O sorriso dela era a única coisa que eu me importava agora. Eu queria vê-la sorrindo cada vez mais, sem que parasse, era como um combustível para mim. E Alice sorria só pelo fato que estava errando na forma de montar a barraca em volta da fogueira, imaginem o sorriso dela em coisas mais importantes? É indescritível. Resolvi ajudar ela e Harriet naquilo, já que toda vez que iam montar a lona caia sobre as duas.

- Dêi-me isto, vou ajudar vocês. - Harriet assentiu porém Alice fez cara feia.

- Não precisamos de sua ajuda! - Falou a loira.

- Alice! - Harriet a repreendeu.

- Calma, eu só queria ajudar, se você não quer...

- Nós queremos sim, Tomás, venha! - Harriet falou.

- Se ele ajuda, eu não ajudo. - Se levantou do chão limpando o vestido e saiu em direção as árvores. Eu e Harriet a olhamos estranho e fui atrás dela.

Alice adentrou entre as árvores e olhou para trás, eu juro que a vi sorrindo para mim. Devo perguntar se ela é louca ou eu que estou ficando louco? Aposto na primeira opção. Apressei meus passos e a peguei pelo braço, encostando suas costas numa árvore.

- O que foi aquilo? - Perguntei.

- Nada, só dei um jeito de nos afastarmos deles e ficarmos a sós! - Começei a rir. - Que foi?

- Você tem problemas, é sério.

- Cale a boca!

Ela soltou um risinho meio maquiavélico e foi se aproximando de mim. Soltei seu braço e envolvi meus braços em sua cintura, enquanto ela fazia com mesmo no meus pescoço e enrolava meus cabelos com o dedo. Alice beijou-me, como nunca tinha feito e como ninguém tinha feito comigo. Ela aprofundou mais o beijo e quando o ar faltou nos separamos, desci os beijos para seu pescoço.

- Eu te amo. - Sussurrei em seu ouvido, e mesmo não vendo, sei que ela estava sorrindo.

-x-

Três dias após a nossa chegada em Brighton, já tinhamos consumido quase mais da metade da bebida álcoolica que levamos. Menos Alice não bebeu, porque além de ser menor de idade, um de seus rins não funcionava e beber algo com álcool poderia ser fatal para a mesma. Tinhamos chamado algumas pessoas que conhecemos na beira da praia, porque pensando bem, festas com quatro pessoas - e ainda por cima, irmãos - é muito ruim. Ao meu redor existiam várias pessoas que eu nunca tinha visto na vida, e por alguns segundos, não gostei muito daquilo. Não sabemos quem são.

Harriet dançava com um cara moreno e alto. Edward conversava com algumas garotas e garotas ao mesmo tempo. E Alice... bom, ela eu ainda não vi. Deve estar perambulando por aí, mas prefiria que ela estivesse ao meu lado.

Resolvi sair daquela barulhada toda e fui até um lago, que não ficava muito longe de nossas barracas. Encostei-me numa pedra e fiquei paralisado até gritos me chamaram a atenção. Eles viam do lado contrário aonde nós estavamos alojados, eram gritos femininos e muito familiares para mim... Alice.

Corri o mais rápido possível em direção de onde vinha aqueles gritos. Enquanto isso, passava entre as árvores quebrando alguns galhos e fazendo zoada. Escutei passos apressados e a gritaria toda parou. Cheguei no local e me deparei com uma cena um tanto dolorosa. Alice estava jogada no chão, suas roupas rasgadas, ela chorava e no rosto tinha um corte que sangrava. Fui até ela, me abaixando e a abracei.

- Alice! O que fizeram com você, meu anjo?

- Eu... eu não sei quem é! - Ela falou entre soluços e quase não entendi.

Voltei a minha barraca com ela sem chamar atenção. Alice contou-me o que havia acontecido, e dessa vez quem chorava era eu. Fizeram coisas horríveis com ela e isto quebrou-me.