– Apesar de você ter quase me matado de susto quando a campainha tocou. – Anita justificava, sorrindo de forma que transparecia luz, de braços enroscados em volta do pescoço do namorado. – Eu tenho que confessar que eu adorei a ideia de você ter vindo aqui. – Ela confidenciou. – Me ver. – Encerrou com um beijo.

– É que bom, não é. – Ben respondeu, separando os lábios dos dela por um instante apenas. – Porque eu já estava pensando que você tinha gostado demais dessa tua estadia por aqui, e já estava pensando em prolongar ela, por mais tempo. – Retrucou o garoto fingindo-se de sério.

– Sabe o que é. – Anita riu, se afastando um pouco, e ajeitando uma almofada atrás das costas. – É que aqui eu é que sou paparicada, já no casarão eu só mimo todo mundo, mais as pessoas de lá se esquecem de mim, né. – Afirmou fazendo-se de emburrada. - Não retribuem. – Afirmou, enquanto mexia os ombros se fazendo de ofendida. - Aí eu vou fazer o que, acabo me acostumando com a vida boa daqui. – Falou, altiva.

– Ah entendi. – Ele sorriu irônico.

– Gente olha só eu vou pra minha faxina, lá no apartamento, do dondoca do mil e dois, mais vocês fiquem tranquilos por aqui, não é. – Ponderou Soraia após vir da cozinha, bastante apressada. - Não vão aprontar nada, porque depois caso contrário a Detinha arranca meu pescoço em tempo recorde. – Alegou Soraia, parando em frente aos dois que estavam sentados ao sofá.

– Pode ir tranquila Soraia, a gente não vai aprontar nada não. – Anita garantiu, achando graça do jeito dela. Ben apenas confirmou com cabeça as palavras da menina.

– É tá, então deixa eu ir, ou se não nem da tempo da Detinha arrancar meu pescoço, quem arranca é a madame, por conta do meu atraso. – Falou ela apressada pegando a bolsa de cima da mesa.

– Vai bom trabalho. – Desejou Anita, enquanto ela saia fechando a porta. – E onde que a gente tava mesmo. – Anita falou voltando seus olhares a Ben novamente.

– Hum, eu acho que na parte em que eu dizia estar muito chateado pela injustiça proferida anteriormente, já que você acabou de me dizer que ninguém lá de casa da atenção pra você. – Afirmou o garoto olhando para um canto qualquer. - Nem assim eu. – Disse a observando.

– Será que isso é injustiça. – Retrucou ela, negando. – Acho que não. – Fingiu-se Anita.

– É sim, muita algo imperdoável. – Ben afirmou, distribuindo beijos no pescoço dela.

– Ah é, então já que e assim, só resta a você me fazer mudar de ideia. – Anita respondeu sorrindo travessa. – Mais lembrando do recado que a Soraia deixou, melhor. – Disse ela, interceptando o beijo que seria dado por ele.

– Ah, o que era mesmo, acho eu esqueci, não lembro mais. – Rebateu ele, em meio a uma risada.

– Ben, não surta vai. – Anita riu das alegações do garoto.

– Ué o que, eu só sou tão desmemoriado quanto você, não tá aí dizendo que ninguém te dá atenção. – Brincou ele.

– É realmente vai ver que eu ando com um certo excesso de carência, , a culpa é tua, afinal, resolveu me abandonar, pra se entreter com a carência das maus amadas do bairro inteiro mesmo, ai eu fiquei como. – Alfinetou ela. – A ver navios, não foi exatamente, porque, bom acho que estaria mais para o fato de que eu devo ter afundado dentro de algum, mais conveniente. – Afirmou.

– Vem cá, você já pensou o que elas fariam se soubesse dessa tua constatação. – Não se conteve ele.

– Ah e o que elas fariam? – Devolveu ela. - Viriam pra cima de mim com tudo, olha já vou avisando que se elas se dividirem em duplas, não vai dar, acho que eu ainda dou conta, acho que a Drica e a Luana, vou informar isso a elas, não é. – Debochou a garota.

– Às vezes eu fico me perguntando, se ainda existe alguma forma de você me surpreender depois dessa. – Ben pronunciou, sorrindo desconcertado.

– Bom isso eu não sei, eu só espero que isso aconteça, não seja pra pior, porque pensa só, o que ainda viria depois de Antônio, briga a três, quase roubo de provas, sem falar nos tapas que troquei com a Sofia né, bom mais isso também já começou bem antes, acho que mais exatamente no berçário. – Ela se divertiu. – É não dá pra ficar pior, se ficar já viu, o mundo acaba. – Debochou.

– Por aí mesmo. – Riu o garoto também.

– Tá vendo. – Ela confirmou, e os dois apenas beijaram-se empolgados.

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– Ai tinha né Sidney. – Sofia resmungou ao tropeçar em alguém, e derrubar a bolsa, na caçalda enquanto caminhava até o salão, para encontrar-se com Flaviana. – Claro que só podia ser você. – Disse séria o fitando.

– Me desculpa! - Eu realmente não vi você, e talvez se eu tivesse visto. – Se defendeu. - Tinha até mudado de direção. – Disse ele, meio ríspido.

– Precisa ser grosso. – A loira retrucou sentida, juntando a bolsa do chão.

– Como se você fosse muito diferente comigo, não é. – Devolveu o menino, não se preocupando se a loira ficaria ou não irritada.

– Valeu Sidney, eu já entendi. – A loira falou emburrada, cruzando os braços.

– O que, que eu realmente joguei a toalha quando o assunto é você, desisti Sofia, não vou mais correr atrás de você. – Comunicou Sidney taxativo. – Tchau Sofia. – Disse o menino dando as costas a ela.

– Já vai tarde mesmo. – Gritou a garota enraivada, enquanto observava Sidney “sumir”, pela rua apenas.

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– E lá em casa, como que está tudo. – Perguntou Anita, com certa curiosidade lhe rondando. – Eu bem que tentei ligar pra mamãe hoje, mais o celular dela só dava fora de área. – Afirmou Anita, pondo dois pratos sobre a mesa.

– Ah eu acho que esta tudo normal não é Anita, o que sempre é um pouco a mais quando se trata da nossa família, você sabe. – Disse Ben.

– É verdade. – Concordou ela.

– Vem cá deixa eu te perguntar um negócio. – Proferiu Ben, a puxando pela mão para perto dele. - Foi você que cozinhou ou não. – Indagou ele, sorrindo travesso.

– Não, foi a Soraia, eu só botei, a lasanha no forno pra assar. – Explicou ela.

– Ah ainda bem. – Disse ele, fazendo-se de satisfeito.

– Ah muito engraçado, você hoje. – Anita retrucou, estampando no rosto um sorriso irônico.

– Não, não, isso se chama felicidade e consequentemente a culpa é tua dessa vez. – Afirmou ele a puxando para um beijo.

– Oh cuidado hein, você fica me desconcentrando, e daqui a pouco, eu esqueço de tirar a lasanha do forno, e você aí vai começar a ter motivos pra se preocupar. – Anita alertou brincalhona, Ben apenas sorriu voltando a beijá-la.

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– Caramba Sofia, precisava demorar tanto. – Flaviana repreendeu a garota ao por os olhos nela.

– O Flaviana, me deixa vai. – A loirinha respondeu, sentando em uma das poltronas, no lugar de espera das clientes no salão, com um semblante desanimado.

– Ih Sofia, o que te aconteceu. – Indagou a garota aproximando-se, ao constatar que a amiga não estava nada bem.

– Nada só entrei numa daquelas fases, em que eu cansei de me reinventar. – Disse Sofia revirando os olhos, sem a mínima paciência. – E também de achar que as pessoas, um dia terão algum tipo de consideração por mim, isso não existe, não é, e nem dé de hoje. – Ela se consternou.

– Claro que não, eu, por exemplo, me importo muito com você. – A morena garantiu, para anima-la.

– Digamos que você nem conta mais, não é Flaviana. – Sofia respondeu, com um sorriso de canto. – Você é a única pessoa que me aceita do jeito que eu sou, mesmo que as vezes você e eu passamos por alguns contratempos. – Admitiu. – Mais eu já cansei do resto do mundo me condenado sempre. – Disse ela aflita.

– Que hein? – Flaviana perguntou, ao perceber que ela andava com algo lhe incomodando. – Não vai me dizer que é ainda a tal conversa com o Ben, que você me contou mais cedo. – Questionou ela, a encarando.

– Não, quer dizer não sei, sei lá Flaviana, talvez o Ben tenha um fundo de razão, no que ele me disse, eu não dei chance pra que nenhum sentimento maior surgisse entre a gente, e enquanto ele percebeu que não dava só pra viver de encantamento, eu não, eu coloquei na minha cabeça que ele me amava, e que não tinha como ele me trocar por garota nenhuma. – Desabafou entre suspiros. – Só que na verdade, o grande amor da vida dele seja mesmo a Anita, por mais que eu não suporte admitir isso. – Proferiu a menina. – No fundo todo mundo, prefere mesmo a Anita, né, vai ver o meu excesso de atitudes afaste as pessoas. – Desdenhou a loira, em total descontentamento.

– Não, eu não preferi a Anita, por mais que eu tenha um apreço por ela, você é a minha melhor amiga, aliás, mais que isso, a irmã que eu nunca tive. – Se emocionou Flaviana ao falar. – E eu também sei, que tem outra pessoa que nunca olhou assim pra tua irmã, que quis você, sempre quis. – Pronunciou ela, sendo cortada no instante seguinte pela loira.

– Sidney. – Previu. – Ah não Flaviana, eu já estou muito mal, pra agora ter que ouvir você, logo você, falando bem daquele tosco. – Sofia, disse sorrindo enigmática.

– Será Sofia, ou no fundo você não quer ver, o que você já percebeu, o Sidney ama você de verdade, ok talvez ele não seja o que você sempre desejou, aliás, diga-se de passagem, nem o Ben, só que o Ben ainda tem um agravante, ele com certeza foi e ainda é apaixonado, pela Anita, que por sinal é tua irmã. – Afirmou Flaviana. – Sofia, às vezes fazer pouco do sentimento que nos é devotado, pode ser uma ótima forma de se cair no esquecimento de nós mesmos, você tá assim vendo tudo pesar, porque no fundo você já tá ficando cansada de procurar uma coisa que você nunca acha. – Alertou ela. - Coisas que, aliás, o Sidney sempre quis de destinar. – Flaviana tornou a envolver o menino na conversa, para desespero de Sofia. - Às vezes construir as coisas em cima da nossa realidade, e não do que a gente planejou, pode ser a única forma da gente um dia, ser feliz de verdade, e talvez eu seja um bom exemplo disso, eu passei tempos correndo atrás do Martin, sendo que ele nunca me quis, só que teve uma hora que eu persisti tanto que eu me dei por conta de que eu estava sozinha, e pior, perdendo as oportunidades que a vida me mostrava, nessa história dos meus pais, você acha que alguma coisa teria se resolvido se eu continuasse achando que eu poderia continuar agindo como uma menininha rica da Barra, e que tinha tudo o que queria. – Relembrou a morena.

– Ah Flaviana, você só esqueceu de um detalhe nessa tua filosofia de auto ajuda aí, o Sidney não é o Serguei que faz de tudo por você, o Sidney ultimamente só me espezinha, acabou de fazer isso a meia hora atrás inclusive. – Disse ela com mágoa. – Aliás, e eu não consigo perdoar o que ele me fez, eu nunca vou ficar com o Sidney, depois do que ele fez. – Afirmou ela, vendo seu peito se apertar em plena angustia.

– É Sofia, você pode até ter razão em não perdoar o Sidney pelo que ele aprontou com você, mais pensa numa coisa, às vezes passar por cima de uma coisa, resolver e aceitar, pode ser a única forma de se seguir em frente, você pode até não perdoar o Sidney, mais uma hora você vai ter que parar de remoer essa história. – Supôs Flaviana, opinando. – Ou você vai passar o resto da vida remoendo tudo isso, o que não combina em nada com você. – Alertou ela, aconselhando.

– Fácil falar, não é Flaviana. – Falou ela, desacreditada.

– Bom, tudo bem, também não é algo que você vai acordar em um belo dia e vai se dar por conta, mas talvez com o tempo. – Se convenceu a garota. – Mais vamos vai, afinal eu te chamei aqui pra você me ajudar a arrumar minha mala. – Flaviana lembrou, querendo mudar o rumo do assunto.

– Você só não vai viajar na outra semana ainda, pra que a pressa, na verdade se eu fosse você levava um a mala vazia e comprava tudo novo, não é, Flaviana você tá com tuas roupas já virando farrapos. – Alertou a loira, sem se importar com a opinião da amiga.

– Ai, quem diria que um dia, eu poderia concordar com você. – Disse ela, não negando. – Mais eu preciso levar alguma coisa né, é muita coisa de pobre que ganhou na mega sena, embarcar com uma mala vazia, assim eu vou passar muito recibo de acabada. – Flaviana dramatizou.

– É pois é. – Riu Sofia.

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– Mesmo me negando muito. – Lamentou Ben, enquanto ele e Anita namoravam no sofá. – Eu vou ter que ir embora. – Disse ele, trocando beijos com Anita.

– Ah não, fica mais um pouco vai. – Quis coagir ela. – Isso não é justo. – Alegou, seguido de um beijo carinhoso.

– Anita tá quase anoitecendo já. – Riu ele ao constatar. – Então não dá mesmo, como eu não trabalhei hoje, tenho um monte de aulas pra ajeitar pra amanhã. – Justificou Ben, acariciando os cabelos dela. – E tem mais, eu sai do colégio e vim direto pra cá, deve estar todo mundo se perguntando aonde eu ando. – Lembrou –se o garoto.

– É, é de se desconfiar. – Sorriu ela.

– Vem cá, mudando de assunto, você e a Sofia hein, como ficou as coisas entre vocês. – Questionou Ben de forma apreensiva.

– Ué, porque você tá me perguntando isso agora. – Ela se viu desconfiada pelo jeito sério de Ben. - Você nunca foi de se meter nos meus rolos com a Sofia, o que foi muito sensato, aliás, porque se você se metesse, não ia dar muito certo. – Supôs Anita.

– Não por nada, foi só curiosidade mesmo. – Exclamou ele. – Na verdade, ela que veio com um papo esquisito, ontem pra cima de mim. – Ben entregou, tenso.

– Ah agora, eu entendi. – Retrucou ela, sorrindo debochada. – Vem cá, o papo esquisito, foi o que.- Pronunciou Anita, percebendo. - Uma forma de você interpretar o fato de que ela andou dando em cima de você. – Gargalhou a garota, ao não se conter.

– Acho que foi. – Confirmou Ben, temendo o que ela diria. – Mais vem cá, você vai rir, simplesmente. – Cobrou ele, ao observá-la, com a cabeça ajoelhada sobre as pernas as risadas.

– Ué Ben. – Anita levantou o olhar para encará-lo. – Você quer o que, que eu faça um escândalo, fique louca. – Disse ela enrolando os cabelos. – Eu só não entendi porque você tá me contando isso, não é, já que você achava que eu iria ter um surto. – Se perguntou Anita.

– Sei lá Anita, em se tratando da tua irmã, da pra prever o que vai vir dali, vai que ela resolve te contar, e pior exatamente da forma como não aconteceu. – Ben se justificou. - Porque não aconteceu nada. – Afirmou convicto.

– Não, tudo certo, eu não estou dizendo que eu duvido de você, e ok você tem razão, a Sofia realmente tem um jeito sutil de transformar situações a favor dela. – Concordou a garota.

– Eu também não estou achando isso. – Ele garantiu. – Não é questão de achar que você duvide de mim. – Garantiu.

– Bom uma coisa a gente tem que admitir, persistência é o segundo nome da Sofia, em tudo, né. – Disse Anita. – E eu não sei se eu parei de brigar com ela, e simplesmente aceitei as coisas como elas se desenharam, mais digamos talvez que eu tenha parado sim, de ficar procurando sempre o foco em fazer a Sofia, abrir os olhos pra alguma coisa, principalmente se elas disserem respeito, a nossa relação a três. – Comentou Anita, também querendo entender o que, a única a irmã naquele momento. – A gente é muito diferente Ben, temos visões distorcidas das coisas, em relação uma a outra, e mesmo que eu tenha andado passando pro outro lado da força um tempo atrás, e por mais que tudo que ocorreu tenha mudado alguma coisa em mim, meu nível de tolerância talvez, principalmente, eu não penso igual a Sofia em muitas coisas e continuo não pensando, isso não vai mudar. – Alegou ela, ao procurar uma justificativa.

– Eu só espero, que ela daqui pra frente entenda, que quando eu coloquei um ponto final em qualquer coisa com ela, eu estava falando muito sério, e que isso não vai se arrastar pra nenhuma situação da agora, a gente com certeza já tem muitas coisas pra administrar. – Afirmou ele.

– Mais por quê? - Você disse alguma coisa da gente pra ela. – Questionou ela, um tanto quanto curiosa.

– Mais ou menos, ela não iria deixar de perguntar não é Anita, mais eu também não disse nada de concreto. – Ben respondeu. – Mais você acha, que mesmo assim ela pode insinuar algo pro pessoal. – Ben indagou.

– Bom eu não acharia isso impossível, como você mesmo disse no início da conversa, da Sofia pode-se esperar tudo, mais também se ela falasse talvez nos fizesse um favor, não vai da pra passar o resto da vida do jeito que a gente esta né, e a gente sabe disso. – Exclamou Anita, em total tranquilidade.

– É outro fato que nos persegue. – O garoto se viu concordando com ela. – Será que um dia a gente realmente vai ter um pouco de paz, que não se resume há horas e dias somente. – Se questionou ele, nervoso com a situação.

– Não sei, mas também é melhor a gente não esperar muita calmaria vindo por aí. – Concluiu ela, sendo envolvida em um abraço, por ele no instante que seguia. - E no fundo angustia por antecipação também não resolve muitas coisas, não é, o fato é que esganar nosso pescoço pode ser um desejo bastante presente nas intenções da mamãe e do Ronaldo, quando eles souberam de tudo que houve até aqui, e da forma sagaz que a gente escondeu isso deles, só que também já acontece tanta coisa que isso deixou de ser algo que me preocupe tanto. - Confessou ela, o encarando.

– É, isso era um problema considerável, quando nada do que veio depois existia. – Ben se viu compartilhando do mesmo sentimento que ela.

– É a coisas bem piores do que as caras feias da mamãe e do Ronaldo, mais acho que eu vou até pensar em fazer em fazer uma listinha, pra ver se eu me convenço cada vez mais disso. – Anita brincou com o fato.

– É talvez a gente precise mesmo, acreditar muito nisso daqui pra frente. – Respondeu Ben. – Bom mais agora eu vou ter que ir mesmo. – Afirmou ele.

– É tá né. – Se convenceu ela. – Hum mais você vai ter que fazer uma coisa pra mim, que eu acabei de lembrar aliás. – Disse Anita, fazendo um pedido a ele.

– Ih meu deus. Preocupou-se. - Lá vem o que é, diz logo, antes que eu supostamente perceba que é melhor eu mudar de ideia. – Ben falou.

– Então, eu liguei pra Julia, só que o celular só dá desligado. – Explicou ela. - Você bem que podia ir lá na casa dela, dizer pra ela vir aqui né, já que eu não posso circular por aí. – Anita afirmou.

– Bom a Julia não foi pra aula hoje, o Serguei chegou a comentar que. – Ben exclamou sendo interrompido.

– Que ela esta resfriada, eu já sei, já tentei descobrir algo com ele, mas nem ele sabe o que tá havendo de fato. – Anita disse nem um pouco satisfeita com o fato.

– Então, como eu vou simplesmente bater na casa dela, a mãe dela vai achar esquisito. – Comentou ele. - E eu digo o que. – O garoto se questionou.

– Não sei, dá teu jeito poxa, mais eu tenho que falar com ela. – Falou Anita decidida. - Tem alguma coisa que não esta batendo nisso tudo entendeu. - Anita declarou.

– Ai você cismou com isso, não é, impressionante. – Ben rebateu, com pouca paciência diante dos devaneios dela.

– Não, não é isso, é só que agora, eu realmente acho que tem algo que não se encaixa, a Julia perdendo aula assim ,ela não é disso, e depois o Serguei me disse uma coisa hoje que me deixou mais cismada de fato, que aquele dia o último dia de aula, antes do feriado, a gente matou as últimas aulas pra acertar coisas da viagem né. – Ela tentou se explicar melhor.

– Tá sim, mais o que tem. – Ben procurou entender.

– Tem que, parece que o namoro da Julia e do Fred, se tornou público no colégio, e digamos que esse passou a ser o assunto do corredor, da sala, das más línguas que não tem mais o que fazer. – Anita comentou afoita.

– Nossa! - Surpreendeu-se ele. - Mais eu não acho que a Julia iria se importar com isso Anita. – Alegou ele. – Na verdade ela faz totalmente ao contrário, ela se revolta e tenta mudar isso da forma que der. – Afirmou Ben.

– Pode até ser, que ela realmente não se importe, mas lidar com isso a principio é algo que a gente só desempenha sem grandes consequências, com o tempo. – Anita justificou. – E dessa vez é a vida dela Ben, ela se viu mais do que no foco, de todo disse me disse. – Disse ela.

– É, de imediato as coisas complicam mesmo. - Ben concordou. – Bom eu vou ver o que eu posso fazer, e depois te ligo pra avisar. – Afirmou ele se convencendo.

– Tá, eu vou ficar te devendo essa. – Anita sorri contente.

– É eu vou cobrar, pode ter certeza. – Disse ele, a beijando.

– Ah jamais duvidarei disso. – Disse a garota. – Eu vou levar você até a porta. – Afirmou levantando do sofá.

– Não pode ser até lá em baixo não, a gente vai de escadas, pra demorar mais um pouco. – Ben sugeriu, com uma risada ao levantar.

– Ah claro, deixa de bobo. – Riu ela das invenções do garoto.

– Tá bom, não tá mais aqui quem falou. – Falou ele, enquanto os dois trocaram passe de vagarosos até a porta.

– Tchau, amanhã a gente se fala. – Anita disse se despedindo.

– É né fazer o que. – Disse ele, entre um beijo e outro.

– Tchau. – Anita respondeu, dando um último beijo nele, antes de fechar a porta.