Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam E essa abstinência uma hora vai passar... (na sua estante)

Cansei de chorar feridas que não se fecham, não se curam E essa abstinência uma hora vai passar... (na sua estante)

Eu estava furiosa. Só não sabia se era comigo mesma ou com o idiota do Michel. O fato é que eu me senti uma grande e estúpida idiota quando o Michel beijou a Thifany. Ele não parecia estar preocupado comigo naquele momento.

E eu já estava cansada de bancar a garotinha tonta que tem uma paixonite aguda que vivia sendo humilhada. Eu ia mandar o idiota do Michel para o quintos dos infernos, se ele encostasse novamente em mim. Mas naquele momento a única coisa que fui capaz de fazer, é sair daquele lugar que fedia desinfetante abraçada com o Max.

— Quer que eu vou com você explicar o que aconteceu para os seus pais? – O Max perguntou quando ele estacionou o carro próximo a minha casa.

E quem explicaria sobre ele?

—Não. – Eu disse sabendo que precisaria de uma super, mega mentira, e isso seria nada fácil.

—Iza, eu acho que esta na hora de seus pais saber do nosso namoro. —O Max disse de repente.

Mas que merda era aquela que o Max estava dizendo.

— Já faz algum que estamos juntos Iza...

— Não Max. — Eu disse rápido demais.

—Por que não?— o Max perguntou irritado.

Será que eu ia ter que desenhar.

—Vamos deixar isso pra depois?— Cara tudo que menos queria naquele dia era pensar em discutir meu relacionamento com o Max.

—Porque não?— ele perguntou segurando meu braço firmemente.

—Max de verdade eu estou cansada, machucada e ainda preciso pensar no que vou falar para os meus pais. — eu disse sem paciência alguma.

—Você sempre me deixa em segundo plano. – ele me acusou prontamente.

— Você esta agindo como uma criança de cinco anos. – eu rebati sentindo meu sangue se aquecer nas minhas veias.

— Você esta errada. —ele disse alterando o tom de voz. — tudo que eu quero é que minha namorada me assuma, será que é pedir demais?

—É Max. — Eu mandei minha paciência assistir o pica-pau. – Quem você esta querendo enganar? O nosso namoro nunca vai dar certo.

— Por quê? Isso deve ser pelo fato de você ainda ser apaixonada pelo Michel. –ele me acusou.

—Não. Tem mais pelo fato de você mentir para mim, ter um ataque de ciúmes idiota, se embebedar achar que é o meu dono... — eu disse tudo que estava engasgado. Claro que tinha muito mais para ser dito.

— Eu sei que errei. — Ele disse olhando para frente.

—Errou?!—Eu perguntei entre indignada e revoltada.

Era isso que ele tinha para me dizer. Fala sério.

—Desculpa. —Ele pediu ainda sem olhar para mim.

—Deixa eu te contar uma coisa Max. —Eu estava realmente fora de controle. —Desculpas não resolvem nada.

—Será que não? —Ele parecia bem irritado agora. — Claro não é as minhas desculpas que você quer. E sim a do Michel, porque aposto que se fosse ele as coisas iriam ser bem diferente...

—Esta vendo. —Eu gritei para ele. —Porque você não consegue deixar o Michel realmente fora disso...

—Deve ser pelo fato que você sempre coloca ele no meio de nós dois. —Ele me acusou.

—Eu?!—Eu repeti furiosa. — Quem começou foi você?

—A Iza, por favor. — Ele disse levantando as mãos para o céu. — O Michel age com você como se você fosse apenas um cachorrinho dele que ele estala os dedos e você esta nos pés dele. E ele tem razão de agir assim, você só falta lamber o chão que ele pisa....

— Cala sua boca seu idiota. —Eu gritei saindo do carro. —Você não sabe o que fala.

—Qual é Iza a verdade dói?—O Max disse furioso.

—Você é um completo imbecil.

—É eu devo ser mesmo. —Ele disse debochadamente. —Por gostar de você. —Eu duvidei que aquelas palavras realmente pudesse ser verdade. —Agora não fique sonhando que o Michel vai abandonar uma garota como a Thifany para ficar com você. —Dizendo isso ele acelerou o carro e saiu cantando pneus.

Lágrimas escorrem por minha face. Uma senhora que passava na rua naquele momento arregalou os olhos para mim.

Merda.

Eu bati a porta de casa com mais força do que o necessário. Minhas mãos tremiam de raiva, enquanto lágrimas odiosas teimavam em descer por mim face. O que estava acontecendo comigo?Droga, droga, e droga.

—ANA LUIZA O QUE ACONTECEU COM VOCÊ?—Minha mãe gritou igual uma desesperada quando eu começava a subir a escada. Era só o que me faltava. Eu havia esquecido um bom argumento para não ser estrangulada naquele momento.

—Nada mãe. —Eu disse me virando.

—Nada. —Minha mãe disse puxando meu braço e analisando meu curativo. —Isso é nada?

—Isso dói sabia? —Eu disse puxando meu braço de volta.

—Ah Meu Deus. O que houve com você? —Ela disse dando a volta em mim.

Pensa, pensa garota. Que vontade de atirar na minha própria cabeça.

—Eu cai da escada. —Eu disse de repente. Eu não fazia a menor idéia de onde aquelas palavras haviam surgido mais me pareceram bastante útil naquele momento.

—Escada? Na escola? —Minha mãe perguntou com a sobrancelha levantada. Isso definitivamente não era um bom sinal.

—É mãe. —Eu esperava que isso funcionasse ou eu poderia até escolher meu caixão.

—E porque ninguém naquele lugar ligou para me avisar. Minha filha cai da escada quase quebra a cabeça e não tem nenhum ser responsável para me avisar. —Minha mãe começou a gesticular igual uma doida. —A mais isso não vai ficar assim.

Uglh. Ferrou. Cara isso já estava ficando pior do que sonhar com Chuck.

—Fui eu que pedi mãe. —Eu estava tentando salvar minha pele, ninguém podia me acusar de mentir. —Foi bastante vergonhoso cair na frente da escola, eu não precisava mais de nada. —Eu disse aquilo e uma lágrima escorreu por meu rosto, mas por outro motivo.

—Ah claro querida. —Minha mãe disse como se só agora ela tivesse bem noção do que eu havia passado. —Quer alguma coisa? —Ela perguntou atenciosa.

—Eu só quero tomar um banho. —Eu disse subindo para o meu quarto.

A pior parte havia passado. Pelo mesmo era o que eu acreditava. Eu ficaria bem feliz se eu pudesse passar o resto do ano trancado dentro do meu quarto e chorando. O que estava acontecendo comigo? Tá legal. Eu era uma idiota total, sem duvida e defesa. Quem pensaria em se apaixonar por um playboy imbecil que tem uma namorada loira magra e linda? Quem? Só a idiota aqui mesmo.

Mas minha duvida era. Afastando-me do Michel eu conseguiria esquecê-lo? Se eu soubesse que a resposta era sim, eu me mudaria naquele exato momento para o deserto do Saara.Eu ia tentar, quer dizer eu não ia mudar para o deserto do Saara, mais eu ia ficar bem longe do Michel e do Max.

O único lado bom dessa historia toda é que eu não precisei ir trabalhar. Minha adorável mãe me deu permissão para ficar em casa, mais como tudo não pode ser 100% bom eu tive que agüentar os terríveis telefonemas da Nice.

—O que você quer? —Eu perguntei quando a Nice me ligou pela quarta vez.

—Advinha quem acabou de sair daqui. —Ela perguntou toda entusiasmada.

—Brad Pitt. —Não custava nada sonhar.

—Tá, não é algo tão bom assim, mas é o que temos.

—O exorcista. —eu tentei sem animo.

—Credo Iza. —Eu podia até ver a Nice fazendo o sinal da cruz.

—Desembucha logo. —Eu quase gritei no telefone.

—O Michel. —Ela disse como se falasse o vencedor do Oscar. —E Ele trouxe uma caixa que parecia um presente, só que ele não disse nada...

—Legal. —Eu disse desligando o telefone. Sério. Eu ia esquecer o Ogro Ambulante e nem a Nice me faria mudar de idéia.

Quando eu finalmente cheguei à escola no outro dia, eu tinha a sensação de ser o centro das atenções. Quer dizer, as pessoas deviam disfarçar para olhar para a gente, não ficar encarando como se estivesse vendo uma assombração.

—Como você esta? —A Nice perguntou quando me encontrou em frente ao meu armário.

—Eu ainda não estou falando com você. —Eu disse procurando a droga do meu livro de geografia.

—Você quase morreu e mesmo assim não consegue perdoar o próximo.

—Não. —Eu disse de mau humor.

—Você poderia ter ido para o inferno por causa do seu rancor todo. —A Nice deve ter ensaiado muito isso.

—E Então eu viria atrás de você, pra te levar junto comigo. —Eu disse dando meu sorriso maligno.

—Credo, isso não é coisa que se diz Iza. —A Nice disse fazendo o sinal da cruz.

Eu ia explodir. Juro por Deus. Se a Nice continuasse ali eu iria explodir igual a uma bomba atômica. Mais para o meu alivio a Thifany apareceu naquele exato momento. Então eu lembrei que poderia colocar meu adorável plano em ação.

—Oh Espantalho de Grife. —Eu chamei quando ela passou do meu lado, a Nice arregalou os olhos.

—O que você disse? —A Thifany perguntou parando na minha frente como um galo de grife.

—Espantalho de Grife. —Eu repeti rindo.

—Eu vou te mostrar quem é o espantalho de não sei o que. —A Thifany disse valente de raiva.

—Eu não disse que era você. —eu sorri abertamente quando seu rosto ficou vermelho. —Mas se a carapuça serviu.O que eu posso fazer? —Eu pude ver ela bufando de raiva para mim. Sai pra lá. Cara achei que seria meu ultimo dia de vida com aquele olhar.

—Espera. —Eu a chamei quando ela fez menção de sair para lá. —Eu preciso realmente falar com você. —Eu disse fazendo um sinal para a Nice sair. Agora sim o capeta ia ver como tocava o terror.

—Eu não tenho nada para falar com você. —Ela disse com o nariz de Michael Jackson empinado.

—Eu não teria tanta certeza assim. —A Loira anoréxica tinha me pegado de bom humor.—Mas se você acha, eu posso ir falar com o Michel o que sua namorada loira lindíssima anda aprontando por ai...

—Você não ousaria. —Agora sim eu podia sentir a fumaça saindo da cabeça dela.

—E porque não? —Eu perguntei desafiadoramente.

—Porque você não tenta cuidar do seu nariz que do meu namorado cuido eu. —ela rebateu furiosa.

—Esta de mau humor querida. —Eu perguntei debochadamente. —Que pena.

—Me diz o que você quer logo.

—Você não percebeu? Ou você conta a verdade para o Michel ou conto eu. —Eu fui bem taxativa.

—Isso não precisa ser assim Iza. —Como era bom ver a loira anoréxica humilde ela quase me convenceu. —Vamos fazer um acordo. —Ela já estava entrando em desespero. —Pode pedir o que quiser que eu faço. Todo mundo tem um preço.—Ela disse pretensiosamente.

Eu parei fingindo pensar por um instante.

—Qualquer coisa? —Eu perguntei quase rindo na cara dela.

—Qualquer uma. —Ela confirmou confiante agora.

—Até raspar o seu cabelo. —Eu tive que me segurar para não soltar uma gargalhada na cara de desespero que a Thifany fez ao ouvir minhas palavras.

—Você só pode estar brincando? —Ela disse passando a mão pelo cabelo desesperada. —Quer dizer o que você ganharia com isso? Tem coisas muito melhores.

Cara eu tinha ganhado o meu dia. Thifany humilde+ Thifany desesperada= Iza feliz.

—É pensando bem tem coisas muito melhor mesmo. —eu disse só para zoar com ela. —Mas suas opções são poucas. Ou você conta ou eu conto para o Michel. —Eu disse taxativa.

—Contar o que?—O Michel perguntou parando do nosso lado.

A Thifany arregalou os olhos, alarmada. E eu... Bem eu não tinha a mínima vontade contar a verdade para o Michel. Ele não acreditaria. Por que como a Thifany disse uma vez eu não teria como provar nada.

—Contar o que? —O Michel perguntou olhando de mim para a Thifany.

—Sobre como foi sua conversa com o carro. —A Thifany disse olhando para mim suplicante. Serio aquilo estava saindo melhor do que eu havia planejado. — A Iza estava me dizendo que se eu não contasse você contaria para ela.

—Tem certeza que era isso? —O Michel perguntou na duvida olhando diretamente para mim, como se precisasse da minha confirmação.

—Era exatamente isso. —Eu confirmei a tese da Thifany que sorriu aliviada. Vai aproveitando vadia. —Foi ruim? —eu perguntei relembrando da minha tragédia.

—Nada que eu não tivesse acostumado. —O Michel disse dando de ombros.

—Ficar sem o carro o resto do ano inteiro é algo que você não esta acostumado. —A Thifany revelou como se me acusasse por isso e de certa forma ela tinha razão sobre isso.

—O ano já esta acabando. — O Michel não parecia se importar muito.

—E sobre agüentar seu pai...

—Thifany, por favor. —O Michel a cortou, eu saberia que viria coisa pior por ai.

—Isso é tudo culpa minha. —Eu deixei escapar debilmente. —Droga Michel, e agora?

—Agora nada. —Ele disse sorrindo. —Esta tudo bem.

—Não esta não. —Eu rebati irritada por ele querer ser tão gentil quando a única coisa que eu merecia era justamente o contrario. —Você esta com problemas por minha causa. —Eu me sentia péssima só de lembrar isso.

—Eu vou sobreviver. —Ele disse rindo.

—Será que eu não posso fazer algo. —Tinha que haver algo que eu pudesse fazer para minha consciência ficar mais leve.

—Tem. —Ele disse por fim.

—O que?—eu perguntei esperançosa.

—Esquece isso, já passou. —Porque ele fazia as coisas parecerem tão simples quando na verdade não era.

—Bom Iza foi um verdadeiro prazer conversar com você. —A Thifany disse colocando a mão sobre o meu rosto. Eu juro que pensei que ela ia me dar um tapa. —Adorei perceber que temos muitas coisas em comum. —Ela disse sorrindo sugestivamente para mim. —Mas eu preciso ir pegar um livro de historia no meu armário. — Então ela colocou a outra mão sobre o rosto do Michel. —Você vem amor?

—Agora não. —O Michel disse sorrindo como um idiota.

—Depois a gente continua a nossa conversa. —Ela se virou para mim com o sorriso mais falso do mundo então se virou e sumiu pelo corredor lotado.

—Eu não sabia que vocês eram amigas. —O Michel disse olhando para a direção que a Thifany havia saído.

—E não somos. —Eu disse a verdade.

O Michel ergueu a sobrancelha como se analisasse alguma coisa profundamente.

—O que foi? —Eu perguntei mexendo no armário.

—Então sobre o que vocês estavam conversando? —Ele perguntou curiosamente.

—Ela já disse não. —Eu rebati sem muita vontade de prosseguir.

Eu parai de mexer no meu armário e me virei para o Michel. Decidindo por um ponto final naquilo tudo. Eu já havia executado metade do meu plano, não poderia parar agora. Eu tentei lembrar das palavras do Max “você age como se fosse um cachorrinho para o Michel”. Ele tinha razão. Eu não precisava mais ser humilhada.

—Michel nós precisamos conversar. —eu disse tentando lembrar-se de todas as palavras que eu havia ensaiado durante a noite.

—Claro. —ele disse cruzando os braços sobre o peito e se encostando ao armário. — O que você quer falar.

Coragem menina. Manda esse playboy ir pastar.

—Quando nos conhecemos o único motivo para ficarmos juntos era fazer você e a Thifany ficarem juntos. Certo? —Eu perguntei tentando manter minha voz firme. Era melhor coisa a fazer. Eu repeti para mim mesma.

—Certo. —O Michel confirmou com as sobrancelhas levantadas como se quisesse adivinhar sobre o que eu estava falando.

—E isso já aconteceu. —Eu estava enrolando e isso não era bom.

—Sim. —Ele concordou ainda sem entender.

—Ótimo. Então eu acho que não precisamos mais fingir que somos amigos. —Eu disse tudo de uma vez, me livrando daquilo.

—Mas não fingimos, somos amigos. —Ele disse olhando espantado para mim.

Droga porque era tão difícil dizer o que se precisava quando ele estava tão perto de mim.

—Não Michel. —Eu retruquei. Eu não sabia o que argumentar na minha imaginação as coisas eram bem mais simples. —Não somos amigos...

—Aonde você esta querendo chegar Luiza?—O Michel perguntou impaciente.

—Simples. —Eu disse respirando fundo. —Não há mais necessidade de continuarmos nos encontrado e agindo como se fossemos amigos...

—Porque isso agora Luiza? — O Michel estava inconformado com minhas palavras e se eu fosse sincera comigo mesmo aparentemente parecia que não havíamos motivos. Se eu obviamente não tivesse bancado a tonta e me apaixonado por ele.

—Michel tudo... —Eu não conseguiria dizer a verdade nunca mesmo. — Somos de mundos diferentes, as coisas entre nós esta sempre dando errado, e eu acabo me ferrando sempre, eu estou cansada de ser uma Iza que eu não sou eu estou casada de me dar mal...

—Eu não acredito nisso. —o Michel me interrompeu irritado. —O que você realmente esta querendo me dizer que não podemos sermos amigos porque eu tenho mais dinheiro do que você? —Ele parecia pasmo e furioso com aquela afirmação.

—Não. —eu neguei rapidamente. —O que eu estou querendo dizer Michel é que as coisas seriam melhores se nos deixássemos de nos falarmos. —Aquelas palavras soaram estupidamente até para mim.

—Por quê? — O Michel perguntou furioso. —O que aconteceu?

—Nada...

—Não Luiza, tem que haver um motivo. —ele disse intempestivo. —Foi a Thifany né? —Ele perguntou apontando para direção que ela havia ido. —Ela te disse alguma coisa? Foi isso.

—Não Michel, ela não tem nada haver com isso. —Eu disse realmente confusa. —Droga Michel porque você tem que tornar as coisas tão difíceis. — Eu perguntei irritada.

—Eu estou tornando tudo difícil. —Ele perguntou debochadamente. —Você simplesmente se vira pra mim e diz que não tem motivos para continuarmos nos falando e eu estou tornando as coisas difíceis. —Ele perguntou entre revoltado e incrédulo.

—Você não me entende. —Eu disse me arrependendo de ter começado aquilo

—Então me explica. —Ele pediu suspirando pesadamente. —Eu te fiz algo que te magoou. —Ele tentou achar um motivo. —Desculpa eu não fiz por mal pode acreditar.

Ah se ele soubesse o quando ele estava me magoando.

—Não é isso Michel. —Eu neguei novamente.

—Então por Deus Luiza o que esta acontecendo. —Ele perguntou passando a mãos pela cabeça.

—Eu... Eu não quero... —Eu senti que precisava gritar a verdade, mas isso implicaria que eu teria que contar a verdade. E isso eu nunca faria... Nunca mesmo.

—Não há motivos é isso... —Ele perguntou olhando intensamente para mim. —Você não pode explicar porque não há motivos. —Ele rebateu acusadoramente para mim.

—Não é isso Michel...

—Não é isso Michel... —Ele gritou furioso para mim. —Então fala Luiza que droga é então.

—Eu cansei de bancar a garota que sempre esta do seu lado quando alguma merda que você faz da errado. —eu revidei no mesmo tom para ele. —Eu não agüento mais ser a garota que ouve todos os seus problemas mais quando esta tudo bem você me ignora por completo. —Eu disse coisas incoerentes mais eu senti que precisava fazer.

—Você deve estar enlouquecendo. —Ele disse balançando a cabeça.

—Não eu não estou. —Eu disse ainda mais irritada com aquela afirmação. —Eu só estou cansada de ser tratada como seu cachorrinho. —Eu coloquei minha raiva para fora me lembrando das palavras do Max.

— Talvez você não saiba o significado da palavra amizade. —ele disse acusadoramente para mim.

—Talvez eu não queira ser sua amiga. —Eu disse furiosa, eu queria algo mais do que uma amizade idiota.

—Como queira. —ele disse irritado. —De hoje em diante você será apenas mais uma garota do colégio. Espero que esteja satisfeita.

—Eu estou. —Eu rebati no mesmo tom que o dele.

—Eu só esperava mais de você Luiza. —Ele disse passando por mim e sumindo no corredor lotado de gente.