– Nossa onde você vai toda arrumada assim. – Falou Anita para a irmã quando adentrou ao quarto recém saída do banho, e avistou Sofia em frente ao espelho terminando de ajeitar os cabelos.

– Por aí Anita, vai ficar me regulando agora. – Disse a loira, com um sorriso debochado.

– Não, até porque, a mamãe faz isso muito bem, não é, vamos combinar. – Respondeu Anita colocando uma roupa em cima da cama para vestir. – Mais eu confesso que eu queria saber onde você vai. – Perguntou Anita com um semblante curioso.

– Não conto, vai ficar na curiosidade. – Sofia respondeu, as gargalhadas, calçando um sapato de solto meio alto.

– Ai que sem graça, o que custa contar, a dedo duro aqui é você, não sou eu. – Falou Anita querendo convence-la.

– Anita, ultimamente eu não tenho te feito nada tá, até que a gente anda se dando bem. – Sofia falou ríspida.

– Ainda bem, imagina as nossas ilustres visitas, vendo eu e você se atracar a brigar. – Anita começou mentalizar a cena.

– Para. – Disse Sofia dando uma risada estranha, devido a querer evitar e não conseguir. – Você vai sair. – Questionou Sofia vendo Anita, penteando os cabelos.

– Eu? – Não sei, você não conta, eu também não vou contar. – Ela disse, fazendo mistério, sorrindo travessa.

– Ah ok, não tá mais aqui quem perguntou. – Nesse instante o celular da loira tocou, e Sofia foi ver quem era.

– Ah oi Sidney, não eu já to quase pronta, já to indo, pode me esperar ai em baixo. – Afirmou Sofia, desligando o telefone em seguida, Anita ficou tentando ver se tinha escutado certo.

– Pera aí, você vai sair com o Sidney, qual é a temperatura pra hoje, chuva e depois neve no Grajaú. – Ironizou Anita, desacreditada no que ouviu.

– Ai, ok, eu vou sair com o Sidney, mais eu acho que eu to precisando de alguém que me bajule, que me valorize, já que o Ben, vou ti contar hein Anita, eu não sei porque que você apelidou ele de príncipe, porque ele não tá nem aí, não faz questão de agradar ninguém. – Reclamou Sofia impaciente.

– Nossa isso que eu chamo de uma revelação bombástica e inesperada. – Riu Anita, enquanto amarrava os cabelos em um coque. – Mais vem cá e aquela história lá, do pão com linguiça, superou foi. – Indagou ela, se encarando ao espelho.

– Não, nunca, você sabe muito bem que esse tipo de coisa a gente não esquece. – Falou Sofia fazendo bico e cruzando os braços.

– É uma hipótese. – Disse Anita. – O que você sente pelo Sidney hein Sofia. – Anita questionou virando para encara-la.

– Anita qual foi. – Sofia bufou. – Quer saber eu conto, mais só se você me emprestar aquele rímel incrível, que você comprou naquela revista da Julia . – Falou ela com um sorriso pidão.

– Toma, pega. – Anita alcançou a ela, pegando o rímel de cima do bidê. – Mais olha só, vou te emprestar, apesar deu ter certeza que você vai me enrolar, como faz sempre e não vai dizer nada, você é mestre nisso, em esconder o que você realmente sente. – Anita afirmou sorrindo.

– Ah sei lá Anita, o Sidney é bacana, eu acho que, a gente tem o mesmo defeito sabe, não fazemos questão de agradar ninguém somos o que somos, e agente é tão diferente que acabamos, transformando nossa convivência em uma eterna briga, mais sei lá, quando ele é legal comigo, quando ele não faz uma idiotice que nem ele fez naquela noite lá, eu gosto de tá perto dele, ele me faz bem, e eu acho que eu até deixo de ser um pouco aquela loira-gelada, como ele mesmo me diz. – Confessou ela, sincera.

– Nossa, foi melhor, do que eu esperava. – Disse Anita boquiaberta diante das afirmações dela. – Loira gelada, tá aí, gostei, combina com você. – Anita debochou.

– Vai te catar Anita. – Sofia riu. – Eu tenho que ir, e eu não sei que horas vou voltar. – Sofia comunicou pegando a bolsa.

– Boa sorte, então. – Respondeu Anita com um sorriso.

– Tá bom, e depois eu te devolvo o rímel, tchau. – Já gritou Sofia do corredor.

– Maluquinha. – Riu Anita, para si mesma.

Anita terminou de se arrumar, e já estava pegando o celular e a bolsa para sair, e se encontrar com Ben quando ela ouviu um barulho vindo da sala do casarão, parecia alguém chegando, como sabia que todos tinham saído e não voltariam, a garota resolveu ver quem era e desceu até lá em baixo.

– Antônio. – Ela viu uma preocupação instalar-se em si de imediato, quando viu o garoto parado com os braços cruzados na sala.

– Sabia que eu ia te encontrar. – Falou ele a encarando com um sorriso misterioso.

– Sai daqui, o que você quer. – Anita retrucou, tensa.

– A gente precisa ter uma conversa, meu amor. – Antônio afirmou, encarando Anita, a garota ficou assustada com a raiva que viu nos olhos do garoto, o que a fez gelar dos pés a cabeça no mesmo instante, ela apenas ficou paralisada.

Continua: