– Aula de educação física, não to com o mínimo pique. – Afirmou Anita, sem a mínima vontade.

– Ó Ben e Serguei tão ali, acho que eles já tavam treinando com o pessoal do time. – Disse Julia vendo os dois sentados a arquibancada.

– E dai, vai você lá falar com eles, um me entrega, o outro briga comigo, e eu é que sou a ruim. – Anita resmungou, de braços cruzados, olhando para os dois, mas evitando encarar Ben.

– Anita, já te disse, você é chata quando faz esse tipo de jogo. –Julia disse, estressada com o jeito empacado dela.

– To nem ai. – Anita desdenhou.

– Gente junta todo mundo aqui, vamos realizar um jogo de vôlei hoje, certo. – Fábio chamou todos para o meio da quadra, e Anita, Julia, se dirigiram até lá, assim como, Ben e Serguei.

– Ben, Julia, Bruna, e vocês dois, pra um lado. – Disse ele.

– Anita, Serguei, e vocês três também, só que pro outro time. – Fabio designou. – E o resto espera, pode sentar os que sobraram, dez minutos pra cada time. – Ele comunicou.

– Se vai ficar no meio mesmo, olha que vai vir só pancada. – Serguei argumentou com Anita.

– E se você quiser ganhar deles, eu acho bom você não reclamar, porque tirando o colega ali, a Amanda e a Drica, não jogam nada, só se preocupam em não quebrar as unhas delas, que eu não me importo nem um pouco que elas quebrem. – Anita debochou, parada ao lado do amigo.

– Ah para Anita, você sabe muito bem porque você implica com elas. – Serguei alfinetou sorrindo.

– Ham e porque, por causa do Ben, ah Serguei, eu sou mais eu, e se ele deu uns pegas nelas, problemas delas. – Anita fingiu que não se importava. - Ai melhor eu para por aqui. – Anita afirmou, já vendo que perderia a cabeça.

– Ah sei. – Riu ele sem acreditar. – O jogo vai começar. – Disse ele, indo para a posição dele. O jogo correu por alguns minutos, até que Ben, foi sacar para o time dele, e por azar do destino, ou simplesmente por uma relhes coincidência jogou a bola em Anita, que por calcular meio mal a distancia, acabou vendo a bola acertar em cheio sua testa.

– Ai nossa, que droga. – Resmungou ela, que de atordoada que ficou, viu sua cabeça rodar a ponto dela achar que iria desmaiar, tanto que a garota achou melhor sentar-se ao chão.

– Anita tá tudo bem. – Serguei foi rapidamente acudi-la, com preocupação.

– Ai tá, to meio zonza só, aff quem foi o idio... – Calou-se ela, quando lembrou-se que havia sido Ben.

– Anita fala comigo, você tá bem, eu juro que eu não fiz por querer, você que calculou mal a distancia da bola. – Ben correu até ela, de imediato, e em meio ao susto.

– Precisa gritar, eu tomei uma bolada na cabeça, não fiquei surda não. – Reclamou ela, totalmente irritada com o garoto. – É a minha cabeça que tá rodando. – Ela afirmou sem paciência.

– Tá certo, mais você tá sentindo alguma coisa. – Perguntou ele, a puxando para ajudar ela a se levantar.

– Eu tava melhor antes, do ocorrido. – Ironizou a garota, furiosa.

– Quantos dedos têm aqui. – Ele questionou com a mão, perto do resto dela.

– Vinte, agora sai da minha frente. – Disse ela afastando a mão dele, da cintura dela.

– Ah Anita, vai descansar um pouco. – Fábio disse quando viu parada a sua frente.

– Ok, eu vou mesmo, eu to bem, é só que, ai bagunço minha ideias. – Alegou Anita, saindo com o intuito de ir ao banheiro logo em seguida.

– Cara eu não acredito, agora ela vai me acusar de assassinato também. – Ben afirmou, prevendo o que viria.

– Relaxa, até eu podia ter acertado ela, coisas que acontecem. – Disse Serguei, querendo tranquilizar Ben.

– É né, mais tinha que ser justo ela. – Ele respondeu. – Meu deus. – Ben levou as mãos ao rosto, tenso. – Fábio, coloca alguém no meu lugar, eu vou ver como tá a Anita. – Afirmou Ben, indo atrás dela, Fábio apenas concordou.

– Ai que droga, era só uma bola, precisava fazer tanto estrago. – Anita falou, no banheiro com Julia e Meg.

– Ai pelo menos não foi nada de mais. – Julia disse. – Você podia, ter caído, batido com a cabeça, sei lá. – Julia afirmou.

– Ah claro, não foi a tua testa. – Anita bufou de volta, irritada.

– Anita você não tá achando que o Ben, enfim. – Julia perguntou nervosa.

– O que, que ele fez de propósito. – Anita completou, lavando o rosto na torneira.

– Não, gente ele não faria isso, eu sei que eu to falando. – Meg se intrometeu.

– É Anita, olha a viagem. – Disse Julia, temendo pelo pensamento de Anita.

– Gente, claro que não, foi sem querer, ele podia ter acertado até você, se você tivesse do outro lado da quadra, até porque se eu achasse que não foi obra do acaso, eu tinha esganado ele, lá na quadra mesmo. – Proferiu Anita categórica.

– Anita como você tá. – Perguntou Ben, adentrando ao banheiro sem nem pensar.

– Hum, melhor do que você imagina, ou do que você queira. – Ela riu sarcástica.

– Olha aqui não brinca, eu não fiz por querer. – Se defendeu ele, preocupado com os pensamentos dela.

– É, vai ver isso aqui foi a tua vingança, um galo pra cantar até amanhã, na minha testa. – Anita não conseguiu manter-se séria.

– Deixo eu ver. – Falou ele se aproximando. – Nossa! - Pegou mesmo. – Disse ele, passando a mão no rosto dela.

– Ai, ai, não termina o serviço. – Resmungou a garota.

– Você não seria capaz, de achar que eu fiz de propósito. – Perguntou ele, a encarando, com uma semblante sério.

– O que, que você acha Ben, nossa será que a gente, tem uma visão tão distorcida um do outro. – Anita não respondeu, querendo a ouvir a resposta dele antes.

– Gente que isso, o que ele faz aqui. – Disse Bruna entrando no banheiro.

– Uma, duas, três, quatro pessoas conversando. - Anita se estressou pela interrupção.

– No banheiro feminino, o Ben nem podia estar aqui. – Bruna alegou com irritação.

– Ah jura, Bruna, você decifrou que a plaquinha que tá ali na porta, quer dizer banheiro das meninas. – Anita falou, em tom irônico, voltando-se para ela.

– É decifrei, pelo visto você que não, vivia se pegando com o Ben aqui, não é atoa que o vídeo rolou, não é Anita. – Bruna soltou. – Não foi atoa, eu não sei o que Antônio viu em você, você não é nada de mais. – Bruna afirmou, provocante.

– O que, olha aqui ó sua.- Anita perdeu a paciência no instante seguinte.

– Anita, melhor a gente ir pra casa. – Ben ainda tentou, apartar a encrenca.

– Pra casa o caramba, eu é que nunca quis o Antônio, se ferra com ele, casa, tem dez filhos, aliás, deixa aquele louco bem longe de mim, vocês são dois doidos, bem que se merecem. – Anita devolveu. –E mais, e dai que eu me peguei com o Ben no banheiro algum dia, melhor me pegar com o namorado, do que, invadir dispensa, se atracando com o Martin, que na época era meu namorado, ou você acha que eu sou tão burra, quanto vocês todas pensam, ah faz me rir Bruna. – Anita esbravejou.

– E você é uma estupida Anita. – Bruna saiu furiosa, e sem argumentos.

– Isso vai, vai mesmo, ou vai ficar pior pra você. – Anita gritou.

– Tá vendo o que eu virei por tua causa. – Anita se irritou com Ben, que apenas balançou a cabeça diante da cena. – E onde a gente tava mesmo. – Indagou ela, o fitando, e se aproximando.

– Na parte em que eu iria te mandar tomar uma água com açúcar, colocar um gelo nessa cara, e parar de brigar com as pessoas por causa do Antônio. – Disse o garoto, afastando as mãos dela.

– O que, como assim, ah é isso, ela vem falar mal de mim porque te pegava no banheiro, e o Antônio o que. – Anita bem que tentou se explicar.

– Tchau, Anita. – Ben saiu pela porta.

– Ben, para com isso, deixa de ser, idiota. – Anita gritou. – E cuidado, quer saber, cuidado coisa nenhuma, tomara que te deem uma bolada na cara, muito pior do que a que você me deu. – Anita afirmou, impaciente.

– Ai, ai, ai, ai, não, não, não gente, de novo não. – Resmungou ela, se escorando na pia.

– Se quer uma ajuda amiga. – Julia falou, referindo-se ao machucado na testa.

– Quero, pode me ajudar, diz pra aquele idiota, que não tem cabimento ele ficar de grosseria comigo por causa do Antônio. – Disse Anita chateada com Ben. – Ou melhor, me traz a Bruna aqui, que eu quero terminar o serviço. – Anita falou, perturbada, fazendo Meg e Julia rirem, sem se conterem.

– O que vão rir, eu to no fundo do poço mesmo. – Anita reclamou. – Mal sabe a Bruna, que isso não é um fato tão do passado assim, tão vago, ai gente eu to sem moral, e esse banheiro aqui não me defende, nem que ele falasse, até e melhor não né, se é que vocês me entendem. – Anita desandou a resmungar, para Meg a Julia, que só conseguiam dar risada.