– Ah quer dizer que a filha pródiga lembrou que tinha casa. – Vera tagarelou quando viu a filha fechar a porta de casa com força.

– Oi mãe, tudo bem comigo também. – Anita respondeu insatisfeita e sem paciência para as alegações de Vera.

– Onde você estava Anita, eu não mandei você cuidar do almoço das crianças para mim hoje. – disse Vera insatisfeita com a falta de noticias que teve da garota durante o dia.

– Agora é assim não é, você manda, manda, e eu só obedeço. – Anita depositou a bolsa em cima do sofá com rispidez. – A gente não tinha que conversar como duas pessoas normais não dona Vera. – perguntou a menina, vindo até ela que fazia companhia para Luciana, Cícera e Marta na cozinha.

– E você não acha que está uns bons meses atrasada neste pedido. – cobrou a mãe, fitando Anita com certa decepção.

– Pensei que nunca fosse tarde pra se esclarecer as coisas, se toda humanidade pensasse que a única forma de fazer o outro aprender é punindo com o mesmo erro, o mundo estaria muito pior do que já é. – se defendeu Anita procurando não perder a paciência com ela.

– Pois eu, estou achando que algumas pessoas só aprendem quando quebram a cara com os erros que tornam sempre a cometer. – a mulher dialogou sem a menor cerimonia.

– Obrigada, eu vou me lembrar disso quando eu estiver na lama novamente. – Anita afirmou com ironia e ressentimento, também não fazendo questão de maquiar a situação devido a presença da prima de Vera e da mãe do namorado.

– Não enrola Anita. – ralhou Vera. – Onde você estava Anita, com o Ben, passou toda tarde onde. – ela continuou perguntando.

– Impossível né mãe, você sabe muito bem, que ele trabalha toda a tarde. – respondeu Anita aos suspiros. – Por tanto a não ser que eu estivesse no cursinho com ele, eu não o vi, o que aliás, seria mais um paradigma pra gente administrar não é, porque um já temos já que você e todo mundo insistem em dizer que a gente é irmão, um outro de aluna e professor já seria um pouco demais. – reagiu Anita as acusações da mãe em um impulso– Tava na Julia, ela e a mãe tão pensando em reformar a casa, aí ela me pediu uma ajuda. – esclareceu Anita mesmo sem vontade.

– E porque deixou o pessoal sem almoço, posso saber. – perguntou Vera.

– Porque você pode até não acreditar, mas eu tenho mais coisas a fazer do que namorar o Ben, pra estragar a paz e harmonia da família. – disse ela depois de um sorriso irônico. – E deixando claro eu não deixei o Pedro sem almoço, porque ele sim precisa de ajuda aqui, mais que os outros, o lanche dele ele levou pro colégio e como ele não veio em casa, ficou até um pouco mais tarde no colégio. – ela justificou. – E só pra esclarecer, eu acho bom todo mundo aqui aprender a no mínimo a me respeitar daqui pra frente, porque o tempo de aturar desaforos, chorar e desabafar com meu travesseiro acabou, eu posso até não ter mudado tanto assim, mas essa Anita já era, essa sim. – avisou Anita cansada das cobranças de todos sempre regadas de falta de consideração. – Eu vou subir, se alguém perguntar por mim, digam que eu morri. – encerrou ela, indo até a geladeira enchendo um copo com água e saindo apressada.

– Anita, Anita... – Chamou Giovana vindo do quintal com alguns papéis em mãos.

– Ai Gio, o que foi agora, se é problema deixa pra amanhã, porque hoje eu já estourei a cota. – Anita respondeu apreensiva.

– Não é que. – a ruiva sorriu debochada diante de toda agitação da irmã. – É que eu peguei as correspondências da caixinha de correio e tinha isso aqui pra você. – explicou Giovana calma.

– Ah obrigada. – agradeceu Anita vendo que até havia se esquecido.

– Aqui uma revista, três faturas de cartão, e uns folders de universidades. – entregou ela separando o que era endereçado a Anita e lhe entregando. – Eu não sabia que você já tava vendo lugar pra estudar ano que vem. – comentou ela com curiosidade.

– É melhor correr né, porque agora o tempo vai virar um inimigo, de tão rápido que tá passando. – respondeu Anita apenas. – Valeu tá, vou subir. – disse Anita.

– Espera, tem mais uma coisa. – alegou Giovana pensativa.

– E o que seria. – perguntou Anita rindo da cara distraída de Giovana, quando se virou para encara-la do topo da escada.

– Ligou uma mulher pra você, falou que quer a encomenda pra amanhã, não sei mais o que. – a ruiva disse confusa, ao não lembrar-se direito do recado.

– Giovana, explica direito que assim nem eu entendo, e desse jeito a mamãe vai pensar que eu estou traficando entorpecentes também. – riu Anita, Vera apenas balançou a cabeça se concentrando em cortar alguns legumes para jantar.

– Foi isso ela ligou, perguntou por você, eu disse que você não tava, aí ela disse que a encomenda era pra amanhã. – repetiu Giovana. – Ah sim, e que queria também mais duas peças, iguais as que você entregou semana passada. – disse ela esclarecendo.

– Tá ih você sabe o nome da pessoa. – falou Anita desconfiando mais ou menos de quem se tratava.

– Karina, não, não era, Carla, acho que era isso. – afirmou à roqueira.

– Tá obrigada de novo, to indo. – proferiu Anita subindo as escadas devagar.

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– Ronaldo, oi, será que a gente pode falar. –Anita questionou batendo na porta do quarto da mãe e do padrasto que estava entreaberta.

– Pode Anita, eu só estava fechando essas contas aqui do restaurante. – falou ele parando o que fazia e voltando sua atenção para enteada.

– Então na verdade acho que você não vai gostar do que eu quero falar. – disse Anita receosa.

– Ah não Anita o que você e o Ben me aprontaram dessa vez. – pronunciou ele já se preocupando.

– Bom no momento nada, eu acho. – disse ela não muita convencida se estava certa. – Mais eu quero falar do que a gente já fez. – afirmou a menina. – Porque você ainda não disse pra mamãe que eu menti pra ela que tava com a Bernadete pra viajar com o Ben. – questionou ela.

– Porque eu ainda não consegui arrumar uma hora boa pra conversar com a Vera, e na verdade anda tudo tão corrido. – se explicou ele.

– Ronaldo essa hora não existe, quanto mais você demorar pra falar pior vai ficar. – alegou Anita se preocupando com tal dilema. – Eu vou falar, aliás, vou falar agora mesmo, você não tem que se meter nessa história a burrada foi minha. – comunicou ela decidida a tomar uma atitude.

– Só tua, eu não acredito. – afirmou Ronaldo, pesando a parcela de culpa de Ben.

– Não, nisso foi, fui eu que tive a ideia de convencer a Bernadete a me ajudar. – afirmou Anita defendendo o garoto.

– Como se a ideia que saísse da cabeça do Ben, seria menos mirabolante. – sorriu ele desconcertado, talvez ele estivesse certo numa única coisa podia acusar Anita e o filho de qualquer coisa, menos de não terem coragem para assumirem as confusões que criavam quando era necessário.

– Tudo bem, mais eu vou contar pra ela, não adianta adiar isso. – disse ela, se negando a voltar atrás em sua decisão.

– Anita eu te peço não faça isso, a única coisa que você irá conseguir é mais uma confusão nessa casa. – argumentou Ronaldo querendo que a garota desistisse de tal ideia.

– Ronaldo, a mamãe tá de bronca comigo mesmo, sério que pode ficar pior, não porque você não deve ter percebido o jeito que ela tá me tratando. – Anita ressaltou.

– Ela esta chateada, chateada porque você excluiu ela da tua vida, mas isso passa. – ponderou Ronaldo querendo defender a mulher.

– Sério, eu acho que você pode se decepcionar e muito. – alertou ela descrente.

– Não conta, pelo menos por enquanto. – pediu ele. – Anita eu estou realmente disposto a entender você e o Ben, não quero que os erros de lá atrás coigitem a se repetir, mas pra isso vocês também precisam ter mais calma. – ele quis demostrar seus argumentos.

– Tá, mas não é porque me falta coragem de peitar minha mãe, pra ser sincera eu não suporto mais isso, to chegando no meu limite. – Anita resolveu atender os pedidos do padrasto.

– O que vocês dois tem que ter na consciência, é que os dois pela segunda vez armaram um circo enorme, que não vai se desfazer da noite pro dia. – argumentou Ronaldo. – Acredita eu só quero dar o melhor desfecho pra essa história, agora sem o Caetano aqui eu sou mais responsável por vocês dois do que antes. – opinou ele.

– Meu pai. – Anita ficou assustada ao se lembrar de Caetano e seu paradeiro que ela nem imaginava. - Ah não Ronaldo desse jeito quem morre sou eu. – se desesperou ela ao tentar imaginar o que o pai pensaria de toda situação.

– Pai é desculpa eu não queria interromper vocês. – disse Ben ao entrar. - Mais é que Anita a Gio me disse que você tava brigando lá em baixo. – se justificou.

– Impressão dela, não tava brigando com ninguém. – respondeu ela seca. – Aliás, se aquilo foi uma briga melhor você nem falar nada né, se não fica feio pra você. – ela acabou o repreendendo em total ironia pelo episódio de mais cedo.

– Eu já entendi Anita. – falou Ben sem paciência.

– Eu também. – recuou ela.

– A gente precisa falar. – afirmou ele impedindo que ela passasse a segurando pelo braço.

– Depois, agora quem não tá afim sou eu. – disse Anita, se soltando dele e lhe dando as costas.

– Anita para de bancar a... – falou Ben querendo argumentar. – Turrona. – completou o garoto percebendo que ela não lhe deu ouvidos.

– Que isso hein meu filho, os dois já se cansaram e resolveram fazer voto de não fale comigo. – Ronaldo questionou com certa indignação evidente na voz.

– É pai, vai ver foi isso, como você mesmo me disse uma vez, paixão adolescente não resisti à primeira dificuldade. – o garoto devolveu com outra ironia.

– Ben... – Ronaldo o encarou com um semblante sisudo.

– Tá bom, deixa isso pra lá, que eu também to com a cabeça cheia. – disse Ben também sem paciência para se explicar.

– O que aconteceu? – perguntou ele ao filho de forma insistente.

– Você quer saber mesmo o que aconteceu. – rebateu Ben. – Você não vai gostar de saber tá, já vou avisando. – alertou o garoto.

– Fala logo, não enrola Ben. – afirmou Ronaldo em estado de nervosismo.

– Eu, eu... – proferiu ele passando as mãos nos cabelos sem saber que palavras usar. – Eu saí no braço com o Antônio aí na frente de casa mais cedo. – ele achou melhor falar tudo de uma vez.

– Como é que é seu moleque, você pirou de vez. – Ronaldo ficou perplexo com a revelação dele.

– Não sei pai, não sei se é hoje que eu estou, ou quando eu fechei os olhos pras loucuras do Antônio e não fiz nada pra impedir. – respondeu Ben estressado.

– Ben você trabalha, tem família, se relaciona com os outas pessoas, você não pensa nem um pouco, ou melhor, não tem medo nem um pouco que esse teu jeito de agir com o Antônio te afete em alguma coisa meu filho. – indagou Ronaldo irritado com os impulsos dele.

– Já afetou não é pai, o Antônio acabou com a minha vida, e de quebra ainda me fez me sentir a pior pessoa do mundo pelo que houve com a Anita, eu acho que se a essa altura eu me importar com que os outros vão achar, mesmo que quisesse eu nunca iria conseguir desfazer todas as impressões erradas das pessoas. – alegou ele, decepcionado.

– Ben, também agora não adianta você se torturar com isso. – afirmou Ronaldo sensibilizado pelo olhar decepção do garoto. – Mais o que isso tem a ver com a briga com a Anita. – perguntou ele não conseguindo entender.

– Porque eu sou bocudo, e de cabeça quente, falo o que eu não devo mesmo. – exclamou Ben enfurecido consigo mesmo.

– Eu posso te pedir uma coisa, esquece o Antônio meu filho, deixa ele pra lá, longe de você, é o melhor a ser feito. – aconselhou ele.

– Como eu posso achar que eu posso fazer isso, se Antônio vive se intrometendo na minha vida, vem me cobrar explicação por conta do meu envolvimento com a Anita, como se achasse que é dono dela, que ódio de mim quando deixei esse garoto chegar perto dela, quando enfiei ele aqui dentro dessa casa, quando não percebi do que ele era capaz. – retrucou Ben em tom de lamento.

– E isso também não resolve absolutamente nada. – argumentou Ronaldo.

– Eu sei, você tem razão, mais o Antônio que fique na dele mesmo, que a minha paciência com ele simplesmente se esgotou. – declarou ele. – Mais eu também sei, que eu tenho que evitar bater de frente com ele, por mais difícil que seja. – admitiu Ben. – Bom eu vou descer, tenho que terminar um trabalho do colégio ainda. – alegou.

– Vai então. – assentiu Ronaldo com um sorriso.

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– Ai credo. – reclamou a menina ao estar passando no corredor e receber um tranco de alguém quando tentou entrar em seu quarto. – Claro que tinha que ser você né. – quase riu ela quando viu Ben parado a sua frente, lhe segurando pelos punhos das mãos.

– A gente pode conversar agora, tava te procurando pela casa, mas não te achei em canto nenhum. – ele questionou a soltando.

– Tava no banheiro, tomando banho, você devia ter procurado lá. – disse ela irônica e ainda chateada pelo episódio de mais cedo. – Se bem que a mamãe não iria aprovar. – ruborizou.

– Para, por favor, só um pouco. – argumentou ele com um olhar pidão para convencê-la.

– E se eu não quiser você vai me dar uns sopapos também. – esbravejou ela de cara fechada.

– Se eu nunca dei, não foi por falta de vontade, às vezes você me apronta cada uma, que olha, chegar a ser quase digno disso. – brincou ele, com um sorriso para ela.

– Eu acho que você já me deu mais motivos sabia. – rebateu a garota com um sarcasmo evidente, não levando numa boa às palavras dele.

– Ai Anita, não dificulta vai, por favor. – ele quase suplicou.

– Eu não estou dificultando nada Ben, você é que tá, você parece às vezes que não confia nem um pouco no que eu penso e sinto em relação ao Antônio, parece que é ao contrário sabe, parece até que eu morreria por ele e não por você. – cobrou ela.

– Não é isso, me acusa de outra coisa vai. – negou ele. – É que sei lá, o desgraçado do Antônio fala tanta besteira às vezes, que minha cabeça entra em voltas e mais voltas, e até parece que... - Às vezes eu sou mordido por uma coisa que me faz achar que tem um misero sopro de verdade por trás disso, ele sabe pirar tudo a volta dele Anita, essa é a verdade. – Ben afirmou procurando se defender.

– Será, ou será que no fundo você duvida mesmo é do que eu sinto por você. – indagou ela, não disposta a deixar o assunto esquecido.

– Não, não, não... – Para com isso, eu já te pedi, o problema não é você, ou a gente, é esse sentimento de raiva, indignação que o Antônio sempre me causa quando ele vem pra cima de mim com as pirações dele. – justificou Ben. – Se eu duvidasse de você, eu seria a pessoa mais louca e estupida do universo. – afirmou ele acariciando o rosto dela, que acabou sorrindo.

– Sei, não sei se dá pro milagre ser tão grande Ben, na verdade eu acho que isso tudo que afetou a gente talvez seja mesmo insuperável, pelo menos completamente. – alegou ela chateada com o rumo de sua vida e pela insistência que o mundo parecia ter em sempre desabar em sua cabeça.

– Isso não é verdade, nada é irreversível, nós somos a prova viva disso. – disse ele a empurrando devagar contra a parede a frente dele. – Você sabe que... – proferiu o garoto, pressionando seus rostos um contra o outro.

– Ben, Anita, desse os dois agora. – ordenou Ronaldo saindo de seu quarto e pegando os dois ao corredor.

– Ai Ronaldo! – disse Anita assustada com o jeito sorrateiro que o padrasto chegou, empurrando Ben.

– Tentar entender é uma coisa, agora permitir que os dois façam dessa casa um lugar... – argumentou ele.

– Não, tudo bem, eu prefiro não saber o que você vai dizer tá, a gente já entendeu. – Anita o cortou como forma de evitar mais problemas. - Desse você Ben, eu vou terminar de me arrumar. – afirmou ela, desgostosa pela interrupção.

– Tá mais depois. – disse Ben nem concluindo seu raciocínio.

– Depois a gente vê como fica, eu não vou muito longe né. – ela disse interrompendo o garoto.

– Então agora vamos, não é. - ordenou Ronaldo quase empurrando Ben para longe, já que o garoto continuava a trocar olhares confusos com Anita.

– Você tá aí é, pensei que você dormisse no outro quarto. – Anita questionou quando viu Mariana mexendo ao computador.

– Tava na internet, um pouco só isso, eu não tenho nada pra fazer aqui não é. – exclamou a garota.

– Pois devia de arrumar, ocupação é sempre bom. – respondeu Anita impaciente, parando em frente ao espelho para pentear os cabelos.

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Anita optou por ignorar a falação e agitação em conjunto que pairava na sala e cozinha de casa, enquanto todos esperavam o jantar e se recolheu em seu quarto, com o propósito de aproveitar o silêncio para colocar as ideias em ordem. Ela fitou as paredes do quarto por alguns segundos antes de se jogar em sua cama, fechando os olhos, totalmente exausta, procurando não pensar em nada que tirasse sua mente, daquela calmaria que parecia lhe abrandar os problemas.

– Ai como você entrou aqui. – perguntou ela ao abrir os olhos e olhar em volta, e visualizar Ben que havia entrado sorrateiramente, sentado a seu lado na cama.

– Tava tão distraída assim. – devolveu Ben com um sorriso a ela.

– É, além do normal. – afirmou Anita desprendendo os cabelos. - Admito. – respondeu ela, retribuindo com outro sorriso largo.

– Desculpa, por mais cedo vai. – quase implorou ele, segurando uma rosa em mãos e entregando a ela.

– Hum e se eu não desculpar, acontece o que mesmo. – questionou Anita em um tom provocativo, pausando a flor sob o bidê próximo a cabeceira da cama.

– Na verdade eu não tinha pensado nessa hipótese, mais... – disse ele sorridente.

– O que? – Indagou a menina, o puxando pela camiseta para mais perto.

– Mais, eu posso pensar em uma medida mais eficaz. – debochou Ben se escorando ao lado dela.

– É e tipo. – Anita perguntou com uma risada.

– Tipo assim, quem sabe. – falou ele começando a beija-la devagar que não hesitou.

– E sabe o que eu acho. – Anita opinou parando o beijo e o encarando com um olhar alegre.

– Ai meu deus! – O que. – Só lembra uma coisa, que não faz nem cinco segundos que a gente se acertou. – riu ele.

– Não é que se toda vez que a gente brigar, você apanhar um rosa, o canteiro da mamãe e do Fred vai extinguir ligeiro. – brincou ela.

– É não deixa de ser um fato verídico. – Ben concordou.

– E a propósito, quem disse que eu te desculpei. – implicou Anita.

– Ah não. – ele fez cara de decepção.

– Eu até desculpo, mas só se você ir em um lugar comigo. – disse ela.

– Ah e aonde, posso saber. - questionou Ben com um beijo carinhoso.

– Você já vai saber. – garantiu ela, enchendo com água da jarra o copo que estava em seu bidê e depositando a flor dentro, e saindo puxando Ben para fora.

– Oh Vera a gente já pode jantar, não é por nada não, mais eu estou com fome. – exclamou Vitor ansioso.

– E quando você não tá né. – zombou Giovana.

– Pode sim, só tem que esperar a Anita e o Ben. – respondeu Vera.

– Então alguém chama eles. – Giovana. – ele sugeriu.

– Eu não, vai você, adora implicar com eles mesmo. – Giovana afirmou sem lhe dar atenção.

– Se é que eles vão jantar não é, pelo que eu entendi eles estão brigados. – opinou Mariana, a cerca do que tinha ouvido mais cedo, quando os dois conversavam no corredor.

– É, e você sempre se metendo, onde não foi chamada né garota. – Sofia rosnou a fuzilando com o olhar.

– Falei a verdade só. – rebateu ela.

– Mais brigando, juro que eu não entendo esses dois. – disse Vera desapontada.

– Coisa deles mana, melhor não meter a colher. – afirmou Luciana.

– Eu vou chama-los pra jantar então. – proferiu Vera.

– E não vai ser preciso, a gente já tá aqui. – Anita falou quando escutou as últimas palavras da mãe.

– Ótimo então vamos jantar. – concordou Vera.

– Obrigado Vera, mais a gente está de saída. – informou Ben.

– E eu posso saber pra onde. – perguntou Vera os fitando com seriedade.

– Pra nenhum lugar fora do bairro mãe, daqui a pouco a gente esta de volta, tchau e boa noite. – explicou Anita saindo logo atrás de Ben.

– Tá vendo Ronaldo, depois a dura sou eu. – ela cobrou do marido.

– E você quer que eu faça o que Vera, amarre os dois ao pé da mesa, bem que eu já tentei e funcionou por acaso. – Ronaldo se invocou com o comentário dela.

– E também chega dessa falação, vamos jantar que é melhor. –Vera chamou a atenção de todos, antes que uma confusão se formasse.

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– Sério, eu juro que eu não imaginava que o lugar que você tanto queria ir, era tomar sorvete e sentar na praça depois. – confessou Ben entre risadas a Anita.

– E você pensou que fosse o que. –Anita o questionou, risonha.

– Se quer mesmo que eu te fale. – retrucou ele brincalhão.

– Ai que bobo você. – disse Anita, dando tapas no braço do garoto que continuo rindo.

– Se quer visual mais perfeito do que esse, essa noite com essa lua de prova. – afirmou ela encarando o céu deslumbrada.

– Tá bom, o argumento foi válido. – concordou Ben também olhando para o céu.

– Eu vim de lá da casa da Julia batendo um papo com ela sabia. – relembrou Anita.

– Ah e o que ela te disse, te aconselhou a perdoar esse pobre e inocente namorado, que você deu uma bronca mais cedo. – falou ele.

– Inocente é um pouquinho exagero, mais eu confesso que essa lua de parar o mundo, amoleceu meu coração, mais nem vem, que quem pegou pesado foi você. – exclamou ela o beijando.

– Tá bom, eu sou culpado, mais eu não quero mais discutir isso. – afirmou Ben querendo desviar-se do assunto. – Eu só queria que você acreditasse que a gente pode até brigar, mais que eu não duvido e nem cogito um dia duvidar, todo amor que une nós dois, e que vai continuar unindo pra sempre. – declarou ele segurando a mão dela e deixando um beijo logo depois.

– E ai de você se duvidasse, porque aí né. – O que eu ia fazer, missão impossível não é, convencer o pior teimoso do universo a mudar de ideia, tadinha de mim com uma tarefa dessas. – desdenhou Anita implicando com ele, que apenas soltou uma gargalhada, com a ressalva da garota a seu respeito.

– Mais sabe o que eu acho. – disse ele passando a mão pelos fios do cabelo dela. – Que você dava conta, já dá e diariamente. – afirmou ele.

– Fazer o que, se eu tivesse descoberto, como eu faço pra viver sem você, tendo comigo a sensação de que nem respirar eu posso. – disse Anita o abraçando. – Eu tentaria. – afirmou sorridente junto a um beijo.

– Então melhor eu cooperar pra você nunca descobrir. – respondeu Ben a enchendo de beijos.

– Mais falando sério, eu acredito em você, eu sempre vou acreditar, e dessa vez eu não to falando só da boca pra fora, como antes. – garantiu ela o olhando fixamente.

– E nem da outra vez, você estava, eu sei que não estava. – afirmou ele. – Só que ficou tudo muito complicado, até pra você. – ponderou Ben, não querendo que ela se culpasse.

– Só que assim, também não precisa me provocar ainda mais, quando eu estiver já totalmente fora da casinha, que aí não presta. – alegou Anita.

– Tá bom acho que entendi. – respondeu ele mais preocupado em beija-la.