– Eu juro que eu passava o resto da minha vida aqui. – Afirmou Ben em total alegria. – Assim com você. – Disse ele, beijando a testa dela, que descansava a cabeça em seu ombro.

– Hum cuidado hein. – Proferiu Anita deixando uma risada escapar. – Olha que o resto da vida pode ser muito tempo. – Ela falou, erguendo-se para encara-lo. – E em se tratando de mim, pode virar uma tarefa árdua, e de sérios desastres. – Brincou ela com felicidade.

– Não. – Sorriu. – Nada com você do meu lado, é muito tempo. – Garantiu Ben, e assim eles trocaram um beijo apaixonado. - Eu acho que. – Disse ele, passando a mão nos cabelos dela. – Amar alguém, como eu te amo, é uma das coisas que, acho que pela primeira vez na vida me faz querer viver pra sempre, nunca morrer, só pra continuar vivendo momentos como esse, e cultivando esse sentimento, só pra ter certeza de que ele nunca vai ter fim. – Confidenciou ele, arrancando um sorriso largo de Anita, que continha uma mistura de alegria e encantamento.

– E assim, eu só percebo de que tudo que a gente enfrentou valeu a pena, pra isso, pra gente ficar perto um do outro como agora. – Respondeu Anita radiante.

– Promete uma coisa, que essa noite aqui, você não vai pensar em esquecer. – Ele pediu, com um beijo.

– Não, jamais, não que eu quisesse, não daria nunca. – Anita garantiu. – Aliás, todas as minhas tentativas de esquecer alguma coisa que a gente já viveu fracassou mesmo, até naquelas situações em que as alegrias, vivaram a causa e a semente das tristezas. – Ela pronunciou com um sorriso.

– E eu te adoro muito, muito, muito... – Falou ele entre muitos beijos com vontade.

No casarão.

– Ai Flaviana na verdade a minha raiva do Sidney, só aumenta o quanto mais o tempo passa. – A loira dizia para a patricinha, enquanto tirava algumas peças de roupas do armário.

– Você tá falando isso exatamente por que. – Flaviana voltou seus olhares para prestar atenção na amiga.

– Por que. – Sofia debochou irônica. – Flaviana, você viu aquela loira esquisita que tava com ele, lá no show, que raiva, ainda bem que eu tinha coisa mais importante pra fazer, do que assistir aquele showzinho caído. – Ela resmungou irritada.

– Esquisita nada, ela mora lá na Barra, no mesmo condomínio que teu pai, quer dizer não sei mais de quem é o apartamento, ela se mudou a pouco tempo, os pais delas são podres de ricos, eles moram em uma das coberturas – A morena afirmou.

– E eu te perguntei, pedi pra você baixar a ficha, daquela coisa oxigenada, sim né porque aquilo ali não loira de verdade deve ser. – Sofia reclamou, sentindo uma pontinha de ciúmes, mas tentando esconder.

– Sei não hein Sofia. – Flaviana desconfiou.

– Ah Flaviana vamos mudar de assunto. – Sofia se negou a continuar com a falação. – Vai me ajuda a escolher umas peças que combinem com a coleção que eu ganhei, nem acredito que eu fui convidada pra desfilar, e mais que ganhei essas lindezas aqui. – Ela disse animadíssima, apontando para a coleção de sandálias que havia ganhado de presente.

– Tá, tá bom. – Respondeu Flaviana, acatando os pedidos dela.

– Oi! - O que vocês estão fazendo. – Mariana entrou no quarto, com ar curioso ao ver a bagunça que as duas tinham aprontando.

– Nada. – Sofia disse seca apenas. – Você não estava no show, que foi perdeu a graça. – A loira perguntou, não escondendo que não gostava da presença da garota.

– É eu tava, mais minha mãe quis voltar, ela não tava passando muito bem. – Afirmou ela. – Nossa Sofia, é a nova coleção daquela grife de sandálias, são lindas. – Disse ela deslumbrada, ao colocar os olhos nos calçados. –Essa aqui é perfeita, a minha cara. – Afirmou ela. –Segurando uma sandália preta com salto Anabela em mãos.

– É só que são minhas, se você quiser, vai ter que esperar pra comprar. – Sofia tomou o objeto das mãos da garota.

– Poxa vai, você ganhou a coleção completa, não vai fazer falta, se você me emprestar uma, pra eu ir no aniversario daquela amiga da mamãe que convidou a gente. – Mariana apelou.

– Queridinha eu nem usei, e você já quer emprestada, me erra não é, eu não vim ao mundo pra fazer caridade, ainda mais pra alguém que enche a boca pra se dizer linda e poderosa e nada mais. – Foi irônica a loira.

– Você não faz questão nenhuma em esconder que não gosta de mim. - Porque Sofia. - É inveja isso. – Mariana ficou impaciente. –Porque a tua irmã, pode até não falar mais não simpatiza comigo, mas mesmo assim ela fica na dela, já você não faz questão nenhuma de disfarçar. – Alegou.

– E relaxa, essa aí vira centopeia, só pra usar tudo de uma vez, mais não empresta os mimos dela por nada, nem pra mim ela empresta, imagina pra você. – Flaviana fez graça, querendo descontrair a situação ao perceber o jeito enraivado da amiga, mas foi ignorado por ambas as duas.

– E você não tem tudo que você quer, porque você quer as minhas sandálias, querida ninguém se cria comigo, ainda mais se for na minha casa, com as minhas coisas. – Sofia retrucou de cara fechada. – E não fala da minha irmã, não tá, porque a Anita pode até engolir alguns sapos de vez em quando, só que quando ela se enfeza, mesmo com aquela cara de santa, em quem ninguém dá nada, ela pode ser muito pior do que eu, minha irmãzinha não engole desaforos por muito tempo, então quando a coisa estourar, poder ficar feio pra você, alias não fala da minha irmã não tá. – Sofia disse um tanto irada.

– Claro, mais quer saber Sofia, eu posso comprar todos os exemplares da coleção quando elas saírem nas lojas, já você de repente vai receber um único convite desses nada vida, sendo dona de um blogger de subúrbio, cuja a dona nunca vai sair dele, ainda mais da forma gentil e educada, como você sempre trata todo mundo. – Mariana não se intimidou.

– Me poupe, tá legal. – Sofia riu. – Você não me engana não garota, essa teu ar ,de estou querendo me enturmar pode enganar minha mãe, mas não a mim, eu tenho muito mais faro do que você pensa. – Sofia deixou claro. – E fica longe da minha irmã tá legal, não pensa você que vai aprontar nada com ela, porque eu acabo com você, caso ela não faça isso, a Anita já passou por boas, pra agora precisar de uma como você pra infernizar ela. – Sofia declarou.

– Como assim, o que de tão grave a Anita passou. – Mariana se ateve apenas nessas palavras da loira.

– Não te interessa, agora você pode, me dar licença e sair do meu quarto. – Sofia respondeu apenas.

– Ok, não quero ficar aqui mesmo. – Disse ela, desdenhando e saindo em seguida.

– Sofia, você tá bem, tá com febre. – Flaviana ficou confusa com o discurso da loira.

– Por que. – Perguntou Sofia.

– Ué, defendendo a Anita desse jeito, há muito tempo que eu não via isso. – Esclareceu melhor.

– Olha Flaviana, eu posso até aprontar com a Anita, mais agora uma coisinha dessas ,eu não vou permitir que faça nada com ela, Flaviana todo mundo pode até pensar que eu e a Anita, que a gente se esquece que somos irmãs, mas nada verdade isso nunca aconteceu de verdade, e eu tenho que confessar, que a Anita numa de bem com a vida de novo é ótimo. – Ela tentou se explicar. - Apesar de que lembrar que a Bernadete levou ela pra viajar e não eu, da raiva. – Comentou. - Mas eu não posso negar que ela enfrentou uma barra feia, com tudo que aquele louco lá fez com ela, e não vai ser uma coisinha dessas aí, que vai julgar ela, ou você acha, que se a patricinha sem noção aí soubesse o que houve com a Anita, não iria cair matando em cima dela. – Justificou a loira.

– Talvez, mais a Anita não iria chorar pelos cantos, não, só acho, mas sim iria, partir pra cima da Mariana sem nem pensar duas vezes, como ela fez com a Drica naquele episódio lá da escola, arrancando todos os fios de cabelos dessa aí, a Anita se revelou muito mais forte e intempestiva do que todo mundo pensava, depois da barra que ela se viu enfrentando. – Flaviana afirmou.

– Pois é, então essa dai vai ter muita conta pra pagar. – Sofia disse.

– Sofia. – Pedro chamou a irmã da porta.

– O que meu amor. – Sofia perguntou com um sorriso pra o caçula, que com certeza era seu ponto fraco.

– Tem alguém aí em baixo, querendo falar com você. - Pedro comunicou, coçando a cabeça ao cogitar que ela não iria gostar nem um pouco.

– Ai quem. – A loira ficou receosa. – Manda pastar, que eu não vou falar com ninguém. – Afirmou ela, sem paciência.

– É O Sidney. – O pequeno contou.

– Ah não, o tosco, o que ele veio fazer aqui hein, eu vou descer lá e botar ele pra fora, isso lá é hora de bater na casa dos outros. – A menina já saiu porta a fora achincalhando o menino, não dando chance de Flaviana e Pedro opinarem.

– Sidney, some da minha casa agora. – Sofia esbravejou ao ver o garoto de costas na sala. Anda tá surdo você. – Ordenou novamente.

– Eu precisava falar com você, era importante. – Disse ele.

– Ah jura. – Sofia sorriu com sarcasmo.

– É sim, eu tinha que olhar no teu olho, pra entender o jeito que você me tratou lá no Embaixada, porque me viu com a Natália. – Salientou o garoto.

– Natália, então esse é o nome da piriguete, cai fora Sidney, eu não estou interessada. – A loira garantiu, olhando para um canto qualquer.

– Eu não acho. – Alegou ele sem desistir.

– Ah é, engraçado eu também achei que no Brasil não tivesse terremotos, mas há casos. – A loira brincou irônica.

– Sofia, para com esse joguinho. – Disse Sidney impaciente já.

– Não tem jogo, mas se tivesse eu ganharia obvio. – Ela retrucou.

– Eu juro que eu não te entendo, outro dia você saiu comigo, a gente se divertiu muito, passamos uma noite incrível juntos, e no outro dia você simplesmente me ignorou, ignorou a noite linda que a gente viveu, como sempre você fez. – Falou ele nada satisfeito. – Você é maluca mesmo, não sei por que eu perco meu tempo. – O menino disse frustrado, olhando fixamente nos olhos dela.

– Fingi mesmo, que eu não passei aquela noite com você, era isso que você queria ouvir. – Sofia respondeu com ira. – E não se faz de usado não Sidney, porque quando eu quis acordar feliz e contente do teu lado, você já tinha levantado da cama, pra me dizer que tinha dormido comigo só pra me provar que eu tinha queimado a língua, quando dizia que você não servia pra mim, porque a minha primeira vez, acabou sendo com você. – Ela retrucou ressentida. – A minha primeira vez Sidney, a primeira vez que você estragou, no dia seguinte, com as besteiras que você me disse Sidney. – Sofia disparou disfarçando os olhos marejados. – Na minha primeira vez, a noite em que você só me usou, e me descartou como um lixo, acho que nem eu merecia isso sabia, por mais errada que que tenha sido com você. – Sofia quase gritou para ele em total raiva.

– Eu sei que eu errei, eu devia de ter ouvido você quando você acordou e quis me contar que foi a tua primeira vez, se eu tivesse escutado, talvez, talvez eu tivesse desistido de fazer aquilo, Sofia me perdoa, eu já te pedi desculpas, tantas vezes, sei lá, eu pensei até que depois daquela noite da Barra você tinha esquecido isso um pouco. – Afirmou ele, abalado com o discurso dela.

– Uma noite boa, não apaga outro momento não Sidney, eu nunca vou conseguir lembrar da minha primeira vez, porque sempre vai ser uma lembrança acompanhada da forma como você me tratou no dia seguinte, como uma peça de roupa usada, que de tão inutilizada, a gente joga fora. – Afirmou ela. – Agora vai embora, sai daqui, e vê se me esquece. – Ela pediu entristecida, Sidney se retirou devagar do casarão, ao perceber que não tinha argumentos para continuar com a conversa, Sofia apenas se atirou no sofá logo depois, com os pensamentos um pouco perdidos.

– Hum bastante interessante, essas informações. – Mariana acabou ouvindo parte da discussão do casal, quando descia a escada, para ir até a cozinha. - Quem diria hein Sofia, com essa marra toda. – Ela disse sorrindo satisfeita, guardando o celular no bolso, e subindo as escadas devagar para não ser notada.