Capítulo 166:

– Ai vou falar, muita falta de criatividade de vocês, só ter torrada com queijo pro café da manhã. – Vitro afirmava descontente.

– Ah Vitor cala a boca, ninguém te perguntou nada. – Giovana retrucou, sem paciência para ouvir Vitor reclamar.

– Ué mais é sério gente, falta de criatividade mesmo. – Vitor respondeu. – Poxa eu tenho que comer bem, assim fica difícil, melhorar meu desempenho no time de vôlei. – Alegou ele, implorando por um café da manhã melhor.

– Falta de criatividade aí gente, falou o senhor criativo. – Zombou Giovana debochada.

– Mais que você, com certeza eu sou. – Disse Vitor incomodado.

– Hahaha, faz me rir. – Gargalhou a ruiva. – E desde quando você é uma pessoa criativa Vitor, mais nunca, aliás, que acho que você perdeu a tua criatividade no maternidade, quando era bebê, ou pior já nasceu sem, deve ter deixado na barriga da nossa mãe. – Afirmou Giovana, tirando sarro da cara do irmão.

– Olha aqui o projeto de Rita Lee, deixa eu te falar uma coisa. – Vitor apontou o dedo para ela, irritado.

– Que, que é. – Giovana provocou.

– Chega, ninguém vai falar nada mais pra ninguém, ou se não daqui a pouco nem pão com queijo vai ter nesse café, porque eu vou correr todo mundo pro colégio de barriga vazia. – Ronaldo interviu, irritado com os filhos.

– Ah mais que é falta de criatividade, isso é. – Vitor calou-se devido aos olhares de Ronaldo.

– Vem cá, e vocês queriam o que, a mamãe, Cícera e tia Luciana saíram cedo, e eu fiquei sozinha pra fazer o café pra sei lá, quantas pessoas, não né, porque até eu já perdi a conta. – Anita disse, impaciente.

– Ah mais poxa Anita, nem um presunto não. – Vitor reclamou ainda.

– É né e também uma manteiga, um ovo mexido. – Sofia acrescentou.

– Olha aqui vocês tão achando o que, que eu sou escrava de vocês, ou empregada, tão querendo o que, querem melhor façam, seu bando de folgados, culpa da mamãe isso, que faz as vontades de vocês. – Anita falou nada contente. – Aguenta essa matraquisse logo cedo quem merece, mal agradecidos. – Esbravejou ela.

– É o gente, deu né, ninguém vai morrer por causa da falta de um café sortido. – Ben afirmou, cansado da falação. – E Anita foi mal, eu poderia ter ajudado você, só que eu não sabia que a Vera tinha saído tão cedo assim, e eu perdi a hora também. – Disse Ben a garota, apesar do silêncio que permanecia entro os dois.

– Não tudo certo, pelo menos você ajuda de vez e quando, não é que nem alguns por aí. – Anita disparou encarando Vitor.

– Epa, eu nada, tá bom, ou só acho que poderia ter feito um misto de queijo com presento, não essa treco aqui, virado em queijo. – Rebateu Vitor se defendendo.

– É, o gênio então da próxima vez você não se esquece de comprar o presunto, porque você não fez o supermercado, e a geladeira tá vazia, parecendo um polo antártico só tem vento frio ali dentro. – Anita afirmou, em meio a irritação.

– Olha aqui eu não fiz as compras, porque eu troquei com a Sofia, e levei o quintal pra ela ir no supermercado. – Disse ele se defendendo.

– Não mesmo, você disse que ia lavar o quintal e não lavou. – Sofia retrucou sem paciência.

– E você não fez o supermercado. – Vitor falou, revirando os olhos.

– Ah é, vem cá quem mandou vocês trocarem as tarefas. – Anita perguntou os encarando.

– É gente, todo mundo não tinha combinado, que iria fazer cada um suas tarefas pra não dar esse tipo de trapalhada. – Ben exigiu explicações.

– Ah tem nada de mais isso. – Disse Vitor. - Pior a Anita, que fez um sanduiche de queijo, e ainda borrachudo isso aqui, porque tá frio. – Afirmou ele, reclamando ainda.

– Ah é, olha aqui eu acho bom vocês não me irritarem hoje, porque eu não to boa. – Anita afirmou. – Parou com essa palhaçada, aliás, eu diria que tentar me tirar do sério hoje, é um perigo. – Gritou ela raivosa, e sem a mínima paciência.

– Ai pior que tá um pouco mesmo Anita, mais porque esfriou. – Mariana afirmou.

– Ah é, então o gênios, o caminho da cozinha é por ali, sintam-se a vontade. – Anita bufou, cansada da intromissão de todos.

– É o que foi, tá de TPM, ó que eu não tenho culpa. – Vitor rebateu.

– Cala a boca Vitor, ninguém precisa ser obrigado ouvir a tua voz logo cedo, que garoto insuportável. – Giovana se meteu, furiosa já.

– Insuportável é você, o dona da verdade. – Disse ele de volta.

– Dona da verdade é a tua mãe. – Giovana esbravejou.

– Que é a tua. – Debochou ele.

– Que ódio, sou contra isso, porque que eu tenho que ser irmã total disso aqui, por um lado já bastava. – Giovana reclamou.

– Gente, gente. – Ronaldo bem que tentou acabar com as discussões.

– Eu só acho, que um de vocês dois foram trocados na maternidade, você e a Giovana. – Anita caçoou, não se contendo.

– É, e você e o Ben, um lado bastou pro estrago tá feito, dois mandões, que se acham. – Rebateu Vitor, encarando ambos. - Ai ó e o pigmeuzinho aí, que é filho dos dois, meu deus, ninguém vai aguentar quando crescer. – Disse Vitor referindo-se a Pedro, o irmão caçula.

– Não me mete não, eu to aqui quieto, porque tudo sobra pra mim. – Pedro afirmou.

– Mandona eu, vocês precisam de ajuda até pra escovar os dentes sem a mamãe, eu, eu que sou mandona, me erra. – Anita proferiu pasma.

– São sim, vocês adoram ficar mandando na gente, só porque são os mais velhos, duas malas isso sim. – Vitor afirmou.

– Se vai deixa isso. – Disse Ben, a Anita.

– O que, o que você quer que eu faça, até isso a culpa é minha, se bem que ele tem razão não é, pelo menos no teu caso, ele tem razão. – Disse Anita, ressentida ainda com a discussão dos dois.

– Vitor, olha só deixa eu te falar um negocio, eu não tenho culpa, se você precisa de supervisão pra tudo, não né, porque ninguém faz nada nessa casa sem alguém mandar, vocês agem assim ate com a Vera. – Falou Ben, perdendo a paciência.

– Olha aqui, eu já estou sem paciência com isso. – Ronaldo disse, querendo reestabelecer a ordem, em meio a todos falando ao mesmo tempo.

– Chega, cala a boca, todo mundo, isso aqui tá parecendo um hospício. – Anita gritou, cansada da confusão.

– Até que enfim, silêncio, e chega mesmo, se começarem de novo, vai ficar todo mundo sem almoço aqui, porque vocês vão pra escola, e vai sobrar pra mim comprar alguma coisa pra fazer. – Ronaldo afirmou. – E Mariana, Marta, desculpem todos, mesa grande, gente demais, dá nisso. – Ronaldo ainda pediu desculpas as duas, para completar o mau- humor de Anita.

– Eu vou pra aula, essa brigalhada toda me deixou com os miolos fervendo, como se meu dia já não estivesse arruinado. – Anita afirmou se levantando, com uma cara nada amigável.