. – Ben falou a ela.

– Anita tá me ouvindo. – Ben repetiu a ela.

– To acho que eu to. – Ela respondeu bocejando e se escorando em Ben.

– Bom lá vai. – Ele continuou.

– Tá, continua. – Anita respondeu sonolenta.

– Então a partir da ai o Brasil passou a, o que foi mesmo. – Ben questionava, Anita sobre a matéria.

– Anita. – Ben olhou-a por um instante, e a viu dormindo, escorada nele.

– Ei, acorda. - Ele falou paciente. – Anita. – Ele falou tocando o braço da garota, e parou para observa-la, segurando uma de suas mãos e passou a pensar como suas vidas haviam mudado até ali.

– Filho. – Cícera disse chegando calmamente.

– Ben o que essa menina, faz aqui. – Ela sussurrou, espantada.

– Eu posso explicar, eu juro. – Ele disse com voz baixa, quando viu a mãe.

– Eu acho bom né. – Ela rebateu.

– Espera ai. – Ben falou, afastando Anita devagar e a cobrindo com a coberta.

– Vamos conversar, lá na sala. – Cícera afirmou.

– Anda o que a Anita fazia lá. – Cícera pediu explicações.

– Cadê a Anita hein. – Luciana falou, vindo até eles.

– Ela. - Ben não sabia o que dizer.

– Será que ela saiu, a Vera mata ela. – Luciana disse preocupada.

– Não, não, ela ficou dormindo lá na garagem. – Ben soltou.

– O que ela faz lá, errou de quarto, ou foi proposital não é. – Luciana questionou.

– A gente, tava estudando e ela pegou no sono, só isso. – Ben explicou.

– Ben se a Vera te pega com ela lá, eu não quero nem pensar na confusão. – Cícera o repreendeu.

– O que não ia ser novidade, to achando que vocês dois gostam de uma contravenção, to pra vê. – Luciana afirmou.

– Luciana você quer me ajudar, ou piorar as coisas. – Ben disse nervoso.

– Falei a verdade, mais tudo bem, ele deve estar falando o que houve mesmo. – Luciana respondeu dando crédito para a explicação de Ben.

– Acho bom, porque essa história já está pra lá de estranha Ben, portanto não piore as coisas. – Cícera falou a ele.

– Algo me diz, que pode ficar pior, mais vamos deixar isso pra lá não é. – Luciana retrucou.

– Mais como assim. – Cícera não entendeu.

– Mãe, eu vou dormir no sofá, eu não vou acordar a Anita. – Ben interferiu.

– Então eu vou me deitar. – Cícera disse.

– Boa noite. – Ben desejou.

– Boa noite gente. – Ela falou saindo.

– Vocês dois hein. – Luciana falou a Ben.

– Eu o que, eu to falando a verdade é serio. – Ben se defendeu.

– Eu não tenho nada a ver com a vida de vocês, mais boa sorte, se eu estiver certa você e a Anita vão precisar. – Luciana falou saindo, deixando Ben perplexo.