– Oi, trouxe um chá pra você. – Anita afirmou entrando no quarto, Sofia estava sentada na cama um pouco perturbada ainda. – Toma vai te fazer bem. – Disse ela alcançando a xícara a loira.

– Obrigada. – Sofia falou pegando a xícara.

– Se vai ficar melhor, amanhã tudo se ajeita. – Anita disse a ela, sentando de frente para a irmã.

– Ai, foi horrível, eu confesso que, se não fosse o Sidney, se ele não tivesse aparecido, eu não sei o que teria acontecido. – Sofia falou pausadamente, grata pela ajuda do garoto.

– Você teve sorte, mais não pensa mais nisso não. – Anita pediu querendo tranquiliza-la.

– Anita eu juro, eu não dei conversa pra aquele garoto, não do jeito que vocês estão pensando, que eu possa ter esnobado ele depois de ter dado confiança, ele ficou em cima eu disse que não tava a fim, e depois rolou esse horror todo. – A loira se explicou.

– Eu sei, você não teve culpa do idiota, não aceitar ouvir um “não” como resposta. – Ela disse compreensiva. – Acredita eu sei bem o que é isso. – Anita completou revirando os olhos.

– O Antônio, ele, nossa Anita como você aguenta isso. – Sofia entendeu o que ela quis dizer.

– É, exato, porque que você acha que eu tenho tanta raiva dele, eu não desisti de ferrar com a vida dele ainda, eu nunca vou desistir, enquanto ele não pagar nem que seja um terço de tudo que ele me fez. – Anita afirmou ressentida. – Mais, esquece isso, não é hora pra isso, tenta dormir não fica martelando essa história não. – Anita a aconselhou.

– Eu vou tentar, tomara que eu consiga me livrar mesmo. – Sofia afirmou devolvendo a xícara para ela.

– Isso, faz isso, boa noite. – Anita desejou a ela.

– Boa noite. – Ela respondeu se encostando na cama.

– Tchau, dorme bem. – Anita falou saindo.

– Eu estou exausta, e ainda por cima essa confusão toda com a Sofia. – Vera dizia sentando-se na sala, onde estavam Ronaldo, Cícera e Ben.

– E ai Sofia, como ela esta. – Ronaldo indagou quando viu Anita.

– Tá bem, tá meia nervosa ainda, mas amanhã ela acorda melhor. – Anita afirmou indo até a cozinha.

– Como que a Sofia foi se meter numa encrenca dessas, o que anda acontecendo com minhas filhas. – Vera murmurou entristecida.

– Oi, a Sofia. – Anita repetiu com indignação, vindo até eles. – O mãe qual parte de que o garoto que estava forçando a barra com ela, você não entendeu. – Anita rebateu irritando-se com a mãe.

– Que seja, mais a Sofia tem uma parcela de culpa nisso, quando ela percebeu que o menino estava cercando ela, tinha que ter nos falado. – Vera tomou como argumento.

– Ah não creio, vem cá às vezes, na boa mãe, eu acho realmente que você tem um tradutor universal, de entender as coisas totalmente equivocadas, ver tudo de um jeito que só você vê, porque na boa, a Sofia não tem culpa se o garoto é um babaca, imbecil. – Anita disse enfurecida, parando ao lado de Ben.

– Gente também agora não adianta ficar tentando achar um culpado, até porque mesmo que a Sofia tivesse dado algum tipo de confiança pra esse garoto e mudado de ideia, não justifica atitude dele, certo. – Ben falou concordando com Anita.

– Alias, qual vai ser o próximo passo, você me dizer que eu dei trela pro Antônio, ou melhor, eu tinha um rolo com o Antônio enquanto eu estava com o Ben, ai o pobre Antônio de sentiu injustiçado e humilhado, e fez o que fez, ah era compreensível, porque, ai justifica. – Anita esbravejou perdendo a paciência.

– Anita não muda de assunto. – Vera afirmou.

– Quer saber, pensa o que você quiser, mais na boa você tem sorte de ser minha mãe, porque se não isso aqui não iria acabar bem, você tem que parar de achar que tudo que acontece é provocado pela gente, somente pela gente, a Sofia pode ter todos os defeitos do mundo, mas infelizmente nessa história ela esta limpa, por mais que eu deteste admitir isso, e acho que eu seria última pessoa do mundo em querer que vocês acreditassem nisso se não fosse verdade. – Anita defendeu a loira.

– A Anita tem razão Vera, não adianta repreender a Sofia, o garoto que estava totalmente equivocado. – Ronaldo afirmou em concordância.

– Eu vou dormir, se é que eu vou conseguir não é, depois dessa. – Anita afirmou nervosa.

– Boa noite, acho melhor todos nós irmos descansar. – Ronaldo respondeu.

– Aliás, Anita, você estava com a Sofia quando tudo aconteceu. – Vera indagou.

– Eu? – Anita falou apreensiva. – Não, por que. – Anita perguntou com a voz engasgada.

– Nada, você sumiu, não tinha te visto mais desde a hora do show. – Vera afirmou intrigada.

– Eu sumi, claro que não, você que não me viu. – Ela disse, com receio, olhando de relance para Ben.

– É, gente é melhor, nós irmos dormir já deu esse assunto. – Ben tentou desviar a conversa, Cícera acabou percebendo as intenções dele.

– Bom eu vou indo, amanhã eu converso com a Sofia. – Vera afirmou levantando-se.

– Eu vou indo também, boa noite. – Ronaldo falou saindo em seguida.

– Eu vou também, boa noite gente. – Anita desejou, com um beijo no rosto de Ben.

– Boa noite. – Respondeu ele.

– Boa noite Anita. – Cícera disse, os fitando com curiosidade.

– Bom eu vou indo nessa também. – Ben afirmou.

– Espera. – Cícera falou a ele.

– O que, que foi. – Ele questionou virando-se para ela.

– Por onde você andou depois do show porque desceu do palco e sumiu, você não estava no mesmo lugar que Anita, ou estava. – Indagou ela.

– Eu, não, ué não sei onde a Anita tava. – Ben se fez de desentendido.

– Benjamim, não é de hoje que eu ando percebendo. – Cícera afirmou, não acreditando nele.

– Percebendo o que mãe, tá pra ser mais clara, nossa agora virou a minha vez de tomar esporro é isso. – Ben rebateu incomodado.

– Os olhares de vocês dois, ontem na mesa do jantar então, pareciam que iam se engolir. – Ela afirmou o encarando.

– Ah entendi agora é proibido olhar pra Anita também. – Ele ironizou. – Engraçado meu pai e a Vera, esqueceram dessa regra, ou pelo menos eu não fui comunicado. – Ben falou esfregando a testa.

– Ben, o que tá havendo. – Cícera perguntou.

– Não sei, nem eu sei mais. – Ben retrucou não respondendo.

– Cuidado com as ações de vocês, elas podem ter consequências desastrosas. – Cícera aconselhou.

– Ah quais, até você vai começar agora é impressionante. – Ben reclamou impaciente.

– Não sei, eu não estou dizendo que vocês não podem estarem juntos, mas vocês moram debaixo do mesmo teto, e ainda namoram escondidos de todo mundo, e bom eu não quero ser avó, ainda. – Cícera soltou, olhando para ele.

– Mãe olha só. – Ben falou desconfortável. – E quem disse que a gente tá namorando. – Ben afirmou negando.

– E eu nasci ontem, Ben, por favor. – Cícera ironizou, sem acreditar muito nele.

– Ah tá, e quem ai conceber esse milagre, o universo, ah me poupe, eu não sou tão maluco assim, não de, aqui em casa não é, e muito menos a Anita. – Ben respondeu irritado.

– Mais são jovens, só por isso já acham que tudo na vida é fácil. – Ela argumentou.

– Ah claro, se ficar mais fácil, olha mãe, eu não sei nem o que acontece. – Ben respondeu.

– Tudo bem, mas só peço que vocês pesem as ações de vocês antes de qualquer coisa, eu não vou impedir vocês de namorarem, isso só vai fazer com que os dois se voltem contra mim, até porque acredito que não seja por falta de vontade que vocês ainda não assumiram, seja lá o que esteja rolando entre vocês. – Cícera afirmou tentando compreende-lo.

– Tem mais coisa em jogo, sei lá mãe. – Ele disse.

– Bom, eu vou me deitar, estou cansada. – Cícera comunicou.

– Boa noite mãe. – Ben respondeu.

– Boa noite, meu filho. – Ela respondeu se retirando.