– Bom dia, bom dia. – Disse Ben abraçando Anita por trás, seguido de muitos beijos, recém chegando da rua, ao avistá-la na cozinha foi correndo até ela.

– Nossa! - Bom dia, vem cá de onde você veio. – Respondeu ela virando-se para ele com um sorriso. – Caiu da cama foi, acordou tão cedo. – Falou a garota rindo, largando o prato com os sanduíches em cima da mesa.

– Acho que foi ansiedade. – Justificou ele com um beijo rápido. – Ou pior ainda saudade, muita saudade de você. – Ben afirmou, abraçando a amada, seguido de muitos beijos.

– Heiii, para, para, o pessoal pode levantar. – Proferiu ela, tentando conte-lo sem sucesso. – E mais, se vai fazer eu queimar o pão da galerinha, depois vai todo mundo chiar no meu ouvido. – Anita respondeu entre um beijo e outro.

– Ah eles vivem reclamando mesmo. – Disse ele a encostando a pia. – Não vai ser muita novidade. – Afirmou o garoto debochado, e os dois beijaram-se empolgados.

– Pera aí. – Disse ela interrompendo o beijo.

– O que. – Ben perguntou não entendendo.

– Você não tava me detestando não. – Explicou. – Sabe eu te pedi desculpas, mais já você não é. – Anita implicou sorrindo travessa.

– Se tá brincando não é, me diz que sim. – Ben disse, com um sorriso descompensado.

– É assim, eu não sei, será, de repente, se você me desse um motivo. – Interrompeu Ben, ela com um beijo.

– Acho que você acabou de me dar um ótimo argumento pra eu deixar pra lá. – Disse ela, com os dois se olhando fixamente. – Apesar assim que ser chamada de trambiqueira, não é uma coisa que soe positivo. – Ela se viu as gargalhadas.

– Eu te chamei disso sério. – Repensou ele, Anita apenas confirmou com cabeça. – Eu não lembro. – Ben falou aos sorrisos. – Mais já você não é, me chamou de cabeça dura, teimoso, burro. – Ele acrescentou a encarando.

– Ah é, então eu devo acrescentar mentirosa, omissa, traidora de confiança. – Disse Anita, com risadas. – Tá aí, ainda bem que a gente não faz isso sempre, ou nós dois teríamos sérios problemas. – Esclareceu ela.

– Tá, eu tenho que admitir, eu sou estourado, e Anita já aconteceu tanta coisa entre a gente, e eu ainda te amo tanto, que eu acho que eu tenho medo de perder de novo, e pior saber que dessa vez pode não ter volta, eu não iria conseguir viver sem você. – Declarou Ben, de maneira sincera.

– É, eu tenho que concordar com você, a gente já sabe, que ficar longe um do outro doí, e doí demais, a gente anda calejado demais. – Concordou ela, emotiva.

– Eu acho que, a gente sempre soube que não seria fácil nem um pouco, mas com o tempo os obstáculos, de simples pedras no caminho, viraram montanhas muito altas. – Ben afirmou, ajeitando uma mecha do cabelo dela.

– Um penhasco não é, queda livre, literalmente. – Completou Anita. – Foi mal pela história do Antônio, mas eu não contei, porque eu não queria você batendo de frente com ele, eu não quero o Antônio perto da gente Ben seja pelo motivo que for. – Anita tentou se explicar.

– Talvez você tenha razão, mais eu tenho um pé atrás com essas coisas de esconder pra evitar, pra proteger, talvez se eu tivesse te contado toda verdade desde o inicio, você teria acreditado em mim. – Ben expôs seus pensamentos.

– Eu sei, tá, mais não te culpa, pelas coisas que eu causei, você não tem culpa que eu desconfiei de você, isso é uma consequência minha, não tua. – Anita afirmou, não escondendo sua culpa.

– Tá mais, vamos passar uma borracha nisso tudo vai, eu não quero falar de coisa ruim, eu quero falar e construir só coisas boas daqui pra frente. – Disse Ben, acariciando os cabelos dela.

– Vamos, aliás, é o que eu mais quero, construir um mundo de lembranças boas do teu lado. – Anita confidenciou, e os dois uniram-se em um beijo apaixonado e com vontade.

– Eu acho que, a única lição que a gente tira disso tudo até aqui, é que, independente de qualquer coisa que a gente faça ou fale um pro outro, vai ser capaz de destruir o que a gente tem um com o outro, nosso sentimento é fundo é forte demais, pra se abalar por isso, é mais do que uma certeza. – Ben afirmou com alegria.

– É, a gente construiu algo além de nós dois, algo que é independente das nossas vontades, do nosso querer. – Concordou ela, sorridente, com os braços em volta do pescoço dele.

– Filosofia pura. – Falou Ben, e os dois riram.

– O que tá havendo aqui. – Questionou Mariana ao se deparar com os dois, cruzando os braços para encara-los.

Continua...