Capítulo 25

POV Nathan
Acabei mais uma luta, a terceira da noite. Ganhei as três (não estou me gabando, juro).
Escuto as pessoas gritando em comemoração, algumas xingando. Vejo dólares em mãos, pessoas pagando e recebendo o dinheiro das apostas.
Desci do ringue e tirei as luvas.

– Possy te ligou- Caleb disse, entregando o meu celular.
Finalmente ela deu sinal de vida.
"13 chamadas perdidas de Pos".
Saí para o corredor da universidade por conta do barulho e retornei a ligação.
– Aqui é o Jack- ele disse ao atender- estamos em um bar perto da casa da Ayla, sem carro e nos escondendo. A Possy e o James se encontraram, mas a Ayla colocou fogo no circo, se é que você me entende.
– Ela contou sobre o Spencer?- perguntei.
– É. E James foi embora meio puto, meio triste. Possy chorou e agora...
– E agora ela está com raiva de tudo e de todos?- o interrompi- com aquele olhar mortal dela?

– Como sabe?
– Ela é minha melhor amiga, sei tudo sobre ela. Eu vou para aí.
Jack disse "tá" e eu encerrei a ligação.

Chamei o Caleb.
– Possy e Jack estão em um bar perto da sede da Liga- resumi- preciso ir para lá. Você vem?
– Vou- Caleb tirou a chave do carro dele do bolso- vamos no meu carro. Eles fugiram?
Começamos a andar até a saída da universidade.
– Fugiram- confirmei- e James apareceu lá. Ayla contou sobre o Spencer e ferrou tudo.
– Garota escrota- Caleb murmurou.
Entramos no carro.
Eu fui dando as coordenadas até o bar.
Caleb tirou duas armas calibre 38 do porta luvas e me entregou uma.
– Precaução- ele disse.
Coloquei a minha na calça, atrás, com a camisa por cima.
Entramos no bar normalmente e começamos a procurar os dois, Possy e Jack.
Eles estão na mesa dos fundos.
– E aí, gótica- dei um leve chute no pé dela.

Possy ficou alguns segundos me encarando e então levantou e me abraçou, quase me derrubando.

– Tá tudo bem?- perguntei mesmo sabendo que a resposta é ‘‘não’’.

Buddy está com a coleira amarrada na mesa. Possy o soltou e eu o peguei.

– Vamos sair daqui- ela disse.

Dois homens da Liga, que eu conheço, entraram no bar.

– Me sigam- falei.

Eu meio que invadi o balcão.

– Emergência- falei para Carl, o dono, que também é meu amigo.

Ele abriu a porta que dá para uma sala onde ele administra o bar e onde guarda uma enorme quantidade de bebidas.

O que aconteceu?- ele trancou a porta.

– Liga- respondi.

Carl me deve tantos favores que nem ligou.

Recebi uma mensagem da Katherine.

Ka- Ganhou a luta?

Nathan- Ganhei as três

Ka- Nem se acha, né?

Nathan- Nunca me achei.

Mandei uma mensagem contando o que está acontecendo.

Ka- Vou tentar falar com o James. Pode ser que ele me escute. Esses dois separados são como chuva sem nuvens.

Nathan- Somos como chuva e nuvens.

Ka- Somos.

Carl saiu para ver se já podemos ir.

– Eles já foram.

– Valeu, cara- agradeci.

Saímos pela porta dos fundos e entramos no carro do Caleb.

Falei para a Possy sobre as lutas da noite de hoje.

Quando chegamos no Esquadros, fui para a SW4 com ela e com o Jack depois de devolver a arma.

Deixei ele em casa e passei direto pela casa da Possy. Ela perguntou por que, mas eu não respondi, apenas continuei a dirigir até a minha casa.

– Me conta exatamente o que aconteceu entre você e o James hoje- pedi, descendo do carro.

Entramos em casa e eu libertei o Buddy da coleira, deixando ele livre para aprontar.

Possy me contou tudo com detalhes.

Peguei meu celular e liguei para o James, mas ele não atendeu.

– Ele me odeia- ela disse abraçando as pernas, sentada no tapete cinza macio que fica embaixo da mesa de centro.

– Claro que não- sentei ao lado dela.

– Cadê a Katherine?

– Vamos ficar separados- contei- ela está com o Erick- revirei os olhos- isso é uma droga.

POV Danna

– Você tá o que?- coloquei a sacola de compras em cima da mesa da cozinha- amiga, deixa eu te dizer uma coisa, você só pode ficar com um deles, sabia? Ou escolhe o Nathan ou escolhe o Eric.

– Idiota, eu não tenho escolha, lembra? O Nathan te contou, esqueceu?

– Ah, o lance com a tal da Ayla- comecei a tirar as coisas da sacola- mas que droga. Pelo menos o Eric é um gato.

– Ah é?- Nick me abraçou de surpresa por trás.

– É, mas você é mais- falei.

– Então quer dizer que Danna Lester vai cozinhar? Porque?- Katy perguntou- alguém tá te subornando com roupas da nova coleção da Victoria?

– Vai se ferrar, Katy.

Coloquei a ligação no viva voz.

– Eu vou fazer isso pela mamãe- contei- enquanto você esteve fora com o Nathan, muitas coisas aconteceram.

– Como o que?

– Como eu ter ido para uma festa sem avisar- contei.

– Isso não é novidade- Katy riu.

– É, mas aí eu fiquei de castigo porque quase todo mundo estava bêbado ou drogado e minha mãe acha que eu me droguei e antes que você pergunte, não, eu não me droguei. No outro dia ia ter uma festa incrível e eu fugi do castigo.

– Espera, deixa eu adivinhar...sua mãe descobriu e...

– E eu acabei passando dos limites. Discuti com ela sobre ‘‘eu não sou mais criança, castigo é ridículo’’ e sabe o que aconteceu? Meu castigo triplicou. Preciso pedir desculpas para ela e nada melhor que mostrar isso cozinhando o que ela mais ama.

– Isso de cozinhar também tem a ver com suborno para você se livrar do castigo?

– Claro que tem.

Rimos.

– Ela não te proibiu de ver o Nick?

– É a Danna?- Erick perguntou do outro lado da linha.

– É, proibiu- falei- mas eu sempre quebro os castigos, lembra?

– Claro que eu lembro- Katy disse- vou colocar no viva voz.

– Oi, Erick- mandei um beijo- vocês estão estudando mesmo ou...

– Estamos estudando, senhorita Mente Suja- Erick disse.

– Mente Suja?- ri- eu? Eu sou uma santa, tá?

A campainha tocou e o Nick foi abrir a porta.

– Deve ser a minha linda sogra- falei- preciso ir. Estudem mesmo, viu?

– Vai se ferrar você, Danna- Katy disse.

– Boba- ri- te amo.

– Eu também te amo, amiga. Boa sorte aí com a sua mãe.

– Valeu.

Desliguei.

– Oi, meu amor- a mãe do Nick me abraçou.

– Oi, tia- abri um sorriso- valeu mesmo por topar vir me ajudar.