– Bom dia. – Disse Ben chegando na cozinha.

– Bom dia né. – Respondeu ela sorridente.

– A casa estar calma assim é normal, ou aconteceu alguma coisa mais bombástica e que não tem a ver com a gente. – Estranhou ele todo silêncio.

– Nem uma coisa e nem outra. – Riu Anita, colocando a louça para o café sobre a mesa. – Só acho que ninguém acordou. – Afirmou.

– Nem meu pai e a Vera. – Questionou Ben caminhando até ela.

– Ih esses eu nem vi, minha mãe só deixou um bilhete, olha. – Disse Anita pegando o papel de cima da mesa e alcançando a ele.

– ‘Prepare o café, por favor tive que sair cedo pra resolver umas coisas de última hora’. – Leu o garoto. – Foi a Vera que escreveu isso, ou não foi pra você então né. – Ben achou confuso.

– Mais pode acreditar que foi. – Confirmou ela.

– Então a gente podia aproveitar essa calmaria toda né. – Disse Ben correndo até ela e a segurando pela cintura.

– Ah é pra que. – Questionou Anita rindo, preocupada em ajeitar as xícaras aos lugares de todas na mesa.

– Não sei assim, você podia me dar uma ideia. – Disse ele, com um olhar travesso, escorado com a cabeça no ombro dela.

– E eu podia te dar um lembrete talvez. – Anita afirmou virando para encara-lo. – Aquele em que todos aqui foram bem claros, quando disseram que não suportavam e não querem a gente de namoro nas vistas deles, e isso não é ilusório pelo contrário é realidade. – Reforçou.

– E desde quando voe escuta tanto assim todo mundo. – Ben fez o indiferente.

– Devia né, ou ao menos é o que todo mundo espere que a gente faça. – Falou Anita dando de ombros.

– É só que eles esqueceram um detalhe bem importante, quem vai ficar com você sou eu, quem tem que aprovar ou não sou eu, assim como é você, não eles. – Ele respondeu.

– Será que um dia você e eu também não vamos cansar de pensar assim. – Se perguntou Anita, exausta por pela contrariedade de todos ao relacionamento dos dois.

– Não, nem assim que se passasse, um milênio inteiro, uma eternidade que fosse. – Garantiu Ben. – E a propósito você tá desperdiçando nosso tempo, com essa falação toda. – Caçoou ele.

– Ah eu to é, então melhor eu me redimir. – Sorriu ela, o beijando.

– Concordou. – Entre ele entre uma gargalhada.

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– Ai cara que sono. – Giovana confidenciava, sentando a mesa para tomar café, mal notando a presença de Anita e Ben.

– Também né Giovana você sem sono. – pronunciou Vitor implicando com a mais nova, quando deu de cara com o casal. – Ah não, ah gente olha só, também ninguém é obrigado a ver essa esfregação de vocês logo cedo, poupem todos nós. – disse o garoto arbitrário desaprovando a troca de caricias dos “irmãos”.

– Bom dia pra você também Vitor. – Ben retrucou ao entender as reclamações dele, abraçando Anita por trás.

– É que ele não aprendeu ainda Ben, a falar essas coisas educadas. – Anita acrescentou sem muita paciência, lançando um olhar contrariado em direção ao garoto que servia um copo de suco.

– Falei alguma mentira por acaso. – manifestou ele ao sentar-se.

– Ih mano saí dessa! – Para de embarreira os planos alheios. – Luciana chegou falando ao escutar parte da conversa.

– Quero ver se fosse eu me agarrando com a Clara, se vocês iriam gostar. - afirmou Vitor na defensiva fitando Anita e Ben abraçados no mesmo lugar de antes.

– Isso se você ainda tiver namorada pra isso né seu animal. – rosnou Giovana. – Né porque o que você disse pra ela ontem, cara se fosse eu não olhava mais na tua cara. – a ruivinha falou irritada com ele e tomando partido da amiga.

– Vitor foi dispensado é, como ninguém me conta isso. – Sofia zombou implicante.

– Oh Giovana dá pra parar de se meter no meu namoro. – ordenou Vitor desgostoso com a situação.

– Ah é então porque mesmo você tá se metendo na vida da Anita e do Ben. – cobrou ela gesticulando exasperada.

– E desde quando você defende os dois, mudou de lado rápido demais né Giovana, e eu nem me surpreendo mesmo. – Vitor devolveu nervoso.

– Eu continuo do meu lado tá Vitor, mais você também podia deixar os dois em paz e cuidar do teu namoro que já esta zoneado demais. – alegou Giovana incomodada, mexendo sua xícara de café devagarosamente tamanho era seu sono.

– Nossa gente, o que vocês tem contra em tomar café em paz hein, todo dia é isso, sempre te um motivo pra todo mundo discutir. – se perguntou Anita sentado a mesa ao lado de Ben, zonza com a falação.

– Tá, tá bom eu é que não vou mais discutir com você. – Vitor deu o assunto por encerrado. – E esse café tá meio pobre também, que jeito começar o dia com disposição assim, poxa eu tenho treino quase todo dia hoje. - reclamou ele.

– Ah tá pobre, e porque será. – questionou Anita perdendo o resto de sua calma. – Porque um de vocês esqueceu de fazer compras. – disse ela apontando para todos a sua frente.

– Ih gente será que fui eu. – Giovana perguntou desmemoriada.

– Nem vem, porque eu não fui. – garantiu Vitor. – O que eu acho uma sacanagem né, porque depois é os outros é pagam. – resmungou.

– E sabe o que é mais sacanagem ainda, os bonitinhos acharem que podem me fazerem de empregada, enquanto fazem minha caveira pra mamãe e pro Ronaldo, vocês querem saber de uma coisa, cansei de vocês, virem-se, tá todo mundo grandinho aqui, principalmente você Vitor, deem um jeito no almoço de vocês, porque eu não vou almoçar em casa,. – Anita proferiu exausta. – Pedrinho teu lanche tá na geladeira não esquece de pegar tá. – explicou Anita.

– Tá bom. – respondeu o pequeno tranquilamente.

– E eu vou tomar café na padaria, porque se não vou ter uma indigestão. – alegou Anita se levantando apressada e correndo até o sofá para apanhar sua bolsa.

– Eu vou com você também, pra mim já deu isso aqui. – declarou Ben.

– A mina se rebelou. – falou Luciana.

– Tá vendo o que você fez, com certeza agora vai comer capim, de tão jumento que é. - esbravejou Giovana a Vitor, raivosa.

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Na padaria.

– Hei que carinha é essa. – Questionou Ben, ao notar certo desanimo aparente na garota.

– Ai sei lá, por mais que eu tenha plena consciência de que isso não vai me ajudar as vezes é inevitável não me perguntar, o que eu fiz de tão errado assim, pra merecer tudo que tem acontecido nos últimos tempos. – Disse Anita um tanto desapontada.

– Porque coisas boas e ruins acontecem a todo instante. – Respondeu ele sorrindo para anima-la.

– É né, ok eu até concordou com isso, mas acho que no nosso caso passou um pouco do ponto. – Afirmou Anita, com um “pingo” de ironia na voz.

– Mais agora deu, não é, você não vai passar todo o dia remoendo bobagens nessa cabecinha. – Ben a aconselhou.

– É você tem razão mesmo. – Admitiu ela, querendo esquecer seus devaneios.

– Então melhor a gente começar a pensar em e apressar ou vamos chegar muito atrasados no colégio. – Imaginou Ben.. – Tuninho traz dois sucos e dois pães na chapa, por favor. – Pediu ele.

– Pra já. – Respondeu ele.

– Serguei mandou uma mensagem que só vai pra aula depois das dez, vai levar a Flaviana no aeroporto. – Contou Anita com o celular em mãos. – Acho melhor a gente ir com ele sabia, essa partida da Flaviana vai deixar o Serguei perdido. – Pensou.

– É de repente é melhor do que ele voltar sozinho pra casa, e pior sabendo que a Flaviana vai cruzar um oceano. – Ben concordou.

– Aqui prontinho, o pedido de vocês casal. – Falou Tuninho voltando com o pedido dos dois. – Gente me desculpa, eu não queria me meter na vida de vocês, é que. – Contornou ele ao constatar certa surpresa no semblante de ambos, que se olhavam em um misto de surpresa e confusão.

– Imagina tá tudo certo. - Esclareceu Ben.

– É e depois a essa altura até os amigos do Fulano, já sabem. – Disse Anita em tom de brincadeira.

– Bom café pra vocês. – Sorriu ele achando melhor se retirar.

– Obrigado. – Os dois agradeceram.

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– Oi Ju. - Bom dia. - Anita chegou de mãos dadas com Ben, até Julia que lia uma revista sentada em um banco no pátio do colégio.

– Bom dia gente. – respondeu ela sorridente. - Serguei não vem pra aula será. – perguntou Julia ao não saber do amigo.

– Ele deve vir depois só, acho que agora vai aproveitar pra ficar com a Flaviana. – explicou Anita.

– Eu acho que eu vou no aeroporto com ele, e vocês? – Julia pronunciou, pensando que o amigo precisaria do máximo de apoio possível.

– É eu também acho que é melhor a gente ir com ele. – ela reforçou a ideia da amiga.

– Bom melhor a gente assistir a primeira aula pelo menos, alguém vai ter que passar a matéria pro Serguei não é. – sugeriu Ben.

– Gente me tirem uma dúvida, é impressão minha, ou não, porque desde que a gente chegou parece que sempre tem alguém olhando pra gente. – falou Anita bastante desconfiada.

– Ih amiga, desencana, você sabe como esse povo é né. – pediu Julia.

– É só que o que acontece sempre é que eu entro pelo cano, mesmo não estando com zero vontade de sair rebocando gente daqui até o raio que o parta. – esbravejou Anita impaciente.

– Anita a gente já tem problema demais né. – alegou Ben preocupado com os devaneios dela. – E depois ninguém tem nada a ver com nossa vida. – expos ele.

– Pode ser, vamos pra aula mesmo gente. – Anita tentou esquecer o assunto.

Durante a aula...

– Então gente, trabalho pra ser entregue dia trinta, e eu aconselho todos fazerem, tem muita gente pendurado ainda, e tem gente que pode se livrar de se preocupar com a prova. – afirmava Virgílio animado durante a aula de história. – Até a próxima aula, que eu já me delonguei demais. – se despediu ele.

– Gente melhor nós sairmos agora, porque até o próximo professor vir a gente vai se atrasar. – opinou Julia.

– Vamos, vamos sim, melhor mesmo. – concordou Anita juntando suas coisas rapidamente e saindo logo em seguida discretamente com Julia e Ben.

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Sofia, Julia, Anita e Ben, presenciavam um pouco de longe os últimos momentos de Flaviana e Serguei no saguão do aeroporto, antes dela viajar.

– Você promete que vai me ligar. – questionou Serguei, com o coração apertado por ter que deixar a namorada partir.

– Só se você prometer que vai me atender. – disse ela com o intuito de melhorar o clima de tristeza que rondava os dois.

– Só você mesmo. – respondeu Serguei permitindo-se rir por um momento.

– Ai se eles continuarem nesse clima, eu juro que vou me debulhar em lágrimas aqui mesmo. – proferiu Anita agoniada em ver a situação dos dois.

– Tipo filme de sessão da tarde gente, to me sentindo em um. – reforçou Julia.

– O gente vocês querem parar com o drama. – retrucou Sofia querendo controlar seu nervosismo.

– Melhor você ir não é, já deu a última chamada do voô. – falou Serguei com um beijo na garota.

– É você tem razão, ou eu vou ter que ficar por aqui mesmo. – concordou ela, tentando segurar sua emoção. - Tchau Sofia, se cuida tá. – pediu Flaviana correndo para dar um abraço na amiga.

– Você também, e vê se não esquece da gente né, agora que tá por cima de novo. – brincou a loira.

– Tá bom. – Flaviana riu.

– Boa viagem Flaviana. – desejou Ben.

– Obrigado. – ela agradeceu. – E vocês duas, fiquem de olho nesse aí, porque se facilitar aquelas doidas das micas, repartem meu ruivinho no meio, e só me deixam os osso. – disse a menina enquanto abraçava Julia e Anita.

– Relaxa tá, a gente pode fazer um esforço. – sorriu Julia emotiva.

– E Anita não deixa também a maluca da Sofia sozinha, ela não anda legal. – sugeriu Flaviana.

– Hein que isso Flaviana, acha que eu preciso de babá agora. – Sofia reclamou.

– Ok Flaviana, vai tranquila faz um bom tempo que eu ando vigiando a maluca, não é. – disse Anita.

– Bom então tchau né gente. – pronunciou a morena já saudosa.

– Tchau se cuida tá, quando chegar me avisa, por favor. – afirmou Serguei terminando de se despedir dela.

– Pode deixar. – garantiu Flaviana o beijando.

– Ai gente será que o Serguei vai conseguir deixar a Flaviana entrar nesse avião mesmo. – se perguntou Julia, enquanto via Sofia e Serguei acompanha-la até o embarque.

– Eu só espero que ele não surte e resolva sair amanhã mesmo atrás dela né. – acrescentou Anita também preocupada, pelo jeito desolado do amigo.

– Ai Anita nem brinca. – ralhou Julia.

– Quem disse que eu estou brincando Ju. – rebateu Anita se escorando em Ben. – O que eu posso ter certeza é que quando o amor entra pela porta o juízo sai pela janela e pior quando a gente percebe já é tarde demais. – pronunciou ela.

– Ah e você tem experiência nisso não é. – falou Julia impulsiva de tão nervosa que estava.

– É desde fuga até termino trágico. – completou ela tensa.

– Ai amiga eu não quis dizer isso, é só que eu... – exclamou Julia achando que a garota podia ter se chateado.

– Nem se dá ao trabalho, esquece, no momento eu to mais preocupada com o Serguei. – respondeu Anita.

– Hei vocês também calmem né, a Flaviana volta né. – Ben procurou uma forma de acalma-las.

– Vai né, eu acho, resta saber se até lá o Serguei vai segurar a onda dele. – contrapôs Anita.

– E se os pais dela, não deixarem ela voltar gente, afinal a Flaviana é menor de idade, não é. – se amedrontou Julia.

– Julia parou né, o Ben tem razão isso aqui não vai ajudar em nada. – argumentou Anita procurando controlar seu nervosismo e ansiedade.

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– Ai vai ser tão estranho voltar por salão e saber que a Flaviana não vai estar lá. – confidenciou Serguei cabisbaixo, quando chegava na escola com os amigos.

– Serguei a Flaviana também não morreu né. – Anita quis espantar o desanimo do amigo, quer era evidente desde a volta do aeroporto para o colégio.

– É e você pode falar com ela pela internet. – reforçou Julia.

– Daqui um pouco ela já chega, aí vocês já podem falar Serguei. – ponderou Ben.

– Só que não vai ser a mesma coisa, se fosse você e a Anita, não tinham criado tanta confusão pra se encontrarem né. – murmurou ele. – Mais vai ver vocês estão certos, eu vou tentar me concentrar na aula e depois no meu trabalho. – o ruivo tentou descarregar um pouco seus pensamentos.

– Isso, isso mesmo, são três semanas vai passar rápido você vai ver. – Anita afirmou para dar força a ele.

– Então vamos indo não é, ainda da pra gente pegar a última aula. – disse Julia querendo ajudar Serguei.

Ao final das aulas Julia e Anita se preparavam para ir embora. – Então vou te esperar as três, lá em casa. – afirmava Julia para a amiga.

– Tá combinado. – concordou Anita. – Vou visitar umas clientes só e depois já vou pra lá. – exclamou Anita se despedindo.

– Tá bom vai, mais tarde a gente se fala. – sorriu Julia em concordância, não querendo atrasa-la.

– Fui beijo. – disse ela saindo apressada da sala de aula.

– Epa, epa, onde você pensa que vai com essa pressa toda. – falou Ben interceptando Anita, que dobrava o corredor apressada.

– Vou indo cuidar da minha vida, já que meu namorado disse que tinha que correr pro trabalho. – respondeu ela com um sorriso divertido no rosto, quando identificou que as mãos que lhe seguravam eram de Ben.

– E eu posso te dizer uma coisa. – proferiu ele a puxando para a beira da parede. – Teu namorado é muito burro de te deixar sozinha por aí. – afirmou o garoto a beijando.

– Sei não hein, melhor você não dizer isso pra ele, ouvir criticas calado, não é algo que ele saiba fazer. – rebateu Anita rindo sem se conter, envolvendo os braços em volta do pescoço dele.

–Ah não seja injusta vai. – Ben fingiu chateação. – Mais assim. – continuou ele.

– Hãm que. – interrompeu ela com um beijo.

– Eu tenho quase duas horas de almoço, então de repente, eu posso te raptar nesse tempo. – sugeriu Ben sorridente. – Namorado não precisa saber. – debochou ele, fazendo Anita rir.

– Mais vem cá, o que aconteceu com o cara que tinha que chegar cedo ao trabalho e estava morrendo de pressa. – questionou a menina ficando confusa com a mudança de planos dele. – Não vai me dizer que endoidou de uma vez, ou foi feito uma separação de personalidades, e o que banca o impulsivo foi separado do responsável que cumpre seus compromissos. – ela brincou.

– Não, é que quando eu tava quase na esquina, ligarem me avisando que a turma de hoje mais cedo foi remanejada pra amanhã. – explicou ele sorrindo. – Por quê? - Você iria gostar se isso tivesse acontecido. – perguntou ele travesso.

– Eu não, iria ser uma luta pra eu escolher com quem ficar, afinal se eu ficasse com o responsável, quem iria me tirar das encrencas que eu me meto, não é. – riu ela.

– Isso é verdade. – concordou Ben as gargalhadas.

– E acho que você pode me raptar. – afirmou Anita sorrindo com alegria.

– E eu ia conseguir recusar um pedido desses. – respondeu ele a beijando.

Ben e Anita, resolveram buscar abrigo no bosque, para aproveitarem o pouco de tempo que tinham para ficarem juntos, na mais plena paz.

– O que? - Que foi, tá me olhando assim por que. – Perguntou ela, junto a um sorriso confuso ao perceber o olhar distante dele, enquanto a encarava.

– Eu já te disse que, mesmo com tudo contra. – Ben proferiu, acariciando os cabelos dela. – Eu to mais que feliz por estar do teu lado e que eu não podia estar em outro lugar. – Ele declarou.

– Assim já deve ter dito mesmo, mas eu devo ter me esquecido. – Respondeu ela brincalhona. – Já aconteceu tanto coisa até aqui né, que às vezes parece que nem foi com a gente realmente. – Anita pensou.

– É talvez a única coisa boa disso, é que a gente pode mesmo esquecer um pouco do que passou. – Garantiu ele a enchendo de beijos.

– Só que nós vamos ter que deixar isso pra mais tarde, porque você tem trabalho e eu marquei com a Julia, e já devo estar bem atrasada. – Constatou Anita.

– Tem certeza. – Ele questionou nada convencido.

– Tenho e muita. – Afirmou ela, levantando e o puxando pela mão.

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– Ai Ju, eu sou muito desligada mesmo, como eu pude esquecer das revistas. – dizia Anita a amiga, saindo ao portão do casarão, depois de ter vindo buscar as revistas com as ideias para a reforma do quarto da morena que ela havia esquecido.

– Também né Anita, o dia hoje começou agitado, que olha. – riu Julia.

– Olha acho que eu posso me considerar uma pessoa com sorte hoje. – Antônio proferiu quando pôs os olhos na garota, que passava pelo portão, onde ele estava escorado perto ao muro juntamente com Hernandez.

– Vai pro inferno Antônio. – esbravejou Anita enojada em ter que cruzar com o garoto.

– Até iria, se você tivesse por lá. – Antônio rebateu cínico.

– Acho que eu prefero desintegrar no ar. – falou Anita lhe dando as costas, e não cumprimentando Hernandez, que ficou calado.

– Anita, Anita. – repetiu o garoto.

– Filho deixa essa menina em paz. – quase suplicou Hernandez como conselho ao garoto.

– Porque, você quer saber da verdade, se o Ben não tivesse envenenado ela contra mim, depois que viu que tinha perdido ela para sempre, a gente tava juntos até agora. – Antônio disse com raiva na voz. – Mais isso ainda pode acontecer, escreve. – garantiu ele ambicioso.

– Acho difícil, ela ainda é namorada do Ben. – Tony não se aproxima mais dela. – revelou Hernandez querendo tirar tais ideias da cabeça do filho.

– De onde você tirou isso. – Antônio achou que as confidencias de Hernandez não passavam de suposições apenas.

– Quando você viajava, os dois assumiram, eles estão juntos de novo, o Ben está namorando a Anita novamente. – afirmou o latino.

– Não pode ser, isso não é verdade, a Anita não voltaria com o Ben, não depois de tudo o que ele fez, até com a irmã dela ele namorou. – Antônio proferiu enfurecido com a notícia.

– Mais é, a verdade, parece que os dois se entenderam, por isso eu te peço filho, esquece a Anita, tem tanta menina por aí, quem sabe você... – confirmou Hernandez novamente.

– Não se mete na minha vida, entendeu, e você sempre defende aquele desgraçado mesmo não é, tudo sempre foi só pra ele, ele é o filhinho querido, então me esquece, eu não preciso de um fracassado como você mesmo, pra nada. – disse Antônio em tom de ameaça, saindo a passes apressados atravessando rua.

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– Antônio. – Ben se surpreendendo quando encontrou o garoto parado em frente ao portão do casarão, olhando para o chão. – Mas, realmente, meu dia tava bom demais pra ser verdade. – Ironizou ele.

– É com você mesmo que eu quero falar. – Antônio afirmou levantando o olhar para encarar o irmão postiço.

– Então fala logo, porque eu não tenho tempo pra perder com você. – disse Ben sem vontade.

– É verdade que você voltou com a Anita. – questionou o garoto.

– Ah não, mais eu mereço mesmo. – bufou Ben descontente.

– Respondeu, você sabe que a gente um dia vai ter que acertar nossas contas. – retrucou Antônio com raiva no olhar.

– Pelo menos numa coisa nós concordamos. – afirmou Ben não se deixando intimidar, devido à forma enraiva que Antônio o encarava.