Duty, Love or War?- Interativa

Selecionadas da Terra do Sol da Meia Noite- O Castelo


Londres, Inglaterra

“Dizem que a felicidade não existe, que existem apenas momentos alegres. Para mim a vida é a própria felicidade com alguns intervalos.”

Elias Alves

Pitty- Abra a Felicidade

—É lindo- A garota loira comentou com um olhar de espanto

Hannah não pode, e nem quis, esconder sua admiração pelo cenário que se revela a sua frente crescendo cada vez mais, nem olhou para o lado para chegar se a garota a seu lado compartilha de suas emoções, não conversara o suficiente com ela para isso por mais que essa seja sua vontade- O nervosismo cobra seu preço nela, talvez tenha assustado Melissa com suas perguntas, mas não pudera evitar querer conhece-la melhor, no avião se viu sozinha por mais que tenha conversado com as outras quatro garotas e agora no carro não é diferente.

Uma vez que chegaram ao aeroporto as cinco selecionadas da Noruécia- Bem como todas que chegavam a jovem lady deduziu- elas foram recepcionadas por um enviado do palácio e três guardas com a tarefa de escolta-las sem estardalhaços até o castelo, dois carros pretos de vidro fumê as esperavam e então se separam em dois grupos, a ruiva Amelia e a loira Mikaela entraram juntas em um rindo como se já se conhecessem a séculos, a outra jovem hesitara um pouco mas logo juntou-se a elas deixando Hannah e a morena Melissa sozinhas na parte de trás do carro com um dos guardas e o enviado na frente, todos em um silencia desconfortável na opinião da sempre comunicativa loira, ela se arrependeu de não ter ficado na companhia de Elizabeth aquela com quem mais tinha se dado bem:

—O quê?- Melissa questionou-a quando reparou que a outra lhe dirigia a palavra

—O castelo- Hannah respondeu sem qualquer irritação pela outra não estar prestando atenção- Não é bonito?

Não pode evitar admirar a estrutura da qual se aproximam, o castelo se localiza no mesmo lugar que aquele antes das duas últimas guerras mundiais costumava ficar pelo que sabe, mas foi totalmente reconstruído e é cercado por uma muralha que evoca lembranças de épocas a muito passadas, não pode ver muito dele ainda pelas altas paredes de pedra porém o que foge da muralha é realmente uma parte de uma estrutura que tem tudo para ser bonita. Isso só desperta ainda mais se desejo de explorar o lugar, de conhecer seus segredos e seus habitantes, de tentar descobrir se é dentro de seus muros que ela vai encontrar a felicidade de novo- E se seu coração se apertou dolorosamente ao lembrar do que aconteceu da última vez que se permitiu amar o rosto não demonstrou, os lábios permaneceram num lindo sorriso e apenas os olhos perderam um pouco do brilho, Hannah é jovem demais para ter tantos demônios lhe assombrando e sabe disso porém o passado já está gravado á ferro em seu corpo e por mais que tente fingir que muito daquilo nunca aconteceu ás vezes essas memórias voltam e os sentimentos ameaçam quebrar-lhe a faceta de felicidade, tentam arrastá-la a um abismo de dor do qual demorou para fugir da primeira vez e não tem certeza se o é capaz de fazer uma segunda:

—Parece ser muito elegante- Concordou Melissa com um aceno de cabeça- Me pergunto qual dos palácios é mais luxuoso por dentro, eles parecem muito diferentes.

—Amaria saber como todos eles são- Afirmou com um olhar levemente sonhador- Meu pai é um duque, mas é um ducado pequeno na região sul da Suécia e por isso não temos contato com a Corte. Meu pai já visitou o palácio e segundo ele eu fui lá uma vez também quando a rainha era viva, mas isso foi há muito tempo. Gostaria de tê-los conhecido antes para saber o que me espera.

—Nós vamos descobrir isso ainda hoje então não esquente a cabeça- A morena lhe sorriu mais gentilmente que antes- Só precisamos esperar mais algumas horas.

Hannah até abriu a boca para falar, ou talvez perguntar alguma coisa, mas Melissa já virava a cabeça na direção da janela e a loira é esperta o suficiente para entender que a outra não deseja conversa- E isso magoa um pouco, está com saudades de sua família, longe de tudo e todos que um dia já conheceu e por mais que tente não parece conseguir se relacionar com ninguém, Melissa fora gentil e aberta mas parecera se fechar conforme a curiosidade de Hannah tomou o melhor dela e sem querer pareceu invasiva demais, Amelia até que fora agradável só que não tinham nenhum assunto em comum o que se repetiu com Mikaela, Hannah não compartilhava dos interesses ou personalidade abrasiva de ambas e logo teve que se afastar e com Elizabeth não tivera muita chance de conversa por ter ido conhecer as outras, pela primeira vez em sua vida Hannah está com a impressão que sua posição social e natureza gentil e intrusiva a está afastando das pessoas ao invés de aproxima-la dela e não gosta nem um pouco da sensação. Pode não demonstrar em suas feições sorridentes e sempre amáveis, mas é uma jovem sensível.

Só pode então esperar que as coisas melhores depois dessa noite, pode não ter se dado tão bem com as garotas de seu próprio país porém isso não quer dizer que não vai conseguir se relacionar com as estrangeiras e, principalmente, não quer dizer que não vá ter um bom relacionamento com o príncipe Dimitri que é afinal o motivo que levou Hannah a se inscrever em primeiro lugar porque viu uma oportunidade de se apaixonar por ele e ter esse sentimento retribuído- E essa ideia lhe causa uma sensação de calor no peito que a recorda de dias mais felizes. Tudo que Hannah pode fazer por enquanto é nutrir a esperança de que dias melhores lhe aguardam, de que atrás daqueles muros ela vai encontrar sua tão sonhada felicidade verdadeira.

(Oh hvis bare hun visste ... Hysj elskling det er vår hemmelighet for nå- La henne drøm)

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

"Não coloque limites nos seus sonhos coloque fé."

????

Laura Marano e Ross Lynch- Don't Look Down

Melissa mal entrou no castelo em Londres e já está começando a se arrepender de estar ali. Tem pelo menos o consolo de não ter se inscrito por vontade própria, caso algo der errado ou as coisas piorem pode tirar conforto de que foi tudo culpa de Maisie e sua crença sem sentido de que a irmã mais nova precisa deixar de ser criança e viver na ilusão de um mundo onde todos recebem seu final feliz. Quase fez uma careta ao olhar pela janela ao se lembrar da última conversa das duas, não a do aeroporto onde se trataram civilizadamente pelo bem dos irmãos mais novos e avós, mas a particular antes de saírem de casa onde novamente Maisie tentou “trazer-lhe ao mundo real” e usou a Seleção como ferramenta para isso- Se a irmã acha mesmo que ela tem uma chance de ganhar é algo que não lhe ocorreu perguntar.

Mas a morena tem uma visão diferente do que sua participação nisso significa e do que vai lhe trazer para o futuro, se a irmã vê como uma forma de fazê-la crescer Melissa vê como uma forma de mostrar que já cresceu e que se tornar adulta não significa perder todas as esperanças e o otimismo e principalmente para provar que não importa o que lhe aconteça, nem mesmo se por um acaso se apaixonar pelo príncipe e for correspondida, não vai desistir de Alicia e do sonho de ambas de ser uma família de verdade- A menininha de cinco anos é o mundo de Liss desde que chegou ao orfanato dirigido por seus avós quando era ainda um bebê e a agora selecionada tinha 14 anos, soube no instante que segurou aquela coisinha frágil de olhos vibrantes que queria protege-la e cuidar dela com todo seu amor. E Maisie ainda acha que a mais nova vai desistir de Alicia caso se apaixone por alguém que não aceite adotar a pequena, acha que a Seleção vai abrir os olhos da irmã para esse fato e assim quebrar a “ilusão” em que vive. Melissa ama a irmã, realmente ama mesmo com suas desavenças, mas não poderia discordar mais dela, não é uma criança tola e muito menos planeja abrir mão de Alicia, é agora uma mulher decidida e capaz de fazer suas próprias escolhas.

E, por sua experiência até agora, a Seleção não está fazendo um grande trabalho em lhe mudar a visão de qualquer coisa, mas talvez deva esperar pelo baile para formar uma opinião de verdade sobre tudo aquilo, afinal não se pode deixar desanimar apenas porque não se deu lá muito bem com as demais norueguesas- Hannah é uma boa garota e Liss sabe que ela não faz por mal, mas suas perguntas são pessoais demais e a sua timidez faz desconfortável falar com a loira, Amelia não parece ruim porém as duas não chegaram a conversar, Mikaela é também uma boa pessoa mas parece um turbilhão e Melissa está acostumada a um pouco mais de calmaria, Elizabeth é parecida demais com Hannah em certos aspectos então no fim ela preferiu ficar na sua e procurar alguém com quem se relacionar quando conhecesse as demais meninas- Entre outras 20 é impossível que não consiga se identificar com ao menos uma, Melissa é uma garota de gostos simples e personalidade amigável, está confiante que não passará sua estadia ali sozinha.

Tão perdida estava em suas divagações e conjecturas para o futuro que não percebeu que paravam até que Hannah lhe sacudisse delicadamente o ombro- E não pode deixar de notar que tudo que a outra faz é delicado, como se espera daquelas princesas de contos de fada que no fim conquistam o príncipe e momentaneamente Melissa se sentiu aliviada por não estar competindo contra ela- mas uma vez trazida de volta à realidade não tardou a sair do carro encontrando as outras quatro selecionadas se dirigindo ás portas do castelo sendo guiadas pelo enviado e escoltadas pelos guardas. Liss não pode deixar de achar graça no fato do castelo não ter uma escadaria, uma vez dentro da propriedade é uma caminhada reta até as portas, por algum motivo sempre achou que os ingleses manteriam uma arquitetura tradicional e antiquada e é uma ligeira surpresa ver que esse não é o caso porém não do tipo ruim, gostou da aparência do lugar- As paredes claras cobertas com algum tipo de planta contrastam com os muros escuros e ameaçadores e tem algo de clássico no estranho esquema do local, até uma leiga como ela pode reconhecer que o lugar foi planejado com cuidado.

A caminhada até o interior do palácio foi rápida e silenciosa, o primeiro momento assim desde que entrou no avião se for honesta, e assim que estavam todas no hall de entrada o emissário inglês deixou-as sozinhas com a instrução de esperar pela chegada da tutora. Melissa respirou fundo e acalmou tanto o nervosismo quanto o pessimismo ao mesmo tempo, a Seleção ainda não começou e ela não conheceu o príncipe ou as demais selecionadas nada garante que essa não vá se tornar uma experiência maravilhosa.

Um sorriso agradável finalmente se fixou em seus lábios para ficar, pensar nisso como uma aventura ajuda a dar um olhar positivo. Melissa está pronta para mergulhar de cabeça nesse novo mundo e quem sabe fazer dele seu lugar permanente.

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

“Então ela começou a respirar, a viver. Ela estava apaixonada, mas não por alguém ou algo, ela estava apaixonada por sua vida. E pela primeira vez, tudo era inspirador.”

???

Echosmith- Bright

Amelia avaliou seus arredores com curiosidade percebendo os detalhes e o luxo que foi empregado na construção daquele hall de entrada- Como a filha de um duque a ruiva sabe a importância de um belo hall, de uma boa primeira impressão, ela simplesmente não liga para aquilo afinal muitas vezes não passa de uma falsidade, um modo de esfregar uma glória muitas vezes perdida- e sentiu um estranho impulso de tentar tocar um dos lustres, mas apesar de parecerem baixos o suficiente duvida que seus 1,69 sejam suficiente para alcançar então deixou a ideia tentadora de lado, virou-se para Mikaela e perguntou em voz baixa:

—Quanto você aposta que pulando eu consigo alcançar um desses lustres?

—Nada- A loira riu da ideia- Mas aconselho a não fazer, pelo menos não hoje, que tal esperar até a Seleção estar de mudança para Moscou? Aí ninguém pode fazer nada.

—Contando que eu passe para Moscou- Amelia replicou, mas gostou da ideia e a guardou para depois

—Sou uma otimista- Mikaela respondeu dando de ombros- E você é uma duquesa, lady Voght seria idiotice te mandar embora logo no começo.

—Ugh nunca mais me chame assim- Decretou fazendo uma careta e já começando a andar pelo hall tentando ver tudo- E não estou nem aí para ser uma duquesa ou não, se o príncipe só me quiser por isso então eu é que vou querer ir embora.

Seu tom não deixou margem para questionamentos e mesmo se deixasse duvida que a outra fosse questionar, foi uma das coisas que gostou em Mikaela diferente de outras não a tratou por títulos e nem nada do tipo- Amelia gosta disso, da ideia de falar livremente com alguém e não ter essa pessoa a repreendendo por centenas de motivos, não exigindo dela um tipo de personalidade que não pode se imaginar tendo, não é e nunca vai se deixar ser a filha e esposa submissa que a família espera, não vai se deixar cair num casamento com um homem que não a quer para nada além de exibir e ter filhos, Amelia é sua própria pessoa e o inferno vai congelar antes que ela deixe que o mundo tire isso dela, têm seus sonhos, seus desejos e seus defeitos e do mesmo jeito que ela tem que aceitar os dos demais o mínimo que podem fazer é aceitar os delas, pena que o pai parece discordar disso:

—Sim senhora- Mika lhe sorriu divertida acompanhando seus movimentos erráticos- Mas pense pelo lado bom nós já ganhamos uma viajem grátis para a Inglaterra!

—O que vier a mais é lucro- Amelia concordou- Só a cara do meu pai quando a carta chegou em casa já é o bastante para mim, eu achei que ele ia estourar uma veia de tão irritado! Mas bem feito para ele, não vive dizendo que eu tenho que casar? Pois bem agora eu estou tentando.

—Você não presta- Mikaela afirmou sem qualquer julgamento ou ofensa verdadeira

A ruiva deu um sorriso maroto com resposta e logo estendeu uma mão tocando um dos candelabros na parede- Esses sim ela alcança sem problemas- sentido a frieza do material dourado e se perguntou se eles são de alguma utilidade já que existem tantos lustres tão bens distribuídos- E não pode evitar lembrar-se do salão de bailes da mansão da família, como é grande demais e raramente usado porém os pais fazem questão de mantê-lo impecável, como ambos prestam mais atenção nele no que nos próprios filhos que não passam de decepções em seus olhos. Fez uma careta para si mesma ao notar sua linha de pensamentos, para que pensar naqueles dois? Não são nada além de desconhecidos que vivem na mesma casa que ela, uma mãe falsa e alheia, um pai que a vê como moeda de troca, talvez seja porque está preocupada com o irmão sozinho com aqueles dois enquanto ela aprendeu muito cedo a não ligar para o desprezo dos progenitores e achar companhia e conforto nos criados James ainda nutre esperanças sem fundamento.

Mandou para longe a saudade com um simbólico balançar de cabeça e se focou no agora, uma de suas maiores habilidades é essa, o que importa para Amelia é viver o presente, aproveitar a vida enquanto tem chances e nada disso envolve ficar choramingando por aqueles que não a amam ou aceitam por isso logo já estava novamente explorando aquele lugar em busca de algo que chame verdadeiramente sua atenção:

—Como você acha que eles pintaram aquilo?- Se virou e viu Mikaela apontando para as imagens no teto

—Com uma escada muito, muito grande e uma grande dose de coragem- Afirmou parcialmente séria depois de alguns instantes de contemplação.

—Eu estou falando sério!- A loira respondeu lutando com a risada- Eles têm que ter usado ao menos uma daquelas coisas de construção sabe? Como é o nome daquilo...

—Um andaime?- Amy perguntou lembrando-se do que a outra falava- Ou aquelas coisas que usam para limpar as janelas dos prédios.

—Isso!- A loira comemorou- Faz sentido, ia ter que ter um lugar para colocar as tintas e pincéis, imagina ficar subindo e descendo uma escada toda hora? Não ia ficar pronto nunca.

—Verdade- Concordou rindo da imagem mental- Não podiam ter feito só um teto normal?

—Você é a ricaça aqui, é seu trabalho me responder isso- Mikaela apontou revirando os olhos- Eu moro em um apartamento.

—Gente rica é estranha- Decretou com toda a certeza- Não tem outra explicação.

A loira arqueou as sobrancelhas e aceitou a resposta com um dar de ombros despreocupado passando a olhar o lustre quase acima de sua cabeça com curiosidade. Amelia virou-se e andou em direção a uma das mesinhas dispostas no local- Provavelmente para ocupar espaço- e se encostou nela quase sentando-se já sentindo a necessidade de fazer alguma coisa lhe corroendo, o cômodo é bonito mas desprovido de qualquer coisa digna de mais que uma rápida contemplação e Amy quer conhecer logo seu quarto temporário e ver que tipo de decoração foi escolhida- Quase fez uma careta ao pensar em um cômodo designado para ser bonito ao invés de prático-, quer também saber como vai ser o esquema do baile e que chances elas vão ter de falar com o príncipe durante ou mesmo depois dele.

Como disse anteriormente a jovem loira Amelia está vendo o que vier a partir de agora como lucro, tudo que ela quis ao preencher aquele formulário foi à chance de sair daquela casa sufocante e ver coisas novas e conhecer todo tipo de pessoa diferente daquelas a quem tem acesso- Tanto aquelas formais quanto os conhecidos que vê sem a autorização dos pais-, a irritação do pai é uma motivação forte mas talvez não tanto quanto seu desejo de mergulhar de vez no mundo da política ao qual o homem sempre faz questão de negar-lhe o acesso forçando-a a aprender sozinha com uma variedade de matérias e pessoas. Amelia está curiosa para conhecer o príncipe Anthony, para ver se ele é realmente aquilo que a mídia diz e se vai ser capaz de nascer algo entre os dois.

Mas mesmo que não se torne rainha ou se apaixone Amelia está satisfeita, está presente em um evento único com pessoas únicas e prestes a fazer história de um modo. O que vier a mais é lucro definitivamente.

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

“Quem quiser vencer na vida deve fazer como os seus sábios: mesmo com a alma partida, ter um sorriso nos lábios.”

Dinamor

One Republic- Secrets

Mikaela está extremamente feliz de estar ali agora, de ter pegado aquele avião e conhecido Amelia, de estar explorando o hall de entrada de um castelo de verdade. Não nutre nenhuma ilusão de que vai se tornar rainha ou que o príncipe Edmund vai se apaixonar por si, enviou aquele formulário completamente ciente desse fato e de certa forma feliz por ele- Não sabe se daria uma boa rainha, se saberia lidar com uma vida política e formal o tempo todo, não quer correr o risco de estragar tudo criando falsas esperanças e ilusões, é sim uma completa otimista e talvez sonhadora demais para alguns, mas tem noções de suas limitações. Estava tentada a realmente tentar tocar um dos lustres- A ideia de Amelia ficou-lhe martelando na cabeça mesmo que saiba que seus míseros 1,62 não serão suficientes nem que fique na ponta dos pés- quando o som de palmas chamou-lhe a atenção para a figura que se aproximava delas pela escadaria branca:

—Olá! Sejam todas bem vindas meninas- A mulher sorriu-lhes e pronunciou-se em norueguês quando já estava no fim da escadaria- Sou Julia Ovesen, tutora real e a partir de hoje vocês estarão em minhas mãos estamos entendidas? Sou a responsável por vocês desse momento até sua eliminação.

—Responsável sobre o que exatamente?- A duquesa loira com quem Mikaela trocara algumas palavras perguntou com honesta curiosidade

—Sobre tudo é claro- A mulher fez um gesto de descaso e começou a enumerar- Garantir que vocês sejam pontuais, que entendam os desafios propostos, que tenham opções suficientes de roupas para os eventos... Mas principalmente sou eu que vou começar a lhes ensinar tudo que uma futura rainha precisa saber.

—Nós vamos aprender outras línguas também?- Mikaela perguntou se aproximando da mulher com Amelia próxima de si

—Sim, mesmo que não se saiba qual de vocês vai ser eliminada a cada final todas terão lições sobre isso- Julia afirmou- Como a próxima parada é Moscou nós vamos começar com russo, mas não se preocupem não precisam ser fluentes por enquanto, só dominarem o básico.

Isso aliviou um pouco a loira, ela nunca teve interesse em aprender linguagens estrangeiras porque nunca viu motivos para tal até agora. Ela tem fluência somente em inglês porque é útil nas competições e isso foi uma grande parte do motivo de ter se inscrito para um dos príncipes ingleses- A facilidade de comunicação é importante para si afinal de contas-, não nega que academicamente não é a mais aplicada, tão logo estava fora da escola começou a competir e não tem planos de parar- E tentou não pensar no fato de que essa decisão difícil de não entrar em um curso superior foi tomada sozinha, porque nunca teve alguém para lhe aconselhar sobre esse ou qualquer outro assunto importante ou não:

—Alguma de vocês tem mais uma pergunta sobre isso?- Julia perguntou e continuou após não receber nenhuma- Ótimo, vamos me sigam vou leva-las até o andar dos seus quartos e lá vocês vão poder escolher algum vago. Não que tenha alguma diferença na decoração, mas talvez algumas vão querer começar as panelinhas ao se manterem próximas.

A tutora lançou uma olhadela divertida na direção de Mikaela e Amelia e as duas se encararam brevemente antes de rir e acenar em acordo, realmente seria bem prático se seus quartos fossem próximos um do outro, a loira não vê graça em ficar no palácio se não tiver a chance de conhecer pessoas e fazer amizades, já que vai ficar afastada de seu amado mar ao menos pode compensar ficando próxima de outras pessoas:

—Só espero não ficar perto de alguém chato- Amelia murmurou- Que reclama de qualquer barulhinho alto.

—Verdade, não teria muita graça assim, mas não acho que vai chegar a tanto ao menos as paredes podem ser grossas o suficiente para abafar os sons.

Mikaela não pode deixar de lembrar-se de seu antigo vizinho de frente, um divorciado ranzinza que sempre tinha um motivo para reclamar especialmente quando ela chegava tarde da noite depois de um treinamento ou uma festa, felizmente o homem mudara-se há alguns meses visto que seus comentários estavam começando a incomodá-la- Ele tinha mesmo dito que estava sentindo cheiro de cloro no corredor! Tudo bem que o odor tende a se impregnar nela, mas não chega a ser tanto e isso serviu para lembra-la perfeitamente do porque de morar sozinha num apartamento grande demais que honestamente odeia ao invés de arranjar alguém com quem dividi-lo, não sabe viver muito tempo com as pessoas sem acabar incomodando-as ou sendo incomodada por elas, prefere o mar e as piscinas que lhe dão liberdade e não cobram nada em troca:

—Sabe do que esses palácios precisam?- Amelia perguntou quando começaram a subir as escadas- Elevadores.

—Não é uma ideia ruim- Riu encarando a imensidão de degraus a sua frente- Especialmente porque nossos quartos devem estar nos últimos andares, imagina ter que subir tudo isso de salto todo dia?

—Ugh pura tortura- A ruiva resmungou- Quero ver é eu subir escadas depois de horas dançando num baile! Não senhora, piso gelado é uma benção para pés doloridos.

—Carregar sapatos na mão não parece um plano ruim- Mika concordou pensativa- Melhor do que ficar com bolhas. Mas ainda acho que saltos deviam ser opcionais, qual o problema de uma sapatilha ou tênis?

—Não está acostumada com saltos né?- Adivinhou Amelia e completou- Uma bota ou sandália não seria nada mal também, e se eu quiser ir aos jardins? Vou ficar atolando toda hora.

—Não, não tem motivo para ir de salto para a piscina e quando eu não estou lá então vou à praia, saltos são recursos de último caso- Confessou despreocupadamente- Mas admita seria uma visão engraçada!

Amelia pareceu imaginar a cena e riu junto com a loira, Julia segue a frente em silêncio com Melissa ao seu lado e Hannah e Elizabeth conversando pouco atrás. Mikaela deixou que os ombros relaxassem e o som de vozes lhe acalmasse a mente, está feliz de ter sido selecionada e curiosa para saber que tipo de surpresas a Seleção vai lhe oferecer.

♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥

“Não permita que o medo de jogar impeça que você jogue. Lembre-se é melhor tentar e fracassar do que não fazer nada.”

???

Selena Gomez- Who Says

Elizabeth não tinha conseguido tirar o sorriso de seu rosto desde que recebera a carta confirmando sua posição como selecionada, nem mesmo os comentários cortantes de sua madrasta e da filha desta conseguiram apagar a esperança e a felicidade que tomam conta da jovem de cabelos escuros. Está extasiada em estar ali, entrar naquele avião e agora pousar em Londres vão ficar para sempre guardadas como algumas de suas mais queridas memórias- É inebriante a sensação de estar longe de Isabella e Sophia, mas também sente uma imensa saudade de seus avós, irmão e pai ao ponto de uma parte desejar que a despedida tenha durado muito mais tempo, também vai sentir falta de seus amigos é lógico, Marcos e Bianca são seus confidentes e vai ser estranho não ter-lhes ao seu lado por tanto tempo.

Está animada por estar no castelo, mas não para realmente explorar e conhecer o lugar como algumas das garotas parecem estar, mas sim porque isso significa que vai estar cada vez mais próxima do momento do baile quando vai finalmente falar com o príncipe pessoalmente. Não pode engar que o palácio é bonito claro, a decoração é ao mesmo tempo diferente e similar aquela do palácio em Oslo- Ou era, o pai de Elizabeth não é muito envolvido com a política nacional e nas ocasiões que tem que visitar o palácio tende a levar sua madrasta e a filha dela, mas Lizzy se recorda de visitar o lugar algumas poucas vezes e até mesmo de falar com o príncipe em uma ocasião quando era mais jovem.

E foi essa conversa que a motivou a se inscrever na Seleção do príncipe Alberich, muito mais do quaisquer outros motivos que surgiram conforme a ideia aflorou em seu peito até aquela fatídica noite onde ouviu aquela conversa, não tem receios de admitir que esta apaixonada pelo príncipe- Como nas histórias que sua mãe costumava lhe contar quando ainda vivia assim que o viu e este lhe beijou a mão num gesto cortês sentiu o coração acelerar e desde então não pode evitar as borboletas no estômago quando pensa nele, não sabe se o herdeiro se recorda dela, por mais ilógico que seja espera que sim.

Quando as selecionadas chegaram ao corredor de seus quartos elas logo se dispersarão e Julia se foi para sabe-se lá onde avisando que voltaria quando fosse hora de começar os preparativos para o baile. Elizabeth e Hannah logo se aventuraram pelo lugar, os quartos disponíveis indicados pelas portas abertas deixando à vista a decoração cuidadosa que lhe foi dada:

—Bonito não?- Hannah questionou dentro do quarto que aparentemente escolhera para si

—Muito- A morena concordou analisando os detalhes- Eu gostei, os tons claros deram um ar aconchegante.

Sorriu tocando a cortinas e afastando-as para apreciar a vista do quarto da outra, seus pensamentos novamente vagando ao evento daquela noite. Elizabeth sabe que é uma sonhadora, sempre o foi em ordem de manter o sorriso no rosto e não preocupar quem tanto ama e esse seu lado se aflora agora não apenas em relação ao príncipe e uma possível relação entre eles, mas também sobre sua casa. Ainda nutre uma talvez vã esperança de que agora que ela está longe o pai vá começar a prestar atenção na falta que ela faz, não que Lizzy deseja dor ao homem- Nunca, nunca deseja o mal das pessoas, mesmo daquelas que já muito a magoaram e não vai ser seu amado pai que vai ser alvo desse horrível sentimento- simplesmente deseja que ele perceba o quanto a está deixando de lado para prestar atenção aos filhos de sua nova mulher, Elizabeth não gosta de pensar desse jeito mas sente um tanto de ciúmes de Sofia e de Edward por isso, depois da perda de sua amada mãe ele e a avó foram a única família que lhe restou:

Vai ser divertido não acha? Conhecer as famílias reais e outras pessoas de todas as partes do mundo! Acho que essa vai ser uma experiência maravilhosa para todas nós- Hannah comentou suavemente juntando-se a ela na janela com um sorriso esperançoso

A jovem morena lhe devolveu o sorriso e acenou em concordância, sentindo nascer certa cumplicidade entre elas o que de certa forma é uma parte do que ambas estavam procurando quando decidiram se inscrever. Elizabeth só pode esperar que os desejos de Hannah sejam concretizados e elas encontrem ali sua felicidade.