Temporada 3- Capítulo 1. O tempo muda

POV Katherine
5 meses depois
Finalmente o sinal bateu. Eu não estava mais aguentando assistir aula.
Danna e eu fomos para a cantina. Eu pedi um Macchiato que é a combinação de café com chantilly. Ela pediu, como quase sempre, donnuts e suco de laranja.
Atravessamos a grama verdinha até o estacionamento do colégio.
Entramos no carro dela. Coloquei meus pés no painel do carro e liguei o rádio.
Folgada? Nem um pouco.
– Sobre o que estávamos falando, precisa parar- Danna disse.
A gente tinha trocado bilhetes na aula de matemática.
Peguei um donnut e dei uma mordida.
– Danna, Nathan vai ser pai em dois meses e você quer que eu aja naturalmente?- perguntei.
Possy entrou no banco de trás do carro. Ela estava com um saco gigante de Doritos.
– Amiga, só estou falando que não precisa se afastar dele- Danna continuou- eu sei que é uma situação complicada, mas ele te ama.
– Sempre que eu estou com ele, a Lily liga passando mal, precisando de ajuda para alguma coisa do bebê, para ir ao médico e mais um monte de coisas que ela inventa. Sabe o que acontece? Nathan vai correndo- falei com raiva.
– Mas ele não vai pela Lily- Possy falou- vai pelo bebê.
– Olha, não quero mais falar disso- coloquei o cinto- vamos embora.
– Precisamos esperar o Erick- Danna me lembrou.
Pude vê-lo saindo da quadra principal. Ele estava sem blusa e todo suado. Cabelo castanho bagunçado, blusa laranja no ombro e sorriso vitorioso.
Quando ele chegou no carro, abriu a minha porta e me abraçou.
– Eca, seu nojento!- gritei com nojo de todo o suor- você está encharcado!
Ele sorriu, me largou e sentou ao lado da Possy.
– Ganhou o jogo?- Danna perguntei.
– Ganhei- ele respondeu, passando a blusa pelo rosto com objetivo de limpar o suor.
– Porra, agora eu estou cheirando que nem você- reclamei- cachorro molhado e morto.
– Melhor que o seu perfume- ele disse.
Danna finalmente começou a dirigir. Todos nós comemos Doritos com donnuts e ouvimos música até o caminho do estúdio de tatuagem onde eu coloquei meu primeiro e único piercing no nariz quando tinha quinze anos.
Apenas eu desci do carro.
Fui atendida pela pessoa certa.
– Oi, Ju- falei abrindo um sorriso- quanto tempo, né?
– Põe tempo nisso!- Ju quase gritou- veio colocar outro piercing?

– Exatamente.

Coloquei um na borda da orelha e outro no nariz, apenas uma pedrinha.

Quando terminou, Danna deixou Erick e Possy em suas casas. Eu fui junto com ela para a dela.

Tomamos um banho ao chegar, almoçamos lasanha e fomos ver televisão no quarto.

Danna me disse que eu estava estudando demais e que devia passar dois dias com ela apenas vendo series e fazendo compras. Eu aceitei.

Na verdade, eu só estava me afundando nos livros escolares para evitar o Nathan o máximo possível. Eu não aguentava vê-lo tão preocupado e cuidadoso com a Lily quase todo dia. Preciso de um tempo de nós dois.

– Escolhe um- Danna jogou uma pilha de DVDs na cama.

Apesar de já ter visto milhares de vezes, escolhi ''P.S. Eu te amo''. É um dos meus filmes favoritos.

– Esse filme é bem triste- Danna disse- adoro ele.

Desci com ela até a cozinha e fizemos pipoca na panela mesmo. Enchemos de manteiga e voltamos para o quarto depois de pegar duas latas de refrigerante.

– Como nos velhos tempos- Danna levantou a lata já aberta.

– Como nos velhos tempos.

Fizemos um brinde.

POV Possy

Esperei o retardado do segurança abrir o portão para que eu pudesse entrar com o carro.

Estacionei sem muita paciência para deixá-lo reto na garagem.

Meu celular começou a tocar e eu atendi enquanto entrava na casa.

– Oi, Nathan- falei.

– A Katherine está com você?- ele perguntou- me conta o que está acontecendo.

– Olha, liga para ela. Eu preciso desligar.

Não esperei ele dar tchau e encerrei a ligação.

Spencer desceu as escada e veio até onde eu estava.

– Estava falando com quem?- ele perguntou, me olhando desconfiado.

– Com um amigo meu- respondi educadamente mesmo com vontade de mandar ele se foder porque não é da conta dele- você não conhece.

– Hm.

– Hm? Você nunca confia em mim- cruzei os braços- já está ficando chato para caralho.

– Claro que eu não confio.

Dei as costas, mas ele puxou meu braço com força. Bati de frente com ele.

– Já disse para parar de ser bruto comigo- encarei os olhos verdes dele.

Spencer segurou a minha cintura com firmeza, pegou meu queixo, levantou um pouco e me deu um beijo sem pressa.