– Minhas filhas queridas, é muito bom ver vocês. – Caetano afirmou abraçando as duas.

– Pena que eu não sei se posso dizer o mesmo. – Anita rebateu o encarando, em um misto de alivio e indignação.

– Que peruca é essa, eu hein. – Sofia perguntou, vendo o jeito esquisito de Caetano.

– Ah isso, é só um disfarce. – Ele explicou.

– Que história maluca foi essa hein, casa, finge que morreu, você pirou. – Anita indagou nervosa.

– Foi necessário, o importante é que eu quero que vocês saibam. – Caetano fez uma pausa. – Mais o que esse menino faz aqui, não disse que era pras duas virem sozinhas. – Caetano disse quando colocou os olhos em Ben. – Mais vocês são um bando de incompetentes. – Caetano reclamou com os advogados e cúmplices.

– Olha só o Caetano eu sou vim aqui porque, a Anita me. – Ben tentou se explicar.

– Não interessa esses dois ai, estão querendo muito serem demitidos. – Caetano o interrompeu.

– Mais foi ela que quis assim. – Um deles falou apontando para Anita.

– Minha filha, você ainda anda correndo atrás desse ai, a vida não te ensinou nada ainda. – Caetano afirmou a Anita.

– Ensinou, muita se dependesse de você eu viraria a rainha das trambicagens não é, da enganação, me erra pai. – Anita respondeu ríspida.

– Anita, por favor, tenta entender que eu fui preso por conta desse ai. – Ele tomou como argumento.

– É, então eu acho que você tem um grave problema. – Anita ironizou, com os braços cruzados.

– Falei pra Anita. – Sofia se meteu.

– Falo o que, qual foi vai pagar de santa, porque que você não conta pro papai quem você andou namorando nos últimos meses. – Anita falou com os olhos fixos em Caetano.

– Mais quem. – Ele perguntou com cara de espanto.

– O Ben. – Anita soltou com um sorriso debochado.

– Mai isso, eu, Sofia até você. – Caetano afirmou descompensado.

– Anita eu mato você. – Sofia a repreendeu.

– To morrendo de medo de você, ó chego estar tremendo, me erra. – Anita retrucou sem se importar.

– Mais o que eu fiz ao mundo, criei minhas duas filhas para serem princesas, pra elas se enroscarem com o primeiro pé rapado de um bairro de quinta. – Caetano fez drama gesticulando.

– Caetano até aqui eu não me meti, mas se você for começar com as ofensas, isso aqui vai virar uma discussão interminável. – Ben afirmou impaciente.

– Quem tem que ter vergonha aqui é você, olha pra você. – Anita esbravejou

– Eu mais eu não fiz nada. –Ele disse se defendendo.

– Nada, nada é modéstia tua não é pai. – Sofia falou incomodada.

– Nada, você é uma pessoa sem moral, você deixou a gente ir no teu enterro, fez todo mundo se culpar pela tua morte, enquanto você ria da cara de todo mundo. – Anita debochou sarcástica. – Você é patético, digno de pena de tão ridículo. – Ela completou.

– Mais eu fiz isso por vocês também. – Respondeu ele, intimidado com a situação.

– Não, corrigindo, você fez isso pelo teu dinheiro, não pela gente, você nem se quer pensou na gente. – Anita taxou irritada.

– Pior é que a Anita tem razão, por mais que eu deteste, admitir isso. – Sofia afirmou concordando.

– Eu, vocês duas estão pensando o que. – Caetano rebateu confuso.

– Eu vou embora daqui. – Anita falou olhando em direção à porta.

– Não mesmo você vai me escutar, eu não terminei. – Caetano falou arbitrário.

– Eu já, se você insistir eu juro que eu ligo pra policia e conto tudo o que você fez. – Anita afirmou furiosa.

– É Anita eu vou conversa um pouco com o papai. – Sofia respondeu a ela.

– Conversa, eu vou te esperar lá fora, não vou te deixar com esse ai, já que eu não sei até que ponto eu posso contar, com meu próprio pai. – Anita disse ressentida.

– E pai pensa sinceramente, em resolver a tua vida, olha onde você veio parar até a Sofia anda com vergonha de você. – Anita afirmou perturbada. - E sai da minha frente vocês dois. – Anita ordenou irritada, saindo sendo seguida por Ben.

– Minha filha não fala assim com os dois são meus aliados. – Caetano a reprendeu, sem ela lhe dar ouvidos.

– Se tá bem. – Ben indagou preocupado, vendo ela sentar-se na calçada em frente a rua deserta onde ficava a casa.

– Não, eu to com raiva, meu pai é vigarista de quinta. – Ela disse deixando uma lágrima cair. - Aliás eu to me iludindo com o que, todo mundo naquela casa tem um problema, pior que o outro, Sofia faz o que quer, Ronaldo infelizmente não consegue abrir os olhos da minha mãe pra nada, minha mãe me trata como uma marionete, que caso não obedeça ela, eu sou a errada, e a gente esconde as coisas tentando achar uma solução que caiba, o que não existe, porque ninguém lá olha pra si mesmo primeiro só enxerga os erros alheios. – Anita falou em meio ao descontrole.

– Anita eu sei que as coisas então difíceis, mas. – Ben tentou argumentar com ela, sentando ao seu lado.

– Não, você não sabe, você sabe o que é ter mais noção da realidade do que teus pais, eu posso ser toda errada, mas não é possível, que só eu ache que tem algo de muito errado nisso tudo. – Afirmou ela, em meio a decepção.

– O que não faz eles mudarem certo. – Ele respondeu.

– Não, só sei que, eu não aguento mais, é difícil você admitir que, e descobrir que os ensinamentos só velem pra você, e não pra eles, se é que. – Anita riu de sua desgraça. – Que um dia meu pai me ensinou alguma coisa, a não ser humilhar o Ronaldo, e pior a minha mãe ela, Ben ela, sempre, sempre, colocou panos quentes nisso, como ela faz com tudo. – Anita disse desolada.

– Anita, você tá nervosa, não pensa nisso agora. – Ele pediu, vendo que ela não estava bem.

– Não, essa é a verdade, que eu tapei junto com eles esse tempo todo, é fácil a gente achar que, não são problemas, são coisas da nossa cabeça somente. – Anita falou entristecida.

– Anita olha só, mais mesmo assim, você ainda tá lá ao lado deles. – Ben afirmou.

– É to, vai ver eu sou mais iludida que eles. – Anita respondeu, não podendo negar que ele estava certo.

– É as vezes é difícil, a gente admitir que as coisas não são da maneira mais simples. – Ben vendo verdades nas palavras dela.

– Ai Ben, eu estou descompensada não posso negar isso. – Anita afirmou, escorando-se em Ben. – Ai e Sofia que não vem logo. – Anita reclamou impaciente olhando para a porta.

– Ei, vai acabar tudo certo. – Ele tentou lhe passar tranquilidade.

– Tomara, porque eu não aguento mais problemas, quer dizer até aguento, mais eu estou a ponto de fazer uma besteira. – Anita respondeu mais aliviada.

– Eu percebi você tava quase esganando o Caetano. – Ben afirmou sorrindo.

– Só rindo mesmo. – Anita falou, vendo Sofia vir até eles, o que fez os dois se afastarem um pouco,

– Gente, vamos, o papai tá doido não dá pra conversar com ele. – Sofia disse, sem perceber muita coisa.

– Sim, vamos, isso se a mamãe não deu pela nossa falta. – Anita concordou preocupada com o que virei pela frente, já levantando.

– Ah não, ai é muita sacanagem, a gente tomar uma bronca por causa do papai. – A loira resmungou sem paciência.

– Então reza, pra isso não acontecer, ao caso contrário, ferrou tudo. – Anita afirmou a ela.

– Melhor nós irmos logo então. – Ben afirmou as duas.