Duty, Love or War?- Interativa

Os Governantes- O Peso da Coroa e dos Segredos


"Errar é humano. Culpar outra pessoa é política."

Hubert H. Humphrey

Globus- Europa

Havia um tipo de silêncio pesado no ambiente, uma tensão que ameaçava mandar tudo pelos ares ao sinal do menor erro. Apesar da aparência confortável e quase que caseira do aposento, todo em tons de um quase vinho e madeira escura com detalhes em dourado ou branco, não passa de uma falsa impressão dada a situação em questão, até mesmo a tempestade do lado de fora- Que como previsto desabou pouco antes do jantar e se estende sem parar desde então- parece concordar com o pesado clima em que se encontram os atuais governantes das potências europeias. Depois de longos minutos onde ninguém parecia disposto a quebrar o silêncio e dar início a discussão Aeron finalmente limpou a garganta e ajustando a gravata que nem queria estar usando se pronunciou:

—Certo, todos estamos cientes das circunstâncias tanto antigas quanto novas então não há necessidade de ficar rodeando os problemas ou evitando-os, nós não temos nem tempo para isso agora, não depois do último... imprevisto.

Imprevisto? É isso que nós estamos chamando o assassinato da filha de um dos duques de meu país agora? Porque no meu entendimento um imprevisto é quando meus filhos esquecem de pegar seus celulares não quando uma garota de 18 anos é assassinada sem que ninguém veja nada- Lukas remarcou acidamente seus olhos azuis duros e os ombros rígidos

—Lukas por favor- Vincent tentou apaziguá-lo- Eu entendo sua raiva eu realmente entendo, mas sarcasmo não é a resposta e nem vai nos ajudar a chegar a uma resposta.

—Resposta? Que tipo de respostas nós temos que chegar Ainsworth? - Ivan quase zombou- O que aconteceu é que houve uma imensa falha na sua segurança que deu chance para um rebelde entrar e matar uma selecionada, não tente fugir da responsabilidade.

—E o que diz que o assassino foi um rebelde especialmente um dos nossos? - Amelia perguntou arqueando as sobrancelhas- Se for esse o caso foi um péssimo movimento contra nós. Uma selecionada norueguesa concorrendo pelo czarevich não é exatamente um atentado contra a Inglaterra, além do fato do crime ter ocorrido em nosso palácio não há ligações a nós, se nossos rebeldes estivessem por trás disso faria mais sentido atacar um de nós ou as selecionadas de um de nossos filhos.

—Mas se o assassino não for um de seus rebeldes então quem é? Quais são seus motivos senão ataca-los? – Aeron falou franzindo as sobrancelhas em preocupação- Honestamente alteza essa é uma opção aterrorizante, melhor um inimigo conhecido.

— E não são essas as questões premiadas senhor regente? - Lukas fez um gesto de descaso que falha a esconder sua raiva- E não apenas referente ao assassinato dessa garota mas a toda a nossa situação atual. Quem foi, porque fez, se tivéssemos qualquer ideia não estaríamos aqui agora tendo essa discussão enquanto nossos filhos, sobrinho em seu caso, entretém o povo com um reality show.

—Será que não seria mais prudente chamar os príncipes? – Yelena se pronunciou subitamente assustando a todos eles, sua voz baixa e suave beirando um sussurro- O que discutirmos aqui é também de interesse deles.

— Não, vamos deixá-los por fora disso por enquanto, até termos chegado a pelo menos um acordo aqui- Tara falou olhando a todos- Eles são só crianças.

Lukas teve que reprimir um som de escárnio perante a isso. Tem é claro total noção que a ruiva tem boas intenções em querer poupar os jovens herdeiros das reuniões e enquanto ele concorda que eles devem ser mantidos de fora até que haja algo semelhante a um acordo- Não tem necessidade de forçar mais responsabilidades neles afinal de contas, a Seleção é mais que o suficiente- não pode imaginar como “crianças” é um termo a ser assimilado a qualquer criança nascida na família real, em especial os herdeiros. É de conhecimento geral que apesar de nascida na realeza Tara foi praticamente jogada no mundo da política após a morte de seus cunhados, assim Lukas imagina que ela deva ter sido uma criança que cresceu nos anos adequados, talvez mesmo Aeron e Yelena tenham tido essa experiência sendo os segundos filhos em suas famílias, mas não tem nenhuma maneira que ele, Vincent, Amelia e Ivan foram crianças normais. E os príncipes estão em similar situação, senão uma ainda mais clara e triste.

Vincent parou de ser uma criança quando seu pai adoeceu e começou a levar o reino a falência com decisões questionáveis, Amelia quando seu próprio tio tentou matar a ela e sua família para assumir o trono- Escândalos internacionais, eventos retratados em alguns livros escolares mais recentes- e Anthony e Edmund, seus filhos, pararam de ser crianças quando a guerra com a União começou, por terem a mesma idade de seu filho o norueguês estima que eles deviam ter 8 anos quando foram expostos ao custo de uma guerra, a soldados morrendo, espiões sendo detidos e executados, eles não eram mais crianças quando viram seu pai condenar homens com famílias e futuros a morte por traição. Talvez a menina seja ainda inocente, mas o rei duvida que vá permanecer assim, não do jeito que as coisas andam.

Ivan é complicado, Lukas só o conheceu depois de sua coroação e não sabe muito da vida pessoal do russo- E se interessa em saber ainda menos- mas todos sabem da situação do país, a família Lanskaya foi ao poder com um golpe de estado apoiado pelo povo, quando Ivan devia ser criança estava lidando com seu país lotado de fome, desemprego, criminalidade e sofrimento. E o czarevich é o mais óbvio de todos eles, aquele garoto parou de ser criança quando seus irmãos começaram a morrer um depois do outro, seu pai começou a parecer mais uma estátua de gelo do que um homem e sua mãe a perder a mente e vontade de viver- Lukas não é nenhum médico, mas é preciso ser cego para não notar a depressão em que se encontra a Czarina.

Ele próprio não consegue se lembrar de ser criança, Lukas esteve sempre sobre pressão para ser melhor que seu pai, para não cometer os mesmos erros, para ser um rei melhor e mesmo que o homem não tenha sido nenhum exemplo- E Deus sabe que se era um rei medíocre era um pai ainda pior, as vezes Lukas olha no espelho ou para Alberich e pensa que as semelhanças são muitas- a pressão era esmagadora desde que se lembra. E seu filho também não teve essa chance, primeiro com a morte de Sif e depois por culpa sua, Lukas não é hipócrita para negar que tem culpa pelo fato dele não ter tido uma infância, forçou-o a crescer rápido demais. Freya por mais que não aparente isso, por mais que tenha tido uma experiência melhor que os dois não foi uma criança também, não quando tem que viver para se adaptar a um futuro que já foi todo decidido para ela.

E o próprio sobrinho dos regentes não é uma criança, talvez ele tenha sido bem mais do que os outros foram, afinal a Irlanda é um reino pacífico e não esteve envolvido em nenhum tipo de conflito que forçasse aquele rapaz a crescer num ritmo abrupto. Mas ele não é uma criança, não se pode considerar criança alguém que tem olhos como o dele, cheios de tristeza ou simplesmente vazios de emoções genuínas, a perda dos pais fez com que o irlandês deixasse qualquer traço da infância para trás:

— Não vai adiantar nada chama-los aqui- Disse no lugar- Deixemos para discutir isso com eles depois.

— Concordo- Vincent afirmou- Antes de nos focarmos em nosso mais recente problema eu suponho que ninguém tem algum luz a lançar nos mais antigos? Alguma investigação deu resultados?

— Infelizmente nada- Lukas respondeu com um suspiro cansado- As mesmas pistas falsas, os mesmos becos sem saída. Não ajuda nada que os times de investigação sempre são bloqueados no mesmo ponto, fica difícil investigar uma pista assim, não acha czar?

—Fale diretamente para mim ao invés de usar de acusações implícitas Rei Lukas.

—Não precisaria usar de acusações implícitas se aceitasse a responsabilidade de suas ações Czar Ivan- Respondeu o loiro em desafio olhando o outro de cima a baixo- Ou ao menos deixasse que fossem realizadas investigações em seu país.

—Minhas ações? - Rangeu os dentes em raiva antes de completar perto dos gritos- Quantas milhares de vezes terei de dizer que não tive nada a ver com isso? Não dei a ordem e nada de dentro de meu país causou o dano, você estão me acusando sem provas! E autorização? Será que esquece que meu país também foi vítima de um golpe?!

— Nós não estamos nos esquecendo de nada- Tara afirmou num tom de calma- E não estamos o acusando de ordenar os ataques czar, estamos apenas afirmando os fatos e nesse caso é que os misseis que atingiram meu país e a Noruécia vieram do território da União. Se quiser permissão para estender suas investigações em nosso território tem que estar disposto a fazer o mesmo.

— Nada além de mentiras e calúnias! Como se atreve a duvidar de minha palavra? Nenhum tipo de armamento, especialmente não um míssil, pode ser disparado de meu território sem minha expressa autorização. E quem pode me dizer que não foi armação dos ingleses? Afinal toda essa comoção desnecessária começou por conta da arrogância deles.

—E como você ousa nos acusar de algo assim em nossa própria casa? - Vincent questionou com um arquear de sobrancelhas, a voz perfeitamente calma e mordaz- Desnecessária você diz? Nossos sistemas de segurança quase foram comprometidos eu tenho certeza que isso nos dá motivo suficiente. Não fomos nós que começamos nada disso Czar e não importa o quanto negue estes são os fatos, foi da Ucrânia que saíram os ataques a nossa rede de segurança e da Bielorrússia saíram os mísseis que caíram na Irlanda e Noruécia, contendo inclusive toda a tecnologia que seu país é tão orgulhoso de possuir.

Entre os quatro reinos a relação mais espinhosa é entre o Reino Unido e a União Russa, desde a última guerra mundial ambas as nações vivem competindo pelo primeiro lugar no mercado mundial e a pouco mais de dez anos entraram em uma guerra. A lembrança do combate sempre foi suficiente para instantaneamente enfurecer Ivan, assim como qualquer patriota de seu país. Pode ser até considerada o começo das tensões que levaram a esse clima pré-guerra entre União e Reino Unido, apesar de ter sido uma batalha que durara anos não houve necessidade de intervenção das outras nações, as duas potências lutaram pelo controle do Azerbaijão, o Reino Unido desejava um território para melhor comercializar com a Ásia e o país ainda totalmente quebrado pela última guerra estava desesperado o suficiente para aceitar as condições inglesas em troca de auxílio, mas é claro que a União Russa não podia aceitar tal coisa, um posto inglês tão próximo de suas fronteiras? Inimaginável. Mas a situação foi desfavorável a eles desde o começo, por esse motivo ninguém se mobilizou para parar o conflito até que a União Russa tivesse sido completamente derrotada.

O rei inglês observou o antigo rival com cuidado, Ivan pode parecer ter apenas crueldade e arrogância em si, mas após lutar contra ele Vincent sabe que o homem é muito mais do que aparenta, ainda se lembra muito bem das medidas extremas que teve que tomar por conta das artimanhas do russo. Ainda lhe doía o fato de ter que executar pessoas por traição, porém não teve muita escolha, um rei é um rei e a segurança econômica de seu país vem antes da vida de alguns indivíduos:

—Eu entendo a inimizade entre os dois reinos e entre vocês, mas os dois precisam entender que agora estamos correndo contra o relógio. O que vai acontecer quando não pudermos mais mentir para a mídia? O que farão os rebeldes? - Aeron decidiu ser a voz da razão quebrando os dois morenos de suas lembranças

—Eles vão ficar insanos, é isso que vai acontecer- Lukas desdenhou com um suspiro cansado apertando a ponta do nariz- Misseis russos caem na Islândia e na Irlanda, o governo russo se recusa a assumir responsabilidade pelos ataques, um diplomata inglês achado morto em Kiev, um de meus agentes é encontrado morto em solo irlandês após se encontrar com um agente inglês, segredos roubados e dinheiro desviado em importantes localidades russas supostamente por um funcionário irlandês, tentativas de invasão aos misseis ingleses partindo da Finlândia com um sinal que passa pela União. E assim seguem os acontecimentos, um mais bizarro que o outro, é como um maldito filme de espionagem ruim. E como se não bastasse agora acontece um assassinato bem no jardim do palácio inglês, um dia depois da Seleção começar oficialmente.

Todos assentiram com um ar cansado que fala horrores sobre o stress dos últimos meses, ameaças rebeldes são ruins o suficiente sem que misseis estrangeiros ataquem suas terras, segredos acabem roubados e agentes acabem mortos também:

—O que nós vamos fazer? – Tara perguntou por fim- Como vamos explicar a morte de uma garota bem debaixo de nossos narizes?

—Vamos ter que acobertar é claro- O norueguês remarcou- Isso é um problema de todos nós agora. Sem querer ofender Vincent, mas se essa garota tivesse sido assassinada em outro momento, depois da minha partida daqui, eu iria jogá-lo sob o ônibus e deixar a responsabilidade com você, mas como esse não é o caso...

—Ah sim, nenhuma ofensa tomada Lukas- O inglês sorriu em sua direção- Eu faria a mesma coisa se nossas posições estivessem invertidas. Mas como disse a garota morreu enquanto todos estão aqui e consequentemente a falha na segurança não foi só minha, mas de todos nós, todos tem guardas auxiliando nas patrulhas.

—Como ela morreu afinal de contas? - Ivan perguntou franzindo as sobrancelhas- E quem a encontrou?

— Foi envenenada, o médico da família ainda está tentando identificar a substância, mas parece que não vai dar em nada, foi algo de efeito rápido que sumiu fácil na corrente sanguínea dela. Um dos nossos guardas a encontrou depois que sua ausência foi notada no jantar- Amelia respondeu prontamente

—Bom isso certamente faz nossa vida mais fácil não? – O russo murmurou com certa zombaria- Bem mais fácil explicar do que se a menina tivesse sido esfaqueada, aí sim nós teríamos um problema.

—Mas o que iremos dizer? Overdose? Ela exagerou nas pílulas para dormir? – Aeron perguntou parecendo cansado- Isso é tão errado, essa pobre menina merece justiça.

— E ela vai ter- Vincent garantiu- Nós vamos continuar investigando sua morte, mas não podemos simplesmente divulgar as causas podemos? A verdade vai ficar confinada aqueles em quem confiamos, nem mesmo os pais dela devem saber. Concorda Lukas?

—Sim é claro, quanto menos pessoas souberem mais fácil é controlar a situação.

—E que tal suicídio? - Amelia sugeriu, os olhos azuis afiados avaliando a todos- Ela estava afinal sozinha durante uma tempestade não duvido que alguém a tenha visto triste durante o dia, sem contar que, algum de vocês leu o relatório preliminar da autópsia?

—Mas para a ideia de suicídio prevalecer vamos precisar de motivos e uma armação fenomenal para acompanhar- Ivan desdenhou- O que tem na autopsia dela para justificar isso? Até onde eu vi a garota era risos para todo lado.

—Um aborto- A rainha inglesa respondeu sem hesitar recebendo olhares chocados dos outros- O médico encontrou evidências de um, relativamente recente e definitivamente caseiro, será que não é motivo suficiente?

— Vendo assim suicídio pode ser uma história perfeita- Lukas concordou- A família dela não é muito chegada a corte, mas todos sabem das tragédias românticas da garota, seu noivo morreu antes mesmo dos dois terem idade para se casarem, boatos falam de um relacionamento que acabou quando o rapaz se casou com outra. Se forjarmos uma carta de suicídio, junto com a autópsia e o histórico dela pode se tornar bem verídico.

—Mas isso é horrível- Tara exclamou parecendo a beira das lágrimas- A pobre menina foi assassinada será que ao menos sua família não pode saber a verdade? Caso contrário eles vão ser levados a acreditar que tem culpa em sua morte por não terem percebido que ela estava depressiva ou mesmo que enfrentava problemas! É um dos piores pesadelos de um pai, todos tem filhos sei que entendem, como podemos fazer isso com outra pessoa? Coloquem-se no lugar deles.

A expressão de frieza e raiva de Lukas desapareceu para deixar lugar a algo cheio de cansaço com pontas de remorso, pensou em seus Alberich e Freya e como seria devastador receber a notícia que algo acontecera a algum deles, mas sente calafrios só de imaginar-se nessa situação uma coisa é perder seus filhos outra é saber que perdeu-os por ignorar sinais óbvios- E a culpa seria sua entende, se algo assim acontecesse, e os céus permitam que não, sabe que seu comportamento seria um fator. Mas sacrifícios tem que ser feitos e por mais horrível e cruel que seja, ao menos por enquanto a verdade deve permanecer escondida a sete chaves, eles não podem permitir que isso se espalhe e cause mais pânico na população.

Amelia olhou para Tara com uma expressão de remorso e desculpas, mas balançou a cabeça indicando a firmeza em sua sugestão. É horrível, claro que é, Amelia é mãe de três filhos e tem dois sobrinhos e não deseja esse tipo de sofrimento a ninguém, mas não se trata de desejos ou moral, trata-se de evitar pânico, de não dar aos rebeldes mais motivos para duvidar e destruir. Sentiu a mão do marido segurar a sua num aperto forte e retribuiu em mesma proporção, os olhos dos dois se encontraram e ela imagina que os olhos dos dois sejam reflexos idênticos de suas emoções e decisões. Ninguém nunca disse que ostentar uma coroa é uma tarefa fácil ou agradável:

—Horrível ou não nós não podemos permitir que essa história vaze de forma alguma, pelo menos não até termos ao menos algum tipo de resposta para dar as pessoas- Vincent afirmou em tom suave, um sorriso triste direcionado a mulher ruiva- Não podemos dizer que uma selecionada foi assassinada e nós não temos nem ideia das circunstâncias, motivos ou assassino.

—Está decidido então? Armaremos para parecer um suicídio? - O Czar perguntou

Todos assentiram, apesar de Aeron parecer perturbado e Tara mal conseguir segurar as lágrimas. Tal é o peso de uma coroa no fim das contas, não é apenas ajudar os outros, trata-se de tomar as decisões que mais ninguém quer tomar.

As sete pessoas naquela sala se entreolharam e avaliaram, só porque concordaram naquele assunto não quer dizer que se tornaram magicamente amigos ou aliados, esse é apenas um dos conflitos a serem esclarecidos. Ainda a muitas verdades a seres descobertas, mentiras a serem contadas e muitos jogos a serem começados.

Muitos comparam a política a um jogo de xadrez. Claro, existem inúmeras semelhanças entre eles, especialmente quando se trata de estratégia e eventualmente sacrificar suas peças, mas aqueles que acompanham de perto a política entre os reinos e principalmente aqueles que participam da mesma sabem que nenhum jogo se assemelha mais do que o pôquer. Os piores jogadores são facilmente manipuláveis, para serem usados ou sacrificados quando se mostrarem inúteis, os melhores são aqueles que dominam suas emoções e sabem a hora certa de fazer um movimento inesperado e preciso. Mas sabe qual a maior semelhança entre o pôquer e a política? Nos dois, a habilidade que quase sempre garante a vitória é a de manter uma máscara convincente.

Como adivinhar quem está falando a verdade? Ou mesmo se algum deles está sendo completamente honesto? A bondade nestes dois jogos perigosos nunca é de graça, motivos escondidos guiam cada movimento e cada emoção é planejada e calculada com precisão. Nem aqueles de melhor coração e maior bondade seguem as regras, porque a única regra ali é a de sobreviver, de ganhar vantagem sobre os adversários. É preciso astúcia e sacrifícios, jogando-se assim que se torna o melhor, é assim que um rei ou rainha leva seu país ao topo e o mantém lá.

Quem destas sete pessoas fala a verdade? Quem está mentindo? Será que algum deles realmente sabe o que está acontecendo ou a algo se passando bem debaixo de seus narizes? Segredos e mais segredos que apimentam um perigoso e demorado jogo de azar.

E o prêmio do vencedor é ser aquele a, no final, contar a história.