Estávamos eu e Tomás na sala, assistindo a um filme qualquer na TV. Eu tinha em meu colo uma bandeja cheia de cupcakes e uma coca na minha mão, ultimamente minha comida vem sendo isto, super saudável. Eu devia seguir a recomendação do médico e comer apenas frutas, mas o cupcake é mais atraente. Se bem que ele é de morango, uma fruta, certo? Mais cedo eu e Tomás tivemos uma 'briga' escolhendo o nome da minha filha. Eu queria Louise, porém ele quer Angeline para chamá-la de Angie, pode isso produção? Acho que não.


– Então, Alice, qual o problema de pôr Angeline? Começa com A, que nem seu nome.

– Mas eu não gosto desse nome, Tomás.

– Porquê?

– Porquê não.

– 'Porquê não' não é resposta!

– Vou bater em você moleque! - Ele riu.

– Ok, vamos entrar em um acordo. Eu não quero Louise e você não quer Angeline, então põe outro sem ser esses.

– Me dê ideias, já pensei demais.

– Amanda? - Neguei - Amy? - Neguei - Taylor? - Não - CARIBA! Isso, e seu apelido será Carrie.

– Deus me livre! - Ele gargalhou.

– Tava brincando. Hum... Chloe? - Talvez - Isabela? - Quem sabe - Lauren?

– Não.

– É difícil chegar a um acordo com você.

– SOPHIA! - Berrei me levantando do sofá, acabei esquecendo que sua cabeça estava em meu colo.

– Porra Alice!

– O que achou do nome?

– Acho lindo, mas, precisava disso?

– Desculpa. - Ele sorriu e eu voltei a me sentar ao seu lado, mas dessa vez ele não pôs a cabeça em meu colo.


Passamos alguns minutos calados e eu me lembrei de Harry. Desde que Tomás chegou - antes de ontem, no caso - ele não apareceu por aqui, pra quem vinha todo santo dia era estranho. Saí da sala ao protestos de Tomás e fui ao meu quarto. Peguei meu celular e tentei ligar para ele, mas só dava caixa postal. Resolvi ir em sua casa, que não era muito longe da minha. Apenas coloquei um casaco por cima da roupa que vestia e voltei pra sala.


– Tomás, eu tô saindo, volto já.

– Mamãe disse pra não deixar você sozinha.

– Mas é pertinho.

– Aonde você vai?

– Na casa do Harry.

– Fazer o que lá? - Aumentou o tom de voz em um grau.

– Vê-lo, posso? - Ok, fui meio grossa. Tomás suspirou pesadamente.

– Vai lá. - Deu de ombros.


Respirei fundo e sai daquela casa, o ciúmes de Tomás é insuportável. Fazia sol porém o frio não tinha abandonado Londres, fiz bem em pegar o casaco. Quando entrei na rua de Harry logo o avistei em frente de casa. Ele viu e sorriu, lindamente, como toda vez fazia. Assim que fui me aproximando mais dele, Harry veio e me abraçou forte.


– Porquê não apareceu lá em casa? - Perguntei ainda abraçada a ele.

– Harriet me contou que ele chegou lá, não queria atrapalhar.

– Harriet bocão. - Rimos. - O que faz aqui?

– Pensando na vida. E você veio fazer o que aqui?

– Senti saudades.

– Eu também. - Sorriu e me soltou. - E vocês dois, como estão?

– Nos acertamos, mas, meu pai ainda não sabe que ele é o pai...

– Vai ficar tudo bem, certo? - Assenti - Qualquer coisa me ligue.


Conversamos mais um pouco, mas logo a mãe lhe chamou para fazer algo. A mãe de Harry era meio louquinha da vida. Nos despedimos e eu voltei para casa. Assim que cheguei, algo me chamou a atenção. Tomás falava, ou melhor, discutia, e quando eu entrei em casa ele desligou o telefone na cara dessa pessoa. Fingi que não ouvi e voltei ao meu quarto, estava cansada, porém a atitude dele minutos atrás me deixou completamente desconfiada.