– É talvez seja melhor nós, irmos almoçar né, antes que a Vera nos lembre disso. – opinou Ben ofegante interrompendo o beijo, para recobrar a consciência de onde os dois estavam.

– Hum, ótima lembrança. – sorriu Anita constatando que o garoto tinha certa razão, levantando-se em seguida. – Mais acho que eu preferia ficar aqui. – lamentou Anita fazendo bico se recusando a descer e encarar tantas pessoas inconvenientes na sala de casa.

– Hãm acho que eu posso nos conceder mais cinco minutos. – sorriu Ben empurrando a namorada na cama novamente e a cobrindo de beijos.

– Maura eu vou ter fazer o bolo ok, sem cobrar a taxa de urgência, você cometeu um engano nada anormal, mas da próxima vez, tome mais cuidado, afinal você estava me acusando de negligencia. – Vera ainda discutia com a vizinha sobre o mal entendido envolvendo a entrega.

– E eu te agradeço Vera, e também eu admito que mandei mal. – Maura admitiu, sob olhares de pressão do Hernandez. – Agora você acha que dá pra entregar este bolo pra mim, e ainda tem o bufe da festa gente. – a mulher se preocupava com o sucesso de seu evento.

– Acredito que dê tempo, na hora do almoço mesmo, eu vou fazer o bolo que é o principal. – Vera afirmou procurando ser solicita.

– E aí gente deu pra resolver o problema. – questionou Anita chegando de mãos dadas com Ben a sala.

– Sim, mas agora filha, Anita você vai ter que me ajudar com o bolo, vou ter que trabalhar aqui em casa mesmo, a cozinha do bufe está sendo visita por fiscais da vigilância, e se eu esperar não vai dar tempo do bolo da Maura ficar pronto. – Vera pediu ajuda a Anita, mesmo com todas as divergências das duas.

– Tá eu ajudo sim. – a garota não se negou. – Do que era o bolo. – indagou ela.

– Era nozes com chocolate, mas agora pode ser do que vocês me conseguirem, eu só preciso de um bolo com glace. – disse Maura dramática, temendo perder seus clientes e ainda por cima ter que devolver o dinheiro da festa.

– Tá eu vou agilizar então, ver se falta algum ingrediente, se for o caso eu mando alguém trazer lá da cozinha do galpão. – afirmou Anita andando apressada para a cozinha, enquanto Ben continuou em silêncio se desdobrando em observar o jeito compenetrado com que Antônio perseguia a namorada com o olhar, só podendo sentir raiva.

– Porque você ficou mandando mensagem pra Anita mais cedo Antônio, porque ficou sabendo que ela tava sozinha só pra aterrorizar a garota. – Ben cobrou quando se aproximava de Antônio, que fitava a garota atento.

– E isso é da tua conta. – Antônio falou indiferente, encarando o meio- irmão com ira.

– Muito, mais você sabe disso, você me venceu uma vez e conseguiu o que você queria, fazer mal pra ela, mais dessa vez a coisa vai ser diferente pode acreditar. – quis garantir Ben, se estressando com a insistência que Antônio tinha em perseguir sua vida e a de Anita. – Porque você não cuida a tua vida, você já se encrencou com a polícia, da próxima vez que você aprontar não vai ir mais pra uma instituição de menores infratores somente, mas pra atrás das grades, então não facilita, se você continuar perseguindo ela desse jeito eu vou tomar uma atitude e drástica. – disse Ben não escondendo que não se passava somente de uma ameaça, mas sim de um aviso claro.

– Você tá ameaçando o Antônio porque, não entendi Ben. – Hernandez pôs os dois contra a parede ao desconfiar do teor da conversa discreta.

– Não, só estou o aconselhando. – respondeu Ben de forma indiferente.

– Deixa Hernandez, e no final sou eu o mau caráter. – Antônio aproveitou pra se fazer de vítima, Ben se afastou sem dizer absolutamente nada e foi ao encontro de Anita.

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– Meu deus a Maura não podia ter me aprontado uma dessas. – reclamava Vera atrapalhada fazendo o bolo encomendado pela megera.

– Pra mim ela fez isso de propósito. – Pedro opinou no momento que os observava.

– Não exagera Pedrinho, ela não iria falir a mamãe pra ficar com o casarão por conta de um bolo. – ria Anita das alegações do pequeno, enquanto misturava uma das massas do bolo para a mãe. – A julgar pelo jeito nervoso que ela bateu aqui atrás da mamãe, ela estava mesmo preocupada, e olha que em outra ocasião eu nem defenderia a Maura. – afirmou Anita as risadas ao lembrar da cara de espanto da mulher.

– Ai o buffet, tenho que avisar a Bernadete pra organizar tudo, já nem lembrava. – Vera se lembrava já nervosa com tantos afazeres. – Eu vou ter que sair, Anita cuida do bolo que está ao forno, por favor, não me deixa queimar, ou eu estou perdida. – justificou a mulher.

– Vai tranquila mãe. – alegou Anita risonha.

– Você quer ajuda. – Ben a perguntou.

– Eu também posso ajudar. – prontificou-se o caçula animado.

– Será que ganhei dois ajudantes, ou só mais dois pra atrapalhar. – disse Anita em um tom brincalhão.

– E você está sendo plenamente injusta. – garantiu Pedro.

– Ah legal. – Anita riu.

– Tá sim. – Ben alegou seguido de uma gargalhada.

– Você me alcança aquela forma dali. – pediu ela a Ben. – E Pedrinho pega o açúcar ali pra mim, e mistura o chocolate que está na outra tigela. – pediu ela ao pequeno.

– Pra já. – retribuiu o garotinho realizando o que a irmã pedia.

– Eu vou te falar viu, acho que a mamãe só pode fazer essas encomendas todas no automático, ela já nem pensa mais, porque aja trabalho. – Anita reclamava despejando a massa na forma.

– Ai Anita. – Ben se pôs a rir dela.

– Qual é a graça posso saber. – retrucou Anita com altivez, voltando-se para ele depois de colocar o bolo no forno. – Gente dá pra parar de rir, por favor. – quase ordenou ela, ao constatar o ar risonho de Pedro também para ela.

– Vem cá princesa. – Ben se aproximou dela sério. – Tá toda lambuzada de massa. – revelou ele as risadas.

– Tá quase um bolo humano. – ria Pedro arrancando gargalhadas do irmão mais velho.

– Ah eu viria palhaça agora. – chateou-se ela. – E eu lá estou com tempo pras bobagens de vocês, olha como eu to preocupada. – a garota resmungou entre uma careta.

– Não, mais da próxima vez que você for colocar a massa na forma, vê se não suja a mão e depois leva no rosto. – argumentou o menino espertamente.

– Deixa eu tirar vai. – argumentou ele procurando um pano.

– Ah nem vem, fica ajudando o Pedro a rir da minha cara. – afirmou Anita não conseguindo ficar sem achar graça, enquanto Ben tentava limpar seu rosto com um guardanapo.

– Ai não fica bravinha vai. – pediu Ben, a abraçando e lhe dando um beijo carinhoso.

– Eu não to brava. – garantiu Anita com seriedade.

– E agora estão os dois melecados. – debochou o garotinho ao fitar os irmãos.

– Ah pior. – ela concordou risonha, ao olhar para o ombro de Ben onde ela havia repousado a mão. – Você tá achando ruim. – disse Anita abraçando Pedro e o sujando também.

– Para, porque sempre sobra pra mim as piores brincadeiras, só porque sou o menor. – Pedro fingiu chateação se esquivando da irmã inutilmente.

– Acredita pior sou eu, que sempre sacaneio a mim mesma. – gargalhou Anita.

– No teu caso já é crônico. – quis garantir Pedro, zombando da irmã.

– Tá mais chega né, óh parei nem vem de vingançinha ou daqui a pouco essa cozinha fica inabitável, e a bronca vai ser federal. – alertou Anita indo até a pia para lavar as mãos.

– A gente vai ter poupar dessa. – retrucou Pedro.

– Me poupar, que metidos vocês. – zoou Anita com ironia.

– Claro ué, dois contra um, que chances você teria. – afirmou Ben caminhando até ela e a abraçando por trás, no momento em que ela lavava algumas vasilhas.

– Ai que bonitinho você. – Anita jogou água nele, rindo sem parar.

– Tony, vai onde. – questionou Hernandez da sala do casarão onde conversava com Ronaldo.

– Embora você pode levar sozinho o bolo da Maura. – o menino disse com certa ira na voz.

– Mais porque, não entendo. – o Hondurenho indagou.

– Pergunta pro teu queridinho, já que ela faz questão de esfregar o relacionamento dele com a Anita na minha cara, só pra provocar. – Antônio afirmou com irritação, fitando de relance a confusão divertida, que Anita e Ben espalhavam pela cozinha recebendo ajuda de Pedro.

– Mas... – Hernandez se quer teve tempo de argumentar já que o garoto saiu apressado porta a fora. – Eu não entendo o que acontece com esse menino. – lamentou Hernandez a Ronaldo, que parecia só observar atônito.

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– Gente, cadê o almoço, to morrendo de fome. – falava Giovana entrando aos gritos pela porta de casa.

– Ah não, não tem almoço, eu to com fome poxa. – Vitor alegou estranhando ao não ver a mesa posta.

– Vocês se atrasaram não é, ninguém colocou a mesa, minha mãe tava fazendo bolo. – respondeu Anita ao perceber o buchicho dos irmãos.

– Então eu vou ajudar. – Giovana se prontificou.

– Aleluia uma alma bondosa nessa casa. – disse Anita com drama.

– Se bem que esse bolo aqui tá com uma cara ótima, o cheiro então. – Vitor afirmou a respeito do bolo que Anita acabava de tirar do forno.

– Não, nem pensa, não toca nesse bolo Vitor, ou corre o risco da gente nunca mais ver um na nossa frente, minha mãe vai matar todo mundo, e pro bolo da Maura. – Anita esclareceu com cara de susto arrancando gargalhadas de Giovana.

– Olha se não fosse pela Vera, eu até comia mesmo, a Maura vive aprontando pra cima da gente, tinha era que por uma tabua no lugar do bolo pra aquela megera aprender. – Vitor contrariou debochado.

– Seria épico. – Giovana numa raridade concordou com o irmão.

– Ai gente parou vai. – Anita começou a rir dos devaneios dos dois. – Vamos por a mesa, também to com fome. – sugeriu ela.

– Mais adequado mesmo. – concordou a ruivinha.

– Eu vou olhar TV, enquanto isso. – Vitor se retirou da cozinha.

– Desertor. – Giovana implicou, sem o irmão se importar.

– Eu te ajudo Gio, vê os talheres lá, que eu vou arrumando os pratos e os copos. – Ben opinou.

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– Ben toma cuidado, eu ouvi claramente quando o Antônio te acusou de esfregar teu relacionamento com a Anita na cara dele só por provocação. - Ronaldo alertava o garoto, enquanto ele lhe ajudava a levar algumas caixas até o restaurante.

– Deve ser porque esse é o papel que o Antônio desempenha melhor não é. – retrucou Ben insatisfeito.

– Filho toma cuidado, deixa esse garoto fora da vida de vocês, tecnicamente não sei se eu consigo proibir o Antônio de frequentar minha casa, por conta da boa relação que eu tenho com o Hernandez, mais não entre neste jogo. – exclamou o pai.

– Parcialmente o Antônio já está na minha vida, porque ele insisti em não me deixar em paz, mas óbvio que eu quero e tento manter distância, só que ele tenta perturbar de todas as formas, a última dele foi ficar mandando mensagem enigmática pra Anita. – Ben acabou revelando. – O Hernandez simplesmente vai continuar achando isso normal, na boa, juro que eu não entendo. – ele se viu perplexo com a insistência do homem em não enxergar as atitudes tortas de Antônio.

– Ben... - Com isso qualquer atitude que você tome só aumenta as chances do Antônio de pregar que você é o errado, é isso que ele quer Ben, te afastar do Hernandez e até da Tita. – Ronaldo alertou.

– Eu não vou fazer nada não pai, ao menos por enquanto, alimentar a loucura do Antônio só vai ser pior, nisso você tem razão. – garantiu Ben. – Bom é, eu vou indo, ou vou acabar me atrasando. – comunicou o garoto ao chegar ao restaurante e depositar a caixa que ajudou o pai a carregar sobre uma das mesas.

– Vai sim, bom trabalho pra você. – desejou Ronaldo.

– Valeu, igualmente, tchau pai. – respondeu Ben ao se despedir.

A noite já caia no Grajaú quando Ben entrou pela porta de casa e avistou Anita solitária na cozinha, lavando um copo na pia.

– Eu já tava morrendo de saudade sabia. – disse Ben caminhando discreto até a cozinha, abraçando Anita, seguido de um beijo no ombro.

– Tava é, não parece sumiu até agora, achei que tinha esquecido que tinha casa. – Anita afirmou o olhando de relance.

– Ai me atrasei mesmo, eu tive que participar de uma reunião tediosa antes de vir embora. – contou ele se sentindo um pouco exausto. – Porque você não me ligou, já que achava que eu estava demorando. – questionou ele, beijando o pescoço dela.

– Eu não, vou ter que ficar te monitorando agora toda vez que você sumir. – Anita respondeu remexendo os ombros indiferente.

– Ah esqueci que você é muita segura de si e não me daria essa moral toda. – afirmou ele risonho no momento que Anita virava para encará-lo.

– É em parte não deixa de ser uma verdade. – Anita falou com um beijo.

– Então tá né. – Ben riu. – Você tá cheirosa sabia. – disse ele, a envolvendo em um forte abraço e deixando beijos carinhosos no pescoço dela.

– É né cansei de te esperar, tomei um banho e fui resolver o que eu tinha que fazer. – ela implicou com o atraso do garoto.

– Mil perdões, mas nesse caso acho que vou demorar mais vezes, se for pra te encontrar assim, linda, maravilhosa, cheirosa... – declarou o rapaz entre sorrisos.

– Larga de ser bocó garoto. – Anita se pôs a rir dos elogios de Ben a ela.

– Eu sou mesmo e quando o assunto é você ainda mais. – declarou ele a beijando com empolgação.

– Ai Vitor o que você quer? – indagou Ben ao ver o garoto parado, encarando ele e Anita.

– Os dois agora viraram fantasmas é isso, vocês não tem nada pra fazer não, principalmente você Mariana. – Anita confrontou a garota insatisfeita ao ver ela acompanhar Vitor.

– A gente não, já vocês pelo visto. – a garota respondeu sorrindo dissimulada.

– É realmente a gente estava muito ocupado, até vocês interromperem. – retrucou Anita ficando impaciente.

– Vocês não tem vergonha não, meu pai e a Vera são dois otários mesmo, vocês não estão nem aí pra eles. – Vitor resmungou insatisfeito.

– Vitor eu já te disse uma vez e vou dizer de novo, não se mete na minha vida, por favor. – Ben bufou desgostando das palavras do irmão mais novo. – Vamos lá pra fora. – convidou Ben saindo a puxar Anita pela mão.

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– Você já notou como a Anita e o Ben, andam isolados. – comentava Vera com o marido.

– Em que sentido você diz isso. – Ronaldo indagou se interessando pelo assunto.

– No sentido que os dois, só fazem companhia um para o outro, não conversavam quase com a gente, saem e não nos dão satisfação. – disse ela ressentida.

– Vera até aí não tem nada de anormal, nós demos uma bronca federal nos dois, não seria normal se os dois não se apoiassem. – ele alegou calmamente. – Vera você tem que conversar com a Anita, desde que essa história se deu você se recusa a falar com ela. – Ronaldo foi sincero com a mulher e não a poupou.

– E ela me escuta. – rebateu Vera.

– Você tem que tentar Vera, ela é tua filha. – Ronaldo afirmou.

– Sei lá Ronaldo, a Anita anda tão diferente, nem parece aquela menina sensata que sempre me ajudava em tudo. – ela falou. – Ela brigou no colégio de novo, como eu posso lidar com esse jeito intempestivo dela. – Vera se perguntou, mal sabendo como agir.

– Conversando Vera, não é se afastando dela que você resolverá algo. – ele argumentou.

– Mas é a Anita que se afasta, eu fico sem saber como agir. – Vera disse desapontada.

– Você precisa ser paciente também, ainda mais por que... – Ronaldo se calou ao não saber como explicar o que queria dizer, sem aferventar ainda mais os ânimos de toda história.

– Como assim, do que você tá falando, Ronaldo o que você sabe que ainda não me contou. – Vera perguntou tensa. – Faz dias que eu percebo que você quer me dizer algo, mais nunca fala, o que houve, fala por favor. – ela ficou assustada.

– O Ben e a Anita. – Ronaldo descruzou os braços e caminhou até a cadeira perto a penteadeira e sentou encarando a esposa.

– O que tem os dois, fale eu já estou agoniada. – Vera afirmou um tanto descontrolada.

– Aquela viagem que a Bernadete fez a São Paulo e levou a Anita. – disse ele com pesar em trazer mais preocupações a esposa.

– O que tem isso. – indagou ela nervosa.

– A Anita não estava com a Bernadete, mas sim com o Ben. – revelou Ronaldo receoso devido à reação que ela poderia ter.

– Com o Ben, mas aonde. – ela disse confusa.

– Isso eu não cheguei a perguntar para os dois, mas os dois viajaram juntos, parece que a Anita pediu ajuda a Bernadete e ela ajudou os dois. – exclamou Ronaldo.

– Ronaldo esses dois estão achando o que, que o mundo é só diversão, depois de tudo que já houve até aqui, eles não tem um pingo de juízo por acaso. – Vera se revoltou, com os arroubos da filha e do enteado.

– Pois eu vou ter uma conversa muito séria com a Anita. – disse ela categórica.

– Vera escute. – Ronaldo quis impedi-la, mas foi em vão.

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Anita e Ben jogavam conversa fora e namoravam, sentados ao chão do quintal, enquanto fitavam a noite do Grajaú, que estava calma e pacata junto ao céu estrelado.

– Será que elas são tão lindas assim, se a gente olhar lá de cima. – proferiu ela, se referindo as estrelas, que pareciam reluzentes tamanho eram seu brilho bem de pertinho. - Será mesmo. – se perguntou Anita, fitando o céu e se escorando ao ombro de Ben.

– Olha não sei, mais daqui ou de lá de cima, elas nunca seriam mais lindas do que você. – declarou ele, a encarando de forma apaixonada.

– Eu diria. – murmurou ela, entrelaçando os dedos nos cabelos dele. – Você tá tão iludido, quanto se você tivesse olhando pra estrelas. - Anita sorriu divertida.

– Pra que... – Se você brilha mais que elas. – afirmou ele a envolvendo em um beijo carinhoso.

– Marta você viu a Anita. – Vera chegou agitada a cozinha com Ronaldo logo atrás, demostrando preocupação.

– Acho que ela está no quintal. – a mulher respondeu.

– Onde mais ela estaria, não é. – Vera foi irônica saindo à procura da filha.

– Ronaldo o que deu nela. – Sofia percebeu que havia algo errado, e pela quantia de vezes que já tinha recebido broncas da mãe constatou que ela estava furiosa com Anita, Ronaldo se quer soube o que falar.

– Anita você pode ir lá pra dentro, quero falar com você. – ordenou ela, quando a encontrou deitada ao chão, com cabeça escorada no colo de Ben.

– Hei mãe, que histeria é essa. – Anita levantou perplexa.

– Anita faz o que eu te pedi, agora. – Vera procurou se controlar.

– Tá bom. – Anita acabou obedecendo, só recebendo olhares confusos de Ben.

– Então quer dizer que você enganou a todos nós, e ainda por cima usou a Bernadete pra isso. – A mulher foi logo disparando quando entrou com Anita, no quarto das filhas.

– O Ronaldo te contou. – suspirou Anita ao perceber. – Eu não queria enganar ninguém mãe, eu juro, eu só queria um tempo pra mim e pro Ben. – justificou Anita, mesmo achando que Vera não acreditaria.

– Não é o que parece não é Anita, filha onde você anda com a cabeça, pra tomar uma atitude dessas. – pressionou Vera.

– Mais não aconteceu nada tá, a gente só queria passar um tempo juntos. – pronunciou Anita tenebrosa.

– Como da outra vez, que acabou do jeito que acabou. – cobrou ela.

– O Antônio que aprontou aquilo tudo, a gente não teve culpa. – se alterou Anita. – Ou pelo menos não intencionalmente. – ela alegou preocupada.

– A verdade é que vocês dois não medem as consequências de nada e não admitem isso. – esbravejou Vera. – Eu to muito preocupada com os rumos disso tudo. – expôs ela.

– Eu vou lá em cima, antes que a Vera descasque a Anita. – Ben afirmou decidido e cansado de andar de um lado para o outro na sala.

– Ben eu te peço não se meta. – Ronaldo pediu para o impedir.

– Foi mau pai, mais não dá pra te obedecer dessa vez. – Ignorou o garoto saindo da vista de Ronaldo e subindo a escada.

– Eu vou tentar deixar as coisas se assentarem, mas eu estou sem saber o que pensar disso tudo minha filha, melhor nós irmos dormir. – Vera informou, lançando um olhar piedoso a garota. – Por mais que eu esteja desapontada ao extremo, como o egoísmo que você conduz essa tua relação com o Ben, sem pensar em nós e em mais ninguém. – declarou ela deixando Anita desolada apenas.

– Anita eu. – proferiu Ben, ao encontrar a menina sentada a cama parecendo deprimida.

– Oi. – ela respondeu apenas.

– Você tá bem. – ele indagou se preocupando.

– É acho que eu to, só to preocupada com a Bernadete. - disse a menina. – A mamãe vai ficar chateada com ela. – previu Anita com a cabeça pesando diante de tantos problemas.

– Se preocupa com isso não vai, pelo menos não agora. – Afirmou Ben sentando ao lado dela e lhe dando um abraço.

– Ai sei lá, só queria que uma vez na vida alguém tentasse me entender. – lamentou Anita deixando uma lágrima escapar.