Capítulo 5:

Anita andou pelos arredores do lugar e percebeu que havia muita mata por todos os lados, e nada impedia que alguém ficasse escondido por lá na escuridão da noite, ela e Ben não iriam notar jamais, principalmente se todos os seus sentidos estavam voltados somente em ficarem juntos, ela se deitou na grama e ficou inércia em seus pensamentos tentando encaixar as descrições do homem, em Antônio, o fato é que da forma que ele descreveu a pessoa, ela também talvez descrevesse Antônio e isso não poderia ser só uma relés coincidência, além disso qual pessoa os odiariam tanto a ponto de fazer um absurdo desses, talvez o único com motivos reais era Antônio, pela sua briga com Ben uns dias antes da viagem, por sua obsessão, que Anita não podia negar que o garoto nutria por ela que agora era evidente, todas as evidências apontavam para ele isso era um fato real, que não poderia ser desprezado.

– Oi moça tudo bem aí. – O homem disse se aproximando da garota.

– Tudo sim. – Anita respondeu se sentando.

– Bom você vai ficar por aqui. – Ele perguntou a ela.

– Eu não, vou embora ainda. – Anita respondeu.

– Bom, acho que não tem mais horário de ônibus há essa hora. – Ele afirmou.

– Como não, sempre tem várias linhas pra cá de hora em hora se bobear. – Anita disse tensa.

– Bom isso, é em época de férias, mais agora os horários são mais escassos. – Ele explicou.

– Ah ótimo, que dizer que estou presa aqui agora pelo menos até amanhã de manhã. – Anita disse incrédula com sua sorte.

– Olha se acalma, aqui é um lugar seguro, eu posso te arrumar um canto na minha casa para passar a noite. – Ele sugeriu.

– Não imagina a lua tá clara, calor, me arruma alguma coisa pra por no chão que fico aqui mesmo. – Anita disse.

– Se você quiser ficar ai, fique por enquanto, mas vou pedir pra minha esposa preparar um quarto pra você. – Ele disse e ela.

– Eu não quero incomodar. – Anita falou.

– Não incomoda eu arrumo sim. – A mulher disse chegando.

– Então eu aceito sim. – Anita consentiu.

– Qualquer coisa, estamos lá dentro. – Ela disse saindo seguido pelo marido.

Anita voltou para seus pensamentos e continuou ali isolada, observando o céu estrelado, a noite calma, perdida em suas confusões até que ela acabou adormecendo.

No salão de Serguei, Bernadete entrava para fazer os cabelos, quando viu algo que a espantou e a confundiu, o garoto ali.

– Serguei oi, ué você tá ai, você não foi com a Anita resolver aquele assunto. – Ela disse o puxando para um canto.

– A Flaviana me prendeu, aí não pude, pedi pra ela deixar pra amanhã. – Serguei esclareceu.

– Como assim gente, a Soraia disse que ela saiu dizendo que ia pra lá, Soraia esbarrou com ela na portaria. – Bernadete afirmou intrigada.

– Ai não, ela foi sozinha. – Serguei deduziu.

– Não gente não é possível, e se for perigoso. – Ela disse se desesperando.

– Mais deve ter ido, eu vou num lugar ver se ela não pediu pra essa pessoa ir com ela e te aviso. – Ele falou saindo, pensando que talvez Anita, tivesse dito algo a Ben.

– Serguei oi, o que você faz aqui. – Ben abriu a porta surpreso, talvez o ruivo fosse última pessoa que ele esperava que fosse visita-lo.

– Então Ben por acaso a Anita não teve aqui não. – Ele questionou.

– Não, eu acho que você deve estar sabendo que ela não anda nem me olhando ultimamente. – Ben afirmou intrigado.

– Ai meu deus, ela não fez isso. – Serguei disse erguendo os braços ao rosto.

– Fez o que, o que houve com ela. – Ele perguntou preocupado.

– Ela Ben, enfiou na cabeça que iria até o camping, descobrir algo sobre o vídeo, eu ia com ela só que de última hora não consegui, pedi pra ela desmarca, mas pelo jeito ela foi sozinha. – Serguei explicou toda a situação.

– Não pode ser, pode ser perigoso Serguei. – Ben disse muito preocupado com a garota.

– Mais acho que ela foi, a Bernadete acabou de me dizer que a Soraia viu ela saindo mais cedo e ainda não voltou, e pro casarão ela não foi certeza. – Ele disse.

– Ela não pode ter feito isso, eu vou atrás dela. – Ben afirmou.

– Mais como Ben. – Serguei falou.

– Não sei de táxi, sei lá, há essa hora não deve ter mais ônibus, pra lá nem pra voltar, a Anita com certeza não se ligou nisso, não é época de férias os horários são mais escassos. – Ben disse pegando um casaco.

– Ela tava tão encucada com isso que nem se deu por conta, certeza. – Serguei taxou.

– Então vai Ben, eu temo que aconteça algo com ela sozinha, eu sei que vocês não andam se falando, mas você jamais iria querer o mal dela, eu tenho certeza disso e eu não posso, o salão tá lotado até agora. – Serguei se explicou.

– Eu vou agora mesmo, vou ver se consigo um táxi que me leve até lá. – Ben afirmou.