Anita estava no quarto de Pedro e Vitor, dobrando algumas roupas e as pondo no guarda- roupa, a pedido de Vera, que apenas passou em casa para almoçar e logo voltou para trabalhar nas encomendas que havia recebido, que por sinal era em grande quantidade, o que havia deixado à mãe radiante, pelo que a garota pode perceber.

– Meu deus do céu, aconteceu uma guerra, dentro desse guarda-roupa, não é possível. – Anita resmungou ao abrir uma das portas, para colocar algumas peças de roupa, e ver outras caírem de dentro no chão. – O Vitor realmente é uma pessoa fantástica. – Rosnou ela, se abaixando para juntar as peças e perceber que era do meio-irmão. – Ben. – Proferiu ela intrigada, achando que poderia ter visto demais, quando avistou de relance a figura do garoto passando no corredor, pela fresta da porta que estava entreaberta. Anita juntou as roupas rapidamente, e as colocou em um canto qualquer da prateleira, dentro do guarda –roupa, e foi até a porta com agilidade. – Eiii... – Falou ela, tentando chamar a atenção do garoto. – Vem cá. – Pediu Anita.

– O que você tá fazendo aí. – Sussurrou ela questionando, parado em frente à porta do quarto que Anita dividia com Sofia e Giovana. – Eu iria te procurar. – Afirmou.

– Tá, mais não entra aí não, a Gio tá aí com Pedro, Mariana e não sei mais quem. – Disse ela, fazendo Ben caminhar até ela.

– E você estava bancando a antissocial, assim só pra constar. – Ben implicou, olhando para ela com um sorriso.

– Não. – Falou Anita, dando um beijo rápido no namorado. – Eu estava separando umas roupas e guardando, aqui no quarto dos meninos. – Justificou ela. – Você chegou cedo. – Argumentou.

– É eu realmente consegui, sair mais cedo do trabalho hoje. – Afirmou ele. – Então já que meu pai e a Vera não estão que eu sei. – Disse Ben, envolvendo um braço em volta da cintura de Anita e a empurrando para dentro do quarto. – E o resto do pessoal tá todo fazendo alguma coisa, lá no teu quarto. – Emendou ele, fechando a porta com a mão que estava livre. – A gente pode aproveitar o tempo de paz, que nos foi dado, né. – Ben alegou a envolvendo em um beijo cheio de vontade, nem dando a Anita tempo de responder nada.

– Pensei que você disse, que a gente iria maneirar, nos encontros escondidos, aqui em casa. – Anita implicou, ao lembrar-se.

– Eu disse isso, mesmo.- Ben retrucou, achando graça.

– Ahm, hoje cedo, quando a gente estava indo pra escola, preocupadíssimos, quando a gente começou a imaginar que todo mundo iria se sentir meio traído com o que a gente andou fazendo nas costas deles. – Anita confirmou, enquanto sorria debochada.

– Ah é eu acho que eu disse. – Concordou ele. – Mais nesse caso não foi à gente que criou a oportunidade, foi ela que se manifestou. – Ele tomou como justificativa. – Então. – Falou.

– Então o que. – Anita indagou as risadas.

– É eu realmente não fiz jus boa fama que todo mundo depositou em mim, quando me envolvi com você. – Comentou o garoto, passando pela sua cabeça algumas das palavras do pai.

– Com certeza o Ronaldo deve estar muito despontado com você mesmo. – Anita foi dizendo, enquanto envolvia os braços em volta do pescoço dele. - Ele jamais imaginou isso, e vai ficar mais né, ah vai. – Anita previu.

– Será que isso, que nós somos um para o outro. – Disse ele, entre um beijo e outro.

– O que. – Anita perguntou de forma curiosa.

– O caminhou da perdição. – Soltou Ben, seguido de uma gargalhada.

– Ah não Ben, para, se não eu vou rir até amanhã. – Anita não conteve as risadas devido à suposição dele.

– Ai meu deus, só vendo. – Rebateu ele, ainda rindo. – E eu é que achei que eu viria pra cá, pra levar uma vida tranquila. – Comentou.

– É, assim acho que você nunca praticou isso, jamais pra ser mais clara. – A menina concordou.

– Mais agora também não tem mais jeito. – Ben afirmou. – Então só a uma coisa a fazer. – Disse ele, prensando a garota até a parede atrás deles, enquanto se beijavam.

– Ben. – Ela interrompeu, ao escutar o ruído de alguma coisa caindo ao chão, por conta do choque dos dois. – É sério que você vai querer quebrar alguma coisa do Vitor, ela vai acabar matando a gente. – Disse Anita, juntando o troféu que o garoto havia ganhado em um dos campeonatos de vôlei da escola.

– Não seria uma boa ideia, jamais. – Conclui ele. – Isso se ele souber que foi a gente né. – Afirmou o garoto, voltando para o beijo. – Eu juro que eu queria muito poder passar a tarde inteira com você, todos os dias, mais por conta do trabalho não dá né, e quando eu chego você anda sempre ocupada com alguma coisa, ou com alguém perto. – Afirmou lamentando.

– É, mais não fica mais doido que você já é né, vai agora largar o trabalho pra gente ficar juntos, aí sim você estaria fazendo uma loucura tremenda por minha causa. – Anita argumentou. – Mesmo sabendo que eu não iria detestar tua companhia sempre. – Confessou ela, mexendo nos cabelos dele.

– É tá, mais que tal você virar minha aluna então, aí à gente iria poder passar todo tempo juntos. – Sugeriu ele com travessura.

– Ah mais nesse caso só tem um agravante, você iria acabar sendo despedido por assédio, rapidamente. – Anita brincou com a situação.

– Não, não iria dar mesmo, até porque as pessoas já nos acusaram de serem irmãos, como empecilho pra namorar, agora por relação de aluna - professor, ainda, não e muita coisa. – Disse Ben. – E também nesse caso a Julia e Fred iriam ficar no chinelo perto da gente rapidinho. – Proferiu ele, divertindo-se.

– Ai tadinho dos dois, aquele episódio lá na escola foi chato hoje, fiquei horrorizada com a situação. – Anita comentou.

– É foi tenso mesmo. – Concordou Ben. – Os dois não mereciam isso, mais eles vão superar Anita, até porque nada é insuperável. – Ben garantiu. – Mais já que se matricular no cursinho não rola, acho que eu posso te dar umas aulas particulares. – Disse ele, seguido de um beijo intenso.

– Ah é, será mesmo. – Devolveu ela, o encarando, sentando a ponta da cama de Pedro e o puxando pela mão.

– Bom minhas outras alunas, nunca reclamaram . – Retrucou ele, brincalhão.

– Ah jura. – Anita falou séria, lhe dando um tapa no ombro.

– Olha só, você é que esta colocando duplo sentido nas minhas palavras. – Afirmou Ben, gargalhando.

– Claro que fui eu. – Anita murmurou. – Bom pra você, que fui só eu mesmo. – Anunciou ela, puxando seu rosto para mais perto os unindo em um beijo.

– Eu acho que eu não disse ainda, em como eu me senti e tenho me sentido, feliz nesses dias todos. – Afirmou com a respiração curta, parando de beija-la.

– Contraditório né, pra quem já quis nunca mais olhar na minha cara. – Ela alfinetou não resistindo. – Eu também estou sendo, mesmo que tudo seja tão provisório pra gente, por conta de todo contexto, eu to muito feliz. – A garota também declarou.

– Tá vendo outra contradição, agora tua. – Ben respondeu sorridente. - Ou você vai dizer que não ficou correndo de mim. – Cobrou.

– É não sei, acho que eu esqueci dessa parte. – Anita desdenhou, voltando a beija-lo com paixão. – Hum, que. – Anita agachou-se ligeiramente ao escutar a porta do quarto abrindo-se bruscamente.

– Vitor. – Ben arregalou, os olhos ao vislumbrar a figura do irmão com cara confusa lhe olhando.

– Ben. – Vitor falou de volta, enquanto o irmão mais velho passava a mão nos cabelos se perguntando o que o caçula a sua frente, havia visto ou não.

Continua...