– Gente eu realmente não tive nada a ver com isso. – Sidney suplicava a confiança dos amigos.

– Claro que a gente não esta duvidando disso Sidney. – Ben quis garantir.

– É não é isso que tá em discussão agora, e nem acho que seja o mais importante. – Serguei interviu.

– Ah meu deus! - Ele levou as mãos ao rosto, proferindo. – Ah Sofia. –Disse ao lembrar que a garota deveria estar desolada. – Sofia. – O garoto saiu correndo em disparada, quando avistou a garota passar ao longe.

– Sofia a gente precisa conversar e tem que ser agora. – Sidney a abordou na saída da escola onde ela se encontrava com Flaviana, Julia e Anita, enquanto esperava um táxi, que a amiga havia chamado.

– Sidney eu realmente não tenho cabeça pra ouvir mais nada agora. – Sofia argumentou, não deixando seu descontrole transparente para ele.

– Sofia, a gente vai ter conversar não tem jeito. – Sidney foi insistente. – Eu não tenho nada a ver com isso, pelo menos acredita nisso, por favor. – Cobrou o garoto, temendo que ela desconfiasse dele, já que o erro inicial ele não poderia apagar sua culpa.

– Ok Sidney, talvez não tenha sido você mesmo. – Sofia disse, achando que se o menino tinha algo a ver, ele era muito mais cruel do que ela pensava, e ambos não se conheciam nem um pouco. - Mais eu não vou mentir não tenho certeza disso. – Disse ela se vendo confusa.

– Não fui eu, você acha que mesmo eu fazendo o que eu fiz, e sabendo que eu me arrependi de verdade, você acha que agora eu iria colocar a última pá de cal, em tudo isso, dessa forma ridícula. – Contrapôs ele, a encarando nos olhos.

– Tá agora me deixa ir, eu não aguento mais ter que olhar pra cara dessa gentinha fofoqueira. – Sofia alegou, realmente exausta.

– Sofia é melhor a gente ir. – Flaviana relembrou, ao ver o táxi chegar, e perceber a loira ainda parada no mesmo lugar, fitando Sidney com cara de quem, ainda não acreditava em nada do que se passava.

– É tchau. – Respondeu ela, seca, sendo puxada por Flaviana.

– Cara agora que ela nunca mais vai me perdoar por isso. – Se lamentou Sidney.

– Hei acho que é muito cedo pra você pensar assim. – Ben que estava parado próximo a ele afirmou.

– Não sei, acho que o melhor que eu tenho que fazer agora, é olhar pra frente e esquecer o resto. – Sidney proferiu, em meio decepção que lhe consumia. – Também quem foi o responsável por essa palhaçada, se não foi eu, quem foi. – Sidney ralhou consigo mesmo, se arrependendo até de ter ido à casa da loira procurá-la aquele dia, que terminou com mais uma briga, sem que nenhum dos dois chegasse a conclusão nenhuma.

– Tá aí, boa pergunta Sidney. – Anita retrucou, saindo de onde estava, caminhando até eles, e parando a sua frente de braços cruzados. – Eu também estou querendo saber. – Cobrou a garota, imaginando mil coisas em sua mente, mais jamais chegando a um acordo a cerca de quem teria feito tal estupidez.

– Anita, por favor, não fui eu. – Sidney defendeu-se, pressionado pelo olhares raivosos que a menina lhe lançava.

– Eu realmente quero acreditar que você não seria estúpido a esse ponto, porque se foi, a Sofia nunca mais vai te perdoar, você esta ciente disso. – Ela respondeu. – Mais. – Anita foi interrompida pela voz elevada de Ben.

– Anita não tem cabimento você ficar questionando o Sidney desse jeito, eu não acho que ele faria isso. – Afirmou Ben, tentando fazer Anita enxergar também o lado do amigo.

– Também não. – Serguei não estendeu-se após perceber o olhar irritado da garota a ele.

– Ah entendi, já tá virando quase um clubinho masculino, criado em defesa do Sidney, eu só não sei se a minha mãe vai pensar assim, se o Ronaldo vai pensar assim. – Anita ficou impaciente depois de tantas defesas a favor do garoto. – Aliás, dependendo do que a Sofia estiver pensando, pode ficar tudo pior. – Alertou a garota. – Mais. – Suspirou ela. – Eu acredito mesmo que não tenha sido você, não é Sidney, e eu realmente prefiro achar que eu não vou me decepcionar quanto a isso. – Exclamou Anita.

– E aí terceiro ano, o que vocês fazem aqui, esqueceram da prova, ou só estão fugindo dela mesmo. – Virgílio os abordou de forma empolgada. – Bom dia. – Disse ele alegre.

– Bom dia professor, na verdade a gente já estava indo. – Julia interviu, enquanto os outros pareciam concentrados em outra coisa.

– Espero vocês lá. – Garantiu ele. – Menos o Sidney, que se escapou, por enquanto pelo menos. – Fez graça ele. – Tchau, tchau. – Se despediu Virgílio, continuando seu caminho.

– Melhor mesmo a gente ir pra sala de aula, acabar essa manhã logo , porque o dia pelo jeito vai ser enorme. – Anita previu, não querendo nem pensar em quando chegasse em casa.

– Eu também vou nessa. – Sidney afirmou. – Não vou ficar pra aula, não tenho se quer condições. – O garoto falou, preocupado.

– Sidney, tentar manter a calma né, até porque não a mais nada a fazer agora. – Aconselhou Anita, se preocupando com a situação do garoto com Sofia.

– Valeu. – Respondeu ele, dando um abraço nela em busca de um conforto, que ele não sabia de onde tiraria.

– To indo gente. – Sidney informou, separando-se do abraço, com um rosto que escondia bem mais que estranheza por conta da situação, mas também pura chateação. – E obrigado a vocês dois pela força. – Disse ele olhando para Ben e Serguei.

– Não tem de que. – Garantiu Ben, Serguei por sua vez , apenas acenou com um sorriso.

– Mais obrigada mesmo. – Sorriu Sidney de volta, querendo passar que estava tudo bem.

– E aí casal, bora pra aula. - Serguei os convidou fitando Sidney de relance que já estava, tomando o rumo de fora do portão da escola, ao vê-los se encarando em uma inercia, que só os dois pareciam entender, Anita pensava em qual seria a posição de Vera, a respeito da situação, e Ben parecia desvendar a preocupação da namorada, ao avista-la com o olhar perdido a ele.

– É vamos. – Anita se despertou, deixando seu desanimo se fazer maior.

– Amiga não fica assim vai, vai acabar tudo certo. – Julia quis lhe dar força.

– Eu to legal, Julia. – Anita falou garantindo, mesmo não tendo certeza se era algo cem por cento certo.

– Vamos então, ou daqui a pouco, Virgílio não deixa mais ninguém entrar na sala, devido ao atraso. – Afirmou Ben, tocando de leve a mão da garota, parada a seu lado, antes de todos saírem caminhando a passes ligeiramente apressados.

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– O que você vai fazer agora hein. – Ben indagava a Anita, já na saída do colégio.

– Bom eu prometi pra Sofia, que assim que acabassem as aulas eu iria pra Barra, não é, pra falar com ela. – Justificou ela.

– Então nosso almoço desandou mesmo. – Perguntou ele, ao sentir um pouco de frustração.

– É, literalmente né, escorreu correnteza abaixo. – Anita respondeu, contrariada por ter que dar um “bolo” no garoto. – Ah Ben, sinceramente essa foi a gota d’água. – Alegou ela, com uma sensação de estresse lhe dominado.

– O que eu não entendo Anita, é que o Sidney disse que estava lá em casa, quando conversou com a Sofia, então não faz sentido a pessoa que fez isso, estar dentro da nossa casa. – Ben especulou. – Pelo menos, eu acho que não foi ninguém de lá. – Afirmou ele.

– Pois é, na verdade as únicas pessoas que estão fora de suspeita, nesse momento, são eu e você, porque a gente não estava. – Falou Anita, também não querendo acreditar no que parecia tão óbvio.

– Não Anita, eu não. – Disse ele negativo. - Realmente não acredito que um dos nossos irmãos, faria isso, o Pedro é um acriança, Vitor e a Giovana, discutem muito um com outro, até com a própria Sofia, mas chegar a esse ponto não, a Luciana pode ser totalmente espalhafatosa, mas falar da vida dos outros não é com ela. – Alegou Ben, também não entendendo.

– Jamais, ela me disse desde o início que sabia de nós dois, e nunca comentou nada, e o Fred, humanizado e integro do jeito que ele é, você acha que ele faria isso. – Ela continuou o raciocínio de Ben, também não encontrando ninguém entre os citados na conversa, que pudessem ser alvos de alguma desconfiança a respeito.

– Mais então foi quem, o Fulano. – Rebateu ele, se vendo ainda mais confuso.

– É né o Pedro, resolveu dar aulas de vídeo pra ele, só não explicou que não podia filmar fofoca pra expor. – Anita se permitiu rir da afirmação por alguns instantes. – A pessoa que fez, queria sim, deixar a Sofia numa situação péssima, pode ter sido por acaso, ouvir a conversa, mas gravar e divulgar com certeza não. – Esclareceu Anita.

– Anita, o que é complicado porque tua irmã, não é o tipo de pessoa que todo mundo adora. – Ben disse, ciente de que a loira não dispensava, colecionar pessoas que não a simpatizavam nem um pouco.

– Mais lá dentro de casa a noite, aí a gente começa a achar que foi o Sidney, mais eu acho que não foi ele de verdade, até porque ele teria que levar alguém pra filmar o vídeo. – Anita pronunciou, cansada de não chegar conclusão alguma.

– Não foi ele, o Sidney pode até ter se envolvido naquela palhaçada com a Micaela, que quase gerou uma tragédia, mas ele mudou muito de lá pra cá, isso eu acho que ele não fez, ainda mais, sendo ele o causador de toda situação. – Ben retrucou.

– É só que ele saiu de bonzão da história, a Sofia é que vai ficar com a parte da ridícula. – Afirmou a menina. – Então quem foi Ben. – Anita falou mergulhando em seus pensamentos. – Só se. – Disse ela enigmática.

– Se... - O que Anita. – Perguntou Ben, a notando estranha.

– Nada, uma bobagem, uma coisa sem fundamento que eu pensei. – Pensou. – Mas se for, a gente vai ter galinha depenada lá em casa. – Ameaçou.

– Hãm. – Disse ele confuso.

– Isso não vai ficar barato não Ben, a Sofia faz muitas besteiras às vezes, que faz todo mundo pensar que ela não presta, mais invadir a vida dela assim, ainda mais por conta de uma coisa tão delicada, foi demais, nem ela merecia um castigo desses, essa pessoa esta querendo o que, se candidatar a vaga do Antônio, de doente do ano. – Alegou ela

– Anita, por favor, nem comparação, o que o Antônio fez, foi muito mais grave, com certeza não chegou nem perto, mesmo eu tendo consciência de que cada um carrega a cruz que lhes é dada, de uma diferente forma. – Disse ele.

– Eu sei, você tem toda razão, mais eu vou descobrir quem foi Ben, e eu realmente não sei quem vai matar essa pessoa primeiro, porque mesmo a Sofia escondendo que tá arrasada, porque eu sei que esta, ela não vai deixar isso barato, eu não acredito. – Afirmou. – E as pessoas também têm que pararem, de se importar com a vida dos outros pelo menos a esse ponto. – Disse Anita. – Bom eu vou indo, daqui a pouco vou pegar um transito horrível pra chegar à Barra. – Informou a menina.

– Se tem que certeza que pode ficar andando sozinha pro aí, eu queria ir com você, mais a questão é que não dá. – Alegou o garoto se preocupando com ela.

– Eu to bem, sério, assim que eu sair de lá, eu te ligo tá. – Falou Anita, fazendo uma caricia no rosto dele.

– Boa sorte, acho que você vai precisar. – Ele sorriu.

– Oh e como, domar a fera não vai ser nada fácil, convencer ela a enfrentar minha mãe, também não, mais eu tenho que admitir que eu também estou preocupada com a reação dela. – Anita sorriu desconcertada por um momento.

– Vamos pensar positivo, né, desespero agora, não vai ajudar, e eu sei que você sabe disso. – Ben aconselhou querendo ajuda-la, Anita somente concordou que sim, ainda pensando em como o culpado agiu para que tudo chegasse até ali.

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– E aí Flaviana. – Disse Anita a morena, ao vê-la abrindo a porta do apartamento de Bernadete, após ela toca a campainha. – Como ela esta. – Perguntou a menina a entrando apressada.

– Ah Anita. – Flaviana empalideceu-se, procurando em sua mente uma forma de explicar tudo a irmã mais velha da amiga. – Ela foi tomar um banho, eu sugeri pra... – Afirmou.

– E... – Anita pressionou-a por mais detalhes ao vê-la dispersa.

– Ela tá mal, pronto falei Anita. – Disparou Flaviana ruborizada. – Também a gente vai dizer que é errado, se o Serguei me fizesse uma dessas, eu assassinava. – Alertou, mas no fundo tendo certeza de que o ruivinho, jamais seria tão impulsivo.

– É, situação difícil. – Respondeu Anita, tocada pelas palavras dela, que só continham razão.

– Eu vou pedir alguma coisa pra gente comer, você quer alguma coisa também. – A morena questionou, procurando na bolsa o telefone, que parecia ter se perdido em meio a tantas coisas. – Ansiedade me dá ainda mais fome, mais eu vou pedir tudo levinho que é pra mim não exagerar. – Disse a patricinha.

– Ai Flaviana. – Anita permitiu se divertir com o comportamento impaciente da menina por um momento. – Bom se você puder me pedir um suco de laranja, eu agradeço, mais que isso nem tá descendo mesmo, não estou afim de passar mal agora. – Falou ela. – Eu vou lá ao quarto, enquanto isso. – Anita comunicou.

– Vai sim. – Flaviana consentiu finalmente terminando sua saga em busca do celular, após encontrá-lo.

– Oi. – Anita disse empurrando a porta e entrando, ao quarto, que tanto ela como a loira ocupavam quando ficavam na casa de Bernadete.

– E aí. – Sofia respondeu séria, com a escova de cabelos em mãos, mais encarando sua imagem ao espelho do que penteando os cabelos.

– Como você tá. – Questionou Anita, já sentada a ponta da cama.

– Como você acha. – A loira ainda fez uma careta em frente ao espelho. – Com a sensação de que eu levei uma traulitada na cabeça, e pior nem sei de quem, não é, porque não se tem como saber. – Afirmou, debochando de sua própria desgraça, se virando para a irmã.

– Por enquanto, a gente vai descobrir isso. – Anita interrompeu garantindo.

– Como Anita. – Sofia se perguntou desacreditada

– Eu não sei ainda, mais nada, nenhuma mentira dura pra sempre, acredita, eu sei do que eu to falando. – Anita justificou.

– Jamais, eu queria que alguém soubesse do que houve Anita, na verdade. – A garota fez uma pausa. – Na verdade eu queria apagar, esquecer, subtrair, aquela maldita noite da minha vida, fingir que ela não existiu, porque em parte eu consegui fazer isso até hoje, mas agora. – Desabafou ela. – Não vai dar mais, porque todo mundo vai ficar falando disso. – Sofia afirmou, de um jeito que soou quase como um grito.

– Olha Sofia. – Disse Anita, ajoelhando-se na frente da garota. – O que eu posso te dizer com toda certeza do mundo, é que nada é definitivo, uma hora essa história se dissolve e todo mundo cansa de falar, e essa tua vontade aí, de querer esquecer isso, misturada com mágoa e tristeza também, vai diminuindo, se dissolvendo, até que você percebe que isso tudo não faz tanta importância assim. – Anita aconselhou, com o coração apertado pela loira.

– Fácil falar né. – Retrucou Sofia, não muito confiante.

– Não, eu fiz isso, uma coisa só é grande o suficiente, até que outra maior, ou com outra proporção aparece pra você resolver. – Afirmou.

– Eu já tinha até me esquecido, do que levou eu a perder minha irmã, com pouco estilo, pra uma perigótica sem nenhum, não é. – Disse a loira, alfinetando Anita, com um sorriso debochado.

– Já melhorou, tá falando mal de mim. – Foi retórica Anita. - Perder, achei que você tivesse até gostado. - Anita atiçou.

– Não, acho que, nem se a gente, cansasse de tanto rolar no chão, aqui agora, eu riria tirar esse inferno da minha cabeça. – Rebateu a menina, sentindo seus olhos arderem devidos as lágrimas que ela derramou no banho, e outras longe dos olhos de Flaviana, que parecia mais uma sombra atrás de si. - E se você que mesmo saber, eu não tenho prazer em saber do que o Antônio fez. - Confidenciou ela sendo sincera, mesmo que fosse muito difícil de Anita acreditar naquilo, e ela sabia disso.

– E depois ficar muito na fossa não combina com você, prefiro realmente a Sofia respondona, porque se fazendo de coitada você é um porre, maior ainda. – Falou Anita com travessura, querendo levantar o astral da loira.

– Mais a mamãe Anita. – Sofia disse se lembrando de que a bronca de Vera não seria pequena não. – Não quero nem pensar, o que ela vai achar depois de saber que eu dormi com o Sidney, ele me chutou e... –A Garota preferiu nem prosseguir.

– Que, ela educou muito mal as filhas, porque uma se meteu numa roubada maior ainda, com um vídeo filmado por um louco, e a outra. – Anita acabou rindo da desgraça de ambas.

– Com um agravante, no teu caso, o cara em questão era o filho do cara que é casado com ela, o enteado dela. – Ela riu descaradamente da situação, achando tudo aquilo bem inusitado. – Teu caso teve um agravante mesmo. – Afirmou, percebendo Anita a olhando com um olhar descontente.

– É não seja por isso, Sidney é teu vizinho, não passou muito longe. – Anita não deixou barato.

– Eu acho que eu nunca tive a oportunidade de te dizer isso, mais eu juro que eu não sei como você e o Ben tiveram coragem, de fugirem juntos, e ainda né, enfim pra uma santa como você realmente eu nunca imaginei que você tivesse coragem pra tanta afronta. – Alegou.

– Ah não Sofia, se o papo for realmente passar a se resumir em Benjamim, eu juro que eu vou embora tá legal, é muito testar a paciência que eu não tenho. – Garantiu Anita. - Sofia sabe o que é isso, estereótipos, você o mostro e eu a santa, só que na verdade, nem você é tão sem coração, e nem eu sou tão santa assim. – Anita exclamou.

– Santidade nesse caso, seria um ato falho realmente. – Riu ela sarcástica.

– Eu te ajudo com a mamãe, mesmo que meu filme já esteja bem queimado. – Afirmou Anita, sabendo que a loira não conseguiria lidar com Vera sozinha.

– Tá preocupada comigo, ou com a união da família. – Sofia ficou descrente diante do oferecimento da irmã em lhe ajudar.

– Não, estou preocupada com teu pescoço, mas óbvio que eu não quero que a minha mãe tenha um enfarte também. – Respondeu Anita, Sofia pareceu apenas consentir estendo seu corpo para abraçar a garota.

– Eu posso entrar. – Disse Flaviana chegando com uma bandeja.

– Ah não Flaviana, além de tudo que já ouve hoje, você ainda quer me ver gorda. – A loira ironizou, enxugando uma lágrima que desceu por seu rosto.

– Deixa de ser exagerada Sofia. – Afirmou Flaviana. – Até porque você vai precisar de muita energia pra arrebentar a cara da desgraçada ou desgraçado que fez isso. – Taxou a morena, colocando a bandeja sobre a cama.

– Legal, argumento plausível. – Anita gargalhou. – Eu vou, pegar umas coisas que eu deixei no banheiro, que eu até havia esquecido já. – Disse Anita levantando, ao lembrar de um estojo de maquiagem e um pote de creme de cabelo que ela havia deixado.

– Há recém, quanto tempo faz que você não vem aqui, eu hein. – Sofia disse intrigada, mas não dando muita importância.

– Pra ti ver como minha memória anda muito seletiva. – Afirmou Anita, se deslocando já pelo outro cômodo.

– Até demais né. – Sofia encarou Anita de volta com um cartão em mãos.

– Que isso. – Perguntou Anita, já de volta com o que foi pegar em mãos, desejando não se tratar do que ela imaginava.

– Não sei, quem sabe a pessoa que escreveu, ‘Uma noite especialmente feliz, porque o lugar e a pessoa mais importante do mundo, merecia isso’. – Sofia leu estampando um sorriso abusado nos lábios.

– Você não devia ficar lendo, as correspondências alheias. – Anita retrucou, tomando o papel da mão dela, que tratava do cartão que veio junto com as flores que Ben lhe trouxe, a menina ficou com um semblante tenso, se perguntando como ela foi deixar aquilo ali.

– Ui que agora até me deu um calor aqui. – Flaviana falou dramatizando, entre risadas abafadas.

– Pode explicar Anita. – Sofia pediu, comtemplando o jeito desconcertado de Anita a sua frente. – E eu não violei nada, achei sem querer quando abri a gaveta do criado mudo, tava em cima da tua agenda. – Justificou.

– Explicar, o caramba, virou o que, clube da Luluzinha isso aqui, onde vocês perguntam, e eu só respondo. – Anita tentou disfarçar o incômodo, cruzando os braços e alegando que ambas não tinham nada a ver com aquilo. – Eu não devo satisfações a ninguém. – Disse Anita fingindo irritação. – E eu vou aproveitar e vou levar a agenda também, está cheio de coisas, dos meus trabalhos de decoração nela. – Falou ela caminhando até a gaveta, à abrindo, pegando o que queria e pondo tudo dentro da bolsa.

– Ai, ai, ai, ai... – Hein Anita o que você andou aprontando, ultimamente você anda tão esquisita, cheia de mistérios, com uma alegria injustificada. – Sofia alfinetou risonha.

– Ah Sofia. – Flaviana deu um grito destorcido. – Sabe aquela loja, aqui na Barra, que a Anita, vende as peças dela, aquela que fica no shopping, tem um gatinho que é filho da dona. – Disse ela, com animação.

– Será que é ele Anita. – Sofia provocou, permitindo-se esquecer de seus dilemas por um segundo que fosse.

– Que... – Anita ficou completamente espantada. – Jesus, vocês são loucas. – Disse ela impressionada com a capacidade que ambas tinham de criar situações, totalmente surreais.

– Hum eu não, então me conta a verdade ué. – Sofia deu de ombros.

– Ué gente, um namoro o lindo do Serguei, mais ainda enxergo, fazer o que. – Disse Flaviana querendo se defender.

– Eu conheço o menino tá Flaviana, ele realmente às vezes está na loja ajudando a mãe, mais eu não sei nada dele, acho que o nome é Diego, nem sei se é esse também, e isso não tem absolutamente nada a ver. – Garantiu ela, antes que as duas saíssem por aí contando aos quatro ventos. - E Sofia, faz um favor, pra você mesma, se preocupa com teus rolos que está de bom tamanho já, deixa que dos meus, cuido eu, e assumo se for o caso. – Disse Anita desviou-se do assunto.

– Isso é verdade. – Retrucou Flaviana. – Mais agora vamos lanchar, que aminha barriga não aguenta mais fazer a fina. – Falou a menina realente com muita fome.

– Eu lá tenho cabeça pra comer Flaviana. – Sofia disse emburrada, afoita, mesmo em ter que encarar Vera.

– Mais vai. – A morena ordenou alcançado um copo de suco nas mãos da amiga.

– Só porque é o meu preferido. – Sofia se rendeu, com um sorrisinho no canto da boca.