Anita chegou à porta do apartamento de Bernadete e julgou melhor usar as chaves que a mulher havia deixado consigo, já que desconfiou que pelo horário não haveria ninguém em casa. Ainda mais depois de tocar a campainha insistente e ninguém lhe atender.

– Meg. – Anita surpreendeu-se ao encontrar a americana atirada no sofá, com um semblante visivelmente entristecido.

– Ah, era você que tava tocando, foi mal, achei que fosse o Sidney. – ela disse tentando ao máximo disfarçar sua chateação para que a outra garota não notasse.

– É era. – Anita respondeu intrigada quando fitava a loira atenta. - Mais tudo bem, eu tinha trazido as chaves, vim pegar uma roupas, achei mesmo que a Bernadete não tava. – ela justificou se aproximando desconfiada. –Mais porque você tá assim. – Anita não resisti e indaga.

– Por nada, é cansaço. – a estrangeira garantiu forçando um sorriso.

– Olha cansaço, deixa a gente bem derrubada mesmo, mais não dá vontade de chorar, e você tava chorando, não adianta negar. – Anita afirma escorando-se a mesa que se encontrava de frente para o sofá onde ela estava, realmente ficando preocupada.

– Claro que não Anita. –Meg negou veemente, procurando disfarçar qualquer coisa que pudesse ter sido percebida pela garota anteriormente, sem querer preocupar ninguém com seus dilemas.

– Olha, Meg a gente nunca foi amiga, e na verdade eu sempre fui meio idiota com você, eu te tratava meio mal. – admite Anita, tentando uma aproximação.

– Você falando isso. – Meg riu desconcertada. – Logo pra garota, que ferrou teu namoro, e ainda achava que estava grávida do ex, que era teu namorado. – ela julgou.

– Eu sei disso, mais você não tinha culpa, não é, você também não tinha feito o filho que você achava que esperava sozinha. – rebateu Anita. – E sim, eu tinha consciência disso, eu tentava, mais eu não conseguia, eu acabava te dando alguma patada né, e quando eu te vi beijando o Ben a eu pirei. – Anita não nega e nem tenta esconder ou desmentir sua revolva na época, com o que havia rolado.

– Ah entendi, então foi por isso que ele ficou com aquela cara, você tinha visto. – Meg afirmou se recordando do episódio.

– É e bom, ciúmes não é um bom conselheiro né. – diz Anita ente um sorriso cordial.

– Eu também vi vocês abraçados um dia Anita, sem querer, depois do sequestro lembra. – puxou da memória a loira. – Ai eu fiquei péssima também, acho que ali com o que ele te disse, eu entendi, ele nunca ia voltar comigo. – Meg também confidenciou.

– Eu também não planejei isso, juro. – Anita a encarou confusa.

– É engraçado né. – a garota ri por um segundo, enquanto olha para Anita.

– O que. – Anita pergunta em misto de nervoso e confusão.

– Ah mesmo com tudo isso, do meio pro final, a gente se descobriu equivocada, em relação a outra, você é legal, eu também não sou nenhum mostro, e bom... – se explica a americana, se permitindo deixar seus problemas um pouco de lado.

– É, a picuinha não iria durar muito tempo né. – Anita de uma leva risada concordando. – Mais diz aí, porque você tá assim, e pelo Sidney não. – ela supõe atenciosa.

– É, a gente terminou o que nem tinha começado direito, ou sei lá. – a loira se rende. – Você deve de saber né, sendo irmã da Sofia. – Meg desabafa sem segurar o que a atormentava.

– Olha, eu sei sim, mais óh, eu não quis te enganar, eu só não soube como dizer, nem eu e nem o Ben, preferi deixar a Sofia fazer isso, e a gente é irmã sim, mais somos muitos diferentes em muitas coisas. – confessa Anita, desapontada com a situação.

– É ficou meio bizarra a situação mesmo. – ela concorda, sem querer culpa, afinal nem teria cabimento.

– Mais chega disso né, se não era pra ser paciência, você merece um cara legal, que goste de você, não que queria esquecer outra com você. – pensa Anita sincera, querendo animá-la de algum jeito, por mais que não soubesse muito qual.

– Ok, o Sidney, bom eu já sabia, ele tentou, mais foi meio roubada, mais really... - O que me resta é esquecer. – a loira imagina, sem vontade de ficar sofrendo pelo fato toda vida.

– É, você não merece ficar sofrendo por conta daqueles dois malucos não, que nunca se resolvem. – Anita concorda brincalhona. – Que tal, a gente dá um tibum, na piscina do prédio. – ela convida sugestiva.

– Ah tá bom Anita, imagina to morando aqui de favor, vou me enfiar na piscina. – Meg não se sente confortável.

– Ué, mais não custa agente ser um pouco espaçosa, de vez em quando vai. – Anita profere com insistência. – Vamos, olha um conselho de alguém que já fez isso muito, ficar aí parada olhando pro nada, não ajuda a espantar a tristeza. – ela disse sorrindo.

– Você não tava doente. – a americana acha graça da animação de Anita.

– É, eu tive uns problemas, mas agora eu to ótima, e também já cansei de ficar em casa. – Anita não discordou. – Vai Meg, vamos, vamos descobrir alguma coisa em comum, além do mesmo cara, pode ser. – ela faz graça, sem que a loira consiga ficar séria.

– Ai ok, eu vou. – ela se venceu já levantando.

– Ótimo, acho que eu devo ter um biquíni aí, só vou trocar. – Anita respondeu sorridente.

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– Hahaha chega vai, não sério, quem tá vendo deve estar achando que a gente tem cinco anos. – Meg comenta as gargalhadas, sentando a borda da piscina.

– Acho que quando eu tinha cinco anos, eu era mais comportada. – Anita também ri.

– Ai achou que amanhã vai doer tudo, essa coisa de ficar tentando boar, acabou comigo. – Meg alegava.

– Ah verdade, a gente já ficou velha pra isso mesmo. – Anita disse pegando o celular. – Meg caramba, já tá tardão, eu disse pra minha mãe que iria pegar umas roupas e voltava, ele deve tá preocupada já. – disse Anita se levantando em sobressalto.

– Ai verdade a gente ficou muito tempo aqui. – percebe a loira.

– Vou tomar um banho, trocar de roupa e vou voltar pro Grajaú. – ria Anita, catando suas coisas apressada.

– Tá, eu vou lá com você. – Meg disse também se levantando e logo andando detrás dela.

– O Ben me ligou e eu não vi, vai me mata. – deduz ela risonha, olhando para o celular.

– Anita oi. – um garoto, chamou por ela quando as duas retovam para entrada do condomínio. – Lembra de mim. – ele indagou.

– Claro Vinícius, tudo bem. – Anita respondeu em um sorriso simpático.

– Tudo, tudo sim. – ele falou a cumprimentando solicito. – Você tá morando aqui não é, te vi outro dia, mais acabou que a gente nem se cruzou. – justificou u o garoto.

– É eu to sim, mas esses dias, andei mais no Grajaú do que aqui. – ela disse. – Ih Meg, Vinícius, ele é primo do Martin. – explica Anita querendo os apresentar.

– Ah sim, prazer. – ela disse, o olhando dispersa.

– Meg, eu acho que eu esbarrei com você outro dia, a garota das compras. – o rapaz afirmou, ao olhar para ela com atenção, recordando-se do episódio.

– Ai das compras, espalhadas no corredor. – a loira acabou ficando com vergonha da lembrança do garoto, torceu tanto para que ele não a reconhecesse, se possível nunca mais.

– Não imagina, eu é que te atropelei quase, vou ter que te pedir desculpas de novo. – ele disse lançando um sorriso tímido a ela. – Bom meninas, tchau, e Anita minha mãe não para de elogiar teu trabalho viu, ontem mesmo ela estava toda empolgada com as tuas peças, disse que não via hora de você aparecer pra ela te dar mais trabalho, porque já tava cheia de ideia. – ele conta.

– Nossa sério, eu fico feliz, a loja da tua mãe, é muito bem frequentada, falou em decoração, arquitetura por aqui, todo mundo procurar ela. – Anita ficou empolgada com a notícia.

– Mais talento também ajuda. – ele afirmou. – Bom eu vou indo mesmo, tchau, tchau... – o garoto foi se despedindo. - Meg, e vamos esquecer o esbarrão né foI um acidente, mais se a gente não se encontrar por aí, eu vou torcer pra gente se esbarrar de novo. – ele disse destinando um olhar totalmente encantando a ela, que apenas não soube que reação tomar.

– Ah quem sabe. – profere a americana um pouco desconcertada sem evitar o sorriso alegre.

– Vai torcer uau... – Anita alfineta, ao sentir certo climinha entro os dois, quando vê o rapaz já longe.

– Hein para, ele elogiou foi você, tem nada a ver. – ela garantiu não segurando o sorriso iluminado.

– O meu trabalho, mais você ele deve estar até agora elogiando mesmo. – Anita rebateu sem se conter. – E para né, eu não quero confusão pro meu namoro, chega disso. – faz menção Anita.

– Óbvio, também se tivesse o que tem de mais, Ben nem é ciumento. – Meg ria.

– Não, se fosse a gente não estaria falando do mesmo Ben né. – Anita diz com ironia.

– Ou não estamos mesmo. – Meg brinca.

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– E a Anita, disse que voltava rápido a já está escurecendo e nada. – Vera reclamava ainda envolvida com o jantar.

– Calma mana, ele deve ter resolvido trazer mais coisa do que achava, aí a doidinha se enrolo. – Luciana tratou de tranquilizá-la.

– Ah tomara, medo dela passar mal por aí, maluca não leva a sério o estado dela. – Vera afirmou, um pouco ansiosa.

– Quer dizer que vocês passaram pra seminal do festival. – Ben ouvia as confidencias da mais nova sentado ao sofá.

– Ahan, e eu to muito feliz, imagina se a gente ganha, nem quero pensar Ben. – a ruivinha confirmava empolgada, entre sussurros.

– Ah mais vem cá esse festival não é só pra maior não. – Ben indaga, ainda sem compreender direito.

– É, mais ainda ninguém descobriu, também se a gente ganhar, fala sério né Ben, tem muita banda lá com burro velho, que é péssima, nós somos os melhores. – ela disse exibida e confiante. – E depois o Junior. – dizia Giovana sendo interrompida.

– Ah o Junior, Gio vem cá, você tá namorando o Junior. – Ben a corta, sem resistir em não perguntar.

– Eu não, eu hein, de onde você tirou isso, garoto doido, eu e o Junior até parece né Ben. – Giovana zomba como forma de negar.

– Giovana, pula essa viu maninha, eu não nasci ontem não. – Ben fica sem acreditar.

– Ah chegou hein. – Vera falou aliviada quando viu Anita entrar.

– Cheguei e se acalma, que só me atrasei mesmo. – se pronunciou Anita em voz alta, logo que ouviu a mãe reclamar.

– Eu não to namorando, para de encher, falou o cara que não desgruda da Anita né. – Giovana esbraveja fechando a cara.

– Engraçadinha. – Ben implica destinando uma careta a ela.

– O que tem eu, posso saber. – Anita se juntou ao papo, ao ouvir sue nome de relance.

– Você nada, eu é que tava aqui perguntando pra Gio. Se... – ele tenta explicar passando a olhar para ela.

– Se nada, tá, para de atormentar ela, coitada nunca mais vai querer assumir um namoro na vida. – Anita cochicha perto do ouvido dele quando senta ao seu lado.

– Linda você né. – Ben foi irônico lhe roubando um beijo. – Aonde você foi hein o moça, Vera disse que você saiu e sumiu, te liguei sabia. – ele aproveita e pergunta.

– Eu sei eu vi, quer dizer quando eu vi já tava voltando. – ela conta se levantando para soltar sua bolsa e sacola.

– Ah você veio posar aqui Meg, ótimo porque eu tenho uma coisa maravilhosa pra te contar. – Giovana levantou do sofá abraçando a americana animada.

– Vim sim. – a loira confirma e as duas comemoram se abraçando.

– Ah entendi, deligada a senhora né. – Ben encara a namorada com cara não muito satisfeita.

– Ih aí Anita, tá achando que é teu dono agora, se fosse você não deixava. – a roqueira implicou com o irmão.

– E eu sou, to pensando em até comprar uma correntinha, assim com meu nome pra pendurar no pescoço dela. – Ben fala travesso sem desmentir a irmã, se movendo e abraçando Anita por trás.

– Hahaha, vai sonhando vai, bastante. – Anita deu um sorriso sarcástico ao namorado. – Vamos lá em cima que eu te explico onde eu tava, coisa chata. – pediu Anita, querendo fugir da confusão em volta, onde todos esperavam o jantar ficar pronto.

– Tá ué, você achou meu casaco. – Ben indagou ao ver a namorada com o objeto em mãos.

– Achei nada, tava lá na Bernadete, você me emprestou aquele dia que tava chovendo, lembra. – Anita ri da desatenção dele enquanto o puxa pela mão pela escada.

– E eu achando que tinha perdido por aí. – diz ele.

– Ah bom, e depois é que sou desligada né. – Anita ri sem parar dele.

– Claro que é. – ele foi implicando com a namorada.

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– E aí foi isso fiquei conversando com a Meg, perdi a hora. – ela conta enquanto conversava com Ben.

– Ah pior, é que eu cruzei com o Sidney lá no portão e ele tava meio baqueado também com isso. – Ben revelou. – Disse até que não mais correr atrás da tua irmã. – Ben revelou parte das confidencias do amigo.

– Ah agora, justo agora. – Anita o encara sentada a cama com certa revolta.

– Anita dá pra entender o cara né, sempre faz de tudo pela tua irmã e ela nem aí. - diz Ben, sendo compreensivo com o loirinho.

– Tá Ben ok, argumento aceito, mas logo agora que a Sofia admitiu que gosta dele, a cara joga a toalha, aí vocês garotos viu , vou te contar. – ela reclama, pressentindo que Sidney podia estar escolhendo a hora errada para tomar tal decisão.

– Ah claro, vocês fazem jogo duro, até não querer mais, se a gente insiste é chato, se não é desertor, pois te devolva a indireta minha cara. – Ben afia sério.

– Hum, to nem aí. – Anita mexeu os ombros indiferente. – E mais só acho que agora era a hora dele insistir, ela gosta dele, isso não é mas discutível, eles tem que tentar se acertar tentando esquecer o resto, chega de pirraça né Ben. – esclarece ela o que pensava.

– É mais a gente não tem que decidir isso, mais sim eles. – Ben afirma meio convencido somente. – Mais é sempre assim né, vocês decidem, a gente que se lixe, você mesmo fez isso comigo durante maior tempão, quando a gente se reaproximou né, tudo é na hora que vocês querem. – ela acusa se aproximando dela.

– Hum e eu lá sabia o que você queria garoto, uma hora tava cheio de risinho, toda derretido pra cima de mim, e na outra bancando o namoradinho da minha irmã, ou você já esqueceu. – Anita devolve com um olhar abusado.

– Você me beijou Anita e fingiu que não. – Ben retruca, fazendo um carinho no pescoço dela, que ri da troca de farpas dos dois.

– Você me induziu ao erro, toda vez que ficava me olhando com aquela cara de urso que queria um pote de mel. – Anita se deslocou de onde estava e se aproximou de Ben, o jogando a cama ente um beijo.

– Que isso Anita, metáfora, meu deus do céu só você. – ele ria diante dos devaneios e beijos da namorada.

– Nenhuma é sério. – ela diz risonha.

– Urdo que quer mel, não agora você se superou. – Ben não conseguia de jeito algum ficar sério.

– É sim, você ficava me olhando com essa carinha carente, e mesmo que eu seja forte, não sou de ferrou né. – Anita pressupõe brincalhona, ainda recebendo beijos empolgados dele.

– Carinha, hãm que carinha hein. – ele disse sendo levado pelos beijos que recebia dela.

– Nem vem, vou falar pra que você sempre usar ela contra mim. – Anita brincou seguido de um beijo envolvente, sem que os dois se recordassem de se moverem, os dois estavam bem espalhados deitados aos pés da cama, um sobre o outro, unidos em um beijo forte.

– Acho que a gente tem um jantar em família sabia. – disse Ben, afastando seu rosto do dela meio ofegante.

– Ué mais a gente nem foi informado. – Anita se fez de desinteressada, apenas procurando o beijar novamente.

– Hei, hei, agora quem tá me induzindo é você. – Ben afirmou sem resistir ao beijo oferecido. – Vamos descer vai, tá cheio de gente lá em baixo, vai melhor a gente parar enquanto a gente consegue. – ele alegou mesmo tentado a continuar.

– Tá bom, não está mais quem está te induzindo. – ela disse rindo travessa, saindo de cima dele para o lado.

– Não faz assim vai. – ele disse em suplica sorrindo. – Por mais que eu te respeite, isso não significa que eu seja de ferro. – o garoto ri.

– Ahahaha, ai nossa, isso me fez lembrar veemente do comentário de uma quase cobra mais cedo. – comenta Anita.

– Que, do que você tá falando, vem cá , você tá desenterrando o zoológico inteiro não é, urso , cobra. – o rapaz acha graça.

– Ah amor, ah eu me estranhei com a Mariana de novo pra variar. – explicou ela.

– Você se entendeu com a Vera , mais não falou disso né, da história da briga, que não foi briga. – pergunta ele, enquanto os dois paravam no corredor.

– Não, mais como diz a tia Lu, eu ainda tenho que desenrolar essa treta com a mamãe. – imaginou Anita, que não daria pra adiar por muito tempo o assunto, por mais que isso desagradasse bastante à mãe. – Mais eu não quero falar disso agora não. – ela afirmou, o beijando, antes dos dois irem para a sala onde estavam todos, esperando por um jantar que com certeza seria bastante animado como os outros.

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– Oi bom dia. – Ben tentava insistente acordar Anita que dormia, em sono pesado, virada para o outro lado. – Bom dia. – repete ele sorridente quando a ver se virar para lhe dar atenção.

– Bom dia. – ela se despertou com voz de sono. – O que você tá fazendo aqui. – ela perguntou confusa, ao vê-lo em seu quarto.

– Ué vim te dar bom dia, não pode. – ele exclamou sorrindo brincalhão.

– Pode né, sempre. – garantiu. – Só não sei como minha mãe deixou isso. – contrapõe Anita, se escorando na cabeceira.

– Pensei que você tivesse dito que ela tava disposta a mudar. – Ben pergunta sentando ao lado dela.

– E sim, ela disse, mas sei lá tenho medo dela não conseguir, ou pior ficar depois forçando essa aceitação aí. – Anita pondera.

– Hei, vamos deixar as coisas se acentuarem sozinhas né. – o garoto propõe com um beijo rápido. – E olha, café na cama pra você. – anunciou ele puxando a bandeira que estava em cima do bidê.

– Olha, gostei disso. – Anita ri. – Acho que vou ficar doente mais vezes, tá todo mundo me tratando tão bem nessa casa. – implica ela deslumbrada com a gentileza.

– Não mesmo, essa é a única coisa que você tá proibida de fazer ok. – afirma Ben. – Mais créditos da badeja pra Vera tá, eu só a conduzi até aqui. – ele revelou as risadas.

– Ah então é pior do que e pensava, a intenção era que eu não tomasse o café de todo mundo e saísse da dieta. – Anita supõe.

– Ai meu deus, para de birra vai. – ele pede, apertando a bochecha dela.

– Não é birra. – desmente Anita.

– Eu vou ter que ir, ou vou chegar bem atrasado no colégio. – Ben comunica mesmo querendo muito ficar ali com ela.

– Você sabe que por mim você não iria a lugar nenhum né. – Anita confessa. – Acho que agora que eu não to indo pra aula que eu percebi, que se não fosse isso a gente ia se ver tão pouco. – comenta Anita sem querer.

– Ai eu sei, mais mesmo longe você sabe que eu to sempre com você né. – declarou ele para animá-la.

– E eu também. – Anita não achou ruim atraso um pouco mais, apenas lhe dando um beijo saudoso, pela manhã de saudade que poderia estar por vir.

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– Minha mãe doida né, arrumou toda cozinha só pra não me deixar fazer nada, não é muito exagerada. – dizia Anita, retirando os pratos dela e de Ben e os levando até a cozinha. – Você já vai. – ela indaga quando se vira e encontra Ben escorado a mesa a observando.

– Hum infelizmente. – ele disse vindo até ela.

– Mais me dá um minuto, queria te falar uma coisa. – Anita solicitou, com certa inquietude em parte sendo notada por Ben.

– Fala, aconteceu alguma coisa. – o garoto indaga receoso, mesmo não tendo perguntado já fazia algum tempo que notou que ela andava parecendo nervosa, mas julgou que fosse por ter que ficar em casa sem ter vontade.

– Nada de mais, assim eu espero. – Anita deu um sorriso para desfazer qualquer mal entendido da parte dele. - Mas ontem, meu pai mandou um recado dizendo que voltou pro Brasil. – ela revelou apressadamente, diante do namorado surpreso.

– Hãm sei, e ele quer matar as saudades das filhas que ele deixou pra trás. – Ben discursou não contendo uma ironia.

– É mais ou menos, mais você acha que eu não devia ir. - pergunta Anita com receio, ao notá-lo incomodado.

– Olha na verdade, mais que isso, acho que a minha opinião não importa, você é que tem que decidir. – o rapaz alega sincero. – O pai é teu não é, e bom não é porque já me estranhei com o Caetano inúmeras vezes, pelos motivos mais diversos, primeiro porque sou filho de quem sou, depois teve a história do nosso namoro, o que ele tentou fazer com o Hernandez, enfim, mas mesmo assim não posso dizer que você simplesmente deve ser afastar dele, não seria justo eu te pedir uma coisa dessas. – explica ele tentando ser imparcial.

– É meu pai, até a Sofia me veio com essa ontem. – a garota desabafa, soltando o pano de prato sob a mesa, já impaciente sem conseguir tomar uma decisão. - E por mais que isso esteja meio obscuro não é, a acerca do que significa, a verdade é que ele sempre foi assim né Ben, desde que minha mãe se separou, um lunático completo. – Anita diz nervosamente.

– Faz o que a tua consciência mandar tá, e eu vou estar aqui sempre. – garantiu ele sem querer pressioná-la, sabia que era uma decisão dela... A uma Anita que sorriu agradecida.

– Obrigada. – ela agradeceu com um abraço cheio de ternura.

Ben saiu para ir ao trabalho, e Anita ainda ficou andando impaciente se revezando entre sala e cozinha, enquanto pensava o que de fato decidir, “enterrar” Caetano de uma vez, como ele tentou quando forjou a própria morte e esquecer –se de sua existência, ou ir ao encontro dele e lhe dar uma chance de se justificar, por mais que a garota soubesse que seria muito difícil dela ouvir qualquer explicação que fosse do homem e julgar como normal e aceitável.

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– Anita já falei com a mamãe, ela deixou a gente sair. – Sofia informava vindo até o quarto e apenas encontrando a irmã amarrando os cabelos mergulhada em seus pensamentos.

– Ela não desconfiou mesmo. – Anita rebate questionando, ainda pensando em desistir.

– Não, já disse que não. – Sofia produz certa impaciência dentro de si, ao perceber como Anita parecia tranquila e nada apressada. – Mais agora vamos né, não quero pegar trânsito pra ir pra Barra. – a loirinha vai puxando Anita por um braço.

– Afff Sofia, to indo. – Anita apanha a bolsa reclamando.

– É aqui, se tem certeza Sofia, no antigo apartamento dele. – Anita não entende quase nada quando a irmã mais nova a conduz até a porta do apartamento que era e Caetano.

– Ahan, papai me disse que, eles voltaram pra cá, meio escondidos, mais voltaram. – Sofia confirmou, já tocando a campainha ansiosa pra ver logo o pai.

– Porque eu não me surpreendo. – Anita resmungou mais para si mesma do que para Sofia, que até pelo estado de tensão e alegria por ver o pai, nem ouvi a reclamação de Anita.

– Minhas princesas, é tão bom ver vocês. – o homem diz quando abre a porta, abrindo os braços para abraçar as duas garotas.

– Tão bom te ver pai, você sumiu né. – Sofia disse se rendendo ao abraço terno.

– É, a gente achou que você tinha morrido de verdade pai. – Anita segue o gesto da irmã e o cumprimenta também com um abraço, mas não dispensa a ironia quando se dirigi a ele.

– Vamos, vamos entrar. – Caetano disse amenizando as coisas. – O importante é que agora eu estou aqui, com meus dois amores. – ele as paparica no intuito de não levar nenhuma bronca, Sofia parecia calma e até feliz em vê-lo, mas o homem conhecia muito bem aquele olhar de predadora prestes a dar o bote, que via estampado no rosto da filha mais velha.

– É tá, só que pra sumir de novo é um pulo. – Anita rebate sem a menor pretensão em disfarçar que não estava contente.

– Sem draminha né Anita. – Sofia a fuzila impiedosa, porque a irmã era tão certinha às vezes julgou impaciente com o jeito que conhecia tão bem.

– Eu tenho novidades meninas. – revela Caetano.

– O que, por exemplo, pretende morrer de vez, ou está sendo indiciado por mais algum crime que a gente ainda nem saiba. – Anita profere em total sarcasmo.

– Não filhinha, é algo mais... – Mais, mais... – Caetano enrolou quando não soube o que explicar.

– Pai fala logo. – dessa vez foi Sofia que pediu rispidamente.

– Então vamos lá. – o homem diz gesticulando.

– O que o Caetano tá querendo dizer meninas, é que vocês vão ganhar um irmão em breve. – Zelândia surge altiva e sorridente na frente das duas.

– Paii!! – Sofia grita com ele arregalando os olhos, espantada com o que vê, assim como Anita que não sabe o que pensar.

– Calmem meninas, papai vai explicar tudo. – Caetano tenta amenizar a cara das duas que não era amigável.

– O que? – Como se fazem bebês, isso a gente já sabe né pai, só não sei como você teve coragem, de por outra criança no mundo com teu sangue. – Anita ruboriza, não sabendo o que pensar do assunto, pois não esperava mesmo.

– Pai, me diz que a barriga dessa biscateira está assim, desse tamanho, porque ela comeu alguma porcaria, é enchimento, é de pano, isso não é verdade. – Sofia olha Zelândia irritada, que aparentemente estava grávida de uns quatro a cinco meses.

– Não é não, tem um Caetaninho aqui dentro. – Zelândia diz feliz, mostrando parte da barriga que já aparecia. – To grávida de três meses e meio. – ela comunica.

– Caetaninho, ai meu deus, estou tendo um pesadelo. – Anita entra em pânico só de pensar.

– Vocês vão ter um irmãozinho filhas, comemorem. – Caetano disse animado com a hipótese de ter um filho homem.

– É o apocalipse Anita, o fim dos tempos e tá próximo. – Sofia olha para a irmã partilhando do olhar atônito dela.

– O pai, o que você tem na cabeça Caetano. – Anita se cansa de bancar a pacifica e explode com ele. – Você se finge de morto, é quer ter um filho, você tá sendo procurado pelo polícia sabia, onde essa criança vai nascer atrás das grades, porque você vai levar a Zelândia pra morar em uma cela de luxo é. – a garota lhe dá uma dura.

– Podia ter evitado isso né. – desgosta Sofia também.

– Mais filha, aconteceu. – ele diz. – Vocês não precisam ficar com ciúmes. – o homem alega.

– Aconteceu, pelo amor de deus, qualquer pessoa no mundo de hoje sabe como se evita um filho. – Anita não se convence.

– Essa daí te deu o golpe da barriga, seu trouxa. – acrescenta Sofia.

– Ou perai, até agora eu ouvi calada sem me meter, mais vocês já estão me ofendendo. – Zelândia devolve.

– Sem ofensas Sofia, ela tem razão. – Anita percebe. – Mas, gente eu não sei mesmo que pensar dessa situação de vocês, coitada dessa criança. – Anita diz, temendo pelo irmão que ainda nem havia nascido.

– Por isso que e preciso da ajuda das minhas meninas, eu quero me redimir, mas sozinho tá difícil. – Caetano suplica, se ajoelhando aos pés das duas, que estavam uma do lado da outra.

– Ai tá pai, a gente já desconfiava que você não nos chamou aqui pra nada. – Sofia dispensa os rapapés.

– É melhor você deixar o mimimi, pra minha mãe, pro Ronaldo, que acham que você morreu. – também não se dobra Anita.

– Eu sei que vou ter que me entender com a Vera, e com aquele Ronaldo. – Caetano concordou mas sem deixar o sarcasmo de lado. – Mas, agora me contem como vocês estão minhas princesas. – ele pergunta as puxando para sentarem no sofá ao seu lado, as duas garotas apenas se deslocam não muito animadas.