E Se {Série De Repente} 1

Capítulo 8 – Adivinhe que vem para o jantar (Part. I).


Quando acordou de sua soneca, Lilly começou a se arrumar para o jantar, não era nenhum evento, as duas famílias sempre alternavam em fazer refeições juntas. Lilly decidiu usar um vestido de verão roxo, com mangas longas de renda em formato de pequenas flores e uma rasteirinha marrom claro e para finalizar deixou seu cabelo solto ao natural, com pequenas ondas nas pontas; sem maquiagem, apenas com um brilho sem cor nos lábios, só para hidratá-los.

Quando foi para a sala, seu pai Leo já estava em casa, assistindo um documentário.

— Oi pai! Por que não me acordou? – perguntou Lilly quando se sentou ao lado do homem de meia idade, com cabelos curtos pretos.

— Você estava dormindo tão quietinha, que tive pena de acordá-la – disse Leo, logo em seguida abraçando a filha e dando um beijo em sua testa. Olhando para a filha viu que estava arrumada e perguntou:

— Vai sair?

— Sim, vou jantar com Barry e seus pais – Respondeu passando a mão no vestido para tirar as ruguinhas existentes.

— No restaurante ou em casa? – Voltou Leo a perguntar.

— Em casa – Respondeu Lilly já se levantando e indo para a porta, acompanhando os movimentos da filha, Leo foi em seguida.

— Dirija com cuidado e bom jantar e se puder traga as sobras – Disse Leo com uma risada no final. Rindo do jeito brincalhão do pai, assentiu com a cabeça e se despediu. Entrado no carro segui para a casa de Barry.

Chegando lá, Lilly tirou a chave da ignição e respirou fundo, por algum motivo que não sabia explicar o nervosismo e aquele sentimento tinha voltado, esperou mais alguns minutos, respirou fundo e saiu do carro indo até a porta da família Vaz. Esperou mais um segundo inspirou e suspirou e tocou a companhia. Todos os movimentos anteriores foram tentativas para afugentar a sua ansiedade iminente e por incrível que pareça funcionou e Lilly rezava que fosse para sempre ou pelo menos até a hora do jantar acabar.

Abrindo a porta Hanna sorriu ao ver Lilly e em seus pensamentos estava feliz por ver a garota que era como se fosse sua filhar, a filha que nunca teve. Hanna estava vestida com um vestido de verão e descalça (sempre que estava em casa ou se sentindo a vontade, sempre ficava com os pés tocando no chão, era um hábito que adquiriu desde criança).

— Oi querida! Você está linda! – disse Hanna cumprimentando com um beijo na bochecha e dando um meio abraço.

— Obrigada Han, amei o seu vestido! – Disse Lilly entrando na casa.

Quem as via parecia que a interação era falsa ou até mesmo ensaiada, mas não, o sentimento de carinho era mútuo, um carinho cultivado antes mesmo de Lilly nascer, desde quando Ella estava gravida, Hanna já amava a garotinha e jurou que iria sempre proteger. Quando os dois primogênitos e únicos da família Valentin e Vaz começaram a namorar foi uma surpresa esperada para ambos os pais, porém isso nunca os deixou influenciar pelo carinho que sentiam pelos dois.

— Fiz seu prato favorito e por sinal, amei a pintura que fez hoje, é linda! – Disse Hanna indo até a cozinha, acompanhada por Lilly.

— Aww obrigada! E fico feliz que tenha amado, acho que depois de Barry, sua opinião é a que importa – Disse Lilly se sentando no banquinho da bancada.

— Oh querida! E me conta como vão as coisas – Disse Hanna preparando uma salada. Lilly suspirou indecisa se teria a mesma conversa que teve com a mãe ou esqueceria o assunto. Optando pela conversar seguir o rumo natural, Lilly respondeu:

— Vão bem, estou ansiosa pela volta das aulas.

— Tenho certeza que sim. Você é assim desde criança.

Rindo lembrando-se de quando era criança as duas começaram a gargalhar depois de um tempo Lilly ficou olhando Hanna terminando de preparar a salada. Hanna percebendo os olhos atentos da garota que tem um carinho de uma filhar viu a inquietação da mesma.

— Querida, aconteceu alguma coisa? Quer desabafar? – Perguntou preocupada. Lilly decidiu que iria conversar sobre seu nervosismo, porém de forma que não tornasse tão intimo e direciona-se a conversa sobre a relação dela com Barry.

— Eu não sei, é que de uns tempos pra cá venho sentindo uma ansiedade com o futuro e que algo tão grande irá acontecer, mas não tenho certeza se é boa ou ruim.

Colocando a salada em cima da mesa, Hanna sentou ao lado da Lilly na bancada.

— É normal sua ansiedade com o futuro, afinal você vai lidar com a vida adulta literalmente! E sobre essa coisa grande, tem alguma coisa te afligindo?

— Você deve ter razão, acho que tenho medo de falhar na vida adulta e o problema é esse, acho que tudo vem me afligindo – Disse Lilly em um folego só.

Hanna ponderou as palavras de Lilly e perguntou a primeira coisa que veio em sua mente.

— Meu bem, nesse tudo que te aflige, Barry está no meio? – Perguntou cautelosa. Lilly não tão surpresa com a pergunta, ficou sem palavras, mas falou o que sentia, porém falou devagar com receio de magoar a mãe de Barry.

— Acho que sim – fez uma pausa e continuou – Mas não sei explicar como, acho que também tenho medo de falhar com ele, às vezes sinto-me pensionada em fazer tudo certo e não decepcioná-lo.

Hanna observou a garota nervosa na sua frente brincando com os dedos da mão, um sinal de tique nervoso.

— Olha – Disse ao pegar na mão da menina – Eu sei que eu sou a mãe de Barry e é claro que ficaria chateada com qualquer um que o magoasse, inclusive você – Assustada Lilly ficou com olhos arregalados como um servo olhando para um farol – Mas – Continuou Hanna – Eu sei que você nunca o machucaria de proposito e eu sou como a sua segunda mãe e eu sempre estarei aqui para você. Mas querida, por favor, não magoe meu filho – Disse a mulher mais velha abraçando a mais nova.

Sensibilizada e um pouco assustada pelas palavras da mulher que via como sua segunda mãe, os olhos de Lilly encheram de água e abraçou a mulher pela segunda vez, agora mais forte e disse numa voz abafada:

— Eu prometo!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.